Bom dia.
Algo de novo no ar
A CNN en Español está estranha. Ontem, um analista criticava a parcialidade dos meios de comunicação estadunidenses. Hoje, falaram à exaustão do movimento pela paz, no mundo, no cenário artístico dos EUA, no próprio teatro de batalha. Citaram a Reuters e passaram imagens de tevês árabes. Mostraram iraquianos mortos e feridos, gente chorando e crianças no hospital. Abordaram a merda econômica global que se acentua em função do conflito estúpido. Mas não sei, quanto mais fazem isso mais desconfiada fico. Deve ser jogada. Parece que a mídia ianque está se cagando de medo do crescimento da influência das tevês árabes. Será que os anglófonos estão começando a perder a guerra?! De minha parte, agora assisto muito mais à TV5, em língua francesa, do que à bosta da CNN internacional.
Pra distrair
Quase nunca coloco links aqui porque tenho preguiça de digitar os códigos. Mas estes são imperdíveis: Spank Bush – dê uma surra no texano idiota. Virunduns – aquelas músicas que você canta mesmo sem saber a letra estão todas lá!
Mar, produtos perigosos e bistrô elegante
Anteontem foi um dia intenso. Cedinho fui pra Baixada Santista com uma colega, fazer campo numa ilha cercada de manguezais maravilhosos mas com um puta terminal marítimo por onde passam substâncias químicas altamente inflamáveis e tóxicas. O pessoal da Companhia Docas de Santos foi de uma gentileza extrema e nos guiou por cada canto das instalações. Incrível aprender como funciona um porto e como os produtos voláteis são embarcados. As medidas de segurança eram tantas e estavam tão presentes que fiquei pensando que a qualquer momento uma explosão ia me jogar em pedaços ao mar. Bobagem. O último acidente com vítima fatal aconteceu há cerca de 10 anos.
Voltei exausta. Parada estratégica pra trocar a roupa de ornitóloga pela de escritora vampírica e lá vamos, a Giu e eu, encontrar a Sandra e a Suzana (do episódio da barata no restaurante). Conhecemos a Karen, uma agrônoma supersimpática, e acabamos em um bistrô genial, onde os papos que rolaram foram demais. Descobri, emocionada, que a Sandra compartilha minha ojeriza por alho, e a Giulia virou ídola quando a Suzana descobriu que foi ela quem criou a Lilica Ripilica! Ah, e o penne com shiitake, lula e molho de shoyu e saquê estava do outro mundo. Um sonho. Espero que essa reuniãozinha seja só a primeira de muitas!!!
E ontem
Se há um dia que mereça realmente ser chamado de “bom dia”, foi ontem. Novidades, trabalhos, contatos, planos. Acho que nunca tive perspectivas profissionais tão boas.
Tenham todos um bom final de semana. Quem sabe encontro alguns de vocês nas baladas que vão rolar hoje e amanhã.
Martha Argel
sábado, 29 de março de 2003
terça-feira, 25 de março de 2003
Bom dia! Que tal, todos aí curtindo os dias de outono?
A guerra nossa de cada dia
Continuo cá aturdida por essa insanidade. Sei que não posso confiar na CNN internacional nem na BBC. A CNN en Español era melhorzinha, mas devem ter levado uma comida de rabo e agora praticamente só transmitem em cadeia com a CNN estadunidense. Como boa maníaca-obsessiva, passo horas zapeando atrás de migalhas. Descobri que a DW alemã, a TVE espanhola e a TV5 canadense ocasionalmente transmitem imagens diferentes das transmitidas pelas tevês anglófonas. Até a Record, a Rede TV (é isso?) e a Bandeirantes, péssimas – como decaiu a tevê aberta, há meses eu não assistia, levei um susto! – transmitem imagens da Al Jazeera. Tá, não passa de propaganda do outro lado, mas porque eu deveria me restringir a bobagens unilaterais? De qualquer forma, é ótimo poder confrontar as mentiras de ambas as partes. Talvez a verdade esteja no centro.
Hoje saiu uma tabela ótima na Folha de São Paulo: as “boas notícias” alardeadas dos dois lados e depois o que se viu ser a verdade. Conclusão: mesmo com anos de prática, os estrategistas da tal “coalizão” ainda não aprenderam a mentir.
Das conseqüências de uma barata
Ontem, a Giu e eu almoçamos num restaurante de shopping. Comida honesta e a bom preço. De repente, vejo uma barata (ok, pra quem se interessar, Blatella germanica, aquela baratinha que você vê até passeando entre quindins de padaria) descendo pela parede. “Olha, uma barata na parede do restaurante”, disse eu em voz alta. Adoro fazer isso. Uma das moças de outra mesa virou-se, me olhou, sorriu e esmagou o bichinho com um pisão certeiro. Dei-lhe um sorriso enorme, chamei-a de “minha heroína”, elogiei sua valentia e rimos muito. Quando íamos embora, me despedi da moça e de sua amiga, mas ela nos chamou e começamos a papear. A conversa foi longe! Supersimpáticas, cheias de histórias pra contar, foi empatia imediata. Elas são sócias em algo como um “consultório esotérico”. Nem eu nem a Giu sabemos nada desses lances, mas sempre é bom aprender. Já combinamos uma happy hour pra esta semana. A melhor coisa do mundo é fazer amigos interessantes!
De perna pro ar!
Dona Martha mãe torceu o pé e acabou quebrando um ossinho do metatarso. Levei-a no doutor Agostinho que, diante da promessa dela de não botar o pé no chão, achou desnecessário engessar (ele já tinha feito a mesma coisa comigo quando torci o pé ano passado). Agora ela está lá, de papo pro ar, e eu virei a governanta da casa. De manhã entro no site de um jornal argentino, baixo as palavras cruzadas pra ela e ela se diverte o dia inteiro. A grande merda é que o acidente foi acontecer justo quando ela tinha resolvido reformar o banheiro dela. Começou com um vazamentozinho e agora parece que o George Poodle Bush andou procurando o Saddam Hussein lá dentro; não sobrou azulejo sobre azulejo. Juro que estou me divertindo pra cacete com toda a confusão!
Sábado na Praça
O relatório completo vocês encontram no blog da Giulia Moon, clicando aqui. Adorei rever o vamp-casal Lila e Dri e peixinho sanguinário Tetsuo "Sashimi" Matsunaga. Bom, da Giu e da Carmilla nem vou falar porque a gente tá junta o tempo todo. Os Andarilhos das Letras Eduardo Barrox, Lilian, Rebecca e Joaquim estavam simpáticos e comunicativos como sempre. E ainda teve os papos com a Maíra "Garota da Capa" e com duas figuras especiais, a basca Miren e o angolano Abdul. Meu, tô curtindo cada vez mais a Benedito Calixto!
É isso aí. Aproveitem a meia estação que logo chega o inverno e em vez de reclamar do calor, todos vamos reclamar do frio.
Martha Argel
A guerra nossa de cada dia
Continuo cá aturdida por essa insanidade. Sei que não posso confiar na CNN internacional nem na BBC. A CNN en Español era melhorzinha, mas devem ter levado uma comida de rabo e agora praticamente só transmitem em cadeia com a CNN estadunidense. Como boa maníaca-obsessiva, passo horas zapeando atrás de migalhas. Descobri que a DW alemã, a TVE espanhola e a TV5 canadense ocasionalmente transmitem imagens diferentes das transmitidas pelas tevês anglófonas. Até a Record, a Rede TV (é isso?) e a Bandeirantes, péssimas – como decaiu a tevê aberta, há meses eu não assistia, levei um susto! – transmitem imagens da Al Jazeera. Tá, não passa de propaganda do outro lado, mas porque eu deveria me restringir a bobagens unilaterais? De qualquer forma, é ótimo poder confrontar as mentiras de ambas as partes. Talvez a verdade esteja no centro.
Hoje saiu uma tabela ótima na Folha de São Paulo: as “boas notícias” alardeadas dos dois lados e depois o que se viu ser a verdade. Conclusão: mesmo com anos de prática, os estrategistas da tal “coalizão” ainda não aprenderam a mentir.
Das conseqüências de uma barata
Ontem, a Giu e eu almoçamos num restaurante de shopping. Comida honesta e a bom preço. De repente, vejo uma barata (ok, pra quem se interessar, Blatella germanica, aquela baratinha que você vê até passeando entre quindins de padaria) descendo pela parede. “Olha, uma barata na parede do restaurante”, disse eu em voz alta. Adoro fazer isso. Uma das moças de outra mesa virou-se, me olhou, sorriu e esmagou o bichinho com um pisão certeiro. Dei-lhe um sorriso enorme, chamei-a de “minha heroína”, elogiei sua valentia e rimos muito. Quando íamos embora, me despedi da moça e de sua amiga, mas ela nos chamou e começamos a papear. A conversa foi longe! Supersimpáticas, cheias de histórias pra contar, foi empatia imediata. Elas são sócias em algo como um “consultório esotérico”. Nem eu nem a Giu sabemos nada desses lances, mas sempre é bom aprender. Já combinamos uma happy hour pra esta semana. A melhor coisa do mundo é fazer amigos interessantes!
De perna pro ar!
Dona Martha mãe torceu o pé e acabou quebrando um ossinho do metatarso. Levei-a no doutor Agostinho que, diante da promessa dela de não botar o pé no chão, achou desnecessário engessar (ele já tinha feito a mesma coisa comigo quando torci o pé ano passado). Agora ela está lá, de papo pro ar, e eu virei a governanta da casa. De manhã entro no site de um jornal argentino, baixo as palavras cruzadas pra ela e ela se diverte o dia inteiro. A grande merda é que o acidente foi acontecer justo quando ela tinha resolvido reformar o banheiro dela. Começou com um vazamentozinho e agora parece que o George Poodle Bush andou procurando o Saddam Hussein lá dentro; não sobrou azulejo sobre azulejo. Juro que estou me divertindo pra cacete com toda a confusão!
Sábado na Praça
O relatório completo vocês encontram no blog da Giulia Moon, clicando aqui. Adorei rever o vamp-casal Lila e Dri e peixinho sanguinário Tetsuo "Sashimi" Matsunaga. Bom, da Giu e da Carmilla nem vou falar porque a gente tá junta o tempo todo. Os Andarilhos das Letras Eduardo Barrox, Lilian, Rebecca e Joaquim estavam simpáticos e comunicativos como sempre. E ainda teve os papos com a Maíra "Garota da Capa" e com duas figuras especiais, a basca Miren e o angolano Abdul. Meu, tô curtindo cada vez mais a Benedito Calixto!
É isso aí. Aproveitem a meia estação que logo chega o inverno e em vez de reclamar do calor, todos vamos reclamar do frio.
Martha Argel
sábado, 22 de março de 2003
Madrugada fria, muito vento. Ontem assisti de dentro do ônibus São Bernardo-Jabaquara à chegada da frente fria. É assustador ver o horizonte sul ir ficando mais e mais congestionado de nuvens negras e elas pouco a pouco irem tomando conta do céu, cada vez mais alto, cada vez mais perto da gente. Num lugar público dá pra sentir a tensão se acumulando nas pessoas. Eu não via a hora de chegar em casa. A chuva caiu minutos depois que larguei a mala no tapete da sala. Ufa.
George Poodle Bush
Na quarta, estavamos o Rondon e eu (sim, a estada dele em Sampa durou o suficiente para que nos conhecêssemos em pessoa) numa festinha de aniversário, a tevê ligada na guerra que logo começaria, e de repente alguém exclama: "Olha só aquilo!". Só pode ter sido sacanagem da BBC. Lá estava o Bush, o ar perplexo de sempre, falando para as câmeras e se ajeitando na cadeira, enquanto uma fulana dava um trato no cabelo dele com uma escova, daqui e dali, numa frescura infinita. Ridículo! A emissora inglesa abriu a câmera antes da hora e transmitiu o mico gigantesco, via satélite, pro mundo todo. Me passou pela cabeça "parece um cachorrinho numa petshop", mas alguém foi mais rápido que eu "Parece um poodle!!!". Sim, era isso mesmo. O cara é mesmo um ridículo.
O exército de barro
Anteontem, fui com o Leo à exposição da China. Meu, é fantástica! Não tinha imaginado que fosse tão grande! Peças maravilhosas, cobrindo toda a longa história desse país antiquíssimo. Claro que a pièce de résistance são os espetaculares guerreiros de terracota, descobertos em 1974 em Xian, perto do palácio do imperador Qin Shi Huang Di, do séc. III a.C. Meu fascínio por eles vem de uma matéria da National Geographic que li em 1996; em 2001 saiu outra, que só aguçou mais minha curiosidade. Imaginem como fiquei ao saber que algumas delas estavam aqui no Brasil, a 4 ou 5 km de minha casa!!! Pois bem. Quinta à tarde, nada de fila e o museu era praticamente todo nosso. Foi estupendo, mas não perfeito. Pra quem não sabe, conheci o Leo anos atrás, num curso de Museologia. Trabalhamos juntos num museu científico e não somos leigos no assunto. Acreditem: AS ETIQUETAS DA EXPOSIÇÃO DA CHINA SÃO UMA MERDA !!!! Informações equivocadas ou falta de informação relevante, e tamanho, localização e às vezes iluminação inadequados. Putaqueopariu, trazer de tão longe semelhantes preciosidades e cagar nas etiquetas é de uma burrice infinita. Viva o Brasil!
(primeiro a exposição do Eckhout, depois a da China. Cadê os museólogos competentes deste país?! Saudades da Waldisa Russio Camargo Guarnieri!!!)
Melhoras no humor
E tenho que agradecer o telefonema do Júlio Fernando, ontem à noite. Ele não lê este blog, mas a conversa foi tão positiva que não posso deixar de comentar aqui. Levantou o astral. Belas perspectivas para o resto do ano. Sim, Júlio, nos próximos meses a gente vai trabalhar pra caralho. Este ano vamos nos sentir gente grande. Valeu, cara!!!
... e de novo a praça!!
Agora a gente não sai mais de lá. Hoje a Giulia, a Cintia e eu vamos estar lá na praça Benedito Calixto (Espaço do Alberico, Autor na Praça, 15:00, etc e tal, o de sempre). Vai sair um texto da Cintia "Carmilla, vampira faminta", no Jornal da Praça , editado pelo Eduardo Barrox. Ueba, primeira publicação dela em papel, PARABÉNS!!! E sai também uma matéria sobre o meu livro Relações de Sangue (clica aí do lado, na capa do livro, para ler um trecho). É isso aí, Eduardo, longa vida ao jornal!!!
Por enquanto é só, pessoal. Curtam o final de semana.
Martha Argel
George Poodle Bush
Na quarta, estavamos o Rondon e eu (sim, a estada dele em Sampa durou o suficiente para que nos conhecêssemos em pessoa) numa festinha de aniversário, a tevê ligada na guerra que logo começaria, e de repente alguém exclama: "Olha só aquilo!". Só pode ter sido sacanagem da BBC. Lá estava o Bush, o ar perplexo de sempre, falando para as câmeras e se ajeitando na cadeira, enquanto uma fulana dava um trato no cabelo dele com uma escova, daqui e dali, numa frescura infinita. Ridículo! A emissora inglesa abriu a câmera antes da hora e transmitiu o mico gigantesco, via satélite, pro mundo todo. Me passou pela cabeça "parece um cachorrinho numa petshop", mas alguém foi mais rápido que eu "Parece um poodle!!!". Sim, era isso mesmo. O cara é mesmo um ridículo.
O exército de barro
Anteontem, fui com o Leo à exposição da China. Meu, é fantástica! Não tinha imaginado que fosse tão grande! Peças maravilhosas, cobrindo toda a longa história desse país antiquíssimo. Claro que a pièce de résistance são os espetaculares guerreiros de terracota, descobertos em 1974 em Xian, perto do palácio do imperador Qin Shi Huang Di, do séc. III a.C. Meu fascínio por eles vem de uma matéria da National Geographic que li em 1996; em 2001 saiu outra, que só aguçou mais minha curiosidade. Imaginem como fiquei ao saber que algumas delas estavam aqui no Brasil, a 4 ou 5 km de minha casa!!! Pois bem. Quinta à tarde, nada de fila e o museu era praticamente todo nosso. Foi estupendo, mas não perfeito. Pra quem não sabe, conheci o Leo anos atrás, num curso de Museologia. Trabalhamos juntos num museu científico e não somos leigos no assunto. Acreditem: AS ETIQUETAS DA EXPOSIÇÃO DA CHINA SÃO UMA MERDA !!!! Informações equivocadas ou falta de informação relevante, e tamanho, localização e às vezes iluminação inadequados. Putaqueopariu, trazer de tão longe semelhantes preciosidades e cagar nas etiquetas é de uma burrice infinita. Viva o Brasil!
(primeiro a exposição do Eckhout, depois a da China. Cadê os museólogos competentes deste país?! Saudades da Waldisa Russio Camargo Guarnieri!!!)
Melhoras no humor
E tenho que agradecer o telefonema do Júlio Fernando, ontem à noite. Ele não lê este blog, mas a conversa foi tão positiva que não posso deixar de comentar aqui. Levantou o astral. Belas perspectivas para o resto do ano. Sim, Júlio, nos próximos meses a gente vai trabalhar pra caralho. Este ano vamos nos sentir gente grande. Valeu, cara!!!
... e de novo a praça!!
Agora a gente não sai mais de lá. Hoje a Giulia, a Cintia e eu vamos estar lá na praça Benedito Calixto (Espaço do Alberico, Autor na Praça, 15:00, etc e tal, o de sempre). Vai sair um texto da Cintia "Carmilla, vampira faminta", no Jornal da Praça , editado pelo Eduardo Barrox. Ueba, primeira publicação dela em papel, PARABÉNS!!! E sai também uma matéria sobre o meu livro Relações de Sangue (clica aí do lado, na capa do livro, para ler um trecho). É isso aí, Eduardo, longa vida ao jornal!!!
Por enquanto é só, pessoal. Curtam o final de semana.
Martha Argel
quarta-feira, 19 de março de 2003
Bom dia.
Acordei de madrugada pensando se já havia gente morrendo estupidamente no Oriente Médio, mas a verdade é que sempre há gente morrendo estupidamente em toda parte. Por exemplo, nas grandes cidades brasileiras e até no ensolarado interior paulista. A guerra não está só lá. Está aqui. Você pode ter tentáculos da guerra dentro de sua própria casa. Não a guerra do Bush. Armas e petróleo são duas mercadorias cobiçadas, mas não as únicas. Drogas também são. E animais silvestres. A ganância age onde pode.
Ontem fui ao PromoCenter da Augusta comprar umas fitas virgens pra gravar as novas temporadas da Buffy e do Angel, que começaram à noite. Dei azar. Havia uma batida da polícia atrás de contrabando e pirataria. Um monte de gente presa e viaturas e mais viaturas de material apreendido (para onde irá, me pergunto...). Não comprei as fitas. Elas também eram contrabando. Se as lojas estivessem abertas, teria comprado. Mas comprei umas roupas. Nesses outlets, as roupas são muito mais baratas, e sabem por que? Porque são feitas por bolivianos e paraguaios mantidos em regime de escravidão por quadrilhas, em geral de coreanos. E eu comprei. Putaqueopariu. Nos shoppings, a blusa que eu queria custa 90 reais. Por menos que isso comprei cinco peças de roupa. Como é possível a a gente fazer o certo quando o errado é o único que está a nosso alcance?
E parte de meu dia foi passada diante da televisão, hipnotizada. Vi pronunciamentos de autoridades estadunidenses, britânicas, iraquianas, francesas e até daquele palhaço chamado José Maria Aznar (o cara é um energúmeno!). Horas e horas perdidas em conversa mole por gente influente que deveria estar usando seu precioso e escasso tempo para melhorar a vida das pessoas que vivem sob seus governos.
Mas não foi um dia totalmente negro, de recriminações e melancolia. Indo para uma reunião, topei na rua com o Joaquim, um dos Andarilhos das Letras lá da Benedito Calixto. Ele é inconfundível, com seus cabelos multicoloridos. Batemos um papo bacana, apesar de curto. E de noite, um papo telefônico muito mais longo, com um paulistano que estudou em Piracicaba, trabalhou em Quito e hoje está em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Um prazer conhecer telefonicamente alguém cujos e-mails são tão interessantes. Aliás, tão interessantes quanto as coisas que ele tem pra contar. Ele não visita o blog, mas fica registrado. Adorei o papo, Rondon!
E pra terminar, só uma palavra sobre o domingo e o pessoal que esteve no Salamandra. Adorei ter ido. Eu não estava num bom dia. A iminência da guerra, um reajuste injusto sobre um imposto que pago (aumento de 1.200% tá de bom tamanho para vocês?), a lembrança de um afeto sufocado, a ânsia de trabalhar sem ter no quê, tudo isso me deixou à beira das lágrimas durante todo o final de semana. Minha vontade era procurar refúgio na cama. Mas que bom que decidi sair e ver gente. Giulia, Priscilla, Cintia, Adriano, meus amigos há tanto tempo. Todo o pessoal que conheci mais recentemente. A alegria de ser procurada por uma leitora que disse como tinha adorado o livro. A felicidade do Cid relembrando o momento em que pôs a mão em seu livro Voivode pela primeira vez. Os contatos. Acho que estou de volta ao cenário gótico. Que bom.
Fiquem todos bem e nunca percam a capacidade de se indignar com os horrores criados pelas pessoas sem consciência.
Martha Argel
Acordei de madrugada pensando se já havia gente morrendo estupidamente no Oriente Médio, mas a verdade é que sempre há gente morrendo estupidamente em toda parte. Por exemplo, nas grandes cidades brasileiras e até no ensolarado interior paulista. A guerra não está só lá. Está aqui. Você pode ter tentáculos da guerra dentro de sua própria casa. Não a guerra do Bush. Armas e petróleo são duas mercadorias cobiçadas, mas não as únicas. Drogas também são. E animais silvestres. A ganância age onde pode.
Ontem fui ao PromoCenter da Augusta comprar umas fitas virgens pra gravar as novas temporadas da Buffy e do Angel, que começaram à noite. Dei azar. Havia uma batida da polícia atrás de contrabando e pirataria. Um monte de gente presa e viaturas e mais viaturas de material apreendido (para onde irá, me pergunto...). Não comprei as fitas. Elas também eram contrabando. Se as lojas estivessem abertas, teria comprado. Mas comprei umas roupas. Nesses outlets, as roupas são muito mais baratas, e sabem por que? Porque são feitas por bolivianos e paraguaios mantidos em regime de escravidão por quadrilhas, em geral de coreanos. E eu comprei. Putaqueopariu. Nos shoppings, a blusa que eu queria custa 90 reais. Por menos que isso comprei cinco peças de roupa. Como é possível a a gente fazer o certo quando o errado é o único que está a nosso alcance?
E parte de meu dia foi passada diante da televisão, hipnotizada. Vi pronunciamentos de autoridades estadunidenses, britânicas, iraquianas, francesas e até daquele palhaço chamado José Maria Aznar (o cara é um energúmeno!). Horas e horas perdidas em conversa mole por gente influente que deveria estar usando seu precioso e escasso tempo para melhorar a vida das pessoas que vivem sob seus governos.
Mas não foi um dia totalmente negro, de recriminações e melancolia. Indo para uma reunião, topei na rua com o Joaquim, um dos Andarilhos das Letras lá da Benedito Calixto. Ele é inconfundível, com seus cabelos multicoloridos. Batemos um papo bacana, apesar de curto. E de noite, um papo telefônico muito mais longo, com um paulistano que estudou em Piracicaba, trabalhou em Quito e hoje está em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Um prazer conhecer telefonicamente alguém cujos e-mails são tão interessantes. Aliás, tão interessantes quanto as coisas que ele tem pra contar. Ele não visita o blog, mas fica registrado. Adorei o papo, Rondon!
E pra terminar, só uma palavra sobre o domingo e o pessoal que esteve no Salamandra. Adorei ter ido. Eu não estava num bom dia. A iminência da guerra, um reajuste injusto sobre um imposto que pago (aumento de 1.200% tá de bom tamanho para vocês?), a lembrança de um afeto sufocado, a ânsia de trabalhar sem ter no quê, tudo isso me deixou à beira das lágrimas durante todo o final de semana. Minha vontade era procurar refúgio na cama. Mas que bom que decidi sair e ver gente. Giulia, Priscilla, Cintia, Adriano, meus amigos há tanto tempo. Todo o pessoal que conheci mais recentemente. A alegria de ser procurada por uma leitora que disse como tinha adorado o livro. A felicidade do Cid relembrando o momento em que pôs a mão em seu livro Voivode pela primeira vez. Os contatos. Acho que estou de volta ao cenário gótico. Que bom.
Fiquem todos bem e nunca percam a capacidade de se indignar com os horrores criados pelas pessoas sem consciência.
Martha Argel
segunda-feira, 17 de março de 2003
A guerra deve ser declarada hoje à noite por um fanático religioso que ganhou no grito a presidência do país mais imperialista e reacionário da atualidade.
Recebi um e-mail cujo conteúdo transcrevo abaixo. Não garanto sua veracidade, mas dá o que pensar. E ainda acrescento uma pergunta que me faço há muito tempo: o que os E.U.A. fizeram com Hiroshima e Nagasaki na II Guerra é menos horrendo do que os atentados de 11 de setembro?
(em tempo, não sou anti-semita e descendo de cristãos-novos. Mas em minha visão tola e leiga, creio que no conflito Israel X Palestinos não há heróis e não há o lado do Bem, apenas assassinos e crimes hediondos de parte a parte)
Esta coleção de perguntas e respostas foi publicada pelo jornal palestino "Al-Jazeerah", com base em um e-mail que não menciona o nome do autor.
1.Pergunta: Qual a porcentagem dos EUA na população mundial?
Resposta: 6%.
2.Pergunta: Qual a porcentagem dos EUA na riqueza mundial?
Resposta: 50%.
3.Pergunta: Qual país tem as maiores reservas de petróleo?
Resposta: A Arábia Saudita.
4.Pergunta: Qual país tem as segundas maiores reservas de petróleo?
Resposta: O Iraque.
5.Pergunta: Quanto somam os gastos militares do mundo em um ano?
Resposta: US$ 900 bilhões.
6.Pergunta: Qual a percentagem dos EUA nesta soma?
Resposta: 50%.
7.Pergunta: Qual percentagem do orçamento militar norte-americano garantiria uma renda mínima para todas as pessoas no mundo, os EUA inclusive?
Resposta: 10% (ou US$ 40 bilhões, o mesmo que a verba inicialmente requisitada para o ataque contra o Afeganistão).
8.Pergunta: Quantas pessoas morreram em guerras desde a 2ª Guerra Mundial?
Resposta: 86 milhões.
9.Pergunta: Desde quando o Iraque adquiriu armas químicas e biológicas?
Resposta: Desde o início dos anos 80.
10.Pergunta: Foi o Iraque quem desenvolveu essas armas químicas e biológicas?
Resposta: Não; insumos e tecnologia foram fornecidos pelo governo dos EUA, em associação com a Grã-Bretanha e empresas particulares.
11.Pergunta: O governo dos EUA condenou o uso de gás pelo Iraque na guerra contra o Irã?
Resposta: Não.
12.Pergunta: Quantas pessoas Saddam Hussein matou usando gás contra a cidade curda de Halabja em 1988?
Resposta: 5 mil.
13.Pergunta: Quantos países ocidentais condenaram essa ação na época?
Resposta: Zero.
14.Pergunta: Quantos litros de agente-laranja os EUA usaram no Vietnã?
Resposta: 64 milhões.
15.Pergunta: Existem provas de ligação entre o Iraque e o ataque de 11de setembro?
Resposta: Não.
16. Pergunta: Qual foi o número estimado de mortes civis na 1ª Guerra do Golfo?
Resposta: 35 mil.
17.Pergunta: Quantas baixas o exército iraquiano infligiu às tropas ocidentais na 1ª Guerra do Golfo?
Resposta: Zero.
18.Pergunta: Quantos soldados iraquianos em retirada foram enterrados vivos pelos tanques dos EUA equipados com lâminas de terraplenagem?
Resposta: 6 mil.
19.Pergunta: Quantas toneladas de urânio enriquecido foram deixadas no Iraque e no Kuwait depois da 1ª Guerra do Golfo?
Resposta: 40 toneladas.
20.Pergunta: Qual foi, segundo a ONU, o aumento dos casos de câncer no Iraque entre 1991 e 1994?
Resposta: 700%.
21.Pergunta: Qual porcentagem da capacidade militar do Iraque os EUA destruíram em 1991?
Resposta: 80%.
22. Pergunta: Existe alguma prova de que o Iraque planeje usar suas armas com outro intuito que não a dissuasão e a autodefesa?
Resposta: Não.
23.Pergunta: O Iraque representou uma ameaça à paz mundial nos últimos dez anos?
Resposta: Não.
24.Pergunta: Quantas mortes de civis o Pentágono prevê no caso de um ataque em 2003?
Resposta: 10 mil.
25.Pergunta: Quantas dessas mortes serão de crianças?
Resposta: Em torno de 50%.
26.Pergunta: Há quantos anos os EUA realizam ataques aéreos contra o Iraque?
Resposta: 11 anos.
27.Pergunta: Os EUA e a Grã-Bretanha estavam em guerra com o Iraque entre dezembro de 1998 e setembro de 1999?
Resposta: Não.
28.Pergunta: Quantas toneladas de explosivos foram lançadas sobre o país entre dezembro de 1998 e setembro de 1999?
Resposta: 9 mil.
29.Pergunta: Há quanto tempo entrou em vigor a Resolução 661 da ONU, impondo estritas sanções às exportações e importações iraquianas?
Resposta: 12 anos.
30.Pergunta: Qual era a mortalidade infantil no Iraque em 1989?
Resposta: 38 para cada mil nascidos vivos.
31.Pergunta: Qual era a mortalidade infantil estimada em 1999?
Resposta: 131 por mil nascidos vivos, um aumento de 345%.
32. Pergunta: Qual a estimativa de iraquianos mortos até outubro de 1999 devido às sanções da ONU?
Resposta: 1,5 milhão.
33.Pergunta: Qual a estimativa de crianças iraquianas mortas até outubro de 1999 devido às sanções da ONU?
Resposta: 750 mil.
34.Pergunta: Saddam Hussein ordenou aos inspetores da ONU que deixassem o Iraque?
Resposta: Não.
35.Pergunta: Quantas inspeções foram feitas em novembro/dezembro de 1998?
Resposta: 300.
36.Pergunta: Quantas dessas inspeções registraram problemas?
Resposta: 5.
37.Pergunta: Os inspetores de armas puderam entrar na sede do partido Baath?
Resposta: Sim.
38.Pergunta: Quem disse, em dezembro de 1998, que o Iraque fora desarmado num nível sem precedentes na história moderna?
Resposta: Scott Ritter, chefe da Unscom.
39.Pergunta: Qual porcentagem da capacidade iraquiana de desenvolver artefatos de destruição em massa foi descoberta e desmantelada pelos inspetores da ONU entre 1991 e 1998?
Resposta: 90%.
40.Pergunta: O Iraque permitiu o retorno dos inspetores?
Resposta: Sim.
41.Pergunta: Quantas resoluções da ONU Israel violou até 1992?
Resposta: xxxxxxxxx
42.Pergunta: Mais de 65?
Resposta: xxxxxxxxx
43.Pergunta: Quantas resoluções da ONU contra Israel os EUA vetaram desde 1992?
Resposta: 30.
44.Pergunta: Quanto os EUA dão a Israel a cada ano?
Resposta: US$ 5 bilhões.
45.Pergunta: Quantos países são tidos como possuidores de armas atômicas?
Resposta: 8.
46.Pergunta: Quantas ogivas nucleares o Iraque possui?
Resposta: Zero.
47.Pergunta: Quantas ogivas nucleares os EUA possuem?
Resposta: Mais de 10 mil.
48.Pergunta: Quantas ogivas nucleares Israel possui?
Resposta: Mais de 400.
49.Pergunta: Alguma vez Israel permitiu inspeções de armas pela ONU?
Resposta: Não.
50.Pergunta: Qual porcentagem dos territórios palestinos está sob controle de colônias israelenses?
Resposta: 42%.
51.Pergunta: Israel ocupa ilegalmente as terras palestinas?
Resposta: Sim.
52.Pergunta: Qual país, na sua opinião, constitui a maior ameaça à paz mundial, o Iraque ou os Estados Unidos?
Resposta: ?
53.Pergunta: Quem disse: "Nossas vidas começam a cessar quando silenciamos sobre coisas assim"?
Resposta: Martin Luther King.
domingo, 16 de março de 2003
Domingo, o sol vai subindo lentamente no céu e os bentevis gritam, impacientes.
Haunting memories
Ele saiu de minha vida há tempos. Mas de tempos em tempos seu fantasma retorna em meus pensamentos, alimento para solidão, pesar. Sombra, um vazio a meu lado, em meus afetos. Certa vez alguém disse “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima” (e vocês, tão recentes em minha vida, não entenderão o sarcasmo dessa citação); como muito do que esse alguém diz, é lindo na teoria mas na prática não funciona. Talvez por isso a vontade de chorar que me acompanhou todo o dia de ontem, e que sufoquei num trabalho insano, frenético e provavelmente sem sentido.
Aventura & Rock
Meu conto A vampira ataca! apareceu publicado no boletim-zine Aventura & Rock and Roll Express, no. 2, editado pelo Gianni Rodrigues , de Volta Redonda (RJ). O zine é bacana, simples mas bem diagramado, e com conteúdo interessante. Nessa edição há, além de meu conto, uma matéria sobre o filme Demolidor, o homem sem medo, e uma análise interessante do cd Brutal Planet (2000), de Alice Cooper. Gianni, valeu! Muito sucesso a seu boletim!
O mundo passa por minha rua – parte II
Ai, meu saco. Com a avenida interditada durante a manhã de hoje, todo o trânsito foi desviado para minha esburacada e quase sempre tranqüila rua. Não são oito da manhã ainda, e já se nota que vai ser um inferno. Pra atravessar a avenida, a gente ao menos tem os semáforos. Na minha rua, nada. Paulistanos, sejam bonzinhos e me façam um favor: durmam até tarde! A interdição vai até as onze. Descansem um pouco mais ou aproveitem pra arrumar os armários, guardar as roupas de verão e arejar as de inverno, que o outono chega daqui uns dias.
Tenham um domingo bom (e lembrem-se, durmam a manhã toda!)
Martha Argel
Haunting memories
Ele saiu de minha vida há tempos. Mas de tempos em tempos seu fantasma retorna em meus pensamentos, alimento para solidão, pesar. Sombra, um vazio a meu lado, em meus afetos. Certa vez alguém disse “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima” (e vocês, tão recentes em minha vida, não entenderão o sarcasmo dessa citação); como muito do que esse alguém diz, é lindo na teoria mas na prática não funciona. Talvez por isso a vontade de chorar que me acompanhou todo o dia de ontem, e que sufoquei num trabalho insano, frenético e provavelmente sem sentido.
Aventura & Rock
Meu conto A vampira ataca! apareceu publicado no boletim-zine Aventura & Rock and Roll Express, no. 2, editado pelo Gianni Rodrigues , de Volta Redonda (RJ). O zine é bacana, simples mas bem diagramado, e com conteúdo interessante. Nessa edição há, além de meu conto, uma matéria sobre o filme Demolidor, o homem sem medo, e uma análise interessante do cd Brutal Planet (2000), de Alice Cooper. Gianni, valeu! Muito sucesso a seu boletim!
O mundo passa por minha rua – parte II
Ai, meu saco. Com a avenida interditada durante a manhã de hoje, todo o trânsito foi desviado para minha esburacada e quase sempre tranqüila rua. Não são oito da manhã ainda, e já se nota que vai ser um inferno. Pra atravessar a avenida, a gente ao menos tem os semáforos. Na minha rua, nada. Paulistanos, sejam bonzinhos e me façam um favor: durmam até tarde! A interdição vai até as onze. Descansem um pouco mais ou aproveitem pra arrumar os armários, guardar as roupas de verão e arejar as de inverno, que o outono chega daqui uns dias.
Tenham um domingo bom (e lembrem-se, durmam a manhã toda!)
Martha Argel
quinta-feira, 13 de março de 2003
Memories, my memories
How long can you stay
To haunt my days
Devo estar ficando velha. Todo mundo descobre novas bandas, novas músicas, caça na internet e tudo o mais, e eu me redescubro em músicas antigas. Queen. A voz de Freddie Mercury. Vocês podem ficar com Rammstein, Lacrimosa e o que quiserem. Spread your little wings and fly away. That’s it for me.
Eu na rede
Está no ar, desde domingo, uma entrevista que dei ao site Supranatural, http://www.supranatural.kit.net , mantido pelo Yuri Bandeira, lá da bela cidade de Salvador. Dêem um pulinho lá. Se depois quiserem me dizer o que acharam, vou ficar muito grata.
E, passado um longo período de inatividade, acabo de reformular, com a ajuda da Carmilla, o grupo Contos de Martha Argel, pelo qual divulgo contos e crônicas e informo novidades sobre meus contos e livros. Agora ele é um grupo de livre associação e não preciso mais autorizar a entrada das pessoas. Na seção de Arquivos há vários textos inéditos à disposição dos membros. Só peço que ninguém divulgue nada sem meu consentimento. Para entrar, mande um e-mail para MarthaArgel-subscribe@yahoogrupos.com.br, ou visite a página clicando aqui.
Finalmente de volta ao mundo gótico!
No domingo tem um povo planejando ir ao R.I.P. do Carcasse, no Salamandra. Eu vou. Fica na Cardeal Arcoverde. É matinê e começa às 19:00, porque na segunda cedo todo mundo trabalha. Não façam como o Nnato, que uns tempos atrás chegou lá à meia-noite e já tava tudo terminando...
In vino veritas
Um pouco de paz, afinal, a tormenta amainando. Estava lá o tempo todo. No fundo de minha taça de cristal preferida. No sol depois da chuva. No fim de tarde que agora já traz um ventinho frio. Numa música suave e na rede na varanda. Não vai durar, eu sei. Mas foi um alívio.
Fiquem bem.
Martha Argel
How long can you stay
To haunt my days
Devo estar ficando velha. Todo mundo descobre novas bandas, novas músicas, caça na internet e tudo o mais, e eu me redescubro em músicas antigas. Queen. A voz de Freddie Mercury. Vocês podem ficar com Rammstein, Lacrimosa e o que quiserem. Spread your little wings and fly away. That’s it for me.
Eu na rede
Está no ar, desde domingo, uma entrevista que dei ao site Supranatural, http://www.supranatural.kit.net , mantido pelo Yuri Bandeira, lá da bela cidade de Salvador. Dêem um pulinho lá. Se depois quiserem me dizer o que acharam, vou ficar muito grata.
E, passado um longo período de inatividade, acabo de reformular, com a ajuda da Carmilla, o grupo Contos de Martha Argel, pelo qual divulgo contos e crônicas e informo novidades sobre meus contos e livros. Agora ele é um grupo de livre associação e não preciso mais autorizar a entrada das pessoas. Na seção de Arquivos há vários textos inéditos à disposição dos membros. Só peço que ninguém divulgue nada sem meu consentimento. Para entrar, mande um e-mail para MarthaArgel-subscribe@yahoogrupos.com.br, ou visite a página clicando aqui.
Finalmente de volta ao mundo gótico!
No domingo tem um povo planejando ir ao R.I.P. do Carcasse, no Salamandra. Eu vou. Fica na Cardeal Arcoverde. É matinê e começa às 19:00, porque na segunda cedo todo mundo trabalha. Não façam como o Nnato, que uns tempos atrás chegou lá à meia-noite e já tava tudo terminando...
In vino veritas
Um pouco de paz, afinal, a tormenta amainando. Estava lá o tempo todo. No fundo de minha taça de cristal preferida. No sol depois da chuva. No fim de tarde que agora já traz um ventinho frio. Numa música suave e na rede na varanda. Não vai durar, eu sei. Mas foi um alívio.
Fiquem bem.
Martha Argel
quarta-feira, 12 de março de 2003
Já passa da meia-noite, estou com sono. Ando inquieta, agitada, ansiosa. Não sei o que acontece. Não consigo fazer nada direito, uma sensação de urgência, largo tudo pela metade.
Sábado na Benedito Calixto foi ótimo, como vocês podem perceber pelos comentários. Giulia, Carmilla, Ceres, Amanda, Aurora, Guto, Vampirella... todos lá. E também o JC, o Stephen, a Capi, o Artério. Se esqueci alguém, sorry! A verdade é que não passei o tempo todo com essa turma divertidíssima. Conversei também com o Eduardo Barrox, o Lorenzo, a Ligia. Conheci a Miren, uma espiã basca muito simpática, e que tem, como eu, sobrenome basco francês (ou vcs acham que meu Argel é inventado?!). E uma boa parte de tempo, o povo teve de me desculpar, passei na companhia do Fábio, que afinal veio de longe pra dar um oi. O Fábio e eu nos conhecemos há muito, muito tempo. Tínhamos muito o que conversar. Ainda temos assunto pra muito mais. Quem sabe em breve continuamos nosso papo.
Domingo foi morgação. Segunda-feira, ano novo, loucura. Hoje idem. Trabalho, quero muito trabalho.
E agora há pouco, teve uma pizza em um Viena por aí, na companhia da Giu e... adivinhem quem??? A MOÇA DA CAPA!!! É isso mesmo, a bela Lucila da capa do Relações de Sangue (vejam aí do lado). Eu estava morrendo de saudades dela. Rimos muito, as três. A Giu teve de aguentar uma sessão braba de fofocas. O legal foi entrar numa livraria Laselva e falar pra vendedora (que lembrava do livro e disse que estava vendendo bem): "ó, tá vendo aquela ali? é a moça da capa!". A vendedora achou um barato. Já a moça da capa ficou um pimentão de vergonha. E eu me diverti pra cacete!
É isso. Continuo sem muito assunto, ainda efeito da fase workaholic que estou atravessando.
Cuidem-se.
Martha Argel
sábado, 8 de março de 2003
Duas da manhã. Talvez seja insônia. Ou a pizza de ontem. Mas foi bom ter acordado e não conseguir dormir, pois descobri que a Fox tá repetindo o episódio de ontem da Buffy, a Caça-Vampiros. Eu tinha posto pra gravar, e por algum motivo essa tranqueira desse vídeo cassete parou a gravação na metade. Bom, talvez a tranqueira tenha sido eu, devo ter programado mal. O fato é que finalmente tenho a oportunidade de assistir e gravar a primeira temporada da série, e tinha ficado chateada por perder um episódio. Afinal não perdi. Ueba!
No pós-carnaval, relatórios, reuniões, orçamentos, contatos. Trabalho legal pintando pra semana que vem, o que quer dizer... viagem! Tô cruzando os dedos.
E ontem de noite, pizza e a Giu. Será que liga? Liga. Triim. Ahá. Tá ocupada? Nãão. O Tao da física, evolução da psiquiatria, carnaval na praia e ar condicionado, a ciência como religião e a bruxa que publicou quatorze livros. Tudo em quanto, dez minutos ou foi mais e eu não percebi? O tipo de papo que eu curto pra caralho.
Hoje: depois de vários dias, retomo o livro. E à tarde, a praça, com um monte de gente que eu curto. O dia promete.
Hum, é isso. Sem grandes novidades, né? É no que dá ser workaholic, a gente fica sem assunto.
Pra quem for, até daqui a pouco na praça, pros demais, curtam o fim de semana!
Martha Argel
No pós-carnaval, relatórios, reuniões, orçamentos, contatos. Trabalho legal pintando pra semana que vem, o que quer dizer... viagem! Tô cruzando os dedos.
E ontem de noite, pizza e a Giu. Será que liga? Liga. Triim. Ahá. Tá ocupada? Nãão. O Tao da física, evolução da psiquiatria, carnaval na praia e ar condicionado, a ciência como religião e a bruxa que publicou quatorze livros. Tudo em quanto, dez minutos ou foi mais e eu não percebi? O tipo de papo que eu curto pra caralho.
Hoje: depois de vários dias, retomo o livro. E à tarde, a praça, com um monte de gente que eu curto. O dia promete.
Hum, é isso. Sem grandes novidades, né? É no que dá ser workaholic, a gente fica sem assunto.
Pra quem for, até daqui a pouco na praça, pros demais, curtam o fim de semana!
Martha Argel
terça-feira, 4 de março de 2003
Carnaval chegando ao fim, contagem regressiva para o país voltar ao normal. O sol lá fora não tá nem aí, e pra quem não ficou atolado na enchente, até que a tempestade de ontem literalmente caiu do céu e refrescou a gente cá embaixo.
Sábado
Na Benedito Calixto: com a Carmilla "Vampira Faminta", batemos um papão com o Eduardo Barrox antes de nos acomodarmos no nosso já tradicional point, no espaço do Alberico. Daí a pouco, chega o Eric Draven -- finalmente!!! ele existe de verdade!!! e é muito simpático -- acompanhado pela Nikky, também blogueira. Um rapaz começa a tocar piano (a linda Sonho, do Madredeus) e acabamos nos apresentando, e assim conheci o Alexandre, que já foi Drácula num parque de diversões em Salvador!! Em seguida chegam Vampirella, Sérgio (sangue novo!) e Dalva. E então... tcharã.... A KASSA VAMPIROS em pessoa, ninguém menos que a Amanda, junto com sua linda filhota caçula, e ela é tão simpática em pessoa como é nos blogs! Foi super divertido, super animado. Mas quem roubou a tarde, de verdade, foi um sujeitinho zoiudo e oreiudo chamado Artério!!! Ele é lindo! Eu amo o Artério!!! (eu sei, eu devia ser educada e colocar os endereços dos blogs de todo mundo aqui, mas não tenho tempo, na verdade nem devia estar atualizando, já que tenho que terminar um relatório até amanhã...)
Domingo
Já ia me preparando pra um domingo sozinha em casa quando toca o telefone. A Suely veio de Brasília passar o carnaval em Sampa!!! Ueba. Almoço no Viena (pra quem leu o Relações de Sangue: sim, o mesmo Viena onde a Clara encontra o... ops, spoiler não!) e depois fomos à Pinacoteca ver a exposição do holandês Albert Eckhout (da corte de Nassau). Fiquei emocionada. Pra quem estuda os Viajantes-Naturalistas há pelo menos 16 anos, é inacreditável ver tão de pertinho tantas pinturas originais do século XVII. Mas, putz, se os quadros são incríveis, da exposição em si não gostei muito, não. Informar que o artista estava "representanto tipos físicos dos habitantes do Brasil", quando ao menos dois dos quadros são obviamente de nativos africanos, e todos os detalhes do cenário são africanos (acreditem, conheço muito bem a fauna e a flora brasileiras e sei que não há Agapornis e elefantes no Brasil...) é, no mínimo, uma generalização perigosa. Deslizes à parte, a Pinacoteca se transformou muito rapidamente em um de meus pontos preferidos na cidade de São Paulo. Quem não conhece, vá conhecer, de preferência quando não houver uma exposição badalada, que é pra curtie melhor o clima do lugar.
Segunda
Trabalho. Escrevi alguns microcontos. Trabalho. E o Thor.
Coincidência: é o dia do aniversário da minha mãe (a Martha mãe) e também da mãe da Giulia (dona Rosinha)!
Hoje
Trabalho. Pesquisa bibliográfica. E o Thor.
E no sábado que vem, Benedito Calixto de novo!!!
OK, pra quem não foi, ou quer repetir a dose. Sábado que vem será o lançamento de mais um número do jornal Café Literário, e nessa edição sairá uma notinha sobre meu livro Relações de Sangue, uma história policial com vampiros. Estarei chegando por lá, com a Giulia e a Carmilla, por volta das três da tarde. Vocês me encontram nos mesmos lugares de sempre: em frente à Barraca do Autor na Praça ou então no Espaço do Alberico, lá no fundo (fica a duas lojas do Franz Café).
Curtam o sol, o feriado e preparem-se que o ano está para começar oficialmente.
Martha Argel
sábado, 1 de março de 2003
Gloriosa manhã de sábado de carnaval, sol forte lá fora e nenhum repicar de tamborins aqui dentro, só The Sundays (só?! Como se precisasse mais!) me embalando, e a sensação do vento do ventilador sobre a pele é tão boa que até me dá vontade de postar letra de música, como a maioria de vocês costuma fazer.
& it’s you I need in the summertime
as I turn my white skin red
two peas from the same pod yes we are
or have I read too much fiction?
is this how it happens?
O mundo passa por minha rua
Ontem não caminhei no final da tarde. O congestionamento da serra passava na minha porta. Insano. Duvido que alguns dos motoristas que vi cheguem vivos ao fim do carnaval. Animais ao volante.
Lá pelas oito e meia, nove da noite, havia um fusca suspeito estacionado sob as bauínias no outro lado da rua. Saí às dez para um pouco de ar fresco, e a polícia estava lá, vendo qual era a dos caras. Um casalzinho. Provavelmente trepando. O cara dizia “Tô até constrangido, seu guarda”. Fusca saiu prum lado, polícia pro outro. Por que não vão trepar na frente da casa deles?
Hoje, seis e pouco da manhã, já voltando da caminhada, passa por mim um ônibus. “Banda Rouge”, o painel da frente informava. Conhece? Um daqueles conjuntos montados pra render uma boa grana. Mas acho que nem por sombra tão bem sucedido quanto o “Bandana”, a mesma coisa só que na Argentina. Deve ter um igual em cada país, já que em qualquer lugar existem uma multidão de adolescentes sonhadoras em busca de ídolos e com a grana dos pais pra gastar.
O cão mais fofo do mundo
Não é possível, o Thor deve ter feito curso pra ser TÃO mimoso. Há dois dias está envolvido numa intensa relação e amor e ódio com o ventilador. Preciso estar de olho o tempo todo. Já peguei ele duas vezes com o fio na boca!
Pobre não gosta de ler
Você acredita nisso? Minha faxineira, a Lourdes, voltou a estudar. Aproveitei e pus um livro na mão dela, perguntando se ela leria. Fininho, fácil, um juvenil de quando eu era adolescente. Ela me olhou em dúvida. O problema era a letra pequena. Vista cansada, essa maldição de quem já sente a idade chegar mas não tem grana pra óculos. Mas levou o livro. Resultado: ela não leu, mas a vizinha quando viu arregalou os olhos, catou o livro e leu em um dia e meio. “E leria muitas vezes mais”. Depois a filha, ex-drogada. Agora parece que o filho mais velho, um rapazinho tímido que há três anos estava ameaçado de morte por traficantes, está lendo. E o moleque mais novo não cansa de repetir o título, numa voz soturna: “O escaraveeelho do diaaabo!”. Me digam: por que é que pobre não lê?
Sejam felizes e façam os outros felizes.
Martha Argel
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