domingo, 15 de agosto de 2004

Goede dag.
Aha!!! Aproveitei que nao tem ninguem olhando e limpei a tela do computador. Agora posso enxergar um pouco melhor. So nao consegui tirar o mosquito esmagado no canto inferior esquerdo, mas tudo bem, ele nao incomoda muito.
Sol danado la fora.
Ontem, tivemos uma manhan de trabalho intenso. Finalmente nos reunimos com alguem da empresa que nos contratou, o big boss por aqui, natural de algum lugar no meio do Caribe, um homem jovem, simpatico e extremamente inteligente. Depois chegou outro peixe graudo, um belga muito eficiente e amavel. Caramba, acho que estamos virando os maiores especialistas mundiais em Suriname!
Terminadas as reunioes, saimos para dar uma volta pelo centro da cidade, finalmente, pois nosso hotel esta nas aforas, lugar lindo mas longe da agitacao.
Sabado de manha, a cidade estava num movimento danado. Transito caotico, pedestres se enfiando por todos os cantos, aquele ar caribenho pero no mucho por conta das arquitetura tao peculiar. A cidade tem um aspecto decadente, que nao eh apenas impressao. Construcoes e infraestrutura comecaram a se deteriorar com a partida dos holandeses (ha quase quarenta anos!). Aparentemente, a independencia nao foi um bom negocio para o pais.
Fomos a uma livraria bonita e fiz uma aquisicao fantastica. Tem algum ornitologo por ai? Comprei o livro do Haverschmidt, Birds of Suriname, segunda edicao, publicada aqui em Paramaribo (!!!). Um livro espetacular, do porte do livro do Sick. Invejem-me! Acho que ninguem tem esse livro no Brasil. As ilustracoes sao maravilhosas. E como a sobrecapa estava rasgada, ainda tive 20% de desconto! Mesmo assim doeu pagar. Mas eh MEU, MEU, MEU!
Almocamos com um outro brasileiro, um paulista que eh representante da nossa empresa. Outra cena de filme da decada de cinquenta: mesa na varanda, comida apimentada (frango, arrox, feijao, salada, parece banal, mas o lance eh o tempero), la fora a chuva passageira caindo sobre a vegetacao luxuriante, e na conversa, a condicao social, politica e tecnica do pais sintetizada de forma admiravel. "Nosso homem em Paramaribo", nao parece nome de filme?
Depois de comer, conhecemos o Hotel Torarica (acento no primeiro A), um sonho tropical, enormes gramados e jardins com palmeiras e flores, decoracao com muita madeira entalhada por indios e maroons, e a velha duvida: elas sao mesmo assim ou tentam corresponder aos sonhos e estereotipos esperados pelo turista europeu?
De volta ao hotel, feliz com minha aquisicao, sai para dar uma banda nos arredores nosso hotel. Bairro de casas lindas, pelo visto de bom padrao, com muita muita muita vegetacao. Observei algumas aves, mas nada de novo, sao bichos comuns em Sampa & arredores. Fiquei impressionada com a quantidade de cachorros. TODAS as casas tem pelo menos dois peludos, varias tem tres ou quatro. Tudo viralata, exceto por alguns dobermans e rottweilers. Eles fazem a vigilancia de casas muito envidracadas, amplas e cercadas por cercas baixinhas ou sebes de arbustos floridos. Tudo permeado pela sempre-presente sensacao de abandono. Bonito e tropical.
De noite, no jartar, cheguei a conclusao de que estou comendo demais e me exercitando de menos, e resolvi moderar, pra nao ter de sofrer quando voltar a casa.
Agora preciso ir encontrar com o pessoal para tomar o cafe (sim, sim, vou me controlar!).
Ate amanha, tenham um bom domingo.

Martha Argel

Um comentário:

Anônimo disse...

Olha este lugar é maravilhoso.
Estive em 1983 à serviço na Ceramica Pembadoty Factory e fiquie no Hotel Cassino Torárica . Maravilha!

http://qsuco.blogspot.com/