domingo, 15 de dezembro de 2002

Bom dia.

Hoje quero falar de uma amiga, Jacqueline Bishop, americana que mora em New Orleans. Conhecemo-nos em 1996, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, durante um congresso sobre conservação de aves.
Jacqueline é artista plástica, e vem expondo desde 1987, sempre tendo como tema a natureza e sua destruição. Apaixonada pelo Brasil, há muitos anos sua principal fonte de inspiração é o estado do Acre, a floresta amazônica e a luta pela conservação da biodiversidade. Seus quadros não são apenas representações da natureza, mas afirmações políticas. Não são passivos. Impossível olhar suas imagens sem sentir uma perturbação crescente.


Imaginaire, 1994


Detalhe da instalação Terra, 1999.

Há três anos ela é presidente do BACI, Brazilian-American Cultural Institute, organização sediada em New Orleans. Fundada há mais de 20 anos, o BACI preocupa-se em divulgar a cultura brasileira e unir brasileiros e não-brasileiros através da arte, da música, da culinária e de conferências em Português.
Resolvi falar da Jacqueline porque há dias venho pensando nela, desde a indicação de Marina Silva para o Ministério do Meio Ambiente. Imaginei como ela estaria feliz, e não me enganei. Ontem ela me escreveu, em resposta a um e-mail que lhe mandei. Ela teve contato com a nova Ministra em 1996, e achou-a muito dinâmica. Para ela, a indicação é um fato muito positivo.
Outra coisa que me fez pensar nela foi a notícia da morte de Stan Rice, marido da escritora Anne Rice, segunda-feira passada, dia 9, por um tumor cerebral. Algum tempo atrás a Jacqueline tinha me contado que os Rice eram seus vizinhos e que Stan Rice havia participado de um evento organizado por ela há seis anos. Ela o entrevistou diante de uma grande platéia e ele se mostrou articulado e muito aberto. Segundo ela me contou, por 30 anos Stan Rice ensinou escrita criativa na San Francisco State University, antes de mudar-se para New Orleans e se tornar pintor. No ano passado, ele emprestou sua casa por uma noite para sediar a festa de Natal do BACI pois, segundo a Jacqueline, ele amava o Brasil. Ela diz que a vizinhança não parece a mesma sem ele.
No momento, Jacqueline foi convidada por duas universidades (Loyola e Tulane) para dar um curso sobre Arte e Ambiente. Além de dar aulas, ela continua pintando full time e proferindo palestras sobre seu trabalho (as próximas serão nas universidades de Nova York e Georgia). Recentemente esteve em um tour de conferências na Índia e em Bangladesh, que deve visitar novamente em 2004.
As coisas estão acontecendo rápido para a Jacqueline. E ela termina seu e-mail dizendo: But my heart is in Brazil.
Para saber mais sobre a Jacqueline e sua obra, vocês podem visitar os seguintes sites:

Arthur Roger Gallery
Clark Gallery
Southeastern Louisiana University
Entrevista para reddotmagazine.com

beijos a todos, tenham um bom domingo

Martha Argel

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