domingo, 13 de outubro de 2002


Domingo de sol, pouco passa das seis mas já se nota que o dia vai ser fogo, literalmente.

Uma vez me disseram que quando estou feliz fico bonita. Estou tentando ficar bonita. Esquecer as encanações, as mágoas, as desilusões, os pequenos revezes que se acumulam. Ver o que há de bom por aí.

Então caminho. A primavera, apesar de quente, anda linda aqui por Sampa, flores por toda parte, ontem saí para caminhar no fim da tarde e vi: os amarelos das sibipirunas e tipuanas, o lilás do jacarandá-mimoso, o fúcsia das primaveras. Ruas e calçadas cobertas por tapetes coloridos de flores caídas. E tingidas de roxo escuro por baixo das amoreiras. Eu nunca havia reparado quantas amoreiras existem aqui. Já sei quais são as azedas e quais são doces como açúcar. Volto sempre com as pontas dos dedos pintadas de roxo. Ontem peguei um punhado de amoras de cima do capô do carro do Romeu Tuma. Estavam azedas umas, passadas outras; duas eram um manjar.

Então escrevo. Great news, estou trabalhando em um conto. Há quantos meses não conseguia? Mas estou me forçando, neste momento em que não tenho mais nenhum trabalho para entregar. O texto não sai natural. Ainda não estou feliz o suficiente, quem sabe.

E então leio. Enquanto tomo sol, um pouquinho só, que é para igualar a cor que não tem jeito, sempre pego no rosto e braços quando faço trabalho de campo. Tomar sol não é só frescura, pra mim é uma necessidade, uma obrigação.

Brinco com o Thor, atualizo o blog, falo com amigos pelo telefone. Assim. São os meus dias. Ainda demora muito pra ficar bonita?

beijos, o Thor tá me chamando. aproveitem os dias.
tita

Nenhum comentário: