quinta-feira, 26 de fevereiro de 2004

Bom dia, e o inverno se instalou em Sampa, dá pra acreditar? Frio, pés gelados, fevereiro com cara de julho.

E o Mathias me fez assistir o carnaval pela tevê, marcar o ritmo do samba com o pé e torcer pelo Salgueiro, assimilando com atenção cada informação e cada detalhe fornecido por aqueles medonhos comentaristas da Globo. Jesuis, quanta besteira a gente tem de ouvir! Mas não há como negar, fruto da contravenção ou não, o desfile do Rio é um espetáculo de encher os olhos. Se pela telinha a gente já se empolga, imagina estar lá que nem meu sobrinho, no meio da euforia. Ele, roqueiro e guitarrista, voltou encantado com a experiência. Bem, confesso que gravei o desfile do Salgueiro inteirinho, só pra ter os escassos segundos em que o Má apareceu. E ele apareceu BEM! Foi legal. Imagina só, conseguir aparecer no meio de 4100 pessoas não é mole.

Só que agora o Carnaval terminou. Hora de cair na real e trabalhar pra valer. Acorda, Brasil.

Beijos & queijos a todos vocês que visitam quietinhos este blog e que só abrem o jogo por e-mail. Não fazia idéia de que tanta gente aparecia por aqui. Obrigada.

Martha Argel
PS. Ceres, o teu e-mail tá em bouncing na minha lista, que que tá acontecendo?

domingo, 22 de fevereiro de 2004

Bom dia!

Pleno carnaval, e o dia amanheceu borocoxô. Saí para caminhar embaixo da fina garoa que não molha porque de tão fina evapora assim que toca no corpo aquecido pelo exercício.
Acabo de comer uma enorme e doce goiaba. Dúvida existencial: porque a goiaba vermelha é mais cara que a branca? Não que isso me preocupe muito, sempre preferi a branca, por algum motivo.
Ontem: um passeio que, em condições normal, seria ameno e alegre. Mas visitar o Zoológico de São Paulo e ver as jaulas vazias, os bichos solitários, a vigilância desesperada (e insuficiente, deu pra notar) e a tensão no rosto dos funcionários, é de cortar o coração. O que você faria com o assassino de animais? Acho que eu o exporia a visitação e execração pública numa jaula na Praça da Sé e depois o condenaria a uns dez anos de serviços forçados, por exemplo limpando os banheiros de algum presídio; contato com animais, crianças e idosos, nem pensar! Também confiscaria todos os bens que ele pudesse ter e usaria a grana (pouca ou muita) para equipar algum centro de triagem de animais silvestres.
Continuo tentando ler "Blood e Gold". Alguém que já leu (e se entediou) me pergunta porque continuo a ler, se não melhora até o fim. Não sei, realmente. Tanta coisa interessante pra fazer e tão pouco tempo... Mas tudo bem, o fim está próximo. Prometo que vou escolher algo melhor para ler em seguida, quem sabe a segunda trilogia do "Assistente de Vampiro", de Darren Shan. Adorei a primeira.

E ATENÇÃO: MEU SOBRINHO MATHIAS VAI DESFILAR HOJE NO SALGUEIRO!!!!
Ele vai estar no sétimo carro alegórico, vestido de astronauta. Vai ter dois astronautas fazendo umas acrobacias no ar e ele vai estar no apoio de solo. A saída do Salgueiro está prevista para as 00:15. Se alguém assistir, me conte. Meu sobrinho é lindo e eu sou a tia mais coruja que existe.

Beijos a todos

Martha Argel,
curtindo demais a tranqüilidade de ficar em casa

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004

Bom dia.

Ainda está escuro lá fora, nesta véspera de feriado carnavalesco que promete ser de debandada geral. Ontem já tive o tráfego dos foliões passando em frente a minha porta. Congestionamento e babaquices. Minha rua é paralela a uma avenida que dá acesso à Imigrantes (pra quem não é de Sampa: Imigrantes é a autopista que desce a serra em direção ao litoral). Quando a avenida congestiona, o pessoal vaza para a minha rua, e é um pessoal alucinado, desesperado por chegar logo na praia e fazer o que a maioria dessa classe média pobre de espírito sempre faz: encher a cara e agir como selvagens. Ontem vi neguinho já entornando sua cervinha dentro do carro. E fazendo horrores no trânsito, acelerando na contra-mão, fechando os cruzamentos, cortando a frente dos outros, xingando-se e se metendo em bate-bocas. Acho bom mesmo que saiam de Sampa e deixem a cidade muito mais civilizada. Pena que todos voltam depois. Alguns direto pro cemitério, mas voltam.
E enquanto isso, eu cá no meu cantinho gostoso trabalho um pouco, sonho muito, recebo a visita de amigos e leio um livro atrás do outro. No momento estou lendo "Blood and Gold", de Anne Rice. Incrível como alguém pode descuidar TANTO da escrita e da criatividade depois que chega lá em cima e garante um público-leitor cativo. O livro é chato, os diálogos são pueris, os detalhes exaustivos e a ação (se é que a palavra se aplica a uma obra onde NADA acontece) está cheia de pequenas e irritantes contradições. Exemplo do descuido: num dado ponto, a ação se passa explicitamente em 1482 e um personagem descreve com detalhes irritantes um quadro famoso que, descobri numa pesquisinha de 10 minutos, foi pintado oito anos depois, em 1490! Puxa, quem ganha a grana que a Rice ganha devia contratar gente melhor pra fazer a pesquisa histórica.
É isso aí. Bom carnaval a todos. Façam o que bem entenderem mas lembrem-se de não prejudicar nem a si nem aos outros.

Martha Argel,
uma vampira que vai curtir Sampa vazia no carnaval

terça-feira, 17 de fevereiro de 2004

Bom dia, o sol está bonito lá fora.
O que dizer quando a vida é um turbilhão aqui dentro? Quando tudo está tão embaralhado que não dá pra dizer o que é alegria, o que é pena? Se estou feliz ou se o nó na garganta é vontade de chorar?
Talvez nem seja necessário. Basta saber que isso é VIDA. O imprevisível que de repente dobra a esquina e bate de frente com a gente. As guinadas súbitas, que nada faria adivinhar.
Alguém me disse que devo dar tempo. Ao tempo, a mim. Vou tentar, é uma promessa, feita a mim, feita a essa pessoa tão especial que há tanto tempo está tão perto e que de repente sinto tão mais perto.

Fiquem bem, aproveitem a vida.

Martha Argel

sábado, 14 de fevereiro de 2004

Eu gosto de ver o sol nascendo.
Eu gosto de cães sem raça.
Eu gosto do cheiro das flores quando caminho de manhã bem cedo.
Eu gosto da primeira mordida na barra de chocolate.
Às vezes é tão bom lembrar das pequenas alegrias que ninguém pode tirar da gente.

Estou lendo "El perro de terracota", de Andrea Camilleri. Me apaixonei por esse autor. E tenho escutado Emma Shapplin, "Etterna", simplesmente divina.
Ainda tenho um alfajor na geladeira. Guardei pro final o que tem recheio de chocolate e cobertura de chocolate.
Ontem de noite, a companhia foi péssima (leia-se eu mesma), mas pelo menos pude encher a cara. Apesar de barato, o Viñas Riojanas deve ser bom. Nada de ressaca ou de chamar o hugo.

tenham um bom final de semana

Martha Argel

(Almendra, te agradezco la preocupacion, gracias por el consejo y por leerme)
(Trauco, hubiera seguido charlando y charlando, fue tan poquito)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004

Um desânimo súbito se abateu sobre mim. Talvez seja reação à volta da viagem, o retorno a essa vida sempre na corda bamba, de sucessivas expectativas não cumpridas. É temporário, eu sei. E talvez eu esteja, como uma vez me disseram, chorando de barriga cheia.
Hora de mandar tudo à merda e partir do zero. Afinal, tenho muito trabalho pra fazer.
É possível que este blog entre em recesso por tempo indeterminado.

Fiquem bem

Martha Argel

domingo, 8 de fevereiro de 2004

Oi, todos.

Nada especial para dizer. É bom voltar à rotina, aos ambientes que nos são familiares, estar cercado por pessoas conhecidas e, principalmente falar o idioma nativo. Os "zês" e "vês"soam agradáveis ao ouvido. Engraçado como sinto a falta deles quando estou em algum país hispano-falante.
Mas eu senti falta mesmo foi dos cachorrinhos da rua. Esses dias têm sido uma festa de confratenização só entre meu Thorzinho, Café, Quai-quai (não sei se é assim que escreve, mas quer dizer "bonzinho" em chinês), Mig e Rada. A Madonna teve nenê: sete robustos bichinhos choramingantes. Uma gracinha, pena que são sete pit-bulls a mais no mundo.

Na próxima sexta-feira, dia 12 de fevereiro, vai ter balada. É o aniversário de duas amigas queridas, a Giulia Moon e a Cintia. Traje recomendado: preto.
Local: DJ Club
Endereço: Al. Franca, 241 - esquina com R. Pamplona, próximo ao metrô Trianon - Masp
Quando: Dia 13/02, sexta, a partir das 23:30
Som: Pop/Rock Anos 80
$$$: até meia-noite: M - free H - 5,00 consumação
após a meia-note: M/H - 10,00 consumação com nome na lista; normal é 5,00 entrada + 5,00 consumação.
Prá por o nome na lista escrevam pra Giu (giuliamoon1@yahoo.com.br) ou pra Cintia (carmillabr@yahoo.com.br).

E o que fiquei sabendo ao longo da semana: a Bienal do Livro de São Paulo será de 15 a 25 de abril; a Feira Internacional do Livro de Buenos Aires, de 13 de abril a 9 de maio. Haja grana!

beijos a todos, vivam ao máximo, sem sacanear quem não merece

Martha Argel

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2004

Bom dia.
É claro, uma expressão retórica. A chuva lá fora promete um dia mal-humorado, de trânsito pesado, gente apressada, guarda-chuvas se chocando e tudo o mais.
Tem gente que não devia ir embora nunca. Lígia, você sacaneou todos os que te amam. Quando a gente se reencontrar (como eu gostaria de poder crer nisso) vou te dar um esporro. Isso não se faz. Sinto sua falta. Espero que, em algum lugar, você esteja bem e muito feliz, poeta. Carinho. Saudade. Muita.
Mas a vida continua, não é?

aproveitem cada minuto e nunca deixem pra viver a vida depois.

Martha Argel
(Trauco, si supiera, hubiera dormido sentada al lado del telefono. Pero hoy escuché tu voz. Muchos muchos besos)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2004

Pois é.
Cheguei!!!!
Sábado, a aterrisagem em Cumbica foi punk. O piloto deu uma brecada no meio da pista que o povo quase bateu com o nariz nas poltronas da frente. E a maior aventura da viagem foi o trajeto de ônibus até Congonhas, que fica pertinho de casa: estavamos na marginal do rio Tietê quando caiu uma PUTA tempestade de granizo. Os viadutos viraram verdadeiros túneis de vento. O motorista estava morrendo de medo de que o rio transbordasse, e eu só pensava na mala cheia de livros lá embaixo no maleiro. Quando saímos da marginal, todos respiramos aliviados.
E chegando em casa, uma surpresa: meu sobrinho Fernando participou de um concurso para escolher o melhor sósia do Harry Potter, na Siciliano do Shopping Santa Cruz. E não é que o moleque ganhou???? Vi as fotos. Ele tava igualzinho, com direito a uniforme da Grifinória, varinha e tudo! Teve su dia de glória: um monte de gente pediu pra tirar foto com ele.
O domingo foi um estranho dia dedicado à aclimatação. Ainda me parecia esquisito ouvir as pessoas falando português. Pra ajudar, à noite fui jantar com a Clau Ribeiro e um amigo catalão. Rolou um portunhol brabo.
Acordei hoje sem saber direito em que país estava. Começou o trabalho.
O retorno a todos os problemas, uma série de pequenos contratempos e decepções, o cansaço que ainda toma conta do corpo, tudo contribuiu para que meu humor rapidamente deteriorasse.
No fim da tarde, porém, bastou uma curta mensagem e o astral de repente clareou. Engraçado como essas coisas acontecem.

Beijos a todos

Martha Argel
(Trauco, espero tu mensaje...)