Boa tarde.
Estou de volta. Correu tudo bem e tive alta hoje de manhã. Tenho que ir devagar por uma semana, mas é tudo.
É bom resolver os problemas, não é?
beijos e queijos (e muito repouso por enquanto)
Martha Argel
sábado, 22 de outubro de 2005
quarta-feira, 19 de outubro de 2005
Boa noite!
Cheguei de volta em casa e sumi da internet. Saudades da banda larga da Clau, lá em Toronto. Saudades de lá. Estranho, num dia Clau, Terry e Andrew fazem parte de minha rotina, T.O. lá fora, inglês na tv e nas ruas, e no outro, cá estou eu de novo em minha sala e nem parece que estive um mês naquele lugar agora milhares de quilômetros distante.
Toronto provavelmente vai fazer parte de mim pra sempre.
De novo a pergunta que me faço após cada viagem: sou ainda a mesma pessoa? Não sei. Quem sabe.
Vou ficar alguns dias fora do ar. Desejem-me que tudo corra bem. É estranho quando, ao preencher um cadastro, uma das informações pedidas é "Religião". Me dá um calafrio. Tento não pensar. Mas amanhã é inevitável.
Mudando de assunto: dois contos meus saíram publicados. "Adivinha o que tenho no meu freezer" saiu na Scarium. "O guarda-mor, a urutu-dourada e o disco-voador" saiu na Somnium. O primeiro é de terror. O segundo é ficção-científica.
Até a volta.
Martha Argel
Cheguei de volta em casa e sumi da internet. Saudades da banda larga da Clau, lá em Toronto. Saudades de lá. Estranho, num dia Clau, Terry e Andrew fazem parte de minha rotina, T.O. lá fora, inglês na tv e nas ruas, e no outro, cá estou eu de novo em minha sala e nem parece que estive um mês naquele lugar agora milhares de quilômetros distante.
Toronto provavelmente vai fazer parte de mim pra sempre.
De novo a pergunta que me faço após cada viagem: sou ainda a mesma pessoa? Não sei. Quem sabe.
Vou ficar alguns dias fora do ar. Desejem-me que tudo corra bem. É estranho quando, ao preencher um cadastro, uma das informações pedidas é "Religião". Me dá um calafrio. Tento não pensar. Mas amanhã é inevitável.
Mudando de assunto: dois contos meus saíram publicados. "Adivinha o que tenho no meu freezer" saiu na Scarium. "O guarda-mor, a urutu-dourada e o disco-voador" saiu na Somnium. O primeiro é de terror. O segundo é ficção-científica.
Até a volta.
Martha Argel
quinta-feira, 13 de outubro de 2005
Meu ultimo dia inteiro aqui no Canada. Amanha embarco de volta pro Brasil.
Os dias cinzentos e frios nao inspiram a sair de casa. Vou ao super-mercado, caminho um pouco nos arredores visitando as lojas mais proximas, ocasionalmente me sento no jardim da igreja de St. James para ler.
Estou lendo "Sanglasses after dark", de Nancy Collins. Ha' anos eu procurava esse livro e achei em um sebo por aqui. Apesar de ser extremamente violento, estou gostando. O personagem principal e' uma vampira chamada Sonja Blue. Nao consigo me lembrar de outras vampiras marcantes na literatura, exceto Carmilla, do final do seculo XIX. Por que sera' que personagens femininos marcantes sao tao raros na literatura vampirica?!
Ontem tive minha ultima aula com a dra Elizabeth Miller. Todos os alunos ganharam um exemplar autografado de um livro dela. Comprei seus outros dois titulos. Raridades. Estou bem feliz.
Depois da aula perambulei um pouco por downtown, debaixo da garoa fina e fria, numa despedida que deve prosseguir hoje. Praticamente tudo ja' esta nas malas. Meu cartao telefonico terminou, as passagens de metro idem, comecei a colocar os e-mails em dia e passei para um CD todos os arquivos que estavam no computador. Fim de festa. Sempre um travo de melancolia.
Espero que o dia melhore hoje. Quero dizer tchau para as arvores vermelhas.
Fiquem bem, curtam os dias.
Martha Argel
Os dias cinzentos e frios nao inspiram a sair de casa. Vou ao super-mercado, caminho um pouco nos arredores visitando as lojas mais proximas, ocasionalmente me sento no jardim da igreja de St. James para ler.
Estou lendo "Sanglasses after dark", de Nancy Collins. Ha' anos eu procurava esse livro e achei em um sebo por aqui. Apesar de ser extremamente violento, estou gostando. O personagem principal e' uma vampira chamada Sonja Blue. Nao consigo me lembrar de outras vampiras marcantes na literatura, exceto Carmilla, do final do seculo XIX. Por que sera' que personagens femininos marcantes sao tao raros na literatura vampirica?!
Ontem tive minha ultima aula com a dra Elizabeth Miller. Todos os alunos ganharam um exemplar autografado de um livro dela. Comprei seus outros dois titulos. Raridades. Estou bem feliz.
Depois da aula perambulei um pouco por downtown, debaixo da garoa fina e fria, numa despedida que deve prosseguir hoje. Praticamente tudo ja' esta nas malas. Meu cartao telefonico terminou, as passagens de metro idem, comecei a colocar os e-mails em dia e passei para um CD todos os arquivos que estavam no computador. Fim de festa. Sempre um travo de melancolia.
Espero que o dia melhore hoje. Quero dizer tchau para as arvores vermelhas.
Fiquem bem, curtam os dias.
Martha Argel
Meu ultimo dia inteiro aqui no Canada. Amanha embarco de volta pro Brasil.
Os dias cinzentos e frios nao inspiram a sair de casa. Vou ao super-mercado, caminho um pouco nos arredores visitando as lojas mais proximas, ocasionalmente me sento no jardim da igreja de St. James para ler.
Estou lendo "Sanglasses after dark", de Nancy Collins. Ha' anos eu procurava esse livro e achei em um sebo por aqui. Apesar de ser extremamente violento, estou gostando. O personagem principal e' uma vampira chamada Sonja Blue. Nao consigo me lembrar de outras vampiras marcantes na literatura, exceto Carmilla, do final do seculo XIX. Por que sera' que personagens femininos marcantes sao tao raros na literatura vampirica?!
Ontem tive minha ultima aula com a dra Elizabeth Miller. Todos os alunos ganharam um exemplar autografado de um livro dela. Comprei seus outros dois titulos. Raridades. Estou bem feliz.
Depois da aula perambulei um pouco por downtown, debaixo da garoa fina e fria, numa despedida que deve prosseguir hoje. Praticamente tudo ja' esta nas malas. Meu cartao telefonico terminou, as passagens de metro idem, comecei a colocar os e-mails em dia e passei para um CD todos os arquivos que estavam no computador. Fim de festa. Sempre um travo de melancolia.
Espero que o dia melhore hoje. Quero dizer tchau para as arvores vermelhas.
Fiquem bem, curtam os dias.
Martha Argel
Os dias cinzentos e frios nao inspiram a sair de casa. Vou ao super-mercado, caminho um pouco nos arredores visitando as lojas mais proximas, ocasionalmente me sento no jardim da igreja de St. James para ler.
Estou lendo "Sanglasses after dark", de Nancy Collins. Ha' anos eu procurava esse livro e achei em um sebo por aqui. Apesar de ser extremamente violento, estou gostando. O personagem principal e' uma vampira chamada Sonja Blue. Nao consigo me lembrar de outras vampiras marcantes na literatura, exceto Carmilla, do final do seculo XIX. Por que sera' que personagens femininos marcantes sao tao raros na literatura vampirica?!
Ontem tive minha ultima aula com a dra Elizabeth Miller. Todos os alunos ganharam um exemplar autografado de um livro dela. Comprei seus outros dois titulos. Raridades. Estou bem feliz.
Depois da aula perambulei um pouco por downtown, debaixo da garoa fina e fria, numa despedida que deve prosseguir hoje. Praticamente tudo ja' esta nas malas. Meu cartao telefonico terminou, as passagens de metro idem, comecei a colocar os e-mails em dia e passei para um CD todos os arquivos que estavam no computador. Fim de festa. Sempre um travo de melancolia.
Espero que o dia melhore hoje. Quero dizer tchau para as arvores vermelhas.
Fiquem bem, curtam os dias.
Martha Argel
terça-feira, 11 de outubro de 2005
Bom dia!
Em quatro dias embarco de volta pro Brasil.
Ontem foi Thanksgiving Day aqui no Canada. Eles comemoram numa data diferente dos estadunidenses. Meu primeiro Thanksgiving. Ajudei a Claudia a fazer o peru. Usei meu conhecimento ornitologico de uma forma realmente util. Primeiro tirei de dentro do peru o saquinho que continha os miudos, informei a minha prima o que se tratava e quando ela saiu correndo de nojo joguei no lixo. Depois descobri que o pescoco do bicho tbm tava enfiado la' dentro, e de novo me desfiz da coisa quando a Clau fugiu da cozinha aterrorizada. Tambem cortei fora a pele de pescoco que ficou pendurada na carcaca. Mais tarde, a Clau quase vomitou quando foi jogar algo na lata de lixo e viu todos esses trecos por la'.
Bom, fora isso, minhas reais contribuicoes 'a qualidade da refeicao foram lavar o bicho com carinho e depois sugerir que ela o temperasse com alecrim. Ficou boa a coisa!!!!
Alem do inusitado fato de eu ter me metido a cozinheira (ao menos a assistente de cozinheira) outra coisa bizarra aconteceu. Apareceu um lindo esquilinho por aqui, em busca de comida. Dei um monte de petiscos ao meigo bichinho, ate' que o filhodaputa, num momento de desespero, agarrou minha mao e, em vez de pegar os cajus que eu lhe oferecia, cravou os dentes com vontade no meu dedo indicador. Putaqueopariu!!! Criatura traicoeira! Arrancou sangue. O que os vampiros nunca conseguiram, um maldito roedor rabudo conseguiu!
Aprendam: esquilos nao sao as fofurinhas doces que papai Walt Disney quer nos fazer crer. Tico e Teco sao filhotes do demo!!!
beijos
Martha Argel
Em quatro dias embarco de volta pro Brasil.
Ontem foi Thanksgiving Day aqui no Canada. Eles comemoram numa data diferente dos estadunidenses. Meu primeiro Thanksgiving. Ajudei a Claudia a fazer o peru. Usei meu conhecimento ornitologico de uma forma realmente util. Primeiro tirei de dentro do peru o saquinho que continha os miudos, informei a minha prima o que se tratava e quando ela saiu correndo de nojo joguei no lixo. Depois descobri que o pescoco do bicho tbm tava enfiado la' dentro, e de novo me desfiz da coisa quando a Clau fugiu da cozinha aterrorizada. Tambem cortei fora a pele de pescoco que ficou pendurada na carcaca. Mais tarde, a Clau quase vomitou quando foi jogar algo na lata de lixo e viu todos esses trecos por la'.
Bom, fora isso, minhas reais contribuicoes 'a qualidade da refeicao foram lavar o bicho com carinho e depois sugerir que ela o temperasse com alecrim. Ficou boa a coisa!!!!
Alem do inusitado fato de eu ter me metido a cozinheira (ao menos a assistente de cozinheira) outra coisa bizarra aconteceu. Apareceu um lindo esquilinho por aqui, em busca de comida. Dei um monte de petiscos ao meigo bichinho, ate' que o filhodaputa, num momento de desespero, agarrou minha mao e, em vez de pegar os cajus que eu lhe oferecia, cravou os dentes com vontade no meu dedo indicador. Putaqueopariu!!! Criatura traicoeira! Arrancou sangue. O que os vampiros nunca conseguiram, um maldito roedor rabudo conseguiu!
Aprendam: esquilos nao sao as fofurinhas doces que papai Walt Disney quer nos fazer crer. Tico e Teco sao filhotes do demo!!!
beijos
Martha Argel
segunda-feira, 10 de outubro de 2005
Oie!!!!
Vendo as noticias de hoje, tomei um susto. Ameaca terrorista no metro de NY! Puxa, e um dos lugares que esta' sendo vigiado mais de perto e' a Port Authority Bus Station, a rodoviaria da cidade. Caramba. Foi la' que cheguei, foi de la' que sai'. As noticias ficam muito mais terriveis quando a gente conhece os lugares, quando esteve la'.
O que consegui notar quanto a' seguranca da rodoviaria: tem cameras por toda parte. Enquanto eu esperava meu onibus, uma garotada, obviamente turistas europeus, tirou uma foto. Imediatamente, soou pelo auto-falante a informacao de que era proibido tirar fotos dentro do terminal. Os caras ficam de olho mesmo! E a cada cinco minutos, mais ou menos, soavam os avisos, em ingles e em espanhol, de que (1) toda bagagem portada por passageiros estava sujeita a revista e (2) qualquer volume abandonado deveria ser denunciado a' seguranca. Nao vi muita policia, nao. E nao revistaram nada nem quando cheguei nem quando embarquei.
Ah, no metro nao me lembro de ter visto cameras de seguranca, nao.
Ontem fomos, Claudia, Gustavo, Andrew e eu, ao lago Simcoe. Acabamos chegando num Parque provincial, lindo! Fizemos picnic, passeamos e tiramos fotos. Fazia frio de manha, cerca de 11 graus, mas o dia esquentou e, com o sol, estava super-agradavel.
Uma das partes mais bonitas da viagem, acreditem se quiserem, foi dentro de Toronto, a Don Valley Road, uma autopista que corre dentro de um vale cujas escarpas estao revestidas de bosques. AS CORES ERAM MARAVILHOSAS!!!! Os tons de vermelho, laranja e amarelo ja' comecam a dominar na paisagem, so' vendo mesmo pra acreditar a beleza disso. Fiquei taaaao feliz, eu ja' comecava a acreditar que tinha vindo cedo demais, e que nao conseguiria ver o outono se instalando nas arvores. Ueba!
Se alguem ai' planeja vir ao Canada' pra ver esse espetaculo, acredito que a melhor epoca e' o final de outubro.
beijos e queijos, e cinco dias na contagem regressiva!
Martha Argel
Vendo as noticias de hoje, tomei um susto. Ameaca terrorista no metro de NY! Puxa, e um dos lugares que esta' sendo vigiado mais de perto e' a Port Authority Bus Station, a rodoviaria da cidade. Caramba. Foi la' que cheguei, foi de la' que sai'. As noticias ficam muito mais terriveis quando a gente conhece os lugares, quando esteve la'.
O que consegui notar quanto a' seguranca da rodoviaria: tem cameras por toda parte. Enquanto eu esperava meu onibus, uma garotada, obviamente turistas europeus, tirou uma foto. Imediatamente, soou pelo auto-falante a informacao de que era proibido tirar fotos dentro do terminal. Os caras ficam de olho mesmo! E a cada cinco minutos, mais ou menos, soavam os avisos, em ingles e em espanhol, de que (1) toda bagagem portada por passageiros estava sujeita a revista e (2) qualquer volume abandonado deveria ser denunciado a' seguranca. Nao vi muita policia, nao. E nao revistaram nada nem quando cheguei nem quando embarquei.
Ah, no metro nao me lembro de ter visto cameras de seguranca, nao.
Ontem fomos, Claudia, Gustavo, Andrew e eu, ao lago Simcoe. Acabamos chegando num Parque provincial, lindo! Fizemos picnic, passeamos e tiramos fotos. Fazia frio de manha, cerca de 11 graus, mas o dia esquentou e, com o sol, estava super-agradavel.
Uma das partes mais bonitas da viagem, acreditem se quiserem, foi dentro de Toronto, a Don Valley Road, uma autopista que corre dentro de um vale cujas escarpas estao revestidas de bosques. AS CORES ERAM MARAVILHOSAS!!!! Os tons de vermelho, laranja e amarelo ja' comecam a dominar na paisagem, so' vendo mesmo pra acreditar a beleza disso. Fiquei taaaao feliz, eu ja' comecava a acreditar que tinha vindo cedo demais, e que nao conseguiria ver o outono se instalando nas arvores. Ueba!
Se alguem ai' planeja vir ao Canada' pra ver esse espetaculo, acredito que a melhor epoca e' o final de outubro.
beijos e queijos, e cinco dias na contagem regressiva!
Martha Argel
domingo, 9 de outubro de 2005
Bons dias!!!
Tem horas que nao vejo a hora de entrar no aviao. Dai' a pouco nao quero voltar nunca mais. Tantas coisas legais aconteceram que eu quero que continuem acontecendo. Por outro lado, rolaram novidades com desenrolares interessantes em casa, e nao vejo a hora de por a mao na massa.
Os ultimos dias tem sido muito menos agitados do que o periodo pre'-NY. As ultimas compras, algumas caminhadas pela cidade, algumas horas em parques e pracas lendo um romance de vampiros. Fazendo a mala e brigando com o excesso de bagagem (que ainda tenho esperanca de nao ter).
A temperatura caiu, como previsto, mas nao tanto como se esperava. Ontem a minima foi 7 grau, diz meu amigo Gustavo que ha' pouco estava 6, mas nao acho. Dei um pulo no mercado e achei que esta' uns 9-10. So' vai haver uma queda acentuada depois que eu partir.
A coisa mais interessante que aconteceu esses dias foi na madrugada de ontem. Ouvi um barulho no quintal e, na minha neura paulistana, ja' imaginei que alguem tinha entrado em casa. Olhei pela janela e nao vi nada, mas o barulho continuava. Vinha dos recipientes de lixo reciclavel.
Abri a porta de vidro da sala (fechada desde o episodio do rato) e coloquei a cabeca pra fora, cautelosa. E, de debaixo da toalha da mesa, onde esta' o conteiner, outra cabeca cautelosa assomou e me devolveu o olhar: um racoon!!!!! Eu tava querendo ver desde que cheguei!!!
Nao tenho tempo pra descrever o embate que se seguiu (ele esava espalhando lixo no quintal!), mas acabei espantando o bichinho com uma lanterna... e um guarda-chuva! E esqueci de tirar foto, que droga.
Beijos, tou com pressa, estamos indo pro lago Simcoe.
Te' amanha!!!
Martha Argel
Tem horas que nao vejo a hora de entrar no aviao. Dai' a pouco nao quero voltar nunca mais. Tantas coisas legais aconteceram que eu quero que continuem acontecendo. Por outro lado, rolaram novidades com desenrolares interessantes em casa, e nao vejo a hora de por a mao na massa.
Os ultimos dias tem sido muito menos agitados do que o periodo pre'-NY. As ultimas compras, algumas caminhadas pela cidade, algumas horas em parques e pracas lendo um romance de vampiros. Fazendo a mala e brigando com o excesso de bagagem (que ainda tenho esperanca de nao ter).
A temperatura caiu, como previsto, mas nao tanto como se esperava. Ontem a minima foi 7 grau, diz meu amigo Gustavo que ha' pouco estava 6, mas nao acho. Dei um pulo no mercado e achei que esta' uns 9-10. So' vai haver uma queda acentuada depois que eu partir.
A coisa mais interessante que aconteceu esses dias foi na madrugada de ontem. Ouvi um barulho no quintal e, na minha neura paulistana, ja' imaginei que alguem tinha entrado em casa. Olhei pela janela e nao vi nada, mas o barulho continuava. Vinha dos recipientes de lixo reciclavel.
Abri a porta de vidro da sala (fechada desde o episodio do rato) e coloquei a cabeca pra fora, cautelosa. E, de debaixo da toalha da mesa, onde esta' o conteiner, outra cabeca cautelosa assomou e me devolveu o olhar: um racoon!!!!! Eu tava querendo ver desde que cheguei!!!
Nao tenho tempo pra descrever o embate que se seguiu (ele esava espalhando lixo no quintal!), mas acabei espantando o bichinho com uma lanterna... e um guarda-chuva! E esqueci de tirar foto, que droga.
Beijos, tou com pressa, estamos indo pro lago Simcoe.
Te' amanha!!!
Martha Argel
quinta-feira, 6 de outubro de 2005
Bom di... aaatchim!
Vixe, quantas pessoas vcs conhecem que pegaram resfriado porque se molharam no passeio 'as cataratas do Niagara?!
Tou meio podre. Ontem passei boa parte do dia em casa.
Me entupi de remedios e fui 'a aula de literatura vampirica. O tema foi, basicamante, a ficcao de vampiros entre Bram Stoker e Anne Rice, com destaque para os livros de Richard Matheson, Stephen King e Fred Saberhagen. Nunca me interessei em ler o primeiro ("I am legend"), achei um saco o segundo ("Salem's Lot") e gostei bastante do terceiro ("The Dracula tape"), um curioso precursor da Anne Rice.
Eu me sentia como o aluno pentelho de um filme ianque: cheguei antes da aula pra poder bater papo com a professora, e depois acompanhei ela quase ate' o metro. So' faltou eu oferecer pra carregar os livros dela.
Voltei pra casa quase que direto pra cama e dormi horas. Acordei me sentindo bem melhor.
Na minha cabeca ja' estou voltando pro Brasil. Ontem de novo fiz longos telefonemas. Esses ultimos dias vao ser loooongos!
E de noite, ja' eram bem umas dez horas, bateu uma vontade de caminhar. Botei uma quantidade de roupas quentes desproporcional 'a temperatura amena que fazia la' fora e sai' batendo perna a esmo pelo centro de Toronto. Bem legal. Inspirador. Voltei pra casa cozinhando.
Diz que hoje a temperatura cai. E cai mesmo. Previsao de menos 1. Vamos ver.
beijos a todos
Martha Argel
Vixe, quantas pessoas vcs conhecem que pegaram resfriado porque se molharam no passeio 'as cataratas do Niagara?!
Tou meio podre. Ontem passei boa parte do dia em casa.
Me entupi de remedios e fui 'a aula de literatura vampirica. O tema foi, basicamante, a ficcao de vampiros entre Bram Stoker e Anne Rice, com destaque para os livros de Richard Matheson, Stephen King e Fred Saberhagen. Nunca me interessei em ler o primeiro ("I am legend"), achei um saco o segundo ("Salem's Lot") e gostei bastante do terceiro ("The Dracula tape"), um curioso precursor da Anne Rice.
Eu me sentia como o aluno pentelho de um filme ianque: cheguei antes da aula pra poder bater papo com a professora, e depois acompanhei ela quase ate' o metro. So' faltou eu oferecer pra carregar os livros dela.
Voltei pra casa quase que direto pra cama e dormi horas. Acordei me sentindo bem melhor.
Na minha cabeca ja' estou voltando pro Brasil. Ontem de novo fiz longos telefonemas. Esses ultimos dias vao ser loooongos!
E de noite, ja' eram bem umas dez horas, bateu uma vontade de caminhar. Botei uma quantidade de roupas quentes desproporcional 'a temperatura amena que fazia la' fora e sai' batendo perna a esmo pelo centro de Toronto. Bem legal. Inspirador. Voltei pra casa cozinhando.
Diz que hoje a temperatura cai. E cai mesmo. Previsao de menos 1. Vamos ver.
beijos a todos
Martha Argel
quarta-feira, 5 de outubro de 2005
Bom dia. Esta' ficando cada vez mais dificil manter em dia este blog. A viagem vai chegando ao fim (ao fim? 10 dias, muitas viagens estariam apenas comecando!), e o cansaco comeca a se acumular. Saudades da rotina, do dia-a-dia. Talvez seja uma das maiores qualidades de viajar: fazer com que a gente valorize a vida normal, corriqueira. Nos ultimos dias fiz uma porcao de longos telefonemas ao Brasil, aproveitando o fato de que utilizar cartoes telefonicos reduzem o preco das chamadas a quase zero. Um cartao de 10 dolares (20 reais), por exemplo, em teoria da' direito a umas seis horas de ligacao pra Sampa. Incrivel, nao?!
Esta epoca e' excelente para uma escritora de vampiros visitar a America do Norte. Vespera de Halloween, lembram? A oferta de quinquilharias nas lojas e' assombrosa. Eu, claro, quero comprar tudo o que vejo, de brincos de morcego a cranios com luz estroboscopica. Morcegos, de plastico, borracha, pelucia de todos os tamanhos. Ratos gigantescos. Vestidos de Morticia Addams. Esqueletos em tamanho natural, muito realisticos. Achei muito legal uma taca enorme que tem sangue dentro, super decorativa, mas me contive. Ja' nao tenho onde colocar tanta tranqueira nas malas!
Ontem sai' cedinho rumo a rodoviaria e comprei passagens pra Niagara Falls. O dia estava lindo! No quiche pedi informacoes quanto 'a distancia entre a estacao e as quedas "Ah, uns 15 minutos de caminhada, pela beira do rio". Opa, beleza! So' que o cara nao sacava nada - eram 4 km! Uma liiinda e longa caminhada... com o sol no rosto. Resumo da opera: quando eu chegar no Brasil, vao achar que eu fui passar ferias no Caribe e nao no Canada'. Tou absolutamente bronzeada (so' no rosto, porem...).
Foi um passeio maravilhoso. Eu tinha pouco tempo e nao pude ir em todas as atracoes que a cidade e as quedas oferecem. Nao fiz, por exemplo, o passeio do Maid of the Mist, que leva os turistas pra dentro do spray da catarata maior. As pessoas saem pingando, e eu nao tava a fim. Mas fiz um passeio que te leva pra baixo da catarata, por um tunel, e vc ve de longe por uma abertura as aguas caindo. Impressionante. Um pouco menos umido, mas tem um mirante, pertinho da queda, onde uma virada do vento e' suficiente pra vc se ensopar. O que eu mais curti foi usar aquelas capas de chuva amarelas que a gente ve no desenho do Pica Pau! Tudo bem, hoje elas sao de platico fininho, descartavel, e Made in China, mas e' legal ver aquele mooooonte de gente de capinha amarela! Ah, outra coisa que curti foram os tuneis: a iluminacao e' amarela, e as pessoas ficam verdadeiramente assustadoras com aquela luz - braaaancas, morticas, parecendo zumbis!!! Um barato.
Voltei pra casa acabada. Pior: com um resfriado que hoje de manha resolveu desabrochar. Resultado nao so' de meu passeio encharcado mas do maldito ar condicionado do onibus.
Bom, espero estar bem pra aula com a Elizabeth Miller, hoje a tarde.
beijos, queijos e muuuitas saudades!
Martha Argel
Esta epoca e' excelente para uma escritora de vampiros visitar a America do Norte. Vespera de Halloween, lembram? A oferta de quinquilharias nas lojas e' assombrosa. Eu, claro, quero comprar tudo o que vejo, de brincos de morcego a cranios com luz estroboscopica. Morcegos, de plastico, borracha, pelucia de todos os tamanhos. Ratos gigantescos. Vestidos de Morticia Addams. Esqueletos em tamanho natural, muito realisticos. Achei muito legal uma taca enorme que tem sangue dentro, super decorativa, mas me contive. Ja' nao tenho onde colocar tanta tranqueira nas malas!
Ontem sai' cedinho rumo a rodoviaria e comprei passagens pra Niagara Falls. O dia estava lindo! No quiche pedi informacoes quanto 'a distancia entre a estacao e as quedas "Ah, uns 15 minutos de caminhada, pela beira do rio". Opa, beleza! So' que o cara nao sacava nada - eram 4 km! Uma liiinda e longa caminhada... com o sol no rosto. Resumo da opera: quando eu chegar no Brasil, vao achar que eu fui passar ferias no Caribe e nao no Canada'. Tou absolutamente bronzeada (so' no rosto, porem...).
Foi um passeio maravilhoso. Eu tinha pouco tempo e nao pude ir em todas as atracoes que a cidade e as quedas oferecem. Nao fiz, por exemplo, o passeio do Maid of the Mist, que leva os turistas pra dentro do spray da catarata maior. As pessoas saem pingando, e eu nao tava a fim. Mas fiz um passeio que te leva pra baixo da catarata, por um tunel, e vc ve de longe por uma abertura as aguas caindo. Impressionante. Um pouco menos umido, mas tem um mirante, pertinho da queda, onde uma virada do vento e' suficiente pra vc se ensopar. O que eu mais curti foi usar aquelas capas de chuva amarelas que a gente ve no desenho do Pica Pau! Tudo bem, hoje elas sao de platico fininho, descartavel, e Made in China, mas e' legal ver aquele mooooonte de gente de capinha amarela! Ah, outra coisa que curti foram os tuneis: a iluminacao e' amarela, e as pessoas ficam verdadeiramente assustadoras com aquela luz - braaaancas, morticas, parecendo zumbis!!! Um barato.
Voltei pra casa acabada. Pior: com um resfriado que hoje de manha resolveu desabrochar. Resultado nao so' de meu passeio encharcado mas do maldito ar condicionado do onibus.
Bom, espero estar bem pra aula com a Elizabeth Miller, hoje a tarde.
beijos, queijos e muuuitas saudades!
Martha Argel
segunda-feira, 3 de outubro de 2005
Bom dia.
Os dois ultimos dias foram de morgacao quase total. Talvez um mes seja meu limite maximo para ficar fora do Brasil. Ou talvez o espirito das ferias finalmente tenha me alcancado, e eu esteja fazendo o que realmente se deve fazer nas ferias, ficar de papo pro ar vendo as nuvens cruzarem o ceu.
Alias, nuvens andar rarissimas por aqui. O outono esta' sendo anormalmente seco e quente. Ontem de manha estava friozinho, mas 'a tarde sai' de moletom e acabei tendo de tirar. E tem gente que me pergunta, por e-mail, pelo orkut, se estou congelando aqui... Se continuar assim, as duas malhas de la~ voltam pra Sampa do jeito que vieram. Alias, nao, porque uma delas eu usei quando embarquei.
No sabado fomos fazer comprar num complexo de outlets numa das cidades satelite de Toronto. Uma das principais vias da cidade, a Highway, que corre paralela ao lago Ontario, estava fechada. Meu, o transito estava medonho na cidade inteira! Como pode uma unica via ferrar toda uma cidade de 3 milhoes de habitantes?! Tudo bem, suponho que se fecharem a 23 de maio, ferra boa parte de uma cidade de 11 milhoes...
Uma coisa que me impressiona aqui e' como os espacos publicos sao imensos. Parques enormes e estacionamentos gigantescos. Os saguoes de entrada e patios internos dos edificios, e os quintais mal-divididos por cerquinhas de madeirinha (ate' em NY!) ou telas de arame. Nao tem economia de espaco aqui. Fico imaginando porque e' que nos vivemos tao apertadinhos em Sampa, sendo o Brasil um pais quase tao grande quanto estes dois norte-americanos anglofonos.Ontem levamos o Andrew para Riverdale Farm, uma fazenda urbana, onde os pais levam os pimpolhos para verem vacas, cavalos, mulas, galinhas, ovelhas, coelhos e por ai' afora. Lindo lugar. Eu ja tinha estado la', fica vizinha a Cabbage Town, um dos lugares que mais amei aqui na cidade.
Tambem tive de novo a confirmacao de que os Torontonianos adoram falar. Li outro dia, num livro que, fora isso detestei, que no Canada um estranho puxa conversa e cinco minutos depois voce ja sabe todos os podres da familia dele. Duas vezes, ontem, puxei papo sobre bichos, uma vez sobre um cabritos que estavam balindo e outra sobre dois cachorrinhos muuuito fofos, e as pessoas desandaram a falar e nao paravam mais! Nas duas vezes tive que ser eu a por um ponto final na arenga, mesmo porque nao entendia mais da metade do falatorio.
Ah, eu tinha prometido contar a tragicomedia da noite em que cheguei de NY.
Estavamos todos aqui na sala, a Clau e eu sentadas e o Terry em pe, olhando o Andrew dancar em frente a televisao. De repente o Terry diz "Temos um rato aqui em casa. Um rato pequeno. Talvez um camundongo". Eu achei que ele estava fazendo alguma piadinha sobre o Andrew, mais uma das coisas que ele fala e que eu nao entendo. Mas ele pegou o Andrew no colo e repetiu "Temos um rato! Ele passou por ali" e apontou na direcao da porta do quintal. "Um rato ali fora?!" perguntei "Nao, um rato aqui dentro. Ele passou para tras da estante!"
Foi um rebulico! A Claudia catou o Andrew e pulou pra cima do sofa "Eu odeio ratos!".
Sem saber o que fazer, comecamos a cutucar embaixo da estante (imensa, com teve, som, livros, brinquedos, pesadissima e com muuuitos lindo lugares onde um rato se enfiar), e nada.
De repente, o Terry se levanta e toma uma decisao. "Vou chamar o zelador. Ele esta' no bar. Vou ate' la'", e saiu muito decidido.
A Claudia e eu nos entreolhamos. "Temos um rato em casa e portanto preciso ir ao bar." Vcs ja' ouviram desculpa melhor?!
Dai a pouco ele volta com um zelador, um hungaro esquisitissimo, de olhar meio alucinado, oculos de aros escuros e grossos, magro alto e com um cabecao enorme. Careca.
"O rato esta ali!" apontamos para a estante.
Muito decidido, o zelador afirmou "O problema e' o mercado! Muito lixo, ratos, racoons, aquele outro bicho... como e' que chama... Venha, venha. Venha comigo que vou lhe mostrar!" e levou o Terry para fora de novo.
A Clau, ainda encolhida em cima do sofa', me olhou espantada "O rato esta' aqui e ele leva o Terry pra ver o mercado?!"
Dai' a pouco eles voltam. "O rato esta' ali, a gente tem que tirar ele daqui senao nao vamos conseguir dormir".
"Voces tem que deixar isso aqui fechado" instruiu o zelador, apontando para a tela de correr, na porta, "senao os ratos entram".
"Mas ele ja' entrou, se a gente fechar ele nao tem como sair", eu disse.
"Nao, nao, tem que fechar, senao eles entram. O problema e' o mercado, todo aquele lixo..."
"Mas ele ja' esta' aqui. O senhor pode ajudar a gente a tirar ele daqui?"
"Voces tem que fazer uma reclamacao, porque senao a administradora nao vai tomar nenhuma providencia. Eu vou trazer um formulario e voces fazem a reclamacao por escrito, senao vamos continuar a ter ratos por aqui". Ele virou as costas e se foi.
"Ele nao vai ajudar a expulsar o rato?!" perguntei, exasperada, ao Terry.
"Ele diz que a administradora tem que tomar uma providencia, o problema e' ter muito lixo por ai."
"Mas o rato esta' aqui dentro!" e como ninguem fazia nada, continuei cutucando embaixo da estante com a vassoura.
Dai a pouco batem na porta. Umas batidinhas tao meigas que imaginei que do outro lado estaria a Branca de Neve, ou a Cinderela. Era o zelador hungaro com um formulario que parecia ter sido mimeografado.
"Aqui." explicou ao Terry. "Voces tem que preencher aqui, aqui e aqui", disse, apontando para todos os lugares onde havia linhas em branco. Acho que ele queria que ficasse claro que NAO deveriamos escrever por cima do texto ja' impresso. "Sem isso, o problema continua".
Vendo que os dois pareciam se entender muito bem, resolvi interferir.
"O senhor tem uma ratoeira?"
Eu devo ter falado grego.
"Nao, ratoeira nao. Voces preenchem o formulario, senao o problema nao vai ser resolvido".
"O senhor nao entendeu. NOS TEMOS UM RATO AQUI DENTRO. NOS ESTAMOS EM PANICO. NOS PRECISAMOS TIRAR O RATO DAQUI SENAO NAO VAMOS DORMIR! O senhor tem uma ratoeira?"
"RATOEIRA NAO! Voces precisam preencher o formulario, se nao preencherem, ninguem vai ligar pras reclamacoes e ninguem vai fazer nada. Preencham o formulario."
"E o que a gente faz com o rato que JA esta aqui?"
"O problema e' o mercado, eles nao tem higiene, todos aqueles restos de comida... E' por isso que voces tem que preencher o formulario".
Eram 11 de noite e eu tinha viajado de Nova York ate' aqui.
"Muito obrigada por sua ajuda, o senhor foi muito gentil. Nos vamos preencher o formulario."
"Nao se preocupem, preencham o formulario e alguma coisa vai ser feita. Boa noite" e ele se foi, muito satisfeito.
Naquela noite dormimos com as portas fechadas e toalhas enfiadas nos vaos. A tela ficou aberta a noite toda. O rato deve ter saido porque nao tivemos mais noticias dele. E ninguem quis saber quem foi que, durante a noite, comeu o resto de macarrao que estava sobre o fogao...
beijos e queijos (sem ratos)
Martha Argel
Os dois ultimos dias foram de morgacao quase total. Talvez um mes seja meu limite maximo para ficar fora do Brasil. Ou talvez o espirito das ferias finalmente tenha me alcancado, e eu esteja fazendo o que realmente se deve fazer nas ferias, ficar de papo pro ar vendo as nuvens cruzarem o ceu.
Alias, nuvens andar rarissimas por aqui. O outono esta' sendo anormalmente seco e quente. Ontem de manha estava friozinho, mas 'a tarde sai' de moletom e acabei tendo de tirar. E tem gente que me pergunta, por e-mail, pelo orkut, se estou congelando aqui... Se continuar assim, as duas malhas de la~ voltam pra Sampa do jeito que vieram. Alias, nao, porque uma delas eu usei quando embarquei.
No sabado fomos fazer comprar num complexo de outlets numa das cidades satelite de Toronto. Uma das principais vias da cidade, a Highway, que corre paralela ao lago Ontario, estava fechada. Meu, o transito estava medonho na cidade inteira! Como pode uma unica via ferrar toda uma cidade de 3 milhoes de habitantes?! Tudo bem, suponho que se fecharem a 23 de maio, ferra boa parte de uma cidade de 11 milhoes...
Uma coisa que me impressiona aqui e' como os espacos publicos sao imensos. Parques enormes e estacionamentos gigantescos. Os saguoes de entrada e patios internos dos edificios, e os quintais mal-divididos por cerquinhas de madeirinha (ate' em NY!) ou telas de arame. Nao tem economia de espaco aqui. Fico imaginando porque e' que nos vivemos tao apertadinhos em Sampa, sendo o Brasil um pais quase tao grande quanto estes dois norte-americanos anglofonos.Ontem levamos o Andrew para Riverdale Farm, uma fazenda urbana, onde os pais levam os pimpolhos para verem vacas, cavalos, mulas, galinhas, ovelhas, coelhos e por ai' afora. Lindo lugar. Eu ja tinha estado la', fica vizinha a Cabbage Town, um dos lugares que mais amei aqui na cidade.
Tambem tive de novo a confirmacao de que os Torontonianos adoram falar. Li outro dia, num livro que, fora isso detestei, que no Canada um estranho puxa conversa e cinco minutos depois voce ja sabe todos os podres da familia dele. Duas vezes, ontem, puxei papo sobre bichos, uma vez sobre um cabritos que estavam balindo e outra sobre dois cachorrinhos muuuito fofos, e as pessoas desandaram a falar e nao paravam mais! Nas duas vezes tive que ser eu a por um ponto final na arenga, mesmo porque nao entendia mais da metade do falatorio.
Ah, eu tinha prometido contar a tragicomedia da noite em que cheguei de NY.
Estavamos todos aqui na sala, a Clau e eu sentadas e o Terry em pe, olhando o Andrew dancar em frente a televisao. De repente o Terry diz "Temos um rato aqui em casa. Um rato pequeno. Talvez um camundongo". Eu achei que ele estava fazendo alguma piadinha sobre o Andrew, mais uma das coisas que ele fala e que eu nao entendo. Mas ele pegou o Andrew no colo e repetiu "Temos um rato! Ele passou por ali" e apontou na direcao da porta do quintal. "Um rato ali fora?!" perguntei "Nao, um rato aqui dentro. Ele passou para tras da estante!"
Foi um rebulico! A Claudia catou o Andrew e pulou pra cima do sofa "Eu odeio ratos!".
Sem saber o que fazer, comecamos a cutucar embaixo da estante (imensa, com teve, som, livros, brinquedos, pesadissima e com muuuitos lindo lugares onde um rato se enfiar), e nada.
De repente, o Terry se levanta e toma uma decisao. "Vou chamar o zelador. Ele esta' no bar. Vou ate' la'", e saiu muito decidido.
A Claudia e eu nos entreolhamos. "Temos um rato em casa e portanto preciso ir ao bar." Vcs ja' ouviram desculpa melhor?!
Dai a pouco ele volta com um zelador, um hungaro esquisitissimo, de olhar meio alucinado, oculos de aros escuros e grossos, magro alto e com um cabecao enorme. Careca.
"O rato esta ali!" apontamos para a estante.
Muito decidido, o zelador afirmou "O problema e' o mercado! Muito lixo, ratos, racoons, aquele outro bicho... como e' que chama... Venha, venha. Venha comigo que vou lhe mostrar!" e levou o Terry para fora de novo.
A Clau, ainda encolhida em cima do sofa', me olhou espantada "O rato esta' aqui e ele leva o Terry pra ver o mercado?!"
Dai' a pouco eles voltam. "O rato esta' ali, a gente tem que tirar ele daqui senao nao vamos conseguir dormir".
"Voces tem que deixar isso aqui fechado" instruiu o zelador, apontando para a tela de correr, na porta, "senao os ratos entram".
"Mas ele ja' entrou, se a gente fechar ele nao tem como sair", eu disse.
"Nao, nao, tem que fechar, senao eles entram. O problema e' o mercado, todo aquele lixo..."
"Mas ele ja' esta' aqui. O senhor pode ajudar a gente a tirar ele daqui?"
"Voces tem que fazer uma reclamacao, porque senao a administradora nao vai tomar nenhuma providencia. Eu vou trazer um formulario e voces fazem a reclamacao por escrito, senao vamos continuar a ter ratos por aqui". Ele virou as costas e se foi.
"Ele nao vai ajudar a expulsar o rato?!" perguntei, exasperada, ao Terry.
"Ele diz que a administradora tem que tomar uma providencia, o problema e' ter muito lixo por ai."
"Mas o rato esta' aqui dentro!" e como ninguem fazia nada, continuei cutucando embaixo da estante com a vassoura.
Dai a pouco batem na porta. Umas batidinhas tao meigas que imaginei que do outro lado estaria a Branca de Neve, ou a Cinderela. Era o zelador hungaro com um formulario que parecia ter sido mimeografado.
"Aqui." explicou ao Terry. "Voces tem que preencher aqui, aqui e aqui", disse, apontando para todos os lugares onde havia linhas em branco. Acho que ele queria que ficasse claro que NAO deveriamos escrever por cima do texto ja' impresso. "Sem isso, o problema continua".
Vendo que os dois pareciam se entender muito bem, resolvi interferir.
"O senhor tem uma ratoeira?"
Eu devo ter falado grego.
"Nao, ratoeira nao. Voces preenchem o formulario, senao o problema nao vai ser resolvido".
"O senhor nao entendeu. NOS TEMOS UM RATO AQUI DENTRO. NOS ESTAMOS EM PANICO. NOS PRECISAMOS TIRAR O RATO DAQUI SENAO NAO VAMOS DORMIR! O senhor tem uma ratoeira?"
"RATOEIRA NAO! Voces precisam preencher o formulario, se nao preencherem, ninguem vai ligar pras reclamacoes e ninguem vai fazer nada. Preencham o formulario."
"E o que a gente faz com o rato que JA esta aqui?"
"O problema e' o mercado, eles nao tem higiene, todos aqueles restos de comida... E' por isso que voces tem que preencher o formulario".
Eram 11 de noite e eu tinha viajado de Nova York ate' aqui.
"Muito obrigada por sua ajuda, o senhor foi muito gentil. Nos vamos preencher o formulario."
"Nao se preocupem, preencham o formulario e alguma coisa vai ser feita. Boa noite" e ele se foi, muito satisfeito.
Naquela noite dormimos com as portas fechadas e toalhas enfiadas nos vaos. A tela ficou aberta a noite toda. O rato deve ter saido porque nao tivemos mais noticias dele. E ninguem quis saber quem foi que, durante a noite, comeu o resto de macarrao que estava sobre o fogao...
beijos e queijos (sem ratos)
Martha Argel
sábado, 1 de outubro de 2005
Vixe, passei a manha inteira arrumando minhas tralhas e dando um jeito nas fotos. Elas jah estao carregadas nos sites de sempre:
http://marthaargel.multiply.com
http://pinguimviajante.multiply.com
Bom, vou tentar fazer um resumao da viagem a Nova York
1o. Dia:
Depois de viajar a nooooite toda (e passar por aquele SACO da imigracao estadunidense), cheguei na loucura novaiorquina de manhazinha. Passei o dia batendo perna pela cidade. Fui do Upper East End pra sul ateeeeee Union Square. Deve ter dado uns 8-9 km. Fiquei e-xaus-ta. Voltei de metro. Pontos altos: O Central Park, sem sombra de duvida, e o pequeno zoologico que ele hospeda. Jantei com meu anfitriao John Gwynne.
2o. Dia:
Acordei cedo e fomos, John e eu, observar aves no Central Park. Depois fui para o Bronx Zoo, mas nao vi quase nada porque trabalhei o dia inteiro. No fim da tarde, John me levou para a guest house onde eu ficaria hospedada. Limpinha, basiquinha. Banho quente e colchao confortavel, e o apartamento dispunha de uma cozinha e um jardim que mal usei. O unico senao era o preco, salgadissimo, mas seriam so tres pernoites. Bom outro senao era estar situado no Harlem, mas como todo mundo me disse, e percebi por mim propria, o Harlem nao e' mais o que era, esta' sendo invadido pela classe media e todos se perguntam para onde os pobres estao indo... De noite fomos jantar com amigos do John.
3. Dia:
Foi o melhor de todos. Fui de metro ate' downtown, e a custa de muito quebrar a cabeca consegui entender em todos os detalhes o intrincado e eficiente sistema de trens. Muito maluco, numa mesma palataforma vc pode pegar dois ou tres trens diferentes, numa mesma linha nem todos os trens param nas mesmas estacoes, e pra chegar mais rapido num dado ponto as vezes vc precisa ficar fazendo uma baldeacao atras da outra. Caminhei pelo centro a manha toda. De tarde fui ao Metropolitan Museum, e no fim da tarde, peguei o metro para o Brooklyn e la, na companhia do blogueiro Guilherme (Ay, Caramba!) assisti, deslumbrada, ao cair da noite sobre Manhattan. Depois fizemos um longo walking tour noturno por toda downtown, com direito a Chinatown, Little Italy e outros bairros que juro que nao lembro o nome. Jantamos no restaurante mais brega do mundo, o indiano Panna II, absolutamente abarrotado de fieiras de pequenas lampadas vermelhas, parecidas com pimentas malaguetas. Abarrotado e' abarrotado mesmo, vc quase tem que se abaixar pra entrar. Terminamos a noite perdidos no Harlem. Cheguei ao hotel 'a uma da manha! Pontos altos: os quadros de Durer, Vermeer e Caravaggio no Met, a vista espetacular de Manhattan a partir do Brooklyn, a travessia da ponte a pe', o restaurante indiano, atravessar o Morningside Park (acho que isso), no Harlem, de madrugada.
4. Dia
Trabalhei o dia inteiro, na sede da Wildlife Conservation Society (WCS), no Bronx Zoo. Putz, dois dias num dos maiores zoos do mundo e eu nao vi os animais!!!! O unico break foi pra comer um sanduiche e comprar alguns souvernirs na loja do Zoo. De noite, aconteceu o ponto alto do dia. John e eu fomos jantar com Guy Tudor. Se voce e' ornitologo ou passarinheiro deve ter ficado arrepiado. Se nao e' nenhum dos dois, a explicacao? Guy Tudor e' o melhor ilustrador de aves do mundo. Suas ilustracoes contribuiram para a formacao de centenas de ornitologos no Brasil e no resto do mundo. A ornitologia neotropical nao seria a mesma sem a obra dele. Lenda viva, entendem? Pois e', e eu la' jantando com ele, e a gente falando besteira juntos, gargalhando e se divertindo pra caramba. O cara e' uma piada. Parece uns velhos anarquistas que ate hoje existem em Buenos Aires e se reunem nos cafes da cidade pra xingar o governo. Eu disse isso pra ele. Ele adorou a ideia! O melhor: ele discorrendo acaloradamente sobre as "garotas de biquini que corriam apavoradas com aquelas cobras enormes na novela Pantanal". Hilariante!!! E mais engracado era ele mandando tudo e todos se foderem, o tempo todo. "Fuck them" pra ca', "Fuck them" pra la'. Amei o sujeito!
5. Dia
Quase nao fiz outra coisa a nao ser a mala e esperar o onibus na rodoviaria. Mas teve algo que valeu minha curta e entediante ultima manha em NY: vagando a esmo pela cidade com minhas malas (nao tem locker na rodoviaria! deve ser por medo de atentados), so' pra nao ficar duas horas inteiras mofando na rodo, eu ja' estava me sentindo infeliz e deprimida quando de repente encontro... uma livraria! Pensando em pelo menos passar uns minutos no meio dos livros entrei. E ganhei o dia!!!! Achei um livro da Laurell K. Hamilton que eu sabia que tinha sido lancado no dia 27 (ontem era 30) tinha procurado como uma doida, mas nao tinha achado. Putz, tava dando por perdido, e nao e' que encontro ele no ultimo momento?!!! Voltei pra rodo, tomei o bus as 11 e viajei, muito confortavel com os dois bancos so pra mim, ate' chegar em T.O. as 10:30 da noite, exausta e feliz.
Amanha eu conto a tragicomedia que presenciei tipo uma hora depois de ter voltado para a casa da Claudia. Foi absolutamente hilariante, e nonsense total!
beijos e tchau, que estou saindo pra bater perna, feliz de ter voltado pra ca!
Martha Argel
http://marthaargel.multiply.com
http://pinguimviajante.multiply.com
Bom, vou tentar fazer um resumao da viagem a Nova York
1o. Dia:
Depois de viajar a nooooite toda (e passar por aquele SACO da imigracao estadunidense), cheguei na loucura novaiorquina de manhazinha. Passei o dia batendo perna pela cidade. Fui do Upper East End pra sul ateeeeee Union Square. Deve ter dado uns 8-9 km. Fiquei e-xaus-ta. Voltei de metro. Pontos altos: O Central Park, sem sombra de duvida, e o pequeno zoologico que ele hospeda. Jantei com meu anfitriao John Gwynne.
2o. Dia:
Acordei cedo e fomos, John e eu, observar aves no Central Park. Depois fui para o Bronx Zoo, mas nao vi quase nada porque trabalhei o dia inteiro. No fim da tarde, John me levou para a guest house onde eu ficaria hospedada. Limpinha, basiquinha. Banho quente e colchao confortavel, e o apartamento dispunha de uma cozinha e um jardim que mal usei. O unico senao era o preco, salgadissimo, mas seriam so tres pernoites. Bom outro senao era estar situado no Harlem, mas como todo mundo me disse, e percebi por mim propria, o Harlem nao e' mais o que era, esta' sendo invadido pela classe media e todos se perguntam para onde os pobres estao indo... De noite fomos jantar com amigos do John.
3. Dia:
Foi o melhor de todos. Fui de metro ate' downtown, e a custa de muito quebrar a cabeca consegui entender em todos os detalhes o intrincado e eficiente sistema de trens. Muito maluco, numa mesma palataforma vc pode pegar dois ou tres trens diferentes, numa mesma linha nem todos os trens param nas mesmas estacoes, e pra chegar mais rapido num dado ponto as vezes vc precisa ficar fazendo uma baldeacao atras da outra. Caminhei pelo centro a manha toda. De tarde fui ao Metropolitan Museum, e no fim da tarde, peguei o metro para o Brooklyn e la, na companhia do blogueiro Guilherme (Ay, Caramba!) assisti, deslumbrada, ao cair da noite sobre Manhattan. Depois fizemos um longo walking tour noturno por toda downtown, com direito a Chinatown, Little Italy e outros bairros que juro que nao lembro o nome. Jantamos no restaurante mais brega do mundo, o indiano Panna II, absolutamente abarrotado de fieiras de pequenas lampadas vermelhas, parecidas com pimentas malaguetas. Abarrotado e' abarrotado mesmo, vc quase tem que se abaixar pra entrar. Terminamos a noite perdidos no Harlem. Cheguei ao hotel 'a uma da manha! Pontos altos: os quadros de Durer, Vermeer e Caravaggio no Met, a vista espetacular de Manhattan a partir do Brooklyn, a travessia da ponte a pe', o restaurante indiano, atravessar o Morningside Park (acho que isso), no Harlem, de madrugada.
4. Dia
Trabalhei o dia inteiro, na sede da Wildlife Conservation Society (WCS), no Bronx Zoo. Putz, dois dias num dos maiores zoos do mundo e eu nao vi os animais!!!! O unico break foi pra comer um sanduiche e comprar alguns souvernirs na loja do Zoo. De noite, aconteceu o ponto alto do dia. John e eu fomos jantar com Guy Tudor. Se voce e' ornitologo ou passarinheiro deve ter ficado arrepiado. Se nao e' nenhum dos dois, a explicacao? Guy Tudor e' o melhor ilustrador de aves do mundo. Suas ilustracoes contribuiram para a formacao de centenas de ornitologos no Brasil e no resto do mundo. A ornitologia neotropical nao seria a mesma sem a obra dele. Lenda viva, entendem? Pois e', e eu la' jantando com ele, e a gente falando besteira juntos, gargalhando e se divertindo pra caramba. O cara e' uma piada. Parece uns velhos anarquistas que ate hoje existem em Buenos Aires e se reunem nos cafes da cidade pra xingar o governo. Eu disse isso pra ele. Ele adorou a ideia! O melhor: ele discorrendo acaloradamente sobre as "garotas de biquini que corriam apavoradas com aquelas cobras enormes na novela Pantanal". Hilariante!!! E mais engracado era ele mandando tudo e todos se foderem, o tempo todo. "Fuck them" pra ca', "Fuck them" pra la'. Amei o sujeito!
5. Dia
Quase nao fiz outra coisa a nao ser a mala e esperar o onibus na rodoviaria. Mas teve algo que valeu minha curta e entediante ultima manha em NY: vagando a esmo pela cidade com minhas malas (nao tem locker na rodoviaria! deve ser por medo de atentados), so' pra nao ficar duas horas inteiras mofando na rodo, eu ja' estava me sentindo infeliz e deprimida quando de repente encontro... uma livraria! Pensando em pelo menos passar uns minutos no meio dos livros entrei. E ganhei o dia!!!! Achei um livro da Laurell K. Hamilton que eu sabia que tinha sido lancado no dia 27 (ontem era 30) tinha procurado como uma doida, mas nao tinha achado. Putz, tava dando por perdido, e nao e' que encontro ele no ultimo momento?!!! Voltei pra rodo, tomei o bus as 11 e viajei, muito confortavel com os dois bancos so pra mim, ate' chegar em T.O. as 10:30 da noite, exausta e feliz.
Amanha eu conto a tragicomedia que presenciei tipo uma hora depois de ter voltado para a casa da Claudia. Foi absolutamente hilariante, e nonsense total!
beijos e tchau, que estou saindo pra bater perna, feliz de ter voltado pra ca!
Martha Argel
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