sexta-feira, 24 de abril de 2009

Primeira Entrevista sobre o VdMA

.
Saiu a primeira entrevista que dei sobre O Vampiro da Mata Atlântica!
Meu amigo Eric Novello foi rápido no gatilho e publicou um micro batepapo em seu site Fantastik.
O Fantastik é uma ótima fonte de informações sobre a literatura fantástica já publicada no Brasil. Vale a pena dar uma navegada.

um bom dia a todos
Martha
.

Combinação improvável: um homem santo e um vampiro

.
Ontem, na Cultura da Paulista, tive a grande felicidade de conversar alguns minutos preciosos com o Swami Sarvabhutananda (este aqui é o blog dele), num encontro fortuito e fascinante.


Um swami é, segundo os dicionários online, um professor religioso, no hinduísmo (da mesma forma como um lama é um professor no budismo tibetano). O swami transmitiu seus conhecimentos em Campinas e Sorocaba, e deve partir hoje. Que pena que São Paulo não estava em sua agenda, esta cidade dura que anda tão necessitada de sabedoria!
Logo depois que aquele homem santo, envolto num manto laranja-berrante, foi embora e se perdeu na multidão da livraria, tive outro encontro de natureza muito diferente, e nada espiritual.
Pelas mãos do Rodrigo Coube, da editora Idea, e que agora posso chamar de meu editor, vi diante de mim, em carne e osso, ou em papel e tinta, um sujeito muito (mas muito mesmo) menos iluminado: ele, o vampiro da Mata Atlântica. Impresso. Hurra! É só uma galley proof (uma prova), mas ele finalmente existe!
Ufa, haja estrutura pra aguentar essa montanha russa!

.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Crepúsculo e Relações de Sangue

.
Essa foi inesperada. Meu romance vampírico, Relações de Sangue, apareceu resenhado (e de forma bem positiva) numa revista dedicada aos fãs de Crepúsculo, a série bestseller da estadunidense Stephenie Meyer, que virou filme e febre mundial. Cliquem na imagem abaixo para ler o texto.
A revista, publicada pela editora Escala, está nas bancas.
Na verdade, a matéria é parte de uma resenha publicada em 2003 por Gian Danton (você pode ler o texto completo aqui), cujo e-book Amores Góticos é tema de uma outra resenha na revista. Também é dado um (justo) destaque a André Vianco e suas obras, bem como ao fanzine Adorável Noite, de Adriano Siqueira. Há menção, ainda, à antologia Draculea, o Livro Secreto, projeto que está sendo organizado por Ademir Pascale (e não pelo Adriano, como saiu na matéria).

Não vou entrar na discussão “Crepúsculo é bom ou não é”. Ainda não li o livro, por falta de tempo. Mas a mania nacional, que acompanha a febre internacional, está dando um destaque inédito a minha obra, e à de muitos colegas meus. Precisou vir um bestseller gringo, com marketing pronto e filme em cima, para a imprensa abrir um espacinho para autores que podem não ser badalados nas altas esferas eruditas, mas que fazem a molecada ler. Se tem autor que está contente com um país onde o público leitor cabe dentro de dois botes a remo e ainda sobra espaço, tudo bem. Mas acho muito mais fascinante o desafio de trazer leitores jovens pra dentro desses barcos e encher toda uma frota de transatlânticos gigantes com novos devoradores de livros.

No meio de tudo isso, um fato irônico. Relações de Sangue está fazendo sucesso. Ótimo, maravilhoso. Sete anos depois de publicado, continuo recebendo montes de e-mails de leitores, felizes e pedindo mais. Só que o livro não só está fora das livrarias como não está no catálogo de nenhuma editora há dois anos, e só pode ser comprado em sebos (como aqui). A continuação, Amores Perigosos, está pronta e inédita há cinco anos, cinco anos de tentativas incessantes e infrutíferas para publicá-la. Sinto que estou perdendo a chance de ser lida e dar emoção à vida de milhares de jovens. E sinto também que o mercado editorial está marcando uma $uperbobeira...

Mas na verdade não, não posso reclamar de nada. O Vampiro Antes de Drácula (Editora Aleph), que organizei com Humberto Moura Neto, recebeu uma ampla divulgação na mídia, com direito até a recomendação num extenso artigo da Veja sobre adivinhem o quê? Crepúsculo, claro. Meu segundo romance, O Vampiro da Mata Atlântica (Idea Editora) foi aceito e produzido em tempo recorde, e deve ir para a gráfica hoje. E está lindo, graças ao trabalho duro da equipe de produção (Billy, Carminha, Silvio, Rodrigo, Glauco e toda uma lista extensa de agradecimentos que vocês vão ver no livro). Além disso, logo sai um conto meu em mais uma antologia vampírica, e já teve até uma ou outra editora me rondando.

É isso aí. Moral da história: leiam. Qualquer coisa, mas leiam.

Martha
P.S. E não pirateiem nem plagiem porque é muito feio desrespeitar os outros.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O Vampiro da MA: confirmado lançamento em maio

.
O lançamento de O Vampiro da Mata Atlântica foi anunciado oficialmente por Rodrigo Coube, editor da Idea Editora, e está previsto para maio deste ano
Segue abaixo a notícia, como foi publicada por Roberto Causo em sua coluna sobre Literatura Fantástica.

Rodrigo Coube, editor da Idea Editora, nos escreveu sobre seus próximos lançamentos: "Dentro desta idéia de reforçar nosso catálogo, estamos finalizando mais um lançamento, e também uma edição nova: O Vampiro da Mata Atlântica, da Martha Argel. Trata-se de uma aventura de cientistas em pesquisas de campo no Alto da Ribeira, que em meio aos trabalhos isolados na mata, se dão conta que algo estranho está lhes observando. A Martha vem a ser um reforço importante para nós e ficamos muito contente em publicá-la. Previsão para estar nas livrarias em maio. A outra novidade é o lançamento da edição da Idea de O Arqueiro e a Feiticeira, Volume 1: A Caverna de Cristais, da Helena Gomes. Ainda estamos vendendo a edição original da Devir, não tínhamos uma edição da Idea, lembrando que os volumes 2, Aliança dos Povos (2007), e 3, Despertar do Dragão (2008), foram editados originalmente por nós. A edição sai revisada e dentro de nosso projeto gráfico para a Saga da Caverna de Cristais. Previsão para estar nas livrarias em junho."

Para (muito) mais informações sobre o que anda acontecendo na FC&H&F nacional, visite a coluna do Causo, clicando aqui.

sábado, 11 de abril de 2009

Lançamento em breve: O Vampiro da Mata Atlântica


==============================
Vem aí
O VAMPIRO DA MATA ATLÂNTICA
O novo romance de Martha Argel
==============================

A trama
Dois jovens cientistas, Xavier Damasceno e Júlio Levereaux, são contratados para avaliar a biodiversidade de uma área a ser preservada, situada na região do Alto Ribeira, sul do estado de São Paulo.
Depois de uma viagem difícil, chegam ao local e ficam fascinados com a beleza da floresta e o excelente estado de conservação do ambiente.
As descobertas se sucedem, mas uma delas não é nada do que esperavam. Daí em diante, eles vão ter que se esforçar muito para conseguirem ficar vivos!

Aventura...
O Vampiro da Mata Atlântica é um livro de aventura na selva, do tipo Indiana Jones ou, melhor ainda, do tipo daquele velho seriado de tevê, Daktari, que toda garotada da minha época curtia (se bem não teve jeito de incluir Clarence, o leão vesgo, em minha história, por um probleminha biogeográfico...).

... Vampiros...
Esse livro é também a uma releitura de Drácula, adaptada para nosso país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, ê-ô.
Não vou falar mais nada porque senão é spoiler!

... e Ciência!
Já li um monte de livros sobre cientistas na selva, onde ficava evidente que o(a) autor(a) nunca tinha ido pro mato de verdade.
Uma honrosíssima (e bota íssima, íssima, íssima e mais íssima nisso!) exceção é o maravilhoso conto Fuga de Katmandu, de Kim Stanley Robinson, que li no século passado, numa ótima tradução de Fábio Fernandes.
Não sei se foi aí que nasceu a vontade de escrever meu próprio livro de selva.
O fascínio em si veio de muito antes, quem sabe com aquele seriado que só o pessoal mais velho vai lembrar, O Mundo Animal, apresentado pelo inacreditável Bill Burrud, que enfrentava tudo e sabia tudo. A abertura maravilhosa, com um desfile de elefantes ao pôr do sol, com aquela trilha sonora linda, marcou uma geração de biólogos.
Mas moral da história, além de aventura e vampiro coloquei no livro algo mais difícil de encontrar por aí: os bastidores de uma expedição científica como ela é de verdade nesse nosso Brasil varonil, pátria amada, salve, salve.
Espero que todos curtam e...
divirtam-se com os carrapatos e mosquitos!

Personagens

Xavier Damasceno é um jovem ornitólogo que batalhou muito para romper a barreira do racismo informal brasileiro, e agora está terminando sua dissertação de mestrado sobre a mais magnífica das aves brasileiras: a espetacular harpia, ou gavião-real.
E é por causa de sua paixão científica que acaba se metendo na mais assustadora experiência que já enfrentou.

Júlio Levereaux é um mastozoólogo, ou seja, especialista em mamíferos. Além de ser um excelente pesquisador, com uma energia e um conhecimento impressionantes, é um safado oportunista e folgado. Mas uma coisa deve ficar clara: embora tenha sido dele a desastrosa idéia da excursão às matas do Alto Ribeira, ele não teve culpa alguma pelos acontecimentos horríveis que se desenrolaram.

O vampiro. Dizem que ele mora lá pros lados da Saripoca. Andou matando gente. Hoje a vila está abandonada, fugiu todo mundo por causa dessa assombração horrorosa. Vocês querem passar a noite lá? Isso é coisa de maluco!

A Mata Atlântica é o sonho de consumo de qualquer zoólogo de campo. Uma das mais exuberantes florestas do mundo, uma das maiores biodiversidades, mas também um dos lugares com maior número de espécies ameaçadas de extinção. Será que o horrendo vampiro que habita a Saripoca é o maior vilão da Mata Atlântica?

Lançamento previsto para 2009
Idea Editora
Capa: Billy Argel

=========================
*** Quiz para os Zoólogos***

De onde saiu o nome Levereaux?
Pesquisem um pouco, vale a pena.
Está além de qualquer ficção!
=========================

.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

O Vampiro da Mata Atlântica


Era noite – ele sabia que era noite – mas por que ele podia ver a floresta com tanta clareza, como se o sol estivesse brilhando alto no céu? Por que o ar estava tão cheio de ruídos e de cheiros? Ele ouvia pequenos animais, ratos silvestres talvez, andando pelo chão da floresta, ouvia até suas respirações e os corações minúsculos batendo rápidos em seus corpos. A brisa quase inexistente trouxe um cheiro de bicho do mato, e ele soube com surpreendente certeza que uma jaguatirica trotava por um carreiro a uns bons duzentos passos de distância.
E ele se sentia mais forte, mais cheio de energia do que nunca.
Não, ele não estava morto.
Ou estava? De repente lhe ocorreu que já tinha ouvido histórias demais sobre assombrações e mortos-vivos para que não houvesse uma gota de verdade por trás delas.
Passando os dedos sobre o sangue seco – seu sangue – que cobria a barriga intacta, ele teve a certeza de que morrera naquela emboscada, e que voltara como algo do outro mundo. Algo capaz de encher de terror a alma das pessoas.
Ficou algum tempo matutando sobre aquilo, até que um espasmo súbito, violento, contraiu-lhe o estômago. Curvando-se, ele apertou as mãos contra a barriga, num esforço vão de atenuar a dor.
Fome. Uma fome implacável.
Um instinto recém-despertado disse-lhe exatamente o que precisava para saciá-la. E onde fazer isso.
Ele pegou a trilha de volta para o bairro do Alto dos Lacerdas. A espingarda Boito ficou esquecida no fundo da cova. Não era a carne de paca, tenra e saborosa, que ia satisfazer seu apetite a partir de agora.


Logo vocês vão conhecer o vampiro da Mata Atlântica!

O Vampiro da Mata Atlântica, de Martha Argel
Lançamento previsto para 2009
Idea Editora
Capa: Billy Argel

beijos a todos
Martha

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Plágio Online II – o Final

Depois de alguma insistência junto à moderação, o tópico do orkut criado pela mocinha com sua "fanfic" acabou sendo deletado, e com ele foi-se embora o plágio.
Numa comunidade de escritores onde relatei todo o episódio, gerou-se uma certa discussão. Várias pessoas tomaram por certo que eu estava disposta a entrar na justiça contra a garota e fazer valer meus direitos. Teve gente apoiando com entusiasmo e gente fazendo um coro magnânimo de deixa-disso, de modo que tive a nítida impressão de que alguns ali nem estavam lendo o que eu dizia e repetia: não, não vou processar ninguém.
Mas entre as pessoas que de fato acompanharam o caso com atenção, houve reações e ponderações realmente notáveis pelo bom-senso, algumas das quais me tocaram bastante.
De qualquer forma, o episódio está ultrapassado, embora não encerrado, já que, como tudo o que acontece no vida, gerou conseqüências (um budista diria: como todas as ilusões impermanentes do samsara, essa também gerou karma).
Já nos estertores da discussão, alguém disse algo como "tudo bem, mas se fosse comigo não teria deixado barato e teria insistido numa ação legal". A questão é que eu não acho que tenha deixado barato, não, mesmo sem envolver dinheiro na coisa toda.
Suspeito que a menina acabou pagando um preço alto. Algumas de "suas" leitoras ficaram decepcionadas e manifestaram isso em público. A "obra" que ela construiu ao longo de meses (ela estava postando desde novembro!) foi apagada. De repente ela se viu sem as "fãs" e sem os elogios que, não tenho dúvida, eram uma das coisas boas de sua vida de adolescente que, segundo seu próprio orkut, ficou de recuperação em cinco matérias, está submetida a castigos constantes dos pais e acha necessário mentir sobre a idade. Ela criou para si um personagem de animê que era uma escritora aclamada, e de repente a platéia percebeu que ele era só um personagem interpretado por uma atriz medíocre.
Perder a aprovação dos pares é uma catástrofe em nossa sociedade de aparências. Imagino que tenha sido para essa menina.
Pra que criar uma pendenga judicial e arrastar por meses o gosto desagradável de algo que já foi, e criar dor de cabeça e angústia pros outros (e pra mim)? A garota já deve estar numa espécie de inferno (coitadinha!). Quanto a mim, aprendi muito, e como já disse fiquei tocada com as reações de muitas pessoas com as quais eu nunca tivera qualquer contato.
Acho que, ao contrário de deixar barato, houve grandes perdas e grandes ganhos nessa história toda, sem precisar botar o dinheiro no meio.

E chega, né? Bola pra frente que a vida é curta.

Martha