Bons dias a todos.
Estou escrevendo enquanto a manicure dá um jeito nas minhas unhas. Perua, eu? Imagina. Se tivesse grana já tinha entrado no botox. Quando crescer quero ser a Vera Loyola.
O ano começou pero no mucho. A cidade está deliciosamente vazia, as pessoas parecem estar trabalhando em câmara lenta. Adoro isso, não só porque tenho uma desculpa para ficar sem fazer “nada” (lendo, assistindo à posse do presidente o dia inteiro, jogando conversa fora) como ainda porque, quando resolvo trabalhar, sinto uma superioridade moral incrível, do tipo cá-estou-eu-cumprindo-meu-papel-social-enquanto-vocês-molengas-se-dedicam-a-um-inútil-far-niente. É idiota, eu sei, porque o tempo continua marchando exatamente no mesmo ritmo de sempre, e nada muda só porque é começo de ano. Mas estou acostumada a fazer coisas idiotas, como ser honesta, me apaixonar, respeitar os outros &c.
Tenho me dedicado nestes dias a, como disse um amigo hoje, “queimar o peru”. O inevitável e aterrorizante aumento-de-peso-do-fim-de-ano. O meu está bastante sob controle, para minha extrema felicidade. Só pra deixar vocês, sedentários profissionais, morrendo de despeito: 8 a 12 km por dia, mais uma alimentação disciplinada, fazem maravilhas com a silhueta da gente. Vocês continuem aí, engordando em frente ao monitor do computador. Eu, não mesmo.
Anteontem li um livro que estava há meses (anos?) na minha prateleira: Sabella (título original Sabella ou The blood stone, 1980), da inglesa Tanith Lee. Edição em português, da Brasiliense, com uma capa medonha, e uma tradução que não chega a comprometer. Vampiros e ficção científica, uma mistura complicada, que a autora conseguiu levar a cabo muito bem. Gostei muito, apesar de perceber que perdi o tesão pela a ficção científica (que agora acho, em geral, um pé no saco e pretensiosa). Mas mantém-se um fenômeno interessante que há algum tempo tenho observado: invariavelmente gosto de livros de vampiros escritos por mulheres. Não me lembro de nenhuma autora de vampiros que tenha me desagradado. Nunca é demais mencionar as escritoras boas que vocês, que não lêem inglês, nunca viram nas estantes por aqui: Laurell K. Hamilton, P. N. Elrod, Tanya Huff, Jeanne Kalogridis, Chelsea Quinn Yarbro, Sherry Gottlieb, Susan Sizemore. Lembrem-se: Anne Rice não é, de forma alguma, a única.
Hoje pretendo ir ao cinema com a Sueli, a Suely e a Elza. Todas nipo-brasileiras. Vich. Vou voltar de zoinho puxado. Inda mais que conheço a Sueli. Ela vai arranjar um jeito de enfiar uns sushis na programação, tenho certeza. Não que eu reclame, é claro!
Bom, é isso.
Curtam o marasmo de pré-carnaval.
Martha Argel
sexta-feira, 3 de janeiro de 2003
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