sexta-feira, 18 de outubro de 2002


Boa noite.
Cá estou eu. Num quarto de hotel onde o ar condicionado cheira a poeira, mas cujo ruído ensurdecedor serve para abafar a tevê do sujeito ao lado. Merda. Mil vezes merda. Eu tava felizinha, oba, consigo conectar o laptop. Sim. Consigo me conectar a todas as merdas de minha vida.Linha direta, todas as pequenas e grandes obsessões aqui, comigo, neste quarto onde estou há... deixa eu ver... ha seis horas, me sentindo mal mal mal. Sei lá o que foi. Um enjôo terrível. Não sei o que foi, talvez o cheiro nauseabundo do rio que estamos tentando salvar. Bonito isso, né? Paladina da justiça. Bela merda.
Vocês já viram um rio vermelho? Eu vi hoje de manhã.
Peixes aos milhares tentando respirar e condenados à morte presos por poluição fudida a jusante e uma barragem para captação de água a montante?
Aves aquáticas que apenas podem sobrevoar um rio nunca usar suas águas, apenas porque o rio não é rio, mas merda a céu aberto?
O mal-estar físico associando-se ao mal-estar do universo estranho que mora dentro da minha cabeça.
Merda.
Como é que eu faço pra dar um FODA-SE bem grande pro mundo, e realmente ter um resultado eficaz com isso?

tita,
que espera estar melhor pela manhã, pra poder continuar com este trabalho até o fim, porque a grana vai me comprar um pouco mais de fugas, quando chegar

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