quarta-feira, 11 de julho de 2007

11 de julho de 2007

Meus pés continuam gelados, e a possibilidade de ver neve vai se tornando remota.
Ontem demoramos a sair de casa. O sol lá fora não enganava. O azul do céu também não. Quando por fim saímos, e já passava das dez, a faxineira de minha prima avisou: cuidado com a calçada, que tentei lavar e não consegui. O fato é que ela jogou água nas pedras do calçamento e quando foi secar com um trapo, congelou tudo. O trapo ficou grudado. Moral da história, havia uma fina camada de gelo a cruzar, no trajeto entre porta e rua. Putz. Não tem NADA tão escorregadio quanto uma calçada de pedra coberta de gelo.
Mas atravessamos galhardamente o obstáculo e ganhamos o mundo.
Até que não parecia tão frio, mas o gelo que víamos aqui e ali nos mostrava que continuávamos abaixo de zero. As pessoas que passavam de bicicleta e de moto sem exceção iam enroladas em cachecóis, só os olhos de fora. Todo mundo parecia gordo, apressado, arrepiado, encolhido. E reclamava do frio.
De novo a constatação curiosa: nós que moramos em lugares quentes achamos que quem vive onde tem inverno de verdade está acostumado ao frio. Mas não. Não tem um lugar frio em que eu tenha estado onde os nativos não vociferem sem cessar contra as baixas temperaturas. Seres humanos, todos iguais. Reclamar é o barato. Do que quer que seja.
Depois de conseguirmos dinheiro num caixa automático (viva a tecnologia!), e de umas comprinhas básicas, minha mãe teve a genial idéia de comprar um celular. Sessenta pesos (uns cinqüenta reais, talvez?) e pronto. Temos nosso próprio número na Argentina (de novo, viva a tecnologia!).
Embora as temperaturas subissem acima de zero com o passar das horas, o resto do dia não teve mais muita novidade. Quem sabe a criatividade também se congela sob frio intenso.
Passei praticamente toda a tarde dentro de casa, trabalhando ao computador (hã... como era mesmo aquele lance de viva a tecnologia?), até que o irresistível poder da cama se fez sentir. Deitei para ler e... não consegui mais escapar, até hoje de manhã.
Com as coisas gostosas que tem pra comer aqui... algo me diz que vou voltar pro Brasil rolando!

Beijos com sabor de chocolate... gelado
Martha Argel.

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