sexta-feira, 4 de abril de 2003


Trabalho. Cansaço.
O tempo nunca alcança.
Céus, estou tão, tão cansada.

Ontem estive no Morumbi, a trabalho. Que nojo, que nojo. Prédios novos, cubículos maquiados. Somem as árvores, aparecem torres em que “área verde” só existe na propaganda. Um córrego que é merda líquida. E os Aedes reinam soberanos. Que os corruptos que aprovam essa vergonha de uso do solo morram de dengue. Que as construtoras se fodam. Que a massa amorfa e insípida da maioria silenciosa e inerte colha os frutos de sua ignorância e omissão: morram nas mãos do filho drogado, morram do tiro do crime organizado, morram da pneumonia “atípica” que o país sucateado não vai conseguir deter.

E que todos os filhos da puta vão para as mais negras e abissais profundezas do inferno e nos deixem em paz.

Vocês que se importam, parem de perder tempo em fofoquinhas de internet e vão fazer alguma coisa real por si mesmos e por este nosso país lindo que tanto precisa de gente que trabalhe de verdade.

Martha Argel,
num dia de fúria

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