quarta-feira, 28 de janeiro de 2004

E o calor continua. Noite infernal, deixei a janela meio aberta pra refrescar e em vez de ventinho o que e que entra? Mosquitos!!! Lamentavel.

E o dia de ontem foi uma longa e lenta caminhada pela cidade, quase a esmo. Almocei com o Chendo, que fez uma exigencia peremptoria: tinha de ser um lugar com ar condicionado. Ok. Depois de comer, visitamos algumas livrarias e acabamos nos refugiando do calor num bar tradicionalissimo da cidade, o Richmond. Como o nome sugere, parecia um club ingles, um enorme salao com paredes revestidas de madeira, poltronas confortaveis e cavalheiros de terno e gravata mergulhados em profundas conversacoes. Nao era barato, mas num lugar desse voce paga pelo clima.
O Chendo tinha mais o que fazer (afinal, quem esta de ferias sou eu, nao o mundo) e foi cuidar da vida. Eu, mais do que depressa fui para a Calle Corrientes, a maior densidade de livrarias por metro quadrado na America do Sul. Se pudesse, teria comprado um caminhao de livros. De vez em quando, o foco da atencao se voltava para cds, roupas, lingeries e para as infindaveis lojas de acessorios & quinquilharias.
Aproveitei para observar a gente comum que caminha pelas ruas, o dia a dia da cidade nos bairros cada vez mais distantes do centro turistico.
Ja escurecia quando escolhi um restaurante simpatico. Em Buenos Aires, como os bonaerenses: quando voce entra a um restaurante ou bar e se senta a uma mesa, a passagem do tempo muda de ritmo. Nao existe pressa. Voce le o jornal, um livro ou simplesmente pensa na vida enquanto o garçom, que tampouco tem pressa, nao volta com seu pedido. Fiquei quase uma hora ali, primeiro lendo, depois comendo com vagar a salada que tinha pedido. Nenhum garçom veio me apressar. Nas outras mesas, gente fazendo exatamente o mesmo que eu: deixando o tempo passar, sem stress.
Pra voltar pra casa, foi so tomar o metro na estacao que estava bem na frente do restaurante. Uma coisa e esquisita: o metro corre no sentido oposto do metro de Sampa, ou seja, na mao inglesa. Voce espera que ele venha de um lado e ele aparece, de repente do outro. Existe uma porta de comunicacao entre os vagoes, e quando o trem faz a curva a gente se arrepia todo, achando que ele vai sair dos trilhos. Os bancos, paralelos as laterais do vagao, um de cada lado, sao longos e revestidos de veludo, e as pessoas quando se acomodam parecem estar no sofa de suas proprias salas. E a quantidade de gente lendo livros e impressionante. Bem que no Brasil podia ser assim...
Maximas previstas para hoje: Puerto Montt 24, Bariloche 25, Neuquen 35, Buenos Aires 36. Afff!!!! Em Sao Paulo, maxima prevista de 28. Em minha cabeca, ja estou voltando. Saudades de casa, de minha cama, dos amigos, da rotina.
As ferias servem para isso: para nos dar forca e vontade de encarar o dia a dia.

Ate amanha, todos, e nao se esquecam de aproveitar todos as pequenas alegrias de todos os dias.

Martha Argel,
uma vampira assando no calor portenho

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