Bom dia. Tanta coisa pra fazer e tao pouco tempo.
Estou aqui mas nao estou desligada de minhas obrigacoes, em SP ou em NY. Quero passear, quero fazer compras (sim, apesar das malas pequenas, ainda ha' alguns pequenos sonhos a adquirir, alguns deles nao tao pequenos...), quero curtir o lugar, quero simplesmente sentar numa praca e ler um livro sobre lobisomens (otimo!). Mas ao mesmo tempo minha cabeca esta nos projetos, nos livros em andamento, na pilha de e-mails de trabalho nao respondidos. Bem, se nao consigo fazer tudo, pelo menos posso tentar fazer o maximo possivel.
Ontem, depois de trabalhar um pouco de manha, sai com a Claudia. Fomos 'a Universidade de Toronto, onde estudei ano passado. Foi um curos breve, mas suficiente para me fazer sentir que e' um pouco minha. A livraria central e' incrivel, material de papelaria maravilhoso, excelentes titulos a venda e, pasmem, uma secao de roupas que nao faria mal num shopping center!
Depois da U fo T, a Clau voltou sozinha para casa, e eu tomei o metro com um objetivo bem definido: gastar uma nota preta num de meus mais acalentados sonhos de consumo. Entre mim e minha aquisicao, porem, estava uma aventura urbana arrepiante.
Quando entrei na estacao de metro era o meio do dia, e pouquissima gente estava na estacao. Desci as escadas para a plataforma vazia e a meu lado, e pouco a frente, desceu uma mocinha de uns vinte anos. Nem bem ela chegou na borda da plataforma, algo caiu de sua mao e, com a perversidade natural da materia, deslizou pelo chao e caiu no meio dos trilhos do trem. Apressei-me em ir olhar. Uma maquina digital daquelas bem fininhas. Mais adiante, a bateria, que tinha voado longe. Olhei para a maquina e para a menina, sem saber o que fazer, e entao olhei ao redor, em busca de ajuda. Havia um homem parado a nosso lado, observando a cena com cara de pudim. Nada. Nenhum funcinario. Quando olhei de novo a moca, ela estava, muito decidida, tirando sua mochila das costas. Eu nao acreditei que ela ia fazer aquilo, mas ela fez. Largou a mochila no chao e pulou nos trilhos. Assustada, corri em direcao as escadas, mas antes de por o pe' no primeiro degrau raciocinei que nao ia dar tempo nem de chegar la' em cima, quanto mais de conseguir alguma ajuda, e entao voltei para a borda da plataforma. A menina pegou a maquina e, em vez de voltar, pulou ainda mais longe, entre os trilhos, para recuperar a bateria. O tempo todo ela, e eu, claro, lancando olhares assustados na direcao de onde o trem deveria vir. Pareceu uma eternidade, mas finalemtne ela retornou, pulando por cima dos trilhos, para junto da plataforma. Depois de colocar a camera a salvo na plataforma, ela tentou pular de volta. Era muito alto. Estiquei a mao para ela, ela pegou e puxei com toda a forca, mas ela conseguiu subir so' ate' a altura da barriga. Enquanto isso, o homem, parado a dois metros de distancia, so' assistindo. Filho da puta! S'o quando gritei para ele "Help us!" e' que ele correu, pegou a outra mao da menina e juntos puxamos ela de volta para a seguranca da plataforma. A idiota nem agradeceu. So' estava preocupada em saber se a camera estava funcionando ou nao. O homem nao disse uma palavra durante toda a cena. Sera' que toda a humanidade e' autista desse jeito?!
Depois disso, demorou para eu me acalmar, mas quando cheguei na loja EfstonScience, esqueci totalmente o passado. Vaguei algum tempo entre tabelas periodicas, material de laboratorio, partes do corpo humano, atlas celestes, colecoes de minerais ate' tomar coragem e chegar ao ponto: a vitrine de binoculos. Comprei o binoculo mais caro de toda a minha vida. De quebra comprei um bem barato (nao, nao vou trabalhar em Sapopemba ou Itaqua' com um binoculo de 400 dolares no pescoco!). Voltei pra casa leve e feliz com a compra.
Antes de chegar, desci em Dundas e Yonge pra fucar num dos melhores sebos de T.O. e na livraria ao lado, minha ja' conhecida The Biggest Bookstore in the World. De fato, depois de ter visitado varias livrarias em NY, nao tenho duvidas: e' um dos melhores lugares para comprar livros de vampiros (talvez superado apenas pela Bakka, aqui mesmo em T.O.). Mesmo na famosa Forbidden Planet, em NY, nao achei tantos livros quanto na Biggest.
No resto da tarde, fiquei um pouco em casa, fui a' blbilioteca publica tentar trabalhar um pouco e depois bati perna pela vizinhanca, fingindo ser uma Torontoniana de longa data. Adoro esta cidade!
beijos, queijos e cuidem-se
Martha Argel
quarta-feira, 17 de maio de 2006
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