Boa noite. Ontem nao postei por motivos de forca maior.
Meu ultimo dia em Montreal pode ser resumido assim: (1) de manha me deliciei no Village des Values, o brecho' mais inimaginavel que pode existir, realizando boa parte de meus sonhos de espectadora assidua de "Esquadrao da Moda". Putaqueopariu, em duas horas de loja encontrei mais objetos do desejo do que em meses batendo perna pelas lojas de roupas de Sampa! Ainda estou em estado de graca; (2) de tarde, voltei ao lugar e preenchi mais algumas lacunas de meu guarda-roupa; (3) depois disso saih pra caminhar e fui do bairro onde estavamos hospedados ateh o centro da cidade, devem ter sido pelos menos 10 quilometros.
Cheguei exausta em casa, onde minha prima Claudia me esperava com uma mudanca de planos: em vez de voltar a Toronto na manha seguinte (isto eh, hoje), que tal voltar naquele mesmo instante? Eram nove e meia da noite. Tah, tudo bem. Acabamos saindo aas dez e meia. Chegamos a T.O. aas tres e meia da manha, mortas de cansaco e depois de passarmos por uma experiencia extraordinaria, que eu PRECISO contar.
Breve dialogo no inicio da viagem:
- Clau, vc jah viu a aurora boreal?
- Putz, nao. Mas se eu morrer antes de ver isso, vou ficar muito brava.
- E onde eh que tem?
- Ah, diz que tem no norte de Ontario.
Centenas de quilometros de onde a gente estava.
Meia hora depois, olho pra fora, por minha janela e me arrepio inteira. O ceu estava cheio de manchas luminosas esverdadas
- CLAUDIA! CLAUDIA! CLAUDIA! - berrei - PARA O CARRO!!!!
Minha prima quase bateu no teto de susto.
- Caramba, Tita, que que aconteceu?
- PARA O CARRO! PARA! PARA! A AURORA BOREAL!!!
- Que aurora boreal, o que, vc acha que vai ter aurora boreal aqui?!
- PARA O CARRO! PARA! EH AURORA BOREAL, SIM, NAO PODE SER OUTRA COISA, PARAAAA!
Ela nem se dignou a olhar para o lado.
- Num eh aurora boreal, que vai ser aurora boreal!
- PARA O CARRO, PARA!
- Mas eu nao posso parar, eh proibido parar no acostamento!
- LIGA O ALERTA E PARAAAAAAAAAAA!
Aih ela parou. E era aurora boreal mesmo. Coisa mais doida. Ficamos as duas arrepiadas. O ceu parecia que estava vivo. Em varios momentos a gente viu aquela cortina vertical, tao tipica. Minutos depois, as manchas mais espetaculares desapareceram, e so' ficou uma luminosidade difusa que nos acompanhou pelo resto do caminho. A Clau guiava e me xingava porque eu nao tirava os olhos da aurora, enquanto ela soh podia olhar nossa looonga estrada.
Uma duas horas depois forcei a Clau a parar de novo, e dessa vez tivemos que descer do carro. Quase metade do ceu estava tomada pela luminosidade difusa, que a cada segundo era percorrida por uma onda de luz mais intensa. O ceu parecia estar pulsando, como se fosse percorrido por gigantescas ondas de eletricidade. Fazia um frio do cao, e so depois de algum tempo percebemos que a Clau estava sem casaco e eu apertava o meu entre as maos.
Estamos falando disso ate agora.
Quanto ao dia de hoje, eu estava tao exausta que fiquei em casa o dia todo. Arrumei as compras que fiz ateh agora, separei roupa suja e, jah que estava embalada, coloquei um pouco de ordem na bagunca indescritivel que eh a casa de minha prima.
Soh no final da tarde saih pra dar uma volta do quarteirao e, de quebra, testar a maquina digital que comprei (a um terco do preco que pagaria no Brasil...).
beijos e queijos e fiquem bem
Martha Argel
domingo, 11 de setembro de 2005
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário