Nada de neve, droga. Estava seco demais.
Pois é, passamos o da inteiro em Tandil. Às nove da manhã, um termômetro na rua marcava zero grau, o que significa que durante a noite a temperatura esteve negativa. Dizem que esteve a menos seis, mas não creio. Dizem também que até congelou uma represa que tem por lá. Também não creio.
Meu testemunho pessoal é: saímos de Rauch ainda no escuro e pegamos o amanhecer no meio do caminho – (amanhece super tarde, por volta das oito e meia, e anoitece cedo. Quando clareou, eu não podia ver a paisagem porque as janelas de trás da camionete estavam embaçados. Então tentei limpar, e descobri que não era vapor, mas uma camada de gelo que revestia o vidro por dentro!
Em suma: fazia um frio do cão, mas isso não nos impediu de passar a manhã inteira batendo perna e fazendo compras. O frio, aliás, é um excelente pretexto pra entrar num café e ficar lá sentado, comendo e batendo papo, e olhando as pessoas passarem encolhidas e apressadas na rua.
Me chamou a atenção a quantidade de produtos brasileiros a venda nas lojas, incluindo até mesmo tênis, botas de couro e chocolates!
Na hora em que todas as lojas fecharam para a siesta (sim, o hábito se mantém!), fomos comer. O self-service é daquele tipo burro que tem na (caríssima) lanchonete do MASP, em Sampa: você não pega a quantidade que quer do que quer, como nos "por quilo". Você compra a porção... e que porção! Imensa! Aí acaba não podendo comer toda a variedade que quer, e sobra tudo o que não consegue comer...
Depois do almoço passeamos pelos arredores da cidade, pelas montanhas que são tão raras nestas paragens. Como em toda montanha próxima a cidades, uma inundação de chalés, pousadas, hotéis, tudo num estilo alpino-fake, todo fofinho. Deve ser algo inerente ao ser humano, porque muda o país mas o impulso de "alpinizar" a paisagem é incontrolável.
Na rápida volta às compras pós-passeio, acabei não resistindo: me enfiei numa livraria, eeeeeh!
De novo: incrível a variedade de títulos numa livraria dessas, de cidade do interior. Acabei achando até uma coisa bizarra, uma edição em espanhol de um autor brasileiro de fantasia que é esnobado por muita gente "do meio" no Brasil. O pessoal fala mal e menospreza, mas o fato é que ele foi traduzido, e os detratores não. Ele está numa livraria em Tandil, Argentina, e os críticos não. Tudo bem que estava numa mesa de ofertas, mas nada é perfeito, né? Mesmo porque ele estava em excelente companhia, cercado de clássicos e best-sellers.
Chegamos em Rauch só de noite (grande coisa! Anoitece às seis!), e jantamos pizza feita em casa acompanhada por algo bem argentino: um vinho tinto maravilhoso (Norton Malbec D.O.C., Reserva Especial) que se chegasse no Brasil custaria uma fortuna!
Beijos e queijos a todos!
Martha Argel
P.S. se alguém aí se interessa... meus pés estão gelados.
sábado, 14 de julho de 2007
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