segunda-feira, 23 de agosto de 2004

Bom dia.
Tenho alguns minutos, poucos. Ultimo dia. Ainda temos que ir a alguns orgaos publicos reunir informacoes. Partiremos 'as quatro da tarde, as malas ja estao prontas e o cansaco atinge niveis alarmantes. O cheiro da cozinha, aqui do lado do computador me irrita.
Normal, ansiedade de fim de viagem.
Ontem o Ed nos botou em sua pick-up e nos carregou para o interior do pais. Depois de sair da area mais urbanizada, ao longo das estradas vimos vilas de crioulos, de amerindios e de maroons. Passamos por savanas de area branquissimas, resorts turisticos em meio 'a mata tropical e por fim chegamos a regiao de mata onde vivem os maroons, quilombolas com uma cultura propria, que constituem a maior parte da populacao do interior do pais.
Apos cerca de uma hora e meia de viagem, chegamos a gigantesca represa de Brokopondo. Visitamos todas as intalacoes, passamos por cima da barragem e minha vista se perdeu na vastidao do lago. Depois de quarenta anos, ainda ha um paliteiro das arvores mortas. O fechamento de Brokopondo foi um dos maiores desastres ambientais do mundo. Hoje o lago tem aguas verdes e nenhuma ave nas margens. Ja no caminho de volta, visitamos aldeias de quilombolas reassentados, e acompanhaos as belissimas aguas do rio Suriname, com as kankantries, imensas arvores sagradas, se destacando imponente acima de matas e vilas.
A viagem foi linda, impressionante, e deu o que pensar.
Mas algum dia a gente conversa sobre isso. Agora tenho de correr.
Nos lemos no Brasil!

beijos
Martha Argel
(dando adeus aos restos mortais do mosquito esmagado na tela. Nunca mais vou ve-lo!)

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