segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

Planos que mudam como o vento. Bom demais erguer castelos de areia.

Algo curioso que aconteceu ontem: fui visitar meu peixe (sim, tenho um peixe, só ele e eu sabemos que pertencemos um ao outro; ele vive debaixo de uma cachoeira, e é o mais bonito do cardume) e no caminho vi uma coisinha estranha, escura, amorfa no meio fio, debaixo de uma palmeira. Fui olhar. Era um morceguinho morto. As formigas já tinha devorado pedaços de carne, da membrana da asa e a folha nasal. Ele era lindo, com listras brancas por cima e por baixo dos olhos, e outra pelas costas abaixo. O pelo parecia tão, tão macio, fino e delicado. Inaceitável um bichinho tão perfeito e tão morto. Eu queria estar enganada, quem sabe ele ainda vive, mas o estrago feito pelas formigas não deixava lugar a dúvida. Vontade de chorar. Chegando em casa, fui procurar nos livros. Acho que era um Vampyrops lineatum.

Faltam 42 dias, e contando.

Fiquem bem.

Martha Argel

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