"No centro de um planalto vazio,
como se fosse em qualquer lugar..."
Boa tarde de chuva e frio a todos. Cá estou. Brasília, capital da esperança. Ouvi dizer que era quente e seca. Até agora, frio e umidade. Faz parte.
Viajei dois dias pra chegar aqui. Nada de caminhos batidos e autopistas modernas e tediosas. Uma viagem pelo Brasil que o Brasil não conhece, viemos por estradas pouco movimentadas pelo interior do doce estado de Minas Gerais.
Um sanduíche na praça central de Três Corações. Qual o mérito dessa cidade pequena e comum? Ter dado à luz um cara chamado Pelé.
No meio da tarde, cruzar o Velho Chico. São Francisco, o rio da integração nacional, que em Iguatama, a cem quilômetros de sua nascente e já totalmente fudido pelos garimpos de montante, ganhou a homenagem de uma gigantesca carranca eternamente lhe dando as costas e olhando para oeste, rumo ao coração do País.
E passar a noite na obscura São Gotardo, com o bizarro título de "Capital Nacional da Cenoura" (ainda mantido, embora hoje a especialidade seja o alho -- o pesadelo dos vampiros!!!). Querem saber mais? Procurem no Google, "São Gotardo Online".
No dia seguinte, algumas horas de estrada e da maravilhosa paisagem mineira que não nos abandonou um segundo sequer nos levaram a um tesouro, uma jóia escondida no mapa: a Gruta da Lapa Nova. Calcária, 4.500 m de desenvolvimento horizontal, 70 e poucos de desnível vertical, descoberta em 1819 pelo francês resmungão Auguste de Saint Hilaire. Guiadas pela simpatia e eficiência de Salvador, o Salvador da Gruta, percorremos salões e galerias por duas horas "Vocês não viram nem dez por cento". Vou resumir todo o meu deslumbramento com uma palavra ineficiente: maravilha. Vocês não calculam. Mesmo.
E no começo da noite, por fim, as luzes nos indicaram estarmos quase lá. Por fim, o Eixão, e o Plano Piloto. Nunca pensei que me emocionaria tanto. Há 11 anos não vinha à Capital Federal.
Pensando em vocês,
Martha Argel
P.S. A Suely manda seu beijo paulistano-brasiliense a todos!!!
sexta-feira, 17 de janeiro de 2003
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