segunda-feira, 27 de dezembro de 2004

Lá se foi o natal. Não é uma de minhas datas preferidas, mas... Na verdade, teve bastante coisa boa, principalmente tranqüilidade, item que andava meio em falta por estas bandas.
Resolvi me dar de presente uma semana de "férias". Isso significa apenas que não vou trabalhar na empresa, mas em casa. Faz toda a diferença do mundo, pois não preciso agüentar o festival de mediocridade e falta de inteligência que tenho tido de engolir nas últimas semanas.
Continuo dando duro na revisão do Amores Perigosos. Ufa. Tô conseguindo amarrar as pontas soltas. O trabalho tá bem legal.
Aproveito pra caminhar e queimar os excessos das festas. Prazer em dobro: comer e fazer exercício. Recomendo.
Continuo apaixonada pelo seriado Esquadrão da Moda, do People and Arts. Trinny e Susannah são o máximo, é quase como se fossem minhas amigas íntimas. Que vontade de passar pelas mãos delas! Eu e boa parte dos assinantes, suponho. Ontem estive com alguém que ia ficar simplesmente o máximo se recebesse um trato dessas duas megeras implacáveis!!! Fiquei sonhando com isso. CADÊ O SIMILAR NACIONAL?!? E se vocês nunca assistiram, garotas, corram pra frente da tevê! Quinta, 21:30, repete no findi, mas nunca sei a hora.
Fiquem bem, e preocupem-se sempre com a aparência, fiquem lindos.
35 dias na contagem regressiva.

Martha Argel

quinta-feira, 23 de dezembro de 2004

Sei, agora só faltam 39 dias, mas como o tempo demora a passar quando a gente não gosta do que está fazendo!
E o frio não vai embora. Frio? Recebi um convite formal para passar o Natal de 2005 no Canadá. Neve e menos 20, e estou aqui reclamando de frio?
Back to work.

Fiquem bem.

Martha Argel

quarta-feira, 22 de dezembro de 2004

Continua tudo cinzento e frio lá fora.
Hoje de manhã encontrei, no correio a dona Hermandina. Trinta anos atrás, ela era a diretora da escola onde passei quase toda minha vida escolar pré-universidade. "Você está tão diferente!" comentou ela. Sim, estou, trinta anos se passaram, sabe? "Como você me reconheceu?" Ninguém esquece da diretora da escola, principalmente quanto ela se chama Hermandina e usa, ainda, o cabelo todo preto com uma mecha branca.
Depois do correio, o banco. Agora sou cliente vip. Pequeno consolo pelo stress profissional que têm sido os últimos meses.

40 dias, e contando, e agindo de olho nos sonhos.

beijos a todos, cuidem-se.

Martha Argel

terça-feira, 21 de dezembro de 2004

Dia de chuva, cinzento e frio. Que raio de verão tropical!

Ontem recebi um lindo presente: um cartão de Natal de minha prima que mora em Toronto. Gosto muito dela. O cartão foi pra baixo de minha linda árvore de Natal, junto com os outro dois que tinha recebido antes. Que coisa, já recebi três e não mandei nenhum. Os cartões não estão sozinhos no pé da árvore: fazem-lhes companhia dois pingüins-noéis, com direito a cachecol e gorrinho vermelho.

41 dias e contando. Beijos a todos

Martha Argel


segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

Planos que mudam como o vento. Bom demais erguer castelos de areia.

Algo curioso que aconteceu ontem: fui visitar meu peixe (sim, tenho um peixe, só ele e eu sabemos que pertencemos um ao outro; ele vive debaixo de uma cachoeira, e é o mais bonito do cardume) e no caminho vi uma coisinha estranha, escura, amorfa no meio fio, debaixo de uma palmeira. Fui olhar. Era um morceguinho morto. As formigas já tinha devorado pedaços de carne, da membrana da asa e a folha nasal. Ele era lindo, com listras brancas por cima e por baixo dos olhos, e outra pelas costas abaixo. O pelo parecia tão, tão macio, fino e delicado. Inaceitável um bichinho tão perfeito e tão morto. Eu queria estar enganada, quem sabe ele ainda vive, mas o estrago feito pelas formigas não deixava lugar a dúvida. Vontade de chorar. Chegando em casa, fui procurar nos livros. Acho que era um Vampyrops lineatum.

Faltam 42 dias, e contando.

Fiquem bem.

Martha Argel

domingo, 19 de dezembro de 2004

Decidi me libertar das amarras, e em minha cabeça já viajo. Penso em folhas avermelhadas pelo outono, o vento frio do inverno que se aproxima. Norte ou sul, tanto faz, quem sabe primeiro o sul, depois o norte. Ah, delícia, on the road. Backpack sem destino. Planos loucos, me embriago com gosto, como há muito não.
Redescobri os sonhos. Sou eu mesma, novamente. É bom sentir. Vida.
43 dias, e contando.

beijos de paralelo 43, qualquer deles.

Martha Argel

sexta-feira, 17 de dezembro de 2004

Bom dia, ou boa madrugada, sei lá.
Ontem passei por uma experiência interessante. Lá estava eu no trabalho, me entupindo de chocolate e suco de maracujá pra conseguir coexistir com a imbecilidade alheia, quando de repente soa um alarme estridente. Cacete, que que é isso?! Olhei para trás e vi a secretária se levantar e colocar o boné da brigada de incêndio. "Gente, é um exercício de incêndio, vamos sair todo mundo". "Porra", pensei, "e se não for um exercício?!". Não pensei muita coisa mais. Catei minha bolsa, o celular, e caí fora. Bem perto da minha baia tem uma saída de emergência. Não é que o povo ia passando reto pra ir até a outra ponta do andar, onde tem a escada do elevador?! Qué isso! Eu queria era sair o mais rápido possível dali. Abri as portas corta-fogo e já tinha um monte de gente descendo pela escada - o povo dos andares superiores. Me juntei àquele rio de gente e logo logo estava fora. Nenhum cheiro de fumaça, nenhum barulho além da sirene enlouquecedora. Era mesmo um exercício. Ainda bem, porque todo mundo ia saindo e se aglomerava na porta do prédio! O exercício demorou cerca de meia hora. Depois fui conversar com a secretária e perguntar como tinha sido. "Um sucesso. Mil e seiscentas pessoas saíram em dez minutos, sem correria." O único problema tinha sido mesmo as pessoas se aglomerando perto do prédio.
E pra mim? Também um sucesso, mas com uma ressalva: lembrei de carregar a bolsa e o celular, só que deixei minha pasta para trás. Ainda bem que era só um exercício.

beijos a todos, sempre tenham em mente onde está a saída de emergência mais próxima!

Martha Argel

segunda-feira, 13 de dezembro de 2004

Boa tarde.

A festa do Bloody Coven foi legal. Muita gente bonita, e a loja Vampiria está cheia de grandes tentações. Ganhei o CD do pessoal do The Forest e conheci o Maya, que trouxe para eu autografar o exemplar mais manuseado d' O Vampiro de Cada Um que eu já vi! Muito mais gasto que o meu próprio, que consulto a toda hora. Nossa, é emocionante ter a prova de que um fã é tão ardoroso quanto afirma!
Fora a ótima balada, o final de semana também valeu pelo fato de eu ter conseguido tocar adiante a revisão do Amores Perigosos. Não fiz muita coisa, mas fiquei satisfeita com o pouco que consegui.
Bom, o findi já era. Cá estou no trabalho e... NÃO AGÜENTO MAIS!!! Há dias estou me prometendo que NUNCA MAIS aceito coordenar projeto. A grana pode ser boa, mas não compensa o stress inerente à função, e nem a carga horária que me impede de escrever. E outra: ler um texto alheio é abrir uma janela para a alma do autor. A vista das janelas que tenho aberto é decepcionante. Não é legal conhecer os amigos tão a fundo. A gente perde o tesão pela amizade.
Só pra terminar com algo mais animado...
Saiu o FicZine número 3!!! É um número especial sobre mulheres superpoderosas. Minha vampira Lucila aparece em O certo e o necessário, mais uma vez abalando as convicções de Clara, sua amiga mortal. O zine traz, ainda, a vampira Maya, de Giulia Moon, em Perigosa Ilusão, além da heroína Velta, criação de nosso convidado especial Emir Ribeiro, no conto A convidada do vampiro. A capa é do próprio Emir, quadrinhista de mão cheia, e ficou bem bacana. O FicZine é distribuído nos eventos e noites de autógrafos de que participo. Quem quiser seu exemplar, fique de olho neste blog e apareça no próximo evento!!!

Beijos cansados a todos

Martha Argel

quarta-feira, 8 de dezembro de 2004

Oi, gente!

O fim de ano se aproxima e a correria continua. Vixe, tem horas que duvido que consiga chegar viva ao ano que vem!
Muita coisa boa acontecendo. Os leitores do Voando pelo Brasil já estão começando a entrar em contato. Minha lista de ornitologia está em seu auge, com mais de 550 associados, enquanto a outra, a de piadas ornitológicas, consolida-se como um canal livre de comunicação entre os pesquisadores. Estou conseguindo lentamente avançar na revisão do romance que, se tudo der certo, sai publicado no ano que vem.
Os problemas vêm na parte profissional, e não se referem a falta de trabalho ou de grana. Por esse lado tá tudo ok. A grande merda é ter de conviver com maus profissionais. O contato com gente boa e competente não é suficiente para neutralizar o stress de ter de lidar com quem não merece confiança.
Mas deixa pra lá.
A novidade deste post é a última noite de autógrafos do ano:
Sábado agora, dia 11, durante a festa Tributo ao Bloody Coven, no Hole, vou autografar meus livros de vampiros, o Relações de Sangue e O Vampiro de Cada Um. Vocês vão poder conhecer, ainda, meu último livro, Voando pelo Brasil.
Abaixo seguem as coordenadas da festa First Gathering of the Coven:

Sábado, 11 de Dezembro de 2004, às 23 horas
Hole Club: Rua Augusta, 2203 - Jardins, Sampa (perto Metrô Consolação)
Preço: R$ 15,00 (R$ 5 entrada + R$ 10 consumação)
Festa à Fantasia, promovida pela parceria da Loja Vampiria e Bloody Coven Bar.
Apresentação da Banda "The Forest"
Música dos anos 80.
Especiais: Lacrimosa & SnakeSkin
No Telão: Filmes Inesquecíveis de Vampiros
Apresentações de dança, perfomances, violão e voz
Stands:Giulia Moon & Martha Argel - Escritoras
Anne Rice BR & Mundo Vampyr
The Bloody Coven Bar - MemorabíliaLacrimosa Brasil Fan Club
Loja Vampiria

Organização: The Bloody Coven Bar & Vampiria


Beijos & queijos

quinta-feira, 2 de dezembro de 2004

Boa tarde.
Hoje estou rosnando e mordendo. Deve ser um daqueles lances de ciclo hormonal. Espero que seja, porque não desejo que este tipo específico de humor se mantenha ad eternum. Fiz várias vítimas e, querem saber? Não me arrependo da maioria delas, e algumas mereceriam até mais. Pelas dúvidas, evitem-me pelas próximas 48 horas.

Martha Argel

sexta-feira, 26 de novembro de 2004

Vixe, sei lá quanto tempo faz que não posto. Fico feliz em saber que, apesar de meu desleixo, vocês ainda continuam me visitando.
Aconteceu muita coisa desde minha última entrada aqui, coisas que eu deveria ter registrado à medida que iam acontecendo. Na verdade funcionou ao contrário: era tanta coisa rolando que deixei de lado a internet. Shame on me.
Um resumo breve.
Fiquei ruiva. De farmácia, mas ruiva. Estou feliz, feliz.
Eventos. De RPG, de animê, baladas góticas e até um congresso de ornitologia.
Trabalho. Muito trabalho.
Viagem. Estive em Blumenau. Cidade linda, comida ótima, gente acolhedora. E revi tantos amigos que há anos não via.
Publicações. Além de negociações para várias coisas que vão acontecer ano que vem, a grande novidade: o lançamento de meu livro Voando pelo Brasil, um livro sobre aves brasileiras, para crianças e para adultos que não perderam a capacidade de se encantar. Não vou ser modesta e dizer o que não penso: o livro ficou do cacete. Maravilhoso. Quisera eu ter algo assim quando era uma pirralha alucinada por bichos. Se quiserem saber mais, visitem o site do Neorama:
http://www.neorama.com.br/7_22nov04_3.html
Pra todo mundo que me visitou e deixou comentário: durante este final de semana pretendo responder a todos ou visitar blogs & sites.

beijos mil, prometo que vou tentar não sumir mais

Martha Argel

sexta-feira, 24 de setembro de 2004

Fantasia e Terror na MegaCon BR 2004!

Três escritores de Fantasia e Terror falarão sobre literatura fantástica amanhã, sábado, 25 de setembro, durante a MegaCon BR 2004, convenção de RPG e animês.

12:30 às 12:50 - "O vampiro de cada um", por Martha Argel, autora do romance "Relações de Sangue" e da coletânea de contos "O vampiro de cada um".

15:05 às 15:25 - "A influência da internet na literatura contemporânea", por Richard Diegues, autor do romance "Magia"

16:25 às 16:45 - "Literatura de Terror!", por Giulia Moon, autora das coletâneas de contos "Vampiros no Espelho" e "Luar de Vampiros"

As mini-palestras estarão intercaladas à programação super-agitada do evento. Das 10:00 às 18:00 os três autores vão estar autografando todos os livros em seu estande, e vão adorar se você aparecer por lá para bater um papo!
Haverá, ainda, sorteio dos livros de cada um, além da distribuição gratuita do zine FicZine, editado por Giulia e Martha.

Esperamos por vocês!

MegaCon BR 2004, dias 25 e 26 de setembro
RPG - vídeos - concursos - música - estandes - sorteios
Tendal da Lapa
R Guaicurus 1100, Lapa (ônibus a partir do Terminal Barra Funda do Metrô)

sexta-feira, 17 de setembro de 2004

Boa tarde!

Apesar de um enorme atraso, queria agradecer a todos vocês que me presentearam com seu carinho no dia de meu aniversário. Visitas no blog, e-mails, cartões, telefonemas e o carinho de quem esteve lá no Theatro dos vampiros. Valeu. Vocês transformaram um dia que começou muito mal numa data muito bacana. É bom ter amigos!
Se quiserem ver algumas fotinhos da balada, visitem o blog da Giulia Moon, http://giuliamoon.blogspot.com.

Eu no Círculo de Crônicas!
Uma página dedicada a meu livro O vampiro de cada um entrou no ar dentro do site Círculo de Crônicas, criado e mantido por meu amigo e escritor Richard Diegues. Dêem um pulo lá, leiam o texto e aproveitem para visitar o resto da página, que é muito boa. O Richard é um escritor talentoso e está aos poucos conseguindo seu merecido espaço na literatura de ficção.
Clique aqui e vá direto para a página onde está meu livro.

Em breve terei novidades sobre eventos em que participarei juntamente com a Giulia.

Beijos a todos, desculpem a correria...

Martha Argel

quarta-feira, 8 de setembro de 2004

Boa tarde a todos!

Trabalho, trabalho, trabalho... e detetives
Pois é, a coisa definitivamente esquentou no mercado da consultoria. Um trabalho atrás do outro, e mal dá tempo de atender a demanda, que dirá atualizar o blog. A literatura também anda esquecidinha, tadinha. E o diário do Suriname, versão completa, vai lentamente tomando forma.
Pelo menos tenho lido algumas coisas muito interessantes: O falcão maltês, de Dashiell Hammett, A dama do lago, de Raymond Chandler, e A voz do violino, de Andrea Camilleri. Sam Spade, Philip Marlowe, Salvo Montalbano, ai ai, estou fascinada por esses personagens. Pois é, continuo em minha fase de histórias de detetive (e algum dia vocês vão conhecer o meu!).

Meu aniversário no Theatro dos Vampiros!
Neste sábado, dia 11 de setembro, mais um ano se soma a minha idade. Pra tentar esquecer esse fato, vou afogar as mágoas e partir pra farra, e nada melhor do que uma baladinha gótica, bom som e muita gente produzida. Então tô esperando todo mundo no Theatro dos Vampiros, hein???

Theatro dos Vampiros:
Onde: Av. Celso Garcia, 2728 (perto do Metrô Belém)
Quando: 11 de setembro (meu aniversário), a partir das 22:30.
Informações: (11) 8155-5624, 8159-6458, 8116-8482
site oficial: http://www.themaozoleum.com/theatrodosvampiros
Presença de Giulia Moon, autografando seus livros!!!


A gente se vê por lá!!!

Beijos & queijos, e não esqueçam de tomar muita água porque nessa secura o corpo perde umidade e a gente nem sente.

Martha Argel

domingo, 5 de setembro de 2004

Boooom dia!
Estreando um computador novo que não sei direito como funciona. Será que os acentos saem todos no lugar certo? Será que vai dar pau? Já sei que não consigo ler os comentários por causa de um irritante programinha anti-pop up. Tetsuooooooooooo! Please help meeeee!
Pois é, um monte de coisas aconteceram desde que voltei do Suriname. Boas e ruins. Aqueles abacaxis, lembram? Ainda estou em pleno processo de descascamento, ou seria descascagem? Além disso, tenho feito inúmeras descobertas interessantes.
Entre outras coisas, descobri que podem ser necessárias três pessoas para segurar um cachorrinho de três quilos e meio, se ele estiver decidido a criar problemas.
Descobri também que andar de ônibus pode ser, em circunstâncias especiais, menos estressante que dirigir um carro.
Descobri que posso sobreviver com um banheiro pela metade e sem porta.

E descobri que não sei em quem vou votar pra prefeito. Ia votar na Erundina. Tá, confesso que estou desligada dessas coisas de eleição. Não sabia que o Quércia tava apoiando ela. Votar nesse vuduzão? Jesus amado!
Ah! E descobri quanta gente lê este blog sem se manifestar. Fico muito feliz com isso!!!
Pra quem me perguntou sobre a versão mais completa do diário da viagem ao Suriname: estou trabalhando nela, não me esqueci, não. O que acontece é que, entre consultorias e abacaxis, não tenho tido tempo nem pra respirar. Mas espero em breve carregar o arquivo na página Yahoo da minha lista de distribuição de notícias.
Ah, e antes que eu me esqueça: dia 11 de setembro (sábado) vou comemorar meu aniversário no Theatro dos Vampiros. No próxomo post dou as coordenadas.

beijos a todos!
Martha Argel


quarta-feira, 25 de agosto de 2004

Boa tarde

Já de volta a Sampa, e ao batente.
A viagem de volta foi looonga. Começou com uma espera de três horas no aeroporto de Paramaribo. Normal em se tratando de Suriname Airways, e uma excelente chance de observar os tipos físicos mais variados, e as roupas, penteados, jóias e sapatos mais bizarros que vocês possam imaginar. Fiz até uma amiga: uma coreana minúscula, três anos se tanto, que se materializava como por encanto a meu lado cada vez que eu tirava algo de dentro da mochila. Fazia um monte de comentários e, como eu não entendia nada, só podia responder com um sorriso estúpido. Seus principais interesses eram meu binóculo e o JC.
Por fim tomamos nosso vôo, rumo a Belém com escala em Caiena. Estava previsto o pernoite na capital paraense, pois só haveria vôo para o sul no dia seguinte. Se o vôo não tivesse atrasado, poderíamos ter desfrutado de um belo jantar em algum bom restaurante. Mas chegamos às onze da noite, mortos de sono e cansaço, e o máximo que conseguimos foram uns sanduíches à beira da piscina do hotel, com uma bela lua minguante brilhando entre a folhagem de esguias palmeiras açaí.
Putz, que maravilha entender o que as pessoas falavam, ler avisos e cartazes, ver tevê em português! Que delícia voltar ao país da gente.
Madrugamos para pegar a tempo nosso próximo vôo, que ainda não era para São Paulo. Mudamos de avião em Brasília. Aterrissamos em Sampa no fim da manhã, quase vinte e quatro horas depois de termos nos despedido dos donos do hotel em Paramaribo. Haja paciência!
Cheguei em casa sã e salva.
Um monte de desastres me aguardavam, mas não quero falar sobre eles.
Obrigada a todos que acompanharam mais esta viagem aqui por meu blog. Valeu a companhia.
Beijos & queijos, e cuidem-se.

Martha Argel

(respirando fundo pra colocar todos os abacaxis em fila e ir descascando um por um)

segunda-feira, 23 de agosto de 2004

Bom dia.
Tenho alguns minutos, poucos. Ultimo dia. Ainda temos que ir a alguns orgaos publicos reunir informacoes. Partiremos 'as quatro da tarde, as malas ja estao prontas e o cansaco atinge niveis alarmantes. O cheiro da cozinha, aqui do lado do computador me irrita.
Normal, ansiedade de fim de viagem.
Ontem o Ed nos botou em sua pick-up e nos carregou para o interior do pais. Depois de sair da area mais urbanizada, ao longo das estradas vimos vilas de crioulos, de amerindios e de maroons. Passamos por savanas de area branquissimas, resorts turisticos em meio 'a mata tropical e por fim chegamos a regiao de mata onde vivem os maroons, quilombolas com uma cultura propria, que constituem a maior parte da populacao do interior do pais.
Apos cerca de uma hora e meia de viagem, chegamos a gigantesca represa de Brokopondo. Visitamos todas as intalacoes, passamos por cima da barragem e minha vista se perdeu na vastidao do lago. Depois de quarenta anos, ainda ha um paliteiro das arvores mortas. O fechamento de Brokopondo foi um dos maiores desastres ambientais do mundo. Hoje o lago tem aguas verdes e nenhuma ave nas margens. Ja no caminho de volta, visitamos aldeias de quilombolas reassentados, e acompanhaos as belissimas aguas do rio Suriname, com as kankantries, imensas arvores sagradas, se destacando imponente acima de matas e vilas.
A viagem foi linda, impressionante, e deu o que pensar.
Mas algum dia a gente conversa sobre isso. Agora tenho de correr.
Nos lemos no Brasil!

beijos
Martha Argel
(dando adeus aos restos mortais do mosquito esmagado na tela. Nunca mais vou ve-lo!)

domingo, 22 de agosto de 2004

Fa un de? (em Snaram Tongo, "como estao todos?")

Ontem, a Ana e eu conseguimos um tempinho para dar uma volta pela cidade, enquanto o Mario e o Gabriel continuavam trabalhando nos relatorios. Do meu ponto de vista, excelente divisao de tarefas!
Nosso guia nativo foi Soekirman Moeljoredjo, nome um tanto complicado para nossos cerebros cansados. "Podem me chamar de Molho, era como o pessoal me chamava no Brasil". Molho e' descendente de javaneses, e morou sete anos em Recife, onde se formou como engenheiro de pesca. Um cara inteligente e com um senso de humor incrivel, que nos confessou que mesmo tendo voltado do Brasil ha' cinco anos, ainda nao se readaptou a seu Pais. De fato, apesar do sotaque forte, enquanto conversavamos com ele eu tinha de ficar o tempo todo me lembrando de que ele nao era brasileiro.
Molho nos levou para andar pelo centro de Parbo, que nos sabados de manha e' um inferno de agitacao e congestionamentos. Entramos nas lojas para que a Ana visse que tipos de produtos sao oferecidos e tivesse ideia dos precos, e acabamos caindo numa loja de souvenirs para turistas. So que faltavam dez minutos para fechar, e nao consegui comprar quase nada, foi uma correria para localizar esse ou aquele item que costumo levar como recordacao, e depois de pagar foi descobrindo outras coisas interessantes. Chance perdida, fazer o que...
Tirei dezenas de fotos, e claro que JC, o Pinguim Viajante, esta' em muitas delas. Num dado momento, eu estava tirando uma foto particularmente bizarra (alguma hora voces vao ver!), e um onibus parou a meu lado para que os passageiros pudesse observar com mais cuidado minha atividade. Alias, foi no mesmo lugar onde, logo nos primeiros dias, depois de uma foto do JC na frente de uma mesquita, fui praticamente perseguida por um casal numa moto, que subiu na calcada para perguntar se o pinguim era de verdade.
Depois da uma da tarde, a cidade morre. No caminho de volta para o carro, as ruas que estavam apinhadas no meio da manha agora estavam totalmente desertas. Calorao danado. Cenario de filme tropical. Decidimos ir comer algo na beira do rio, no mesmo lugar onde ja' tinhamos comido de outras vezes. Alias, nao parece haver muitas opcoes na cidade, e nenhuma delas e' barata.
Novamente comemos comida javanesa, e nao vou me lembrar do nome de nada. Tinha uns espetinhos de frango, camaroes e bananas empanadas. Aproveitei para tirar fotos do JC 'a beira do rio Suriname, e juntou um monte de criancas ao redor. Claro que nem eu nem elas iamos perder a chance, e no fim fiz lindas fotos da galerinha abracada ao pinguim.
De volta ao hotel, o resto da tarde foi reuniao de trabalho. So pra variar.
Hoje, domingo, teremos uma programacao diferente. Daqui a pouco passam pra nos pegar e vamos conhecer um pouco do interior do Suriname, desta vez por terra.
Amanha sera' nosso ultimo dia no pais. Espero conseguir postar. Se nao conseguir, o proximo post ja sera em terras brasilicas.

Daag! (isso e' tchau, em holandes)

Martha Argel

sábado, 21 de agosto de 2004

Goeie Morgen!
Os ultimos dias foram um loucura de reunioes, encontros, conversacoes e, inevitavelmente, atrasos. A quantidade de orgaos publicos, ONGs, autoridades e pessoas-chave que visitamos foi enorme. Acho que conversamos com meia populacao do Suriname, e levantamos toda a bibliografia e documentacao existentes no pais.
Ontem consegui colocar um ponto final em minha lista de contatos indispensaveis. Fora um no' cego que se recusou a me receber (infelizmente um no' cego crucial, mas isso a gente resolve depois), correu tudo bem, dentro das expectativas. Assim, pra todo voces ai' que tiveram de aguentar minha TPV (tensao pre-viagem): no final das contas foi como voces disseram, acabou tudo bem. Obrigada pela paciencia e pelo incentivo (e muitas vezes por me dar uma dura).
Consegui me virar bastante bem em ingles. No comeco, a coisa tava dificil, mas aos poucos a gente vai lembrando as palavras, vai copiando o que os outros dizem, incorporando os termos certos pra usar na hora certa e ai' fica tranquilo.
Entre uma reuniao e outra, sempre sobrava tempo para algum detalhe curioso ou engracado,
Ou dramatico, como e' o caso do transito. Caotico. Infernal. Incompreensivel. Como e' que um pais com menos de meio milhao de habitants consegue ter congestionamentos tao... permanentes?! Eles estao la' o tempo todo. Voce numa agonia do caramba, atrasado pra um compromisso e num calorao equatorial, e a rua totalmente entupida de carros velhos e novos, bonitos e horrorosos, com direcao na esquerda ou na direita, ao gosto do fregues. Conselho: aja em Parbo (e' como eles proprios se referem 'a cidade de Paramaribo) como em Sao Paulo: nunca saia pra uma reuniao com menos de meia hora de antecendencia (ou mais se for horario de pico, que a gente nao sabe exatamente qual e').
Pegar um taxi em Parbo e' um desafio. Os taxis nao trazem qualquer identificacao e e' impossivel distingui-los dos outros carros. Voce tem de procurrar uns barracos decrepitos com uma placa escrita TAXI na frente. Eles estao por toda parte, menos nos lugares onde voce precisa. Quando chove - e cai um aguaceiro todos os dias de tarde - eles tambem desaparecem. Ha' outras duas opcoes: (1) voce pode andar com a carteira recheada de cartoes de taxistas, e quando voce ligar nenhum deles vai atender, ou (2) voce pode fazer cara de desepero e pedir a qualquer pessoa que esteja por perto que te consiga um taxi, e ai' ela vai olhar para os lados, confusa, e tambem nao vai saber o que fazer, mas pelo menos agora voce nao vai estar sozinho se desesperando.
Os motoristas de taxi sao umas figuras. Absolutamente todos falam um ingles ininteligivel que deve ser um dialeto proprio dos taxistas surinamenses. Outro dia pegamos um sujeito gordo, com chapelao negro de feltro, cujo cartao de visitas anunciava, orgulhoso, Midnight Cowboy. Seu carro anterior havia sido um Cadillac, que ele teve de vender porque nao cabia mais nas ruas apinhadas de Parbo. Agora tinha um carro "menor", um BMW que nem por magica caberia na garagem da minha casa!
Depois de uns dias tentando entender os complicados caminhos que levam do hotel ao centro, peguei o costume de acompanhar o trajeto com um mapinha que consegui no Torarica, o hotel chiquitissimo da cidade. Nao tem um taxista cujo olho nao cresca pra cima de meu mapa. Assim que o veem, o efeito e' imediato, e comecam a me tratar com um respeito e uma admiracao comoventes. Teve um com quem puxei papo antes de sacar o mapa. Falei como a cidade era interessante e como o povo era friendly (amigavel, simpatico). Entao tirei o mapa da pasta e o sujeito se derreteu todo quando comecei a perguntar o nome das ruas em meu holandes horroroso. A partir dai', a cada rua que cruzavamos ele dizia o nome, esticava o pescoco para olhar o mapa, olhava na minha cara e perguntava "Did you find it?" (achou?), tudo isso numa fracao de segundo que nao me dava margem nem pra respirar, e invariavelmente minha resposta era not yet (ainda nao). Na verdade eu ainda nao tinha procurado porque estava olhando para a frente pra ver se nao vinha algum carro de encontro ao nosso, afinal alguem tinha de olhar para a frente, e cara estava ocupado demais examinando meu mapa. Foi assim o caminho todo. Quando chegamos saos e salvos a nosso destino, a universidade, o homem me presenteou com um tremendo sorriso e perguntou "Was I friendly?". Sim. Muito. Demais.
Bom, ainda tem muita coisa pra contar, mas vou deixar pra depois. Se eu nao tiver condicoes de postar aqui, vai estar tudo numa versao mais longo deste diario, que pretendo disponibilizar, depois da volta, na pagina Yahoo de minha lista de distribuicao de noticias e textos.

Bye, bye

Martha Argel

quarta-feira, 18 de agosto de 2004

Boa noite.
Sobrevoei o Suriname!!! Foi uma das coisas mais incriveis que ja fiz na vida. Horas e horas vendo a floresta la embaixo, seguindo rios sinuosos, sobrevoando pistas de pouso perdidas no meio do nada.
Nosso aviao era de dez lugares e estavamos em cinco passageiros: a Ana, eu e tres gringos da companhia que nos contratou. Por causa do barulho, usavamos tampoes de ouvido. A comunicacao estava uma beleza! Mas bem ou mal, conseguimos nos localizar durante todo o sobrevoo -- eu ia acompanhando pelo GPS dos pilotos e por um mapa de navegacao aerea, e ia fotografando tudo o que podia com uma camara digital da empresa e a minha.
Putz, nao vou ter tempo para descrever a viagem. Daqui a pouco temos um jantar num restaurante javanes, com os mesmos gringos que viajaram conosco (com quem, alias, passamos a tarde reunidos, discutindo o projeto). Afff, estou um caco, so quero a minha cama. Mas quem sabe tem gado gado nesse restaurante!

beijos a todos

Martha Argel
P.S. nao pensem que sai' de maos abanando para o sobrevoo da floresta; levei um kit de sobrevivencia na selva: isqueiro, garrafa dagua, comida, repelente, um espelho. Tudo improvisado, mas levei. Seguro morreu de velho, ne? Nao precisei usar nada. Ainda bem!

terça-feira, 17 de agosto de 2004

Vixe, so posso dizer que estou muito feliz por este dia ter terminado. Foi um saco. Um monte de blablabla, apresentacao aqui, apresentacao ali, e la se vai um dia inteiro que eu podia muito bem ter usado pra conseguir as informacoes que preciso.
Exausta. Nao tenho muito a dizer, a nao ser que o jantar foi fantastico. Um peixe com curry e vegetais, que comi com roti, o pao indiano, que tem o aspecto de uma panqueca e que voce recheia com a comida, enrola e como com a mao. Acompanhando a comida, tomei um refrigerante esquisitissimo, cor de rosa e a base de gengibre, que desce queimando a garganta.
Apesar da refeicao excelente, estou meio deprimida porque tem taaaanta coisa que ainda quero fazer e nao consigo.
Amanha vou fazer um sobrevoo da area do projeto. Fiquem torcendo pra que tudo de certo.

kusjes (beijos, em holandes)

Martha Argel

segunda-feira, 16 de agosto de 2004

Rapidinho.
To morta de cansaco, o dia foi pauleira, um entra-e-sai de instituicoes publicas, entidades privadas e ONGs, reuniao atras de reuniao, um compromisso depois do outro. Afff, chegou uma hora que ja nao saia mais nada em ingles.
O povo aqui e muito simpatico e prestativo, imaginem so: voce trabalha num ministerio e uma fulana que voce nunca viu na vida chega, se apresenta, te da um cartaozinho chinfrim, te pede um monte de informacao complicada e... voce da! Ainda por cima e' gentil e se oferece pra fazer uma puta pesquisa e passar uma porrada de dados mais tarde. Da pra acreditar???
Num determinado ministerio foi inacreditavel: a chefe nao-sei-do-que estava passando umas estatisticas pra gente, de repente mostra um documento para a Ana e diz: "Esse aqui eu nao posso deixar voces xerocarem porque a gente vai mostrar pro ministro daqui uns dias, e' uma analise que nem ele viu". Uau.
Nao sei se eu ja disse que os horarios aqui sao bem estranhos: o povo comeca a trabalhar as sete da manha, e as duas da tarde ja nao tem mais ninguem nas reparticoes! Ficamos imaginando o que e' que esse povo faz depois que volta pra casa. Dorme?
Pois entao, trabalhamos ate que o ultimo ministerio fechou e ai que remedio senao bater um pouco de perna pela cidade. Acabamos indo comer num tipo de galpao com um monte de botequenhos fuleiros e imundos, na beira do rio. Escolhemos a esmo, e acabamos num lugar de comida javanesa. pedi gado gado e eles nao tinham, e acabei comendo uma salada de verduras cozidas com uns espetinhos de frango. Veio o tal molho de amendoim que a gente tinha usado ontem no gado gado e que eu tinha adorado porque nao era apimentado. Puta que o pariu! Este daqui era literalmente fogo! Fiquei com a boca toda ardendo, mas que era uma delicia, era.
Depois de comer, passamos por uma loja de artesanato maroon. Ja falei dos maroons aqui, sao os quiolombolas locais. Acabei comprando um prato de madeira entalhada, muito bonito, de uma etmia chamada saramacca.
Ai voltamos pro hotel e estivemos ate agora pouco colocando as informacoes em ordem. A unica coisa que quero agora e' uma cama!!!
Amanha devo fazer a tal apresentacao do projeto pra uma plateia seleta, e ja estou morrendo de nervoso de novo...

beijos a todos, fiquem torcendo pra tudo dar certo pra mim!

Martha Argel

domingo, 15 de agosto de 2004

Goeie avond! (Boa noite, em holandes)

Domingao, dia de descanso? Naaaao! Passamos quase todo o dia organizando as informacoes obtidas e planejando as acoes de amanha e depois. Vejam bem: quase todo.
Algumas horas foram passadas esperando, com muita paciencia (que outro remedio?) que o garcom nos atendesse, num restaurante javanes. Um lugar bonito, num bairro semi-rural, com muita vegetacao exuberante ao redor, e a ja costumeira miscelanea etnica nas mesas vizinhas. Claro, com um predominio evidente de javaneses.
Foi engracadissimo. Quase nao ha restaurantes abertos no domingo, e era esse ou nada. Chegamos la, nos sentamos, e depois de uns dez minutos chegou o menu. Quem diz que entendemos alguma coisa??? Tava tudo em javanes! Depois de uma meia hora, conseguimos que um garcom, um rapazinho javanes lindo de morrer, chegasse em nossa mesa. Perguntamos se ele podia nos ajudar e... ele nao falava ingles! Putz, assim ficava dificil. No fim, pedimos que ele escolhesse quatro pratos que ele achasse que gostariamos. Ele escolheu um Nasi Goreng, e entendemos que era arroz frito com frango; um Nasi Koening, arroz amarelo com frango; e Bami goreng, macarrao com frango. Aparentemente todos os pratos ali levavam frango. Como ele estava na duvida, acabamos escolhendo o quarto prato, sem saber o que era e sem conseguir entender a explicacao dele, so porque tinhamos achado engracado o nome e tinhamos discutido sobre o que seria: Gado gado. Aventamos a hipotese de que seria um monte de bifes... Ele olhou meio na duvida, mas concordou. Confesso que fiquei preocupada com o que seria o tal gado gado. Demorou mais ou menos uns 45 minutos, uma hora pra vir toda a comida. Tempo suficiente para nos preocuparmos 'a beira da obsessao sobre o quao apimentado seria tudo aquilo.
Quando chegou a comida... era tudo uma delicia. Pouquissima pimenta, tudo saboroso, o tempero do frango muito gostoso, adorei o arroz amarelo. Mas o melhor de todos foi o tal gado gado, que vinha acompanhado de um molho especial de amendoim, muito bom mesmo.
No fim das contas, valeu muito a pena ter ido la.
Amanha vai ser um dia corrido, por isso estou postando agora; espero conseguir postar no final da tarde.

Beijos a todos!

Martha Argel
P.S. So lembrando que nao consigo visualizar a caixa de comentarios aqui neste computossauro (ainda com o mosquito esmagado no canto da tela, e' nojento mas nao consigo tira-lo); quem quiser comentar algo, por favor escreva pra titaargel@ig.com.br. Dank!
Goede dag.
Aha!!! Aproveitei que nao tem ninguem olhando e limpei a tela do computador. Agora posso enxergar um pouco melhor. So nao consegui tirar o mosquito esmagado no canto inferior esquerdo, mas tudo bem, ele nao incomoda muito.
Sol danado la fora.
Ontem, tivemos uma manhan de trabalho intenso. Finalmente nos reunimos com alguem da empresa que nos contratou, o big boss por aqui, natural de algum lugar no meio do Caribe, um homem jovem, simpatico e extremamente inteligente. Depois chegou outro peixe graudo, um belga muito eficiente e amavel. Caramba, acho que estamos virando os maiores especialistas mundiais em Suriname!
Terminadas as reunioes, saimos para dar uma volta pelo centro da cidade, finalmente, pois nosso hotel esta nas aforas, lugar lindo mas longe da agitacao.
Sabado de manha, a cidade estava num movimento danado. Transito caotico, pedestres se enfiando por todos os cantos, aquele ar caribenho pero no mucho por conta das arquitetura tao peculiar. A cidade tem um aspecto decadente, que nao eh apenas impressao. Construcoes e infraestrutura comecaram a se deteriorar com a partida dos holandeses (ha quase quarenta anos!). Aparentemente, a independencia nao foi um bom negocio para o pais.
Fomos a uma livraria bonita e fiz uma aquisicao fantastica. Tem algum ornitologo por ai? Comprei o livro do Haverschmidt, Birds of Suriname, segunda edicao, publicada aqui em Paramaribo (!!!). Um livro espetacular, do porte do livro do Sick. Invejem-me! Acho que ninguem tem esse livro no Brasil. As ilustracoes sao maravilhosas. E como a sobrecapa estava rasgada, ainda tive 20% de desconto! Mesmo assim doeu pagar. Mas eh MEU, MEU, MEU!
Almocamos com um outro brasileiro, um paulista que eh representante da nossa empresa. Outra cena de filme da decada de cinquenta: mesa na varanda, comida apimentada (frango, arrox, feijao, salada, parece banal, mas o lance eh o tempero), la fora a chuva passageira caindo sobre a vegetacao luxuriante, e na conversa, a condicao social, politica e tecnica do pais sintetizada de forma admiravel. "Nosso homem em Paramaribo", nao parece nome de filme?
Depois de comer, conhecemos o Hotel Torarica (acento no primeiro A), um sonho tropical, enormes gramados e jardins com palmeiras e flores, decoracao com muita madeira entalhada por indios e maroons, e a velha duvida: elas sao mesmo assim ou tentam corresponder aos sonhos e estereotipos esperados pelo turista europeu?
De volta ao hotel, feliz com minha aquisicao, sai para dar uma banda nos arredores nosso hotel. Bairro de casas lindas, pelo visto de bom padrao, com muita muita muita vegetacao. Observei algumas aves, mas nada de novo, sao bichos comuns em Sampa & arredores. Fiquei impressionada com a quantidade de cachorros. TODAS as casas tem pelo menos dois peludos, varias tem tres ou quatro. Tudo viralata, exceto por alguns dobermans e rottweilers. Eles fazem a vigilancia de casas muito envidracadas, amplas e cercadas por cercas baixinhas ou sebes de arbustos floridos. Tudo permeado pela sempre-presente sensacao de abandono. Bonito e tropical.
De noite, no jartar, cheguei a conclusao de que estou comendo demais e me exercitando de menos, e resolvi moderar, pra nao ter de sofrer quando voltar a casa.
Agora preciso ir encontrar com o pessoal para tomar o cafe (sim, sim, vou me controlar!).
Ate amanha, tenham um bom domingo.

Martha Argel

sábado, 14 de agosto de 2004

Bunde! (isso e' "bom dia" em snaram tongo)
Acordei com os bentevis cantando do lado de fora de minha janela. Parece que certas coisas nunca mudam...
Pois e'. O dia ontem foi brabo, primeiro o stress de tentar marcar ao menos alguma reuniao que valesse o dia e depois, quando finalmente conseguimos, o stress de fazer tudo direitinho. Para minha extrema alegria, o primeiro contato foi logo de cara com um ornitologo. Ueba. Eu podia nao ter muita seguranca quanto ao idioma, mas pelo menos o assunto eu dominava.
No fim, ate que foi legal, tenho a impressao de que meu ingles vai aos poucos se desenferrujando e se desenrolando, e a comunicacao vai se fazendo mais facil.
Boa parte do dia se passou dentro de ambientes fechados, mas durante as viagens de taxi deu pra ver um monte de coisas. Eu quase ficava enjoada de tanto virar a cabeca de um lado para o outro, tentando ver tudo, absorver tudo.
Pra mim, Paramaribo e linda. Nosso hotel esta afastado do centro, e a vizinhanca e' incrivelmente verde e luxuriante, cheia de flores e plantas de folhagem vicosa. No trajeto ate o centro, cada esquina e' um susto, por conta da mao de conducao invertida. Os carros viram nos lugares errados, aparecem de onde menos espera, e voce sempre fica om a impressao de que vai vir um onibus e te pegar de frente porque, afinal, voce esta na contra-mao! As ruas sao estreitas, praticamente nao vi avenidas, e o trafego e uma loucura, super-intenso. O centro da cidade e' a coisa mais pitoresca que ja vi, com a arquitetura em madeira, a profusao de varandas que 'as vezes faz lembrar aquelas cidades de velho-oeste estadunidense, a vegetacao sempre muito verde e abundante e o predominio de gente de pele escura (de todas as etnias possiveis e imaginaveis).
Como tem gente bonita aqui! Negros, mulatos, indianos, gente com tracos orientais que nao da pra saber de que origem sao, loiros, de tudo. As misturas sao incriveis. A gente costuma achar que Sao Paulo tem todas as racas imaginaveis, e e' esquisito ver tantos tipos fisicos com os quais nao estamos familiarizados. Tenho de me controlar principalmente com relacao aos indianos, que acho tao bonitos. Minha tendencia e ficar encarando. Ontem de noite, no restaurante, havia uma enorme familia de origem hindu e eu ficava o tempo todo observando-os de rabo de olho. O, falta de educacao!
A Ana, uma da minhas companheiras de viagem, que ja rodou meio mundo, disse que nunca tinha visto nada parecido, e eu concordei. Nao e' Europa, mas tambem nao e' nada do que eu conheco como America Latina. Acho que e' Caribe. Eu nao consigo deixar de me imaginar, o tempo todo, num daqueles filmes do James Bond com o Sean Connery, em que ele vai para a Jamaica. Acho que e' bem isso.
Quanto 'a comida: eles adoram pimenta!!! No jantar comemos um frango com curry que estava uma delicia, mas minha boca ficou pegando fogo. No almoco tinhamos comido uns salgadinhos. Achei engracado que tinha algo parecido com uma empadinha, mas nao comi, acabei escolhendo um enroladinho de carne, gostoso e, claro, apimentadinho. Para beber, em geral peco suco de laranja, na esperanca de que venha algo parecido com o que tomei no aviao, mas sempre me trazem algo que deve ter vindo da Holanda numa embalagem tetrapak. Na janta, peco outra coisa: Parbo. E' a cerveja local. Fiquei fan (imaginem so, eu que nao gosto de cerveja...). Na lingua local, cerveja e' "biri".
Hoje temos algumas reunioes marcadas para a parte da manha. Tomara que sejam produtivas. E tomara que sobre um tempinho 'a tarde para voltar ao centro e ver um pouco da paisagem.

Heb een goede dag! (isso e' "tenham um bom dia" em holandes)

Beijos

Martha Argel

sexta-feira, 13 de agosto de 2004

Ca estou, em Paramaribo (eles pronunciam ParaMAribo, com a enfase no ma). Pra variar, problemas de acentuacao. Estou escrevendo off-line, num word-pad que me deixa maluca, uma unica e longa linha. A tela do computador tem a camada de poeira mais grossa que eu ja vi, e embaca todas as letras. O inferno dos escritores deve ser mais ou menos assim. Paciencia.
A viagem foi longa, interminavel, um entra-e-sai em aeroportos e avioes. Primeira etapa: Sao Paulo - Brasilis. Parecia que apenas nos nao estavamos de camisa social e terno preto. Segunda etapa, Brasilia - Belem, e a mudanca na clientela foi radical. Agora todos tinham cara de ambientalistas xiitas. A meu lado viajou um rapaz que desenvolve sites na internet que ia para uma apresentacao em Macapa. Provavelmente um nerd, bonitinho e sempre cheio de assunto. Conversamos bastante, e a viagem foi agradavel.
Foi em Belem que comecaram as novidades. Primeiro, o calor. Que delicia, depois do longo e frio inverno que se instalou em Sampa! Em seguida, o balcao da Surinam Airways, onde fomos cercados por gente que falava frances. Passageiros rumo a Caiena, na Guiana Francesa, onde fariamos escala. Ao passar pela policia federal, uma outra novidade: meu recem-tirado passaporte e inaugurado... com um carimbo do Brasil! Nosso voo saiu *apenas* meia uma hora atrasado. Bem-vindos ao ritmo amazonico. Parece que tivemos sorte. Durante a a espera, encontramos o Ed, um surinamense que tem ajudado o pessoal da empresa por aqui. Ok, consegui me comunicar, meu ingles esta enferrujado mas nada que um ou dois dias nao deem jeito.
Outro fato inusitado: viajamos de classe executiva! Hum, minha primeira vez tinha de ser pela Surinam Airways? As poltronas eram mais largas e nos serviram um suco gostoso, que nao consegui identificar (era de "surinamese orange", que ja me disseram que tem o tamanho de um melao grande ou uma melancia pequena!), and that`s all. Serviram algo para comer (parece que na economica nao servem), e era exatamente isso: "algo", um sanduiche seco de peixe (?!), com rodelinhas ressecadas de pepino e tomate (gostoso). Mas quem liga pra isso? Eu estava numa janelinha, e la embaixo passaram o rio Amazonas (imenso), a ilha de Marajo (interminavel), de novo o rio, e entao o que suponho que foi o vastissimo nada do Amapa. Voamos junto a costa, e era uma visao interessantissima, a "terra" - suponho que na verdade tudo manguezal - a linha da costa bem delimitada, e entao uma faixa de agua barrenta antes do mar azul escuro. Incrivel: a agua salgada nao chega na praia, a agua que banha a costa e agua doce, do rio Amazonas (situado centenas de quilometros a leste). Eta rio poderoso!
E depois do voo cheio de belas imagens... pousamos em Caiena! Muito mato, calor e quase todos os passageiros desceram: a maioria negros falando frances, mas tambemm alguns brasileiros, uma familia loirissima - pai, mae, cinco filhos - que em Belem falavam algo ininteligivel mas que agora tambem usavam o frances, turistas que poderiam ser de qualquer lugar. O voo continuou viagem quase vazio, e por fim chegamos a Paramaribo quando ja escurecia.
Eu estava exausta, depois de viajar o dia inteiro.
Fomos recebidos no aeroporto de Zanderij (algo assim) por nossos motoristas - iriamos em dois carros. O nosso era um rapaz bem negro com uma camisa estampada com oncas e folhagens de cores berrantes.
Ok, primeira licao: os carros andam pelo lado esquerdo. Segunda licao: nao seja pedestre no Suriname. Nao ha calcadas. Terceira licao: nao ha nada igual ao Suriname em nenhum outro pais da America Latina, e provavelmente do mundo!
O longo caminho do aeroporto a capital, uns 30-40 km (pergunta: porque tao longe? resposta: o aeroporto foi construido durante a segunda guerra e foi adaptado depois, nao quiseram gastar grana num novo) me revelou, apesar da escuridao, uma arquitetura particular, muitas casas de madeira, a maioria de dois andares, espalhadas por uma paisagem ainda cheia de restos de matas. Lindas as casas, grandes, espacosas. A medida que chegavamos perto da capital, a paisagem ficava mais e mais urbana: dezenas de "bar and restaurant", todos com nomes chineses. Tambem dezenas de supermercados chineses, e a palavra se escreve de tres jeitos diferentes: supermarkt, supermarket e supermarkeet. Pais maluco, suponho que seja, respectivamente, holandes, ingles e takitaki (os idiomas usados aqui).
E as mesquitas!!! Quando cheguei a 10 parei de contar.
Bom, por fim chegamos a nosso hotel, o de Luifel, simpatico e com uma comida deliciosa - comi uns camaroes que voces nao acreditam!
Dormi como uma pedra.
Hoje ainda nao sabemos o que fazer. Aparentemente nao temos compromissos marcados, o que e um contratempo, e tempo perdido, mas vamos ver o que podemos fazer.

Ate a proxima, cuidem-se.

Martha Argel, por enquanto feliz com o calor...

quarta-feira, 11 de agosto de 2004

Ok, cá estou eu, véspera de viagem e ainda no escritório, quase oito e meia da noite, ainda arrumando o material pra viagem.
Viagem de trabalho é isso aí.
O vôo é (quase) madrugador, sete e pouco da manhã. Viajaremos o dia inteiro. Vai ser um loooongo dia... Não sei se conseguirei escrever aqui. De qualquer forma, o próximo post já será em Paramaribo, sem dúvida cheio dos costumeiros problemas com teclados estrangeiros.

beijos a todos, cuidem-se e até breve!

Martha Argel

terça-feira, 10 de agosto de 2004

Eu de novo, em edição extraordinária.

Hamartia, aviões e belas imagens

Saiu na Folha de hoje, na página E5 da Ilustrada, uma matéria sobre o filme Hamartia - Ventos do destino, do diretor e roteirista Rondon de Castro (muitos de vocês já me ouviram falar dele, né?). Rondon é professor da Universidade de Santa Maria (RS) onde também montou um núcleo de cinema muito ativo.
Vai ser o primeiro filme brasileiro a ser rodado em instalações da FAB, e uma das grandes estrelas é o avião AMX, que segundo o Rondon é o avião mais bonito que existe. O filme não é tipo aventura com pilotos gostosões, mas intimista, centrado em emoções e, claro, cenas aéreas. Vai ser rodado em várias bases pelo país, inclusive na Amazônia, e promete imagens incríveis, inclusive da destruição de uma pista clandestina usada por traficantes.
Outro dia vi as provas dos cartazes e da capa do vídeo. Acreditem, o material está MARAVILHOSO!!!!
Não vejo a hora do filme estar pronto. Fiquem de olho, quando estiver nos cinemas, não deixem de ir. Quem sabe vamos todos juntos????

beijos, cuidem-se

Martha Argel,
arrumando as malas, a viagem ao Suriname começa depois de amanhã

segunda-feira, 9 de agosto de 2004

Bom dia, todos.

O frio voltou a se instalar em Sampa, mas não sofrerei com ele por muito tempo.

Na quinta-feira começo minha viagem ao Suriname. Tomarei um vôo rumo a Belém, e aí tomarei o avião de uma empresa surinamense, com destino a Paramaribo, a capital do País.
Com cerca de 250 mil habitantes, Paramaribo é a maior cidade do país, e concentra mais da metade de sua população.
A composição étnica do Suriname é a mais excêntrica possível: 37% de paquistaneses, 31% de crioulos (= nativos) ou "surinameses", 15% de indonésios, 10% de maroons (mais ou menos o equivalente a quilombolas, descendentes de escravos fugidos), 2% de chineses, 2% de ameríndios, 1% de europeus e 2% de "outros".
Fala-se holandês lá, mas a língua mais usada é um dialeto cujo nome ainda não sei ao certo: em diferentes sites, enciclopédias e documentos é chamado de "surinamês", "taki-taki" ou algo como "sranam lango" (não estou bem certa se é isso).

Bem, por enquanto é só. Vou tentar manter o diário online da viagem, mas não estou certa se encontrarei internet fácil em Paramaribo, ou se minha agenda me permitirá.

abraços a todos, torçam por mim (estou realmente ansiosa)

Martha Argel

domingo, 25 de julho de 2004

Bom dia, que frio!
Há muito tempo, anos até, eu não tinha uma rotina bem estabelecida, com local e horário certos para trabalhar, e os fins de semana só para mim.
Na última semana tive de me acostumar a minha mesa, meu novo computador e a um ambiente compartilhado com mais de uma centena de pessoas. Por enquanto está bom: saio de lá e deixo todos os problemas e urgências para trás, pego o trânsito com resignação porque não tenho pressa em chegar, e com isso tenho tempo para pensar na vida. Eu estava precisando disso. E estava precisando de um salário fixo no final do mês.
Quanto tempo vou agüentar? Pouco, é claro. Sempre foi assim e não vai mudar agora. De qualquer forma, o projeto tem menos de um ano e meio. Vai dar tudo certo.
Por enquanto, além de tomar pé no projeto, uma tarefa hercúlea por se tratar de um país sobre o qual eu não sabia nada (quem aí sabe levente a mão), minha atenção e minha ansiedade estão concentradas na viagem à capital do Suriname, Paramaribo. A contagem regressiva já começou, estou renovando o passaporte e viajo em duas semanas.
Alguém aí tem um dicionário português-holandês-português pra me arranjar???

beijos a todos, tenham uma boa semana e façam coisas que valham a pena.

Martha Argel,
(de momento deixando que os vampiros descansem tranqüilos em suas criptas)

terça-feira, 20 de julho de 2004

Bom dia. Meu computador decrépito e semidecomposto está cada vez mais incompatível com o Blogger. Algum dia eu sumo, todo mundo vai achar que morri, me casei ou fui embora para o Suriname, e vai ser simplesmente que não consigo acessar o site.

Minha turnê por São Bento do Sul terminou muito bem, com direito a coletiva de imprensa (imaginem só, na mesa das "celebridades", junto comigo [ah!] estava um dos políticos mais inconfundíveis deste país, o Espiridião Amin!), almoço oferecido pelo prefeito, gentilezas e convites por toda parte e um bando de crianças pedindo autógrafo. Vixe!
Voltei pra Sampa num ônibus confortável, com um sujeito roncando como uma moto-serra com ataque de asma. Um terror. Saí de Santa Catarina quando a temperatura despencava, mas não escapei do frio, pois ele chegou logo atrás de mim nesta terra da garoa gelada.

Neste momento, estou toda encapotada, pronta para dar um pique num laudo de fauna que estou terminando. Depois disso, tenho um desafio enorme pela frente: começar a decifrar um país incrível, multirracial, paupérrimo onde, se tudo correr bem, estarei desembarcando em menos de um mês. Ou vocês acham que eu estava brincando quando falei em ir para o Suriname?!

beijos & queijos, cuidem-se, e cuidado com a gripe!

Martha Argel

quinta-feira, 15 de julho de 2004

Bom dia a todos. Estou neste momento em um aconchegante hotel em estilo alemão, na bonita cidade de São Bento do Sul, Santa Catarina. Ainda bem que aproveitei para caminhar um pouco de manhã, porque agora chove lá fora.
Gente hospitaleira, comida maravilhosa. Tem muita coisa boa nesse Brasilzão de meudeus, basta a gente abrir os olhos, enxergar e deixar de lado a mania de só ver o que é ruim em nosso povo.
Ontem fui à arbertura da Feira de Dança e Literatura, promovida pela prefeitura. Bati um papão com o prefeito, um sujeito bonitão e simpático, e meu nome foi citado várias vezes nos discursos de abertura e boas vindas. Engraçado que não coneguem pronunciar meu sobrenome aqui, sai sempre "Árguel", e não "Arjél".
Amanhã dou duas oficinas sobre meio ambiente para alunos de primeiro grau (ah, como é que chama agora?)...
Opa, ia escrever mais, mas minha editora, a Marta (pois é, ontem nas boas vindas: "Agradecemos a presença das escritoras Marta e Martha", rimos até), acaba de chegar pra me dizer que em dez minutos somos esperadas para um almoço com o prefeito.

beijos e queijos, comportam-se (mal)

Martha Argel

sábado, 10 de julho de 2004

Bom dia. Tá esfriando! Estou com mais frio agora do que quando acordei.

Hoej serei breve, porque tenho trabalho saindo pelas orelhas. É, choveu na minha horta!
Passei boa parte da semana num lugar maravilhoso chamado Bom Sucesso do Itararé, lá no fim do estado de São Paulo. Se tropeçasse, caía no Paraná. Lindo. Frio. Fiquei na pensão da dona Ozélia, que serve as refeições dos hóspedes na cozinha da sua casa. Fogão a lenha. Delícia. Quando me despedi, ela me presenteou um pão que ela tinha assado e me pediu para ligar pra ela quando chegasse em casa, avisando que estava tudo bem. Liguei.
Durante a viagem fui pro mato estudar a fauna, conversei com gente que tinha visto assombração, tive planos mirabolantes para a conservação da natureza no município e colhi pinhão no pé da araucária.

Agora deixa eu ir trabalhar, que estou com novos e maravilhosos sonhos. Se virarem realidade...

beijos a todos os que usam e abusam de seu direito de sonhar e voar alto

Martha Argel

sábado, 3 de julho de 2004

Bom dia, parece que encontrei um ritmo adequado para atualizar este blog -- semanalmente.
Nos últimos dias, algum tipo de ordem foi-se instalando no caos rotineiro da vida, e consegui fazer algumas coisas que vinha adiando há muito. Resolver pendências deixa a gente de bem consigo próprio, dá ânimo para, aos pouquinhos, acelerar a velocidade com que tudo acontece.

Um envelope verde
A melhor coisa da semana chegou pelo correio. Um envelope verde-escuro. Dentro, cinco folhas verde-claras (ou seriam amarelas? tenho problema com esse tom de cor), impressas frente e verso com uma letra pequena e bonita. Também duas fotos de um bebê lindo. Chorei de emoção enquanto lia a carta. Aos poucos estou lendo de novo. Eu a levo pra todo canto. Acho que nunca fiquei mais feliz por receber uma carta. Claudia, muitos beijos. Também não te esqueço!

Eventos inesperados
O fato de um plano estabelecido não dar certo não significa necessariamente um fracasso. Dia desses fui com uma amiga ao cinema; já foi uma vitória ter ido, pois quando combino sair com alguém de noite em geral dou o cano. Mas não assistimos o filme, a sessão estava lotada. Esperar até as dez da noite, nem pensar. Já estávamos por lá, vamos aproveitar. Comemos dois mega-pedaços de torta, a trufada estava um sonho. Passamos pela Cultura e comprei mais um livro de vampiros. E descobri que um amigo meu dos velhos tempos, o Marcelo Teixeira publicou um livro lindo! Além da companhia inteligente e divertida da Eliane, a noitada me reservou duas surpresas, e por duas vezes topei com amigos que há anos não via, primeiro a Radenka, depois o Paulo Kiyoshi. Reencontrar-se com o passado faz a gente se sentir bem. Viva.

São Paulo, São Paulo
Saí da toca e fiz as pazes com esta cidade maravilhosa. Primeiro foi o centro: Ladeira da Memória, Viaduto do Chá, Praça do Patriarca. Café Girondino, não percam! Na igreja de São Bento, linda, a oração dos monges faz esquecer a imensa megalópole do lado de fora das portas.
E ontem, finalmente, reparei uma falta e fui ao MASP. Velazquez, Dürer, Van Weyden, Bosch, Botticelli (e muitos outros que vocês curtem, mas eu nem tanto), todos aqui do meu ladinho. Me senti BEM. Melhor ainda por estar em companhia da Monica Beta, e por voltarmos, depois da visita ao museu, a nossas longas sessões de leitura. Valeu, Moniquinha! Por TUDO (principalmente as boas notícias).

Agora vou aproveitar a linda manhã. Aproveitem também, não assistam à vida passar, largados no sofá da sala.

Martha Argel

sábado, 26 de junho de 2004

O sábado amanheceu cinzento e úmido em São Paulo.
Dia para ficar debaixo das cobertas, curtir o lar doce lar, ler aquele livro que há tanto tempo espera na mesa de cabeceira.
Quanto a mim, já não posso escapar de algo que adio faz meses (ou anos?): montar o cenário para a história que estou escrevendo. Mais propriamente História. Pela primeira vez tento criar uma Realidade Alternativa. O tema nunca me atraiu, já vi tantos textos capengas que criei aversão a ele. Mas resolvi encarar e fazer uma experiência, como fiz meses atrás com as viagens tempoais, outro assunto que me entedia e que acabei usando no conto Redundância (Scarium Megazine, www.scarium.com.br), com resultados a meu ver satisfatórios.

Boca-livre na colônia, né?
Dias atrás, lá vem a Giulia com mais um convite fora do comum: lançamento de um livro da comunidade japonesa. E lá vamos nós pra Liberdade. Chegamos atrasadas, o que foi uma sorte, já que perdemos boa parte dos discursos. Mesmo assim, ainda houve quase uma hora de falação, boa parte dela em japonês. Mas valeu a pena, o coquetel a seguir foi farto e delicioso, com direito a muito sushi na faixa, além de ter conhecido muita gente legal.

Moça com brinco de pérola
E uns dias atrás fiz algo que, confesso, há meses não fazia: FUI AO CINEMA. Não sou a mais cinéfila das criaturas da face da terra, e não tenho muita paciência para assistir filmes.
"Moça com brinco de pérola" é baseado no livro de Tracy Chevalier, por sua vez baseado na pintura homônima do holandês Jan Vermeer (séc. XVII). Adorei, amei, achei uma maravilha. O filme todo parece uma sucessão de quadros do próprio Vermeer, os cenários, a luz, as cores, as pessoas. Eu já tinha me encantado com o livro, o filme foi o complemento perfeito.

Caça aos sebos
Fazia tempo que eu não fazia a ronda das lojas de livros usados, e fiquei espantada com as mudanças. Existem muitos mais sebos do que há dois anos, e eles estão maiores, mais limpos, mais organizados. E muito mais caros. Já não há pechinchas.
O grande tesouro de minha caçada: "The essential Dracula", uma edição anotada, organizada por Leonard Wolf. Estava atrás dele há anos. Custou uma pequena fortuna. É o preço que a gente paga por viver num continente distante de tudo...

Titio Bono sabe das coisas
U2 tem sido minha trilha sonora esses dias. Um verso simples me pegou: and you are such a fool / to worry like you do. Escutei algo parecido na voz de alguém especial, que apesar de estar longe nunca está distante.

Fora essas novidades, o livro de aves vai caminhando bem. Não sei se cumpriremos a meta de lançá-lo em novembro, mas já há um evento de pré-lançamento agendado para julho. No próximo post dou detalhes.

Abraços, aproveitem o final de semana chuvoso para alimentar o espírito com coisas boas.

Martha Argel

sábado, 19 de junho de 2004

Bom dia, lá fora o sábado está indeciso entre sol e chuva, e o friozinho é pouco mas suficiente para me gelar os pés. Hoje, só curtas.

Cinco contos curtos de vampiros no ar
Meu amigo Christian Anubis postou meus textos rápidos sobre vampiros em seu blog,
http://anubischristian.zip.net . Dêem um pulinho lá e aproveitem para ler seus posts anteriores!

Muuuuuuu!
Nunca pensei que fosse me divertir tanto numa exposição de... gado! A Giulia Moon e eu fomos ontem à Feicorte, feira voltada para as raças bovinas produtoras de carne. Conclusão: mantenha-se em modo Curiosidade e você encontra coisas interessantes em qualquer lugar. Caso contrário, entedie-se, envelheça antes da hora e transforme-se em alguém sem graça...

Pondo a casa em ordem
Ok, admito que estou ficando preocupada com a falta absoluta de trabalho, não só para mim, mas para toda a consultoria ambiental. Por outro lado, estou conseguindo manter minha correspondência quase em dia, e resolver problemas pendentes (alguns deles há anos!).

Aproveito e convido quem quiser a se inscrever em meu grupo de distribuição de textos e notícias, http://br.groups.yahoo.com/group/MarthaArgel/.

Beijos, aproveitem o final de semana

Martha Argel

terça-feira, 15 de junho de 2004

Bom dia!

Frio (ui, que tema manjado!)
Como todos, continuo impressionada com o frio. Sempre achei que adorava o frio, que gostava mais do frio do que do calor, essas coisas que paulistano adora dizer, mas uma coisa é viajar pras montanhas, pro sul, pra cordilheira dos Andes ou pro outro lado do Atlântico atrás do frio, outra coisa é tê-lo instalado vinte e quatro horas por dia dentro de nossa própria casa. Decididamente, nossa eclética arquitetura paulistana não está adaptada às baixas temperaturas. Nem, diga-se de passagem, às altas. É sina nossa sofrer no inverno e sofrer no verão, fazer o quê. Soluções de quem está meio de bobeira, sem trabalho por culpa da economia capenga: escalda-pés de tanto em tanto (que delícia!); um cobertor de pura lã de ovelha sobre as pernas durante os longos serões em frente ao computador; doses cavalares de chá (coisa ótima também para os rins) e chocolate quente (não tão ótima para a silhueta...); esquentar os pés e as mãos numa bela caminhada (dá certo até nos dias mais frios e úmidos, e ajuda a queimar as calorias do chocolate); na hora em que o sol entra pelo janelão da sala, enrolar-se numa coberta e aproveitar o calor bão, curtindo um livro que valha a pena (estou em minha fase Capitán Alatriste, de Arturo Pérez-Reverte).

Vampiros na modinha
Essa história de Operação Vampiro está um saco! Os mortos-vivos viraram pretexto para uma enxurrada de charges, quadrinhos, piadinhas e artigos absolutamente sem sal nem graça. Vejam lá, hoje, naquele jornal de grande circulação, certo escritor-cabeça que define a literatura como "uma arnica, um mertiolate" (que catso?!) indo no embalo (como seria de se esperar) e, bem diferente do que prega, produzindo mais uma peça literária que é pura maracujina. As usual.

Vampiria
Sempre cometo a mesma indelicadeza, vou nos eventos, me divirto horrores e nunca faço um comentário aqui. Desta vez, farei o que é certo.
A festa de inauguração da loja Vampiria foi ótima. Confesso que nem cheguei a descer para a pista de dança, porque o espaço da galeria estava fervendo de gente interessante e papos inteligentes. A Giulia Moon e eu não tivemos um minuto de descanso, tanta foi a atenção que nossos livros despertaram.
O Bones está de parabéns não só pela organização da festa, mas também pela loja, que oferece roupas e acessórios maravilhosos.
Quem quiser ter um gostinho do que foi o evento, pode dar um pulo em
http://www.vampiria.com.br/inauguracao.htm e ver as fotos. E não deixem de visitar a loja, o endereço está no post aí de baixo

Tia-coruja
Mathias Argel. Guardem bem esse nome. Ainda vai dar o que falar.

Tenham um bom dia. E vocês aí que já passaram dos trinta, que tal tomar vergonha na cara e marcar aquele check-up que estão adiando há anos? Acreditem, vale a pena.

Martha Argel

quarta-feira, 9 de junho de 2004

Bom dia.

Ai, tô sempre atrasada para colocar as novidades aqui. Em cima da hora, mas vá lá!

Noite de autógrafos na Vampiria

Hoje, 9 de junho, a partir da 23:00, vou atutografar meus livros O vampiro de cada um e Relações de Sangue (este último caso a editora incompetente consiga entregar os exemplares que devia ter entregado ontem) na festa de inauguração da loja Vampiria.
Local: Rua Augusta, 2203 - Jardins, SP (Antigo Armageddon) - Próx. Metrô Consolação.
Também estarão presentes e autografando os escritores Giulia Moon e Marcos Torrigo
Mais informações no site http://www.vampiria.com.br/

Conto meu publicado em revista de Ficção Científica

Meu conto Redundância saiu nas páginas na recém-lançada edição de no. 9 da Scarium MegaZine, uma das mais importantes publicações brasileiras de Literatura Fantástica.
Estou bastante feliz com a publicação. Além de ser meu mais longo conto (21 páginas!), é uma espécie de volta às raízes, pois é uma uma história policial com vampiros com ambientação de Ficção Científica, da qual estive afastada por anos.

Scarium MegaZine no. 9, edição especial -- Viagens no Tempo. Contos de Gabriel Bozano, Jorge Luiz Calife, Rogério Amaral de Vasconcellos, Ricardo Edgar Caceffo e Martha Argel, entrevista com Alfredo Keppler e uma história em quadrinhos de Edgar Franco. à venda em http://www.scarium.com.br/ficha_de_pedido.html Preço: R$ 5,50

Beijos a todos, tenham um bom feriado

Martha Argel

sexta-feira, 28 de maio de 2004

Bom dia, eu não devia estar aqui, mas trabalhando no projeto que tem que estar pronto pra reunião de amanhã.
Ontem finalmente conheci em carne e osso a Karen Formehl, com quem me comunico há uns dois anos. Curitibana, eu nunca soube bem como é que ela tinha ido parar no finado site da Lucila, mas desconfiava que tivesse a ver com o pessoal da Toca (a Sociedade Mülleriana de História Natural, um pessoal incrível, prato cheio pra inspiração de qualquer escritor). Bingo. Ela nunca tinha me contado, esperou pra dizer de viva voz que foi a Liliani Tiepolo quem a apresentou a minha vampira. Caramba, ontem percebi que essas duas conhecem mais o livro do que eu própria! Karen, obrigada pelas coisas que me contou, pelos comentários, pelo interesse por todos os detalhes e bastidores. Injeção de ânimo, sabe? Quem sabe algum dia vou te visitar :-))
E obrigada a todos que visitam o blog, entram quietinhos e saem sem dizer uma palavra. Volta e meia alguém comenta "entrei no teu blog, li o que você escreveu ontem". Esse tipo de coisa sempre me surpreende. Claro que a gente escreve num blog para que os outros leiam, mas eu sempre penso "ah, não devem ter entrado porque estão todos ocupados trabalhando". Mas já percebi que a maioria de meus visitantes não comenta em público, mas em off. Quando comentam aqui, eu adoro, claro (Luiz Carlos, obrigada. Você é tudo o que um poeta deveria ser, cheio de classe, culto, gentil, e seus olhos brilham), mas mesmo quando se mantêm quietos, eu sei que os amigos estão por aí.
Chega de enrolação, tenho dez textos curtos para escrever, não faço a mínima idéia de como começar mas, sem choro nem vela, eles têm de estar prontos antes do meio-dia. Vou usar uma fórmula mágica que, pensando bem, posso compartilhar com vocês:

Algoritmo de Feynmann para a Solução de Problemas:
1. escreva o problema,
2. pense muito MESMO
3. escreva a solução


Richard P. Feynmann foi Prêmio Nobel de Física, era um gênio e tinha um senso de humor fantástico. O algoritmo acima é uma das coisas mais úteis que alguém já me deu de presente, e eu o tenho pendurado perto de meus dois computadores. Usem-no à vontade e sejam felizes.

Martha Argel

segunda-feira, 24 de maio de 2004

Bom dia a todos.

O projeto no qual estou trabalhando vai indo bastante bem, mas ainda há muito por fazer, de forma que este blog continua meio relegado na lista de prioridades.
No final de semana curti o friozinho, chocolate quente e sopinhas. Sou adepta de alguns temperos. De alcaparras e de mostarda, sempre fui, vão bem com tudo, peixe, frango ou carne de boi. Agora, a noz moscada me seduziu. Não sou grande gourmet, minhas sopas são aquelas de pacotinho mesmo. Mas uma pitada de noz moscada na sopa de mandioquinha ou na de aspargos... Ai, Jesus!
Fora o aspecto gastrônomico da coisa, trabalhei muito e fiz o que há muito não fazia: vi televisão!

Bodas Reais
Ok, confesso. Sábado acordei de madrugada pra acompanhar o casamento de Felipe, príncipe de Astúrias, e doña Letizia. Vi desde a hora em que os convidados estavam chegando. Com raras exceções, a mulherada parecia um desfile de abajures, com aqueles tailleurzinhos pré-históricos. Babei com o vestido simples e sensual da mulher do Zapatero, amei a simplicidade da princesa da Jordânia, ri muito com uma fulana acho que da Holanda, com sua horrorosa tulipa estilizada na cabeça. O príncipe Charles estava lá, e Nelson Mandela também. O príncipe do Japão e Caroline de Mônaco. Potentados do Oriente Médio.
Parecia um conto de fadas, com aqueles noivos lindos e a cerimônia perfeita. Os olhares apaixonados do príncipe me fizeram suspirar. Chorei na hora do "sim".
Gostei, tá, que que eu posso fazer?

Pesadelo!
E ontem, zapeando a tevê a esmo, acabei encontrando algo apavorante. Terror no mais puro estado. Inferno na Terra. Era um programa do tipo Big Brother. Dez garotos de uns 12-13 anos, trancados numa casa durante uma semana, sem direito a televisão mas com comida e brinquedos a vontade, e livres para fazerem o que bem entendessem. Você não imaginam o que foi. O caos, a destruição. No último dia eles simplesmente resolveram destruir tudo. Tudo. Jesus! Todo mundo que sonha em ter um filho deveria ver esse programa. O instrumento mais perfeito para o controle da natalidade.

Hematofagia do mal
E vocês repararam como os vampiros de repente tomaram as manchetes de assalto? Na verdade estou indignada. Esses filhos da puta que roubam a grana de hemofílicos, deviam é ser guilhotinados. É revoltante vê-los chamados de "vampiros", isso está dando uma péssima reputação aos nobres filhos das trevas!
E não bastasse a tal "Operação Vampiro", no sábado dia 15 saiu uma manchete na Folha que eu esqueci de comentar. Está lá: "Marta chama adversários de vampiros".
Esclareço que NÃO sou eu. É aquela outra, a das obras. Os meus adversários eu não chamo de vampiros, eu chamo de vítimas.

beijos a todos, tenham uma semana proveitosa

Martha Argel
(o e-mail titaargel@ig.com.br, que ficou morto por um mês, de repente voltou à vida; pelas coisas que já me chegaram, imagino a quantidade de contatos e leitores que perdi nesse meio tempo! Ig, vá à puta que te pariu!!!)

quinta-feira, 20 de maio de 2004

Ritmo de trabalho

Minha ausência por estas plagas tem motivo: trabalho. Quando estou escrevendo, não penso em mais nada, não faço mais nada. É um projeto muito bacana. ESPERO que dê certo.

O epílogo

Acabei não postando o final da viagem. Vai agora, bem resumido. Já no aeroporto de Buenos Aires o fulano vestido de caubói me chamou a atenção, andando daquele jeito, e vestido daquele jeito, tinha de ser famoso, ninguém tão ridículo fica tão à vontade se não tiver um bom lastro por trás. Demorou cinco horas pra eu descobrir quem era. Só descobri quando cheguei em Sampa e liguei pra casa, descrevendo e indagando. Sim, era famoso. Muito. Nervosa, pedi autógrafo, ele deu: To Martha. Love. [rabisco] Fiquei sem saber o nome dele, mas o autógrafo tá aqui, ó. Algum dia conto a história toda.

Famosa por cinco segundos

No dia seguinte ao da volta, fui a um evento, um debate sobre Ficção Científica, Horror e Fantasia e o mercado editorial brasileiro, durante o qual estava sendo gravado um programa de tevê. Para minha surpresa, os debatedores citaram meu nome várias vezes. Saí de lá toda feliz.

E nos dias seguintes?

Trabalho, trabalho e trabalho.
E o VampFestival 5. Parabéns, pessoal da orgnização (valeu, Bruno Rufinoni!), estava ótimo, o lugar é excelente. Obrigada a todos que visitaram o estande que dividi com a Giulia Moon, pra bater papo, pra dizer que gostam de nossos livros e até, oras, pra comprar nossas obras! E obrigada MESMO ao Fernando Cirano, por toda a ajuda, o tempo todo.
Passado o evento, de novo: trabalho, trabalho, trabalho.

E hoje, dia 20?

Tem lançamento do livro do Roberto Causo, "A sombra dos homens", pela Devir, na FNAC Paulista, às 19 horas.

Back to work! Não esqueçam de aproveitar bem cada minuto possível.

Martha Argel

segunda-feira, 10 de maio de 2004

Ultimo dia em Buenos Aires. Jah estou em ritmo de volta, desde as seis da manha. A mala esta pronta, gastei os ultimos pesos e ja armei o esuema para chegar ao aeroporto. Meu voo eh as 16:15 da tarde, horario pessimo, porque voce perde o dia inteiro. Como o Juan disse agora ha pouco, eh muito melhor viajar tipo seis da manha, vc tem de levantar supercedo mas pelo menos nao perde tempo.
Ontem conheci um grupo de amigas da Ana Ines, muito divertidas, e fomos almocar na beira do rio, num lugar lindo. Se eu criar algum vampiro portenho, jah sei por onde ele vai viver: San Isidro.
Bom, eh isto. Proximo post, jah em casa.

beijos a todos
Martha Argel
(horrorizada com a alta do dolar!)

sábado, 8 de maio de 2004

Buenas noches.

Estou em extase.
A Lygia Fagundes Telles elogiou o titulo e a capa do meu livro "O vampiro de cada um".
Estou toda, toda.

Beijos
Martha Argel
(Wendell Miller, obrigada por tudo, voce eh um cara MUITO bacana!)

sexta-feira, 7 de maio de 2004

Boa noite.
Nao cai de cama, mas tambem nao tive tempo de atualizar o blog ontem. Nao que tenha feito muita coisa, nao. Estou em ritmo de ferias. Ontem fiz compras, sai com amigos, bati muito papo, voltei a feira do livro, escrevi um pouco. Nada excepcional, mas tudo tao bom...
Hoje bateu a preguica. De manha fui a um cafe, e fiquei olhando o movimento pela janela enquanto escrevia algo que espero que um dia venha a se tornar um livro (pra quem estiver curioso: sim, eh de vampiros; projeto relativamente recente; Ramon, vc esta por ai? sim, eh aquela historia que voce sabe qual eh...).
No meio da tarde, me encontrei com o Juan e fomos ver uma exposicao simplesmente maravilhosa, se chama algo como "O mundo visto do ar", dezenas de fotos aereas tiradas em uma infinidade de paises. Ficamos brincando de tentar adivinhar onde eram as coisas. Chegamos a conclusao de que nao sabemos nada sobre o mundo.
Confesso que estou com com saudades de casa. Talvez nao exatamente saudades: quero voltar e trabalhar no projeto do qual me ocupei nos ultimos dias antes de vir para ca. Estou ansiosa por terminar.
Como vêem, sem grandes novidades, mas estejam certos de que estou adorando estar aqui.

beijos, vivam a vida.

Martha Argel

quarta-feira, 5 de maio de 2004

Buenas noches.
Rapidinho, hoje, porque estou morrendo de sono. Acho que estou prestes a ficar gripada. Vai ser um horror se acontecer.
Hoje nao fiz muita coisa. De manha terminei de ler a novelizacao do Underworld. Ate que gostei. O problema eh que tem muitos pontos em que a logica abandona a trama, acho que devido ao ritmo do cinema; acho que novelizacao de filme de acao nao da muito certo, nao...
Depois de um almoco excelente com Ana e seus pais, acompanhado por um vinho otimo e pela hilariante animosidade familiar com a qual ja me ecostumei, me abalei novamente para a feira do livro.
Descobri algo maravilhoso: Lygia Fagundes Telles vai estar autografando no sabado!!! Eu adoro as coisas que ela escreve. Ate arranjei um livro dela, nao me perguntem como. Vou conhecer a Lygia!!!!
Fora isso, hoje fez mais calor que ontem. Devorei quase todo o queijo que comprei ontem de noite, e daqui a pouco vou comprar mais, pra comer com o vinhozinho da hora que descolei.

beijos, comportem-se. Se eu nao voltar amanha e porque cai de cama.

Martha Argel

terça-feira, 4 de maio de 2004

Boa tarde, hoje ja choveu e ja fez sol. No momento esta mais pra sol que pra chuva, mas nunca se sabe...
A Feira Internacional do Livro de Buenos Aires: trigesima edicao, o que quer dizer que se realiza a trinta anos. Situada em plena cidade, o que quer dizer que nao ha congestionamento em estrada pra chegar la. Eu fui caminhando, por bairros que um dia podem virar cenario de contos. Ingresso a 3 pesos, que equivale mais ou menos a 3 reais. Entrei na faixa, e ainda consegui mais tres entradas de cortesia (afinal, sou uma escritora brasileira que veio especialmente para a feira! o pessoal da organizacao foi super gentil!). O recinto eh imenso e bonito, uma antiga area de leilao de animais de raca, e por isso chamada La Rural. Me pareceu maior que a de Sampa, pero no mucho. Muitos estandes de outros paises, coisa que faltava na "nossa": Venezuela, Chile, Mexico (com coisas excelentes), Armenia, Panama, Espanha, e por ai vai. Nao vi nada do Brasil, mas tambem nao vi toda a feira. Varios estandes com livros em portugues. Os precos? Beeeem... comprei cinco livros do Arturo Perz Reverte (que esteve autografando uns dias antes que eu chegasse...) por uns 60 reais. Livros novos, vejam bem. O livro mais caro paguei algo como 17 reais. Claro, tem coisa que eu queria e que custava 95, 120, mas a disponibilidade de titulos baratos eh espantosa. E nao sao as porcarias que aparecem na liquidacoes do nosso evento.
Acabei me encontrando com meu amigo Chendo por la. Ficamos ate o fim, 10 da noite, e sai de la esbagacada e carregada de livros pesadissimos.
A aventura do dia (ou da noite?) aconteceu quando chegeui em casa. Quem diz que conseguia abrir a porta com minha chave??? Acabei tendo de sair, procurar um telefone publico (ha milhoes por aqui) e telefonar para a Ana pra ver onde ela estava. Surpresa! Ela estava em casa. So fui entender quando cheguei: minha amiga tinha caido de cama, com uma puta gripe, e nao tinha ouvido quando toquei a campainha e tentei abrir a porta; e foi sua chave na fechadura, por dentro, que nao deixou que a minha funcionasse. Resultado, quase meia noite e tive de cuidar dela, com chazinho, bolachinha e tudo o mais.

Bom, agora vou procurar um cafe simpatico e bancar a escritora famosa, tentando escrever algo pra um conto que estou bolando.

cuidem-se... y hasta manhana!

Martha Argel

segunda-feira, 3 de maio de 2004

Flashes do outono em Buenos Aires

O dia esta nublado, de vez em quando chuvisca. O vento e frio, e pelas ruas as pessoas andam apressadas, maos nos bolsos, cachecois dos mais variados tipos e cores bem enrolados em volta do pescoco.
Passando por muitas vitrines vazias (sim, a crise ainda nao arrefeceu), vi meu reflexo nos vidros. Nao estou destoando do resto dos passantes. Estranho isso, a gente se sentir em casa numa cidade que nao e a nossa.
As copas da maioria das arvores estao amarelas, e quando sopra uma rajada mais forte de vento, uma chuva de folhas e arrastada ate pousar no chao. Em alguns lugares, forma-se um tapete de folhas secas, que estalam quando as pessoas passam por cima.
Os cachorros usam roupinhas. Puloveres de la que nao tem nada a ver com aquelas coisinhas ridiculas que, em Sampa, donos babacas enfiam em seus bichinhos so pra eles ficarem mais fashion, mais sei la, entende. Aqui sao roupas de frio mesmo, puloveres funcionais que so por conta de sua utilidade ficam muito mais charmosos.
Para escapar do frio, a gente se enfia em um cafe, pede algo so como pretexto e fica la, lendo algo, olhando pelas janelas ou simplesmente pensando na vida, a salvo do tempo inclemente.
As vitrines sao um convite para os olhos, com suas roupas e sapatos de inverno.
Bom, eu tinha esquecido que a vida aqui corre num ritmo diferente e que nada funciona antes do almoco. A Feira do Livro abriu agora ha pouco, as duas da tarde. Vim caminhando, curtindo as ruas, o cenario romantico, as pessoas encapotadas. Estou a duas quadras do pavilhao. Mal posso esperar!
Amanha conto como e.

beijos, cuidem-se!

Martha Argel

domingo, 2 de maio de 2004

Buenas noches!
Ca estou eu em Buenos Aires de novo.
A viagem foi um saco, estou cada vez mais sem paciencia com o ritual dos aeroportos. No aviao, a comida estava ruim e a companhia pior: duas freiras italianas muito antipaticas, nem se sensibilizaram com minhas tentativas heroicas de lembrar algo do idioma delas. Babacas, fiquei na frente da janelinha e nao deixei elas veram a paisagem. Humpf.
Chegando em Ezeiza, passo as malas pelo raio x e... surpresa! O guarda pede para revistar a minha mala! Abri e o fulano foi direto num embrulhinho pra presente. "O que e isso?" "Sao uns doces" "Esses doces tem fruta inteira dentro?" "Naaaao!" Ele me olhou esquisito e me liberou. Pois e, os quatro pacotes de banana-passa (inteiras!) que trouxe de presente pro Juan devem ter ficado bem esquisitos no raio x, vai ver que o policial achou que eram... bananinhas de dinamite!!!
Depois de um tour forcado pela cidade, finalmente cheguei ao ape de minha amiga Ana Ines. Fofocamos quase uma hora antes dela me dispensar porque tinha de terminar um projeto. O que, eu aqui nesta cidade linda, ficar mofando em casa?!
Liguei pro Chendo, e acabamos nos encontrando no centro de B.A. no comeco da noite. Quase desisti por causa do frio e da garoa. Ainda bem que fui. Na verdade, o frio esta uma delicia. Estou babando pelas botas, sobretudos, casacos, acessorios que estou vendo nas ruas, um monte de gente de preto, ai, chiquitissimo!
Depois de comer algo num cafe tipicamente portenho, resolvemos dar uma banda pelas livrarias da av. Corrientes. Domingo, oito e meia da noite, sera que tem alguma livraria aberta? So algumas duzias delas... La pela decima eu ja nao aguentava de sono.
Uma passadinha rapida aqui pelo cybercafe e logo estou em casa.
Amanha pretendo ir cedinho a 30a. Feira Internacional do Livro de Buenos Aires. Ja tive a chance de ver a programacao. Um livrinho com apenas 90 paginas... Igualzinho a Bienal, ne? Olha so: estao esperando 1,1 milhao de visitantes. So o dobro da Bienal. Dois de meus autores favoritos do momento estiveram lancando livros, o argentino Federico Andahazi e o espanhol Arturo Peres-Reverte. Enquanto isso, quem que sobrou pra eu ir ver na Bienal? Aquele fernandinho, ops, fulaninho que nao gosta de ler coisa divertida porque pra ele literatura tem que ser deprimente. Se gosta de sofrer vai bater a cabeca na parede, babaquinha!
E isso ai, mais cinco minutos e eu durmo em cima do teclado.

Te amanha!

Martha Argel,
se sentindo em casa no meio de tanta gente de preto!

sábado, 1 de maio de 2004

Bons dias, amigos!

Que delícia o friozinho que se abateu sobre Sampa. Por que será tão gostoso dormir sob o peso de cobertores e edredons? Outro dia cheguei em casa de mau humor, cansada e preocupada, e ouvi o seguinte conselho, "Esquece tudo e vai pra cama". Fui. Não é que funcionou? Estava tão bom, tão quentinho, que os problemas foram simplesmente se desfazendo no ar frio que eu só sentia na ponta do nariz.
Acabei de ler um livreco de vampiros danado de ruim. Uma bobagem adolescente -- não para, mas de adolescente. Publicação do autor. Só assim mesmo. Inda bem que eram só umas 80 páginas, foi pouco tempo perdido. Estou lendo uma coletânea inglesa de contos de vampiros escritos por mulheres. Adorei Tina Rath, e minha ídola Tanya Huff continua em excelente forma. Gostei de Chelsea Quinn Yarbro. Já Poppy Z. Brite, Nancy Kilpatrick e Tanith Lee, cultuadas em alguns meios, não fizeram minha cabeça, pelo contrário. Achei um saco.
Também estou lendo a novelização de Underworld. Bem Hollywood mesmo, bastante porrada, sangue e correria. Bom pra quem curte.
Eu tinha intenção de comentar a palestra a que a Giu e eu assistimos, na Bienal, de um escritor daqueles que a mídia trata como um deus, mas o sol está lindo e vou usar melhor meu tempo. Outra hora falo das pérolas nascidas de sua verborrágica presunção.
Pelos próximos dias estarei postando de Buenos Aires. Se tudo der certo, com notícias sobre a Feira Internacional do Livro.

Beijos, aproveitem bem o final de semana.

Martha Argel

quinta-feira, 29 de abril de 2004

Bom dia.
Vontade de postar, e não sei exatamente o que escrever. Falar do dia que chega com friozinho e a promessa de um sol gostoso? Descrever o que vai pela alma e pelo coração? Ou partir pro "querido diário" e tecer comentários superficiais sobre meu dia de ontem? Talvez comentar o livro que estou lendo, ou as notícias sobre o Iraque, ou as últimas declarações do presidente, ou as mudanças de regras na Fapesp.

Quem sabe simplesmente marcar presença, agradecer as visitas e desejar a todos um bom dia.

beijos, cuidem-se
Martha Argel

terça-feira, 27 de abril de 2004

Ele não freqüenta este blog, mas não é por isso que vou deixar passar em brancas nuvens. Hoje é aniversário de Rondon de Castro, um cara muito bacana que merece todo o sucesso do mundo. Muitas felicidades, rapaz!

Tenham todos um bom dia.

Martha Argel,
na contagem regressiva para Buenos Aires

segunda-feira, 26 de abril de 2004

Bom dia a todos!

Há muito tempo não tinha tanta gente deixando comentário por aqui. Morri de vergonha de não estar atualizando com mais freqüência, tremendo pouco caso com os amigos. Apesar do tempo curto, portanto, um resumo dos últimos dias:

Um balanço da Bienal
De forma geral, minha primeira participação efetiva numa Bienal do Livro teve resultados muito bons. Conheci muita gente, me familiarizei um pouco mais com o mercado livreiro, consegui divulgar meu trabalho. Descobri possibilidades que não conhecia, revi amigos, e testemunhei o sucesso merecido de gente boa -- o lançamento de Giulia Moon pela Landy, editora séria e simpática, e também a 2a. edição do livro de Luiz Carlos de Moura Azevedo. Alguns projetos novos surgiram ao longo do evento, e agora é correr atrás e torná-los realidade. O lançamento do FicZine 2 foi uma delícia -- André Vianco, você é um cara maravilhoso! Minha participação no estande da UBE foi proveitosa, conheci gente interessante e fiquei bem feliz por estrear no jornal "O Escritor", editado com muita competência por Erorci Santana e Ieda de Abreu. Não assim no outro jornal em que participei: a diagramação mal-feita matou meu texto, deixou os leitores confusos e mostrou que é melhor partir para iniciativas menos amadoras. Devo um agradecimento especial ao João, dono da editora Scortecci, que tem dado uma força incrível e que uns meses atrás me deu um conselho que resolvi seguir. Não me arrependo. Também agradeço a força dada por Lorenzo Ferrari, e por todos os amigos que apareceram nos dias 17 e 21. Na próxima tem mais, gente!
(o povo que no dia 21 enfrentou o congestionamento e chegou lá: Cli Cordeiro, Leonardo & um amigo, Aka Draven, Luciana & uma amiga, Claiton do OrnitoBr e esposa, Ramón e Bruna, Kath, Noches de Madrid, Frank, João, a linda Íris, e mais um bando de gente que já tinha ido no dia 17. Agradecimento especial ao Fernando Cirano, pela ajuda e pela companhia!)

Evento de Ficção Científica
E ontem, a Giulia e eu fomos à entrega do prêmio da SBAF, Sociedade Brasileira de Arte Fantástica, ao Roberto Causo, por seu livro Ficção Científica, Fantasia e horror no Brasil. Premiação merecida, sem lugar a dúvidas. O livro é um ponto de partida para qualquer um que queira conhecer um pouco da arte fantástica brasileira. Já disse ao Causo e repito: discordo quando ele diz que é um que interessa ao fandom (a comunidade de ficção científica). O público é muito mais amplo nas áreas de literatura, comunicação, cinema e até os curiosos em geral. O que lhe falta é o de sempre: divulgação e distribuição. Parabéns, Causo! E foi legal rever Finísia, Ataíde, Keppler, Humberto, Marcello Simão Branco, Cerito e o Nascimento.

Tenham todos uma boa semana

Martha Argel
(de e-mail novo, marthaargel@ig.com.br)

terça-feira, 20 de abril de 2004

ESTOU SEM E-MAIL

Não vou sequer tentar explicar a situação lamentável em que se encontra minha cibervida. Espero sinceramente começar a colocar as coisas em ordem nos próximos dias.
O fato é que nem mesmo estou recebendo e-mails, porque aquela arapuca detestável que é o IG simplesmente não me entrega mais mensagens. "Cria outra conta noutro provedor", é o que vocês me sugerem? Ok, agradeço o conselho, mas não vou importuná-los dissertando sobre o que já qualifiquei de situação lamentável.
É o famoso problema de junta, entendem? Junta tudo e joga fora.
Assim, por favor: se algum de vocês tentou entrar em contato nos últimos dias, deixe um comentário aqui e eu tento me comunicar de volta.

CONFIRMADA SESSÃO DE AUTÓGRAFOS NO DIA 21
Dia 21 de abril (quarta de feriado) estarei autografando "O vampiro de cada um", das 14:00 às 16:00, no estande da UBE, União Brasileira de Escritores (rua A-1, perto da entrada Imigrantes), durante a 18a. Bienal Internacional do Livro de São Paulo. E quem for pode aproveitar para ir depois à sessão de autógrafos da Giulia Moon, às 18:30, no estande da Landy (rua B, é só virar a esquina a partir da UBE).

A SESSÃO DO DIA 17 FOI ÓTIMA!
Puxa vida, o povo que apareceu dia 17 lá na Bienal, pra nossa (da Giu e minha) noite de autógrafos foi demais!
Correndo o risco de esquecer alguém: Fernando Cirano, Bila & irmã & namorado da irmã, Renato Azevedo, Andrea Akasha, Gilmar & amiga, Let de Sorocaba, Adriano Siqueira & Lila, Helcio e família, Silvia Fazzolari & Paulinho, Tosta, Raul Tabajara & namorada, Deus Noite, Dona Martha, Billy, Mariela, Fer, Rosinha, Carlos Angelo, Angela, Ramón, Layla Lyege & mãe, Richard Diegues & Elza, André Vianco, Marisa, Marina, Fábio Santos e Marcos Torrigo.
Uma coisa foi engraçada: o povo começou a aparecer mais de uma hora antes. Quando chegou a hora da sessão, sumiu todo mundo! A Giu e eu ficamos sentadas, juntamente com nosso amigo Lorenzo Ferrari (que estava autografando seu livro "Beijo", de poesias), olhando um pra cada do outro num estande às moscas. Quer dizer, não exatamente às moscas, porque tinha um outro autor que estava fazendo o maior sucesso -- toda a família e todos os colegas de trabalho vieram ao evento, e tinha até torcida organizada, de camiseta com a capa do livro.
Mas daí a pouco nossa turma de preto começou a retornar e a algazarra recomeçou. A festa só terminou bem depois do horário de encerramento da Bienal!
OBRIGADA A TODOS POR TEREM IDO! Dia 21 tem mais, hein???

beijos

Martha Argel

sexta-feira, 16 de abril de 2004

MAIS LANÇAMENTOS MEUS DURANTE A BIENAL DO LIVRO

* André Vianco, Giulia Moon e Martha Argel juntos no FicZine 2!

Gostaria de anunciar o lançamento da edição no. 2 do FicZine, o fanzine de Literatura Fantástica editado pela Giulia Moon e por mim.
Além de ser uma edição especial, totalmente dedicada aos VAMPIROS, nosso convidado de honra é nada menos que André Vianco, o mestre do terror nacional. Pela primeira vez estarão reunidos, numa única publicação, os três autores brasileiros mais ativos dentro do tema vampírico.
Em sua estréia na ficção curta, André Vianco nos presenteia com "O bêbado e o equilibrista", uma assustadora fábula moderna que bem poderia acontecer de verdade...
"Hazak" é a colaboração de Giulia Moon, escritora de uma versatilidade extraordinária que, com a perícia de sempre, desta vez mistura Ficção Científica com Fantasia, resultando na surpreendente história de um vampiro milenar para quem a imortalidade não é exatamente uma bênção.
Meu conto "Melodia Fatal" completa esta edição: numa realidade "paralela", onde todo mundo sabe que vampiros existem, uma briga de vizinhos se transforma num pesadelo sangrento... mas muito engraçado! (pra quem leu "O Vampiro de Cada Um", essa é a mesma realidade onde se passa o conto "A lei do mais forte")

E para quem for à Bienal do Livro de São Paulo, uma surpresa:
Durante o evento, quem comprar meu livro "O Vampiro de Cada Um" e os livros da Giulia, "Luar de Vampiros" (Scortecci) e "Vampiros no Espelho" (Landy), vai levar DE PRESENTE, seu exemplar do FicZine. NÃO PERCAM ESSA CHANCE!!!

Noite de autógrafos do "Vampiro de Cada Um", de Martha Argel e de "Luar de Vampiros", de Giulia Moon: dia 17 (sábado), das 18:00 às 21:00, no estande da Scortecci (no. 201, Avenida 4, entre ruas H e I).

* Conto meu no jornal da União Brasileira dos Escritores

Está sendo lançada durante a Bienal a nova edição do jornal "O Escritor", da União Brasileira de Escritores, que traz o conto "Manhã de sol, Avenida Paulista", minha estréia nas páginas da publicação.
O jornal pode ser retirado gratuitamente no estande da UBE, situado na Rua A1, perto da entrada Imigrantes. Vale a pena, é uma publicação ótima para quem gosta de boa literatura!
Além disso, está quase confirmada minha sessão de autógrafos nesse mesmo estande, no dia 21 às 14:00. Depois coloco mais informações aqui.

beijos a todos, nos vemos lá na Bienal.

Martha Argel

quarta-feira, 14 de abril de 2004

Pessoal, tenho novidades literárias!!!

# "O VAMPIRO DE CADA UM" NA 18a. BIENAL DO LIVRO DE SÃO PAULO

Estarei autografando meu livro "O Vampiro de Cada Um", durante a 18a. Bienal do Livro de São Paulo, que ocorrerá de 15 a 25 de abril, no Centro de Exposições Imigrantes (São Paulo, SP). É uma oportunidade e tanto da gente se rever ou se conhecer em pessoa! Na ocasião, Giulia Moon também autografará seu livro "Luar de Vampiros".
"O Vampiro de Cada Um" reúne treze contos, cada um revelando uma face diferente dos filhos das trevas. Sedutores ou sanguinários, vingadores ou melancólicos, apaixonados e apaixonantes, os vampiros podem ser o que cada um de nós quiser, pois são um reflexo da condição humana. Encontre, nas páginas deste livro, seu próprio vampiro!

Noite de autógrafos durante a 18a. Bienal do Livro de São Paulo
O Vampiro de Cada Um, de Martha Argel
Data: 17 de abril (sábado)
Horário: das 18:00 às 21:00
Local: estande da Editora Scortecci (estande 201, Av. A, entre Ruas H e I)
Endereço: Centro de Exposições Imigrantes, Rod. dos Imigrantes, km 1,5, Água Funda (ônibus gratuito, a partir do Metrô Jabaquara, das 8:30 às 22:30)


# LANÇAMENTO DO CAFÉ LITERÁRIO NA BIENAL DO LIVRO
Será lançada, também durante a 18a. Bienal do Livro de São Paulo, a edição no. 14 do tablóide Cultural "Café Literário", onde pela primeira vez participo com não-ficção. Minha estréia na publicação de crônicas se dá com o texto "Sozinha não porque tem onça!", sobre uma de minhas peripécias amazônicas.

Lançamento do "Café Literário" na 18a. Bienal do Livro
Data: 21 de abril
Horário: das 14:00 às 17:30
Local: estande da Scortecci

Espero todo mundo lá na Bienal! Não esqueçam de ir com sapatos confortáveis porque são quilômetros e quilômetros de livros! Ô coisa boa.

Martha Argel

sábado, 10 de abril de 2004

Uma reminiscência

Uns dias atrás me lembrei de algo que há anos andava sepultado nas insondáveis profundezas da memória. Lembrei-me de minha primeira paixão platônica. Dois ou três anos mais velho que eu, então com 12-13 anos, Jean-Marie -- que todos chamávamos de Janô (Jeaneau?) -- tinha nascido no Zaire (então Congo Belga) e migrado para o Brasil com a família quando o país se independizou da Bélgica. Eu o via quando ia passar as férias na fazenda e ele vinha nos visitar, com seus irmãos. Eu era apaixonada pelas histórias que ele contava. Me lembro de uma vez em que os dois tínhamos subido na minha árvore favorita, de onde eu podia assistir às andorinhas voando rente ao rio enquanto o sol se punha. Naquele dia, Janô me contou que costumava subir no telhado da casa deles para olhar as manadas de elefantes quando eles invadiam as plantações da propriedade da família. Eu imaginei os bichos passando pela árvore em que estávamos. A amizade com ele e sua família durou anos. Nunca lhe disse que gostava dele e, com o tempo, a distância acabou por dissolver o sentimento. Há anos não me lembrava de Janô. Me pergunto por onde andará e o que estará fazendo.
Por que desenterrei essa lembrança? Talvez por causa dos noticiários recentes sobre os dez anos do massacre étnico em Ruanda. Centenas de milhares de pessoas mortas e o mundo nem aí. Ou a indignação que mil americanos ou duzentos europeus merecem não se aplica quando se trata de um milhão de africanos?

Beijos a todos. Lembrem-se que a devoção a uma religião só é verdadeira se houver AMOR e RESPEITO ao próximo e um empenho real em favor da paz.

Martha Argel