domingo, 1 de dezembro de 2002

Boa tarde a todos!

Lá fora um lindo domingo de sol, e eu aqui, ouvindo David Bowie e fazendo hora até a Giu passar pra gente ir ao Ponto Chic encontrar o Tetsuo e a Cintia
Os últimos dias foram intensos. Fantasmas que se foram (voltarão ou não?). Novas perspectivas que surgiram. A reconfortante (re)descoberta de que o passado ainda pode ser presente, e que algumas coisas não mudam, ou às vezes nos surpreendem e mudam para melhor.
Por que nada disso apareceu por aqui? Exatamente por tanta coisa ter acontecido em tão pouco tempo. Overload, quem sabe e também o fato de ter me afastado da internet. Leio os e-mails mas não tenho respondido senão os mais urgentes, e perdão por não visitar os blogs de vocês a não ser esporadicamente.
Alguns de vocês gostarão de saber que definitivamente retomei o trabalho em meu próximo livro, Amores perigosos, e a escrita está avançando e vai bem, obrigada. Saiu um conto meu publicado no zine Hipertexto, do Clube Jeronymo Monteiro de Literatura (http://www.jmonteiro.org.br) (quero agradecer ao editor Luiz Marcos da Fonseca, por ter dedicado toda a 4a. capa a meu livro Relações de Sangue. Ficou maravilhosa!!!). Fui convidada para participar de uma mesa-redonda num Seminário sobre a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, e devo falar sobre a situação da fauna silvestre na periferia da região metropolitana de São Paulo. Mais pra frente coloco detalhes aqui. E fui convidada, ainda, para escrever um livro sobre animais brasileiros. Ainda é um projeto, mas com grandes chances de dar certo.
Some-se a todos esses eventos profissionais uma tranqüilidade emocional que há muito não experimentava. Não tenho o desembaraço que muitos têm para escancarar sentimentos e citar nomes. Só quero dizer que os amigos são importantes, em especial aqueles que aceitam confidências, dando-nos em troca a sinceridade e suas almas. E quando esses mesmos amigos acompanham a gente nas baladas, então, a amizade atinge o que só podemos chamar de PERFEIÇÃO!!!
Sei que este post soa egocêntrico e presunçoso. Talvez eu tenha adiado tanto uma atualização por saber que nos últimos tempos o universo está girando ao redor de meu umbigo. A exacerbação de meu ego já não muito discreto foi o artifício desesperado que usei para escapar do grande pântano de desânimo e pessimismo no qual me havia metido até o pescoço. É possível que esteja agora no extremo oposto, nas alturas, achando que posso tudo. Foda-se se é ilusão -- enquanto estiver nas alturas, eu posso tudo, e vou fazer o máximo que conseguir. Ao menos hoje sou uma grande especialista em fauna, uma escritora de sucesso, uma mulher gostosa com pernas lindas e vou ganhar um monte de dinheiro e viajar para a Inglaterra. Que seja eterno enquanto dure. O David Bowie está cantando aqui: we can be heroes / just for one day

Fiquem bem, e guardem um pouco deste sol dominical para iluminar a segunda-feira.

Martha Argel

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