Bom dia. Amanheceu de chuva. Jah era esperado. E' o que restou do furacao Katrina em sua marcha rumo norte, uma chuva mansa que amortece os sons da rua, lah fora, para alem do patio interno cheio de plantas onde abrem-se as janelas do apartamento da Clau. Ontem, depois do post, visitei a biblioteca publica. Na volta, jah escuro, fiz um bizarro walking tour pelo centro da cidade: Andrew, de dois anos, ia na frente, reiterando seu objetivo "Agua. Agua". Levou-nos a uma fonte atras da outra. Claudia comentou "ele conhece fontes que nem eu sei que existem". De repente, ele tomou uma rota que ela nao sabia onde ia dar. Atravessamos ruas, avenidas, seguimos por longas calcadas, por mais de meio quilometro, sempre atras do pirralho. A Clau ficou intrigada. "Nao faco a minima ideia de onde ele quer chegar, eu nunca passei por aqui!". Entramos por um passeio de pedestres e chegamos a um largo no meio de predios, coisa comum aqui, e lah estavam, tres estranhas fontes ultrahipermodernas. "Agua, agua" repetia o moleque, triunfante, apesar delas estarem desligadas, talvez por ser de noite. Ficamos pasmas as duas. "Como ele sabia?" perguntei. A Clau nao sabia.
No passeio, topamos com uma figura esquisitissima: um homeless (pedinte) imundo, com um travesseiro preso aos fundilhos, puxando por uma cordinha um coelho de pelucia calcado com um par de sapatos masculinos, em peh sobre um papelao, como se fosse um treno'. O sujeito ia impavido pelas ruas do centro puxando seu pequeno e sapatudo passageiro. Talvez se acreditasse um husky siberiano... ou seria um husky canadense?
Hoje provavelmente vou aproveitar a chuva para ler um pouco sobre o pais e tentar fazer o que vim fazer aqui: descansar.
beijos e queijos
Martha Argel
quarta-feira, 31 de agosto de 2005
terça-feira, 30 de agosto de 2005
Boa tarde, diretamente das margens do lago Ontario. Cah estou eu em Toronto, onde cheguei hoje pela manhan, depois de uma viagem nao totalmente isenta de turbulencias (metaforicas e literais).
Comecou jah em Cumbica, vejam soh que doido: devido a overbooking, no balcao da Air Canada me fizeram uma proposta: jah que a senhora tem visto por EUA, toparia ir pela Delta e fazer uma escala em Atlanta? A senhora chega algumas horas mais tarde, mas em compensacao a gente te dah 1000 dolares de credito ou 500 em cash. Putz! Bom, acabei nao topando, principalmente por um motivo: eu tinha visto na CNN que o furacao Katrina, ia chegar em Atlanta hoje, rebaixado a tempestade mas ainda assim cheio de energia. De forma que perdi uma belissima grana...
No aviao, um caos. Nao sei como a Air Canada conseguiu, mas parece que todos os passageiros estavam reclamando porque tinham sido separados de seus parceiros, maes, familias, etc. Uma garotinha de ano e meio, bem do meu lado, se esgoelava; MAMAAAAAAE! MAMAAAAAAAAE! Foram bem uns 15 minutos antes que alguem resolvesse o problema. E o mais divertido foi a velhinha que, nem bem subiu no aviao conseguiu... perder o sapato! Procura daqui, procura de lah, um passageiro acabou encontrando o sapato... no compartimento de bagagem em cima do assento dele. Como foi parar lah, ninguem sabe!
Cheguando a Toronto, claro que revistaram minha mala inteirinha. O cara foi tirando tudo. "Po, moco, demorei 3 dias pra por tudo ai e agora o senhor tira..." Ele olhou bem pra minha cara "Ah, eu nao acredito. Tenho certeza que voce arruma direitinho". E realmente, arrumei. Ele: "Viu, eu nao disse?" E depois de minha prima procurar o carro por uns vinte minutos no estacionamento (estavamos procurando no piso errado, claro), finalmente nos dirigimos a Toronto!!!!
No caminho, vi os gansos do Canada no Canada!!!!!
Bom, nao vou encher o saco de vcs com detalhes. So vou dizer que jah fui passear na beira do lago, comi comida grega, vi MONTES de esquilos e gastei uma nota preta numa livraria.
Preciso correr, to indo conhecer a biblioteca com minha prima Claudia (ela estah dizendo que eh o maximo)
beijossssss, ate amanha e divirtam-se (mas nao mais do que eu, hehehehe)
Martha Argel
Comecou jah em Cumbica, vejam soh que doido: devido a overbooking, no balcao da Air Canada me fizeram uma proposta: jah que a senhora tem visto por EUA, toparia ir pela Delta e fazer uma escala em Atlanta? A senhora chega algumas horas mais tarde, mas em compensacao a gente te dah 1000 dolares de credito ou 500 em cash. Putz! Bom, acabei nao topando, principalmente por um motivo: eu tinha visto na CNN que o furacao Katrina, ia chegar em Atlanta hoje, rebaixado a tempestade mas ainda assim cheio de energia. De forma que perdi uma belissima grana...
No aviao, um caos. Nao sei como a Air Canada conseguiu, mas parece que todos os passageiros estavam reclamando porque tinham sido separados de seus parceiros, maes, familias, etc. Uma garotinha de ano e meio, bem do meu lado, se esgoelava; MAMAAAAAAE! MAMAAAAAAAAE! Foram bem uns 15 minutos antes que alguem resolvesse o problema. E o mais divertido foi a velhinha que, nem bem subiu no aviao conseguiu... perder o sapato! Procura daqui, procura de lah, um passageiro acabou encontrando o sapato... no compartimento de bagagem em cima do assento dele. Como foi parar lah, ninguem sabe!
Cheguando a Toronto, claro que revistaram minha mala inteirinha. O cara foi tirando tudo. "Po, moco, demorei 3 dias pra por tudo ai e agora o senhor tira..." Ele olhou bem pra minha cara "Ah, eu nao acredito. Tenho certeza que voce arruma direitinho". E realmente, arrumei. Ele: "Viu, eu nao disse?" E depois de minha prima procurar o carro por uns vinte minutos no estacionamento (estavamos procurando no piso errado, claro), finalmente nos dirigimos a Toronto!!!!
No caminho, vi os gansos do Canada no Canada!!!!!
Bom, nao vou encher o saco de vcs com detalhes. So vou dizer que jah fui passear na beira do lago, comi comida grega, vi MONTES de esquilos e gastei uma nota preta numa livraria.
Preciso correr, to indo conhecer a biblioteca com minha prima Claudia (ela estah dizendo que eh o maximo)
beijossssss, ate amanha e divirtam-se (mas nao mais do que eu, hehehehe)
Martha Argel
segunda-feira, 29 de agosto de 2005
Bom dia.
Desde ontem estou angustiada com o furacão que está atingindo Nova Orleans neste momento. Há muito tempo tenho especial vontade de visitar a cidade, como acontece com qualquer leitor assíduo de Anne Rice. Mais que isso, tenho uma amiga querida que mora lá, no Bairro Francês.
Não paro de pensar nela, na casa dela, nos quadros dela. Que catástrofe se acontecer o que os meteorologistas estão prevendo. Que perda para a humanidade se o centro histórico for afetado.
Independente do furacão, estou com os nervos à flor da pele, como sempre acontece em vésperas de viagem. E nem véspera é: viajo hoje. Amanhã a estas horas vou estar a vários milhares de quilômetros daqui. Outra paisagem, outro idioma, outra cultura. Queria já estar lá, queria não ter de viajar, queria que faltasse um ano para a viagem.
Isso sempre acontece comigo antes de viagens grandes. Passa logo. Termina quando entro no Airport Bus.
Bem, tudo o que posso desejar agora é uma viagem segura, e chegar sã e salva lá.
beijos, fiquem bem.
Martha Argel
Desde ontem estou angustiada com o furacão que está atingindo Nova Orleans neste momento. Há muito tempo tenho especial vontade de visitar a cidade, como acontece com qualquer leitor assíduo de Anne Rice. Mais que isso, tenho uma amiga querida que mora lá, no Bairro Francês.
Não paro de pensar nela, na casa dela, nos quadros dela. Que catástrofe se acontecer o que os meteorologistas estão prevendo. Que perda para a humanidade se o centro histórico for afetado.
Independente do furacão, estou com os nervos à flor da pele, como sempre acontece em vésperas de viagem. E nem véspera é: viajo hoje. Amanhã a estas horas vou estar a vários milhares de quilômetros daqui. Outra paisagem, outro idioma, outra cultura. Queria já estar lá, queria não ter de viajar, queria que faltasse um ano para a viagem.
Isso sempre acontece comigo antes de viagens grandes. Passa logo. Termina quando entro no Airport Bus.
Bem, tudo o que posso desejar agora é uma viagem segura, e chegar sã e salva lá.
beijos, fiquem bem.
Martha Argel
sábado, 27 de agosto de 2005
Fui pro Rio e voltei. A cidade continua linda, mesmo embaixo de chuva e no frio de rachar (segunda vez neste ano que a Vampira Paulistana passa frio no Rio!). A viagem foi ótima, produtiva para mim embora os resultados da reunião não tenham sido tão bons pro projeto. A questão, porém, é só continuar insistindo.
Agora... quantas vezes na vida a gente tem oportunidade de ficar numa suíte de hotel cuja diária é quase equivalente a seu orçamento mensal?! Não que eu esteja com essa bola toda, não, mas segundo o moço da recepção "estamos lotados e a senhora teve um upgrade para uma Suíte de Luxo. A senhora concorda?" Eu? Hmmmmm, deixe-me pensar...
E quantas vezes na vida a gente ganha uma carona num carrão importado com motorista e bancos de couro legítimo, e o papo das pessoas que te acompanham inclui causos engraçados tipo "... então o Bill passou o braço por meus ombros e disse...", sendo que o tal "Bill" é o Clinton?
Mais uma experiência bizarra para minha coleção.
Faltam 3 dias pro embarque. De hoje a mala não escapa.
beijos cheios de nervosismo.
Martha Argel
P.S. pra quem ficou curioso sobre o quê o Clinton disse, não faço a mínima idéia. Eu não entendi, meu inglês é muito pior do que faço crer. E quando o causo foi "... durante dois anos a imprensa ficou imaginando o que eu tinha dito ao Primeiro Ministro da Austrália pra ele rir tanto. Sabe o que eu disse? ..." eu também não entendi. Droga, tô precisando mesmo dessa viagem pro Canadá.
Agora... quantas vezes na vida a gente tem oportunidade de ficar numa suíte de hotel cuja diária é quase equivalente a seu orçamento mensal?! Não que eu esteja com essa bola toda, não, mas segundo o moço da recepção "estamos lotados e a senhora teve um upgrade para uma Suíte de Luxo. A senhora concorda?" Eu? Hmmmmm, deixe-me pensar...
E quantas vezes na vida a gente ganha uma carona num carrão importado com motorista e bancos de couro legítimo, e o papo das pessoas que te acompanham inclui causos engraçados tipo "... então o Bill passou o braço por meus ombros e disse...", sendo que o tal "Bill" é o Clinton?
Mais uma experiência bizarra para minha coleção.
Faltam 3 dias pro embarque. De hoje a mala não escapa.
beijos cheios de nervosismo.
Martha Argel
P.S. pra quem ficou curioso sobre o quê o Clinton disse, não faço a mínima idéia. Eu não entendi, meu inglês é muito pior do que faço crer. E quando o causo foi "... durante dois anos a imprensa ficou imaginando o que eu tinha dito ao Primeiro Ministro da Austrália pra ele rir tanto. Sabe o que eu disse? ..." eu também não entendi. Droga, tô precisando mesmo dessa viagem pro Canadá.
terça-feira, 23 de agosto de 2005
Que engraçado, de repente a visitação o blog deu um pulo. Nada a ver com uma fama súbita, embora haja um monte de gente por aí crente de que eu sou famosíssima, e por isso morre de inveja de mim. Hellooooow, galera, acordem pra vida, se eu fosse famosa, queria minha parte em grana, ok?
Hein, a visitação? Ah, é. De repente começou a entrar um monte de gente aqui vinda do Google, fazendo busca por "crenças folclóricas" e "quem inventou o metrô". Doideira. Tô até imaginando: um monte de adolescente entediado com o SACO da pesquisa que o professor pentelho passou, de repente dando de cara com um site chamado "Uma vampira em Sampa" e pensando, putz, isso é BEM mais interessante do que essa porra de história do metrô, ou que umas lendinhas babacas. Aí eles entram aqui e...
SEJAM BEM-VINDOS!!!
Infelizmente não posso ajudar em NADA sua pesquisa, mas posso oferecer minha solidariedade a vocês. Cada tema que esses professores inventam, hein? Saibam que eu já fui professora, e tinha cada colega que pelo amor de deus. O pior é que quando os alunos vinham se queixar dos meus colegas ("A professora X é burra", "O professor Fulano enche a lousa... de erros de português!") eu tinha que desconversar e me fingir de morta, quando na verdade eu queria mais era descer a lenha num monte de gente que eu SABIA que era incompetente.
Putz, liguem não. Vodca demais, e eu ODEIO VODCA.
Mas é que tô nervosa com a viagem-surpresa de depois de amanhã. Tudo em inglês, um empresário importante e um dos maiores ecólogos do MUNDO, e eu lá, às vésperas de minha viagem pro Canadá. It's not fair, eu nunca pedi pra essas coisas acontecerem comigo, mas acontecem o tempo todo. Justo comigo que não acredito em destino. Saco.
Tudo o que eu quero da vida é ficar olhando os passarinhos que eu AMO e escrever histórias emocionantes, que eu AMO mais ainda. Tô me fudendo pra ser alguém.
beijos
Martha Argel
Hein, a visitação? Ah, é. De repente começou a entrar um monte de gente aqui vinda do Google, fazendo busca por "crenças folclóricas" e "quem inventou o metrô". Doideira. Tô até imaginando: um monte de adolescente entediado com o SACO da pesquisa que o professor pentelho passou, de repente dando de cara com um site chamado "Uma vampira em Sampa" e pensando, putz, isso é BEM mais interessante do que essa porra de história do metrô, ou que umas lendinhas babacas. Aí eles entram aqui e...
SEJAM BEM-VINDOS!!!
Infelizmente não posso ajudar em NADA sua pesquisa, mas posso oferecer minha solidariedade a vocês. Cada tema que esses professores inventam, hein? Saibam que eu já fui professora, e tinha cada colega que pelo amor de deus. O pior é que quando os alunos vinham se queixar dos meus colegas ("A professora X é burra", "O professor Fulano enche a lousa... de erros de português!") eu tinha que desconversar e me fingir de morta, quando na verdade eu queria mais era descer a lenha num monte de gente que eu SABIA que era incompetente.
Putz, liguem não. Vodca demais, e eu ODEIO VODCA.
Mas é que tô nervosa com a viagem-surpresa de depois de amanhã. Tudo em inglês, um empresário importante e um dos maiores ecólogos do MUNDO, e eu lá, às vésperas de minha viagem pro Canadá. It's not fair, eu nunca pedi pra essas coisas acontecerem comigo, mas acontecem o tempo todo. Justo comigo que não acredito em destino. Saco.
Tudo o que eu quero da vida é ficar olhando os passarinhos que eu AMO e escrever histórias emocionantes, que eu AMO mais ainda. Tô me fudendo pra ser alguém.
beijos
Martha Argel
segunda-feira, 22 de agosto de 2005
Bom dia, todos!
Saindo do ar
Falta uma semana para minha viagem. A pré-viagem está atribulada. Pintou até uma viagem-relâmpago, a trabalho, neste meio tempo. Por conta disso, estou me afastando da maior parte da atividade internáutica. Peço desculpas a todos que não receberem respostas aos e-mails que me mandaram. Por favor, evitam mandar-me mensagens que não sejam absolutamente necessárias, especialmente se contiverem anexos grandes.
Na medida do possível, tentarei manter aqui no blog meu diário online, a exemplo de outras viagens.
Um texto meu sobre Terry Pratchett
O escritor Terry Pratchett acaba de receber o Prêmio de Fantasia Mítica para Literatura Infantil 2005. Adoro o que ele escreve. Seu livro de vampiros, Carpe Jugulum, é divertidíssimo.
Leiam o texto que escrevi sobre ele e sua obra, em http://marthaargel.multiply.com .
Respondendo a perguntas de leitores
Recebi de uma leitora do Relações de Sangue um pedido de dicas sobre como começar a escrever. Transcrevo abaixo parte da entrevista que dei ao site Adorável Noite, falando sobre o assunto. Quem quiser ler a entrevista na íntegra, visite aqui a página da entrevista.
Se é pra escrever, é simples: só posso dizer vá em frente e escreva. Faça-o porque gosta e porque lhe dá prazer. Se a questão é publicar, também é simples, desde que você tenha dinheiro: pegue seu manuscrito, vá a uma editora que edita livros sob demanda (na internet há várias), pague e você publica o que quiser. Pra distribuir e vender, você mesmo se vira (e em geral se dá mal). Meus dois primeiros livros saíram assim.
Mas se a questão é escrever com qualidade e ser lido e ter seu esforço reconhecido, aí a coisa muda de figura. Dedicação, empenho, estilo e originalidade. Sem tudo isso, nada feito. Não existe uma receita para chegar a um texto que os leitores curtam. Cada escritor tem suas regras e eu tenho as minhas. Se alguém se interessar, eis algumas, mas já vou avisando que são minhas, e que nem você nem ninguém tem obrigação de aceitá-las.
- é o autor quem deve prender o leitor ao texto; se o leitor não se interessa e larga a leitura, é porque o autor falhou e deve repensar sua escrita. Histórias com universos e tramas complicados, que o leitor quase tem de fazer um curso prévio para entender, não têm a mínima chance. Se dá trabalho entender, e está confuso, o leitor abandona a leitura e vai fazer outra coisa.
- nunca tente competir com Anne Rice. Encontre seu próprio estilo e linguagem. Entre o original e cópia, o leitor (e o editor) sempre vai escolher o primeiro.
- os leitores mais críticos são aqueles que estão próximos a você e que não têm medo de dizer o que realmente pensam. Se está começando, não procure a opinião de quem não tem intimidade com você. É uma tarefa árdua e delicada apontar os problemas de um texto. Até hoje a opinião mais importante, para mim, é a dos amigos íntimos.
- se você quer escrever profissionalmente jamais divulgue qualquer texto sem revisão. No caso de meus textos, tenha certeza: qualquer um que você leia vai estar no mínimo na terceira versão. Mesmo meus amigos mais íntimos não lêem nada na primeira versão, e muitas vezes sequer na segunda.Uma última coisa: não transforme a publicação e o sucesso no objetivo máximo de sua vida. Vou repetir o que todos já sabem: literatura, no Brasil, é utopia. Ninguém vive só de literatura no Brasil, e são raríssimos os que conseguem ser publicados por grandes editoras. Escreva porque gosta e porque lhe dá prazer, mas não esqueça de se aprimorar sempre. E nunca desista.
Té qualquer hora, gente. E não deixem de dar uma passadinha de vez em quando. Tendo uma chance, eu atualizo, podem estar certos!
Martha Argel
Saindo do ar
Falta uma semana para minha viagem. A pré-viagem está atribulada. Pintou até uma viagem-relâmpago, a trabalho, neste meio tempo. Por conta disso, estou me afastando da maior parte da atividade internáutica. Peço desculpas a todos que não receberem respostas aos e-mails que me mandaram. Por favor, evitam mandar-me mensagens que não sejam absolutamente necessárias, especialmente se contiverem anexos grandes.
Na medida do possível, tentarei manter aqui no blog meu diário online, a exemplo de outras viagens.
Um texto meu sobre Terry Pratchett
O escritor Terry Pratchett acaba de receber o Prêmio de Fantasia Mítica para Literatura Infantil 2005. Adoro o que ele escreve. Seu livro de vampiros, Carpe Jugulum, é divertidíssimo.
Leiam o texto que escrevi sobre ele e sua obra, em http://marthaargel.multiply.com .
Respondendo a perguntas de leitores
Recebi de uma leitora do Relações de Sangue um pedido de dicas sobre como começar a escrever. Transcrevo abaixo parte da entrevista que dei ao site Adorável Noite, falando sobre o assunto. Quem quiser ler a entrevista na íntegra, visite aqui a página da entrevista.
Se é pra escrever, é simples: só posso dizer vá em frente e escreva. Faça-o porque gosta e porque lhe dá prazer. Se a questão é publicar, também é simples, desde que você tenha dinheiro: pegue seu manuscrito, vá a uma editora que edita livros sob demanda (na internet há várias), pague e você publica o que quiser. Pra distribuir e vender, você mesmo se vira (e em geral se dá mal). Meus dois primeiros livros saíram assim.
Mas se a questão é escrever com qualidade e ser lido e ter seu esforço reconhecido, aí a coisa muda de figura. Dedicação, empenho, estilo e originalidade. Sem tudo isso, nada feito. Não existe uma receita para chegar a um texto que os leitores curtam. Cada escritor tem suas regras e eu tenho as minhas. Se alguém se interessar, eis algumas, mas já vou avisando que são minhas, e que nem você nem ninguém tem obrigação de aceitá-las.
- é o autor quem deve prender o leitor ao texto; se o leitor não se interessa e larga a leitura, é porque o autor falhou e deve repensar sua escrita. Histórias com universos e tramas complicados, que o leitor quase tem de fazer um curso prévio para entender, não têm a mínima chance. Se dá trabalho entender, e está confuso, o leitor abandona a leitura e vai fazer outra coisa.
- nunca tente competir com Anne Rice. Encontre seu próprio estilo e linguagem. Entre o original e cópia, o leitor (e o editor) sempre vai escolher o primeiro.
- os leitores mais críticos são aqueles que estão próximos a você e que não têm medo de dizer o que realmente pensam. Se está começando, não procure a opinião de quem não tem intimidade com você. É uma tarefa árdua e delicada apontar os problemas de um texto. Até hoje a opinião mais importante, para mim, é a dos amigos íntimos.
- se você quer escrever profissionalmente jamais divulgue qualquer texto sem revisão. No caso de meus textos, tenha certeza: qualquer um que você leia vai estar no mínimo na terceira versão. Mesmo meus amigos mais íntimos não lêem nada na primeira versão, e muitas vezes sequer na segunda.Uma última coisa: não transforme a publicação e o sucesso no objetivo máximo de sua vida. Vou repetir o que todos já sabem: literatura, no Brasil, é utopia. Ninguém vive só de literatura no Brasil, e são raríssimos os que conseguem ser publicados por grandes editoras. Escreva porque gosta e porque lhe dá prazer, mas não esqueça de se aprimorar sempre. E nunca desista.
Té qualquer hora, gente. E não deixem de dar uma passadinha de vez em quando. Tendo uma chance, eu atualizo, podem estar certos!
Martha Argel
quarta-feira, 17 de agosto de 2005
É bom atualizar de vez em quando, né?
Coisas fora do comum acontecem volta e meia. Semana passada foi o tiroteio em que uma amiga e eu quase nos metemos, enquanto caminhávamos por minha rua às oito e meia da manhã. Meu momento Bagdá: gente correndo pra se proteger. Nós duas fomos parar dentro de uma igreja. Assustador, mas ninguém parece ter se ferido.
Tem lances que são bem mais amenos e agradáveis, como ter participado, dia 13 de agosto, do Dia dos Vampiros, um evento voltado para a doação de sangue, organizado por Mariliz "LizVamp" Marins. Fiquei frustrada por não ter podido doar, por um impedimento temporário, mas foi bem legal estar lá dando força à campanha, junto com a própria Liz, Giulia Moon, Adriano Siqueira e Lila, Lord A., Kizzy e outros integrantes da comunidade gótico-vampírica paulistana. Foi legal aprender um pouco mais sobre o processo de doação, e ter conhecido as instalações do Pró Sangue, no complexo Clínicas. O pessoal de lá é super bacana. E de quebra, mais uma vez tive a oportunidade de bater um papo com José "Zé do Caixão" Mojica Marins.
Fora os eventos bizarros, continuo trabalhando em uns contos e fazendo a interminável fisioterapia pro ombro. Vou diminuindo o tempo de internet aos poucos, afinal, a viagem se aproxima.
Faltam 12 dias pro embarque. Ainda faz mais calor lá no Canadá do que aqui, e os dias são mais longos.
beijos a todos, e curtam os dias de sol
Martha Argel
Coisas fora do comum acontecem volta e meia. Semana passada foi o tiroteio em que uma amiga e eu quase nos metemos, enquanto caminhávamos por minha rua às oito e meia da manhã. Meu momento Bagdá: gente correndo pra se proteger. Nós duas fomos parar dentro de uma igreja. Assustador, mas ninguém parece ter se ferido.
Tem lances que são bem mais amenos e agradáveis, como ter participado, dia 13 de agosto, do Dia dos Vampiros, um evento voltado para a doação de sangue, organizado por Mariliz "LizVamp" Marins. Fiquei frustrada por não ter podido doar, por um impedimento temporário, mas foi bem legal estar lá dando força à campanha, junto com a própria Liz, Giulia Moon, Adriano Siqueira e Lila, Lord A., Kizzy e outros integrantes da comunidade gótico-vampírica paulistana. Foi legal aprender um pouco mais sobre o processo de doação, e ter conhecido as instalações do Pró Sangue, no complexo Clínicas. O pessoal de lá é super bacana. E de quebra, mais uma vez tive a oportunidade de bater um papo com José "Zé do Caixão" Mojica Marins.
Fora os eventos bizarros, continuo trabalhando em uns contos e fazendo a interminável fisioterapia pro ombro. Vou diminuindo o tempo de internet aos poucos, afinal, a viagem se aproxima.
Faltam 12 dias pro embarque. Ainda faz mais calor lá no Canadá do que aqui, e os dias são mais longos.
beijos a todos, e curtam os dias de sol
Martha Argel
segunda-feira, 8 de agosto de 2005
Bons dias! Segundona, né?
Coisas bizarras acontecem. Assim do nada alguns escritores deram de resmungar sobre mim na rede. Com alguns não tenho contato há meses, talvez anos, desde que voltei pra ornitologia "a sério". Putz, se os desafetos passarinhísticos se juntam ao coro, entro em pânico. Meeedo! Who would I call to protect me? The Vampire Ornithologists, of course! Sim, eles existem, e através da literatura vampírica e do estudo dos pequeninos amigos emplumados, salvarão a umidade, ops, a humanidade. (música heróica ao fundo)
Falando em ornitologia, não consigo me controlar. Agora que me livrei dos trabalhos (aleluia!), passo o dia todo conectada, trocando idéia com esse povo, e estão surgindo belas iniciativas. A lista nova está muito bem, obrigada, e já se alastra pelo orkut e pelo multiply. Conheci gente ótima, e também um monte de fotógrafos com trabalhos excelentes. Por conta de minha conduta alucinada, não quero nem ver a conta de telefone mês que vem. Ah, esqueci que não vou ver mesmo! Vou estar em Toronto. :-) Faltam 21 dias!!!
Meu pitpulga Thor conseguiu me engabelar outra vez. Estabeleceu-se definitivamente no sofá da sala, onde agora passa suas noites. A tonta aqui levanta duas ou três vezes pra abrir a porta pra ele ou verificar se está cobertinho. E eu que chamo ele de burro! Mais esperto que eu.
E hoje, cena patética: deixei meu inseticida em spray cair no chão e o mecanismo quebrou. Fiquei em pânico, pois é meu companheiro inseparável (raios, quem já ouvir falar de mosquitos no inverno?! Como eu disse, coisas bizarras acontecem!). Resolvi consertar com durex (eu e o McGyver ali, ó...) e quando fui testar, o bico tava virado pra minha cara. Taqueupa! Mas funcionou.
Bom, agora respirar fundo, sem inseticida, e encarar a nova semana!
Beijos a todos, vivam e deixem viver.
Martha Argel
Coisas bizarras acontecem. Assim do nada alguns escritores deram de resmungar sobre mim na rede. Com alguns não tenho contato há meses, talvez anos, desde que voltei pra ornitologia "a sério". Putz, se os desafetos passarinhísticos se juntam ao coro, entro em pânico. Meeedo! Who would I call to protect me? The Vampire Ornithologists, of course! Sim, eles existem, e através da literatura vampírica e do estudo dos pequeninos amigos emplumados, salvarão a umidade, ops, a humanidade. (música heróica ao fundo)
Falando em ornitologia, não consigo me controlar. Agora que me livrei dos trabalhos (aleluia!), passo o dia todo conectada, trocando idéia com esse povo, e estão surgindo belas iniciativas. A lista nova está muito bem, obrigada, e já se alastra pelo orkut e pelo multiply. Conheci gente ótima, e também um monte de fotógrafos com trabalhos excelentes. Por conta de minha conduta alucinada, não quero nem ver a conta de telefone mês que vem. Ah, esqueci que não vou ver mesmo! Vou estar em Toronto. :-) Faltam 21 dias!!!
Meu pitpulga Thor conseguiu me engabelar outra vez. Estabeleceu-se definitivamente no sofá da sala, onde agora passa suas noites. A tonta aqui levanta duas ou três vezes pra abrir a porta pra ele ou verificar se está cobertinho. E eu que chamo ele de burro! Mais esperto que eu.
E hoje, cena patética: deixei meu inseticida em spray cair no chão e o mecanismo quebrou. Fiquei em pânico, pois é meu companheiro inseparável (raios, quem já ouvir falar de mosquitos no inverno?! Como eu disse, coisas bizarras acontecem!). Resolvi consertar com durex (eu e o McGyver ali, ó...) e quando fui testar, o bico tava virado pra minha cara. Taqueupa! Mas funcionou.
Bom, agora respirar fundo, sem inseticida, e encarar a nova semana!
Beijos a todos, vivam e deixem viver.
Martha Argel
sábado, 6 de agosto de 2005
Boa tarde.
Nas últimas três semanas venho me escondendo do trabalho, de forma que ando mais ou menos de folga. Só que meus dias vinham sendo tomados pela malfadada fisioterapia e por dois contos que finalmente terminei. Há meses não escrevia ficção, e portanto achei merecer um sábado livre.
Além disso, tenho um orgulho meio bobo de ter assinado contrato com uma ONG internacional, oficializando minha participação como coordenadora local de um projeto binacional. Já venho trabalhando nisso há meses, mas só agora me sinto mesmo parte da equipe. Comemoro descansando um pouco.
Hoje dei um pulo na Bienal do Livro Infanto-Juvenil, e minha opinião é que errar é humano e persistir no erro é burrice. Poucas editoras arriscaram persisitir. O evento está modesto, dominado por editoras de segunda linha. Mas valeu a pena ter ido, encontrei amigos e me diverti.
Minha nova lista de discussão, Birdwatching Brasil, voltada para os observadores de aves, está indo de vento em popa. Fiz o lançamento público há cerca de uma semana e já somos 97 membros. A URL é http://br.groups.yahoo.com/group/birdwatchingbr/ . Todos os observadores de aves, birders, birdwatchers e quetais são bem-vindos! O mesmo vale para a comunidade no Birwatching Brasil no Orkut, http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=3942004 .
Segunda-feira retorno à fisio, agora numa clínica onde me garantiram que respeitam a hora marcada.
E faltam 23 dias para meu embarque para o Canadá. Imeginem meu susto, dias atrás, com o avião que se acidentou em Toronto. É lá que aterriso.
Beijos a todos.
Martha Argel
Nas últimas três semanas venho me escondendo do trabalho, de forma que ando mais ou menos de folga. Só que meus dias vinham sendo tomados pela malfadada fisioterapia e por dois contos que finalmente terminei. Há meses não escrevia ficção, e portanto achei merecer um sábado livre.
Além disso, tenho um orgulho meio bobo de ter assinado contrato com uma ONG internacional, oficializando minha participação como coordenadora local de um projeto binacional. Já venho trabalhando nisso há meses, mas só agora me sinto mesmo parte da equipe. Comemoro descansando um pouco.
Hoje dei um pulo na Bienal do Livro Infanto-Juvenil, e minha opinião é que errar é humano e persistir no erro é burrice. Poucas editoras arriscaram persisitir. O evento está modesto, dominado por editoras de segunda linha. Mas valeu a pena ter ido, encontrei amigos e me diverti.
Minha nova lista de discussão, Birdwatching Brasil, voltada para os observadores de aves, está indo de vento em popa. Fiz o lançamento público há cerca de uma semana e já somos 97 membros. A URL é http://br.groups.yahoo.com/group/birdwatchingbr/ . Todos os observadores de aves, birders, birdwatchers e quetais são bem-vindos! O mesmo vale para a comunidade no Birwatching Brasil no Orkut, http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=3942004 .
Segunda-feira retorno à fisio, agora numa clínica onde me garantiram que respeitam a hora marcada.
E faltam 23 dias para meu embarque para o Canadá. Imeginem meu susto, dias atrás, com o avião que se acidentou em Toronto. É lá que aterriso.
Beijos a todos.
Martha Argel
sexta-feira, 5 de agosto de 2005
Oi.
Atualizando rapidamente:
Estou melhorando a ombros, ops, olhos vistos. A fisioterapia está de fato funcionando. Quer dizer, estava, até que mandei à merda a Unifisio. O pessoal de lá é legal, mas o respeito pelo horário, e pelo tempo do paciente, é zero. Aliás, lá tem que ser paciente mesmo!!! Você chega lá com hora marcada e tem que esperar até uma hora e meia pra ser atendido! Fui reclamar e o que fizeram? Me passaram na frente dos outros! Palhaçada, eu não quero passar na frente de pessoas idosas que estão esperando há uma hora e meia, eu quero que todos sejam tratados com respeito. Aí surtei, e com muita educação (sério!) caí fora.
Bom, e em 24 dias embarco para o Canadá. Vou conhecer o país e visitar minha prima Cláudia. De quebra, pretendo conhecer a Big Apple. Férias, nem acredito!!!
E o mais hilariante: quando fui no ortopedista, ele me recomendou não carregar malas e sacolas pesadas. "Use mochila, vai fazer bem pro seu ombro". Rá, tô me imaginando chegando em NY e tomando o metrô com minha mochila nas costas... Putz, que frio na espinha, não me parece muito bom pra saúde, não...
No meio tempo, durante a contagem regressiva, tento botar a vida em ordem e de quebra voltei a escrever ficção. E criei uma lista de discussão que já é o maior sucesso! Nem uma semana de divulgação e estamos chegando a 100 membros. É sobre observação de aves. Depois ponho detalhes.
Tenham um bom dia e um excelente final de semana.
Martha Argel
Atualizando rapidamente:
Estou melhorando a ombros, ops, olhos vistos. A fisioterapia está de fato funcionando. Quer dizer, estava, até que mandei à merda a Unifisio. O pessoal de lá é legal, mas o respeito pelo horário, e pelo tempo do paciente, é zero. Aliás, lá tem que ser paciente mesmo!!! Você chega lá com hora marcada e tem que esperar até uma hora e meia pra ser atendido! Fui reclamar e o que fizeram? Me passaram na frente dos outros! Palhaçada, eu não quero passar na frente de pessoas idosas que estão esperando há uma hora e meia, eu quero que todos sejam tratados com respeito. Aí surtei, e com muita educação (sério!) caí fora.
Bom, e em 24 dias embarco para o Canadá. Vou conhecer o país e visitar minha prima Cláudia. De quebra, pretendo conhecer a Big Apple. Férias, nem acredito!!!
E o mais hilariante: quando fui no ortopedista, ele me recomendou não carregar malas e sacolas pesadas. "Use mochila, vai fazer bem pro seu ombro". Rá, tô me imaginando chegando em NY e tomando o metrô com minha mochila nas costas... Putz, que frio na espinha, não me parece muito bom pra saúde, não...
No meio tempo, durante a contagem regressiva, tento botar a vida em ordem e de quebra voltei a escrever ficção. E criei uma lista de discussão que já é o maior sucesso! Nem uma semana de divulgação e estamos chegando a 100 membros. É sobre observação de aves. Depois ponho detalhes.
Tenham um bom dia e um excelente final de semana.
Martha Argel
Assinar:
Postagens (Atom)