sexta-feira, 31 de janeiro de 2003

Ontem...

... a esta hora, eu estava embarcada no Arara Canindé, um barco de metal da Polícia Militar, navegando pelo remanso do Reservatório de Bariri, logo abaixo da cidade de Barra Bonita, no rio Tietê. Foi espetacular. O rio Tietê, lá, é um sonho para quem conhece o Tietê daqui. Águas limpas (ou quase), largo, imponente.

Fui convidada por um pessoal da Secretaria do Meio Ambiente para fazer uma vistoria, com eles, em algumas cavas de extração de argila. O que encontrei me surpreendeu: na cava recém-aberta, dividindo espaço com tratores e escavadeiras no barro preto e feio, dezenas de aves, inclusive colhereiros e talha-mares, espécies que de forma alguma são comuns no interior do estado de São Paulo. Um levantamento rápido dos bichos deu o seguinte resultado:

- 17 colhereiros ( Platalea ajaja)
- 15 pernilongos (Himantopus himantopus)
- mais de 40 quero-queros (Vanellus chilensis)
- mais de 30 talha-mares (Rhynchops nigra)
- cerca de 20 jaçanãs (Jacana jacana)
- pelo menos mais seis espécies

Foi fantástico. De quebra, navegar sempre é maravilhoso. O soldado da Polícia Ambiental que nos acompanhou era um sujeito ótimo, daqueles dignos de admiração por sua correção e pelo amor com que desempenha a função de proteção ao patrimônio natural. O pessoal que estava comigo também era bacana, e aprendi muito sobre a região. Comi umas goiabas de sonho, colhidas numa ilha no meio do Tietê – as melhores que já comi. E o almoço, além da companhia agradável, foi excelente: várias versões de pintado, todas de babar e chorar por mais.

Voltei imunda de barro, acabada e ainda por cima com a cara ardendo de tão queimada (onde diabos estava o maldito sol, se o tempo estava horrível e até chuva tomamos?!), mas se rolar outra, já tô dentro do barco, sem pestanejar!

Que o final de semana seja bom pra todos vocês.

Martha Argel

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