Ontem...
... a esta hora, eu estava embarcada no Arara Canindé, um barco de metal da Polícia Militar, navegando pelo remanso do Reservatório de Bariri, logo abaixo da cidade de Barra Bonita, no rio Tietê. Foi espetacular. O rio Tietê, lá, é um sonho para quem conhece o Tietê daqui. Águas limpas (ou quase), largo, imponente.
Fui convidada por um pessoal da Secretaria do Meio Ambiente para fazer uma vistoria, com eles, em algumas cavas de extração de argila. O que encontrei me surpreendeu: na cava recém-aberta, dividindo espaço com tratores e escavadeiras no barro preto e feio, dezenas de aves, inclusive colhereiros e talha-mares, espécies que de forma alguma são comuns no interior do estado de São Paulo. Um levantamento rápido dos bichos deu o seguinte resultado:
- 17 colhereiros ( Platalea ajaja)
- 15 pernilongos (Himantopus himantopus)
- mais de 40 quero-queros (Vanellus chilensis)
- mais de 30 talha-mares (Rhynchops nigra)
- cerca de 20 jaçanãs (Jacana jacana)
- pelo menos mais seis espécies
Foi fantástico. De quebra, navegar sempre é maravilhoso. O soldado da Polícia Ambiental que nos acompanhou era um sujeito ótimo, daqueles dignos de admiração por sua correção e pelo amor com que desempenha a função de proteção ao patrimônio natural. O pessoal que estava comigo também era bacana, e aprendi muito sobre a região. Comi umas goiabas de sonho, colhidas numa ilha no meio do Tietê – as melhores que já comi. E o almoço, além da companhia agradável, foi excelente: várias versões de pintado, todas de babar e chorar por mais.
Voltei imunda de barro, acabada e ainda por cima com a cara ardendo de tão queimada (onde diabos estava o maldito sol, se o tempo estava horrível e até chuva tomamos?!), mas se rolar outra, já tô dentro do barco, sem pestanejar!
Que o final de semana seja bom pra todos vocês.
Martha Argel
sexta-feira, 31 de janeiro de 2003
terça-feira, 28 de janeiro de 2003
Vixe, que coisa, faz cinco dias que não atualizo e o motivo principal é, como não podia deixar de ser, o Amores Perigosos. Entre escrever pro blog e continuar espremendo a imaginação pra levar o livro adiante, acabo sempre deixando o diário on-line de lado.
Não que não estejam acontecendo coisas interessantes. Por exemplo, no sábado, foi o lançamento do Jornal da Praça no. 8, lá na Benedito Calixto, com uma poesia da minha amiga e excelente escritora Giulia Moon. Vejam como foi o evento, com fotos e tudo no blog dela, o Santuário da Srta Moon. Um monte de gente interessante. Velhos amigos e novos conhecidos. Entre eles, o Leo. A gente tem muita história pra contar, né, Leo?
Bom, deixa eu voltar pro livro, hoje realmente não estou inspirada pra escrever a crônica do cotidiano. Será a chuva interminável? Ou será culpa do Bush?
Fiquem todos bem
Martha Argel
Não que não estejam acontecendo coisas interessantes. Por exemplo, no sábado, foi o lançamento do Jornal da Praça no. 8, lá na Benedito Calixto, com uma poesia da minha amiga e excelente escritora Giulia Moon. Vejam como foi o evento, com fotos e tudo no blog dela, o Santuário da Srta Moon. Um monte de gente interessante. Velhos amigos e novos conhecidos. Entre eles, o Leo. A gente tem muita história pra contar, né, Leo?
Bom, deixa eu voltar pro livro, hoje realmente não estou inspirada pra escrever a crônica do cotidiano. Será a chuva interminável? Ou será culpa do Bush?
Fiquem todos bem
Martha Argel
quinta-feira, 23 de janeiro de 2003
Ontem:
O sinal fechou. Todos pararam. Menos um velhinho a meu lado, em seu carro velhinho, que seguiu em frente apesar da luz vermelha. Uma mulher num carrão já estava a meio cruzamento, direito dela. E o velhinho, com seu carrinho velho, direto nela. Pegou bem na lateral direita do carrão. Crash! Vi quando ele colocou as mãos na cabeça, desesperado com o que acabava de acontecer. A mulher saiu do carrão. A face dura como a de um general. Foi até o velhinho, passos duros de quem se controla para não explodir. O velhinho ainda com as mãos na cabeça. Ela chegou. Falou pelo vidro. E então, o inesperado. Passou a mão na cabeça do velhinho. E eu chorei.
Nem todos os acidentes estúpidos terminam em tiros nesta cidade imensa. Alguns terminam em lágrimas.
Fiquem em paz
Martha Argel
terça-feira, 21 de janeiro de 2003
Visita à Casa do Povo. Os meandros do poder. Só faltou passar a mão na bunda de um senador, pois passamos de carro por dentro do congresso e nos sentamos nas cadeiras de nossos representantes, na Câmara dos Deputados. Aprendi quem fica debaixo de cada um dos pratos, o emborcado e o virado pra cima. Já ouviram falar do Túnel do Tempo? Tá lá, em Brasília, ligando o Senado a seu Anexo 2. Visita instrutiva, que encerrou, ontem, minha aventura no planalto central.
Já estou de volta a esta chuvosa e abafada Sampa, vencendo a tentação de pegar outro ônibus, outro destino, e prolongar a viagem interior. Fica pra próxima. Tá chovendo demais por lá, quem sabe semana que vem melhora.
É bom estar em casa.
Martha Argel
PS - Valeu, Suely, obrigada por tudo!!!
Já estou de volta a esta chuvosa e abafada Sampa, vencendo a tentação de pegar outro ônibus, outro destino, e prolongar a viagem interior. Fica pra próxima. Tá chovendo demais por lá, quem sabe semana que vem melhora.
É bom estar em casa.
Martha Argel
PS - Valeu, Suely, obrigada por tudo!!!
domingo, 19 de janeiro de 2003
"Brasília, capital da esperança"
Ainda por aqui. Esta cidade é deslumbrante. Ontem fui a turista exemplar, (re)conhecendo todos os pontos turísticos de direito. Na verdade, não sou novata, é minha quinta ou sexta vez, mas é como se fosse a primeira.
Ontem, a Ermida Dom Bosco e o cerrado preservado ao seu redor fizeram minha manhã (depois da caminhada no parque Olhos d'Água), e depois atravessamos o lago Paranoá de volta, pela espetacular 3a. Ponte. Um show de arquitetura. Nunca ouviram falar? Uma pena, é maravilhosa! E à tarde o Eixo Monumental, digno do nome. Vocês sabem, Congresso Nacional, Esplanada dos Ministérios, Palácios da Justiça, Itamarati, Alvorada. Com direito a ver o Palocci saindo do Ministério e, no fim da tarde, um maravilhoso arco-iris terminando em cima do congresso. Estávamos no gramado de Teatro Nacional, enfeitiçadas pela simbologia, e um ciclista que passava não resistiu, parou para comentar.
Hoje: incrível, o Eixão, que corta o Plano Piloto de asa a asa, fica fechado aos domingos, e vira uma grande pista para caminhadas e passeios. Caminhamos a manhã inteira, batendo papo, aproveitando o mormaço, a tranqüilidade, brincando com cachorros de todas as formas e cores (invariavelmente pequenos, lembrem-se que é uma cidade feita de blocos de apartamentos). Lá pelas tantas ouço uma voz incrédula."Martha?!?" Caramba! Um amigo meu, do interior paulista, que há alguns meses mora aqui! Não nos víamos há anos. Mundo pequeno.
Estou maravilhada com a cidade. Ilha da fantasia? Pode ser. Mas parece um bom lugar onde viver.
Fiquem bem.
Martha Argel
sexta-feira, 17 de janeiro de 2003
"No centro de um planalto vazio,
como se fosse em qualquer lugar..."
Boa tarde de chuva e frio a todos. Cá estou. Brasília, capital da esperança. Ouvi dizer que era quente e seca. Até agora, frio e umidade. Faz parte.
Viajei dois dias pra chegar aqui. Nada de caminhos batidos e autopistas modernas e tediosas. Uma viagem pelo Brasil que o Brasil não conhece, viemos por estradas pouco movimentadas pelo interior do doce estado de Minas Gerais.
Um sanduíche na praça central de Três Corações. Qual o mérito dessa cidade pequena e comum? Ter dado à luz um cara chamado Pelé.
No meio da tarde, cruzar o Velho Chico. São Francisco, o rio da integração nacional, que em Iguatama, a cem quilômetros de sua nascente e já totalmente fudido pelos garimpos de montante, ganhou a homenagem de uma gigantesca carranca eternamente lhe dando as costas e olhando para oeste, rumo ao coração do País.
E passar a noite na obscura São Gotardo, com o bizarro título de "Capital Nacional da Cenoura" (ainda mantido, embora hoje a especialidade seja o alho -- o pesadelo dos vampiros!!!). Querem saber mais? Procurem no Google, "São Gotardo Online".
No dia seguinte, algumas horas de estrada e da maravilhosa paisagem mineira que não nos abandonou um segundo sequer nos levaram a um tesouro, uma jóia escondida no mapa: a Gruta da Lapa Nova. Calcária, 4.500 m de desenvolvimento horizontal, 70 e poucos de desnível vertical, descoberta em 1819 pelo francês resmungão Auguste de Saint Hilaire. Guiadas pela simpatia e eficiência de Salvador, o Salvador da Gruta, percorremos salões e galerias por duas horas "Vocês não viram nem dez por cento". Vou resumir todo o meu deslumbramento com uma palavra ineficiente: maravilha. Vocês não calculam. Mesmo.
E no começo da noite, por fim, as luzes nos indicaram estarmos quase lá. Por fim, o Eixão, e o Plano Piloto. Nunca pensei que me emocionaria tanto. Há 11 anos não vinha à Capital Federal.
Pensando em vocês,
Martha Argel
P.S. A Suely manda seu beijo paulistano-brasiliense a todos!!!
como se fosse em qualquer lugar..."
Boa tarde de chuva e frio a todos. Cá estou. Brasília, capital da esperança. Ouvi dizer que era quente e seca. Até agora, frio e umidade. Faz parte.
Viajei dois dias pra chegar aqui. Nada de caminhos batidos e autopistas modernas e tediosas. Uma viagem pelo Brasil que o Brasil não conhece, viemos por estradas pouco movimentadas pelo interior do doce estado de Minas Gerais.
Um sanduíche na praça central de Três Corações. Qual o mérito dessa cidade pequena e comum? Ter dado à luz um cara chamado Pelé.
No meio da tarde, cruzar o Velho Chico. São Francisco, o rio da integração nacional, que em Iguatama, a cem quilômetros de sua nascente e já totalmente fudido pelos garimpos de montante, ganhou a homenagem de uma gigantesca carranca eternamente lhe dando as costas e olhando para oeste, rumo ao coração do País.
E passar a noite na obscura São Gotardo, com o bizarro título de "Capital Nacional da Cenoura" (ainda mantido, embora hoje a especialidade seja o alho -- o pesadelo dos vampiros!!!). Querem saber mais? Procurem no Google, "São Gotardo Online".
No dia seguinte, algumas horas de estrada e da maravilhosa paisagem mineira que não nos abandonou um segundo sequer nos levaram a um tesouro, uma jóia escondida no mapa: a Gruta da Lapa Nova. Calcária, 4.500 m de desenvolvimento horizontal, 70 e poucos de desnível vertical, descoberta em 1819 pelo francês resmungão Auguste de Saint Hilaire. Guiadas pela simpatia e eficiência de Salvador, o Salvador da Gruta, percorremos salões e galerias por duas horas "Vocês não viram nem dez por cento". Vou resumir todo o meu deslumbramento com uma palavra ineficiente: maravilha. Vocês não calculam. Mesmo.
E no começo da noite, por fim, as luzes nos indicaram estarmos quase lá. Por fim, o Eixão, e o Plano Piloto. Nunca pensei que me emocionaria tanto. Há 11 anos não vinha à Capital Federal.
Pensando em vocês,
Martha Argel
P.S. A Suely manda seu beijo paulistano-brasiliense a todos!!!
terça-feira, 14 de janeiro de 2003
Bom dia a todos.
Pra quem tava reclamando do calor, o friozinho dos dois últimos dias tá de bom tamanho.
Queria agradecer MUITO a todos que passaram lá no Digestivo Cultural e deixaram aqueles comentários empolgantes. Obrigada, amigos, pelo incentivo! Quem quiser checar, clica aí no link.
Fora essa demonstração de amizade, por si só algo fantástico, e o fato de que continuo, devagar e sempre, trabalhando no Amores perigosos, só um fato MUITO relevante para minha saúde física e mental marcou os últimos dias:
ADEUS SECRETARIA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORNITOLOGIA! A Cintia esteve aqui em casa no domingo, e tudo o que eu tinha no computador, referente à maldita sociedade, foi enviado para o presidente. Meu computador não tem mais NENHUM arquivo da SBO. Acabou o pesadelo. Acabou a tarefa ingrata de gerir, com mais um punhadinho de abnegados, essa bosta de sociedade em que os membros se acham bons demais para colocar a mão na massa, e acham que ''ajudar'' significa mandar um e-mail dizendo "porque VOCÊS não fazem isso, isso e isso?". A ninguém ocorre dizer: "posso FAZER isso, isso e isso pela sociedade?". Chega. Agüentei mais do que devia. Meu mandato terminou em julho; agüentei até o final apesar de não ter mais nenhum interesse na ornitologia oficial há anos. Lamento muito pelo presidente, pela tesoureira, pelo pessoal dos conselhos, pelo webmaster e pelo Fer, mas deu pra mim. Passar bem.
Bom, é isso aí. Hoje o dia vai ser meio corrido, fazer malas e deixar tudo em ordem. Amanhã caio na estrada. Se eu tiver um computador à mão, escrevo pra vocês.
Aproveitem cada minuto. Não parece, mas a vida é curta. E é uma só.
Martha Argel
(p.s. sim, Giulia, tem comentários pra cacete. que delícia!)
Pra quem tava reclamando do calor, o friozinho dos dois últimos dias tá de bom tamanho.
Queria agradecer MUITO a todos que passaram lá no Digestivo Cultural e deixaram aqueles comentários empolgantes. Obrigada, amigos, pelo incentivo! Quem quiser checar, clica aí no link.
Fora essa demonstração de amizade, por si só algo fantástico, e o fato de que continuo, devagar e sempre, trabalhando no Amores perigosos, só um fato MUITO relevante para minha saúde física e mental marcou os últimos dias:
ADEUS SECRETARIA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORNITOLOGIA! A Cintia esteve aqui em casa no domingo, e tudo o que eu tinha no computador, referente à maldita sociedade, foi enviado para o presidente. Meu computador não tem mais NENHUM arquivo da SBO. Acabou o pesadelo. Acabou a tarefa ingrata de gerir, com mais um punhadinho de abnegados, essa bosta de sociedade em que os membros se acham bons demais para colocar a mão na massa, e acham que ''ajudar'' significa mandar um e-mail dizendo "porque VOCÊS não fazem isso, isso e isso?". A ninguém ocorre dizer: "posso FAZER isso, isso e isso pela sociedade?". Chega. Agüentei mais do que devia. Meu mandato terminou em julho; agüentei até o final apesar de não ter mais nenhum interesse na ornitologia oficial há anos. Lamento muito pelo presidente, pela tesoureira, pelo pessoal dos conselhos, pelo webmaster e pelo Fer, mas deu pra mim. Passar bem.
Bom, é isso aí. Hoje o dia vai ser meio corrido, fazer malas e deixar tudo em ordem. Amanhã caio na estrada. Se eu tiver um computador à mão, escrevo pra vocês.
Aproveitem cada minuto. Não parece, mas a vida é curta. E é uma só.
Martha Argel
(p.s. sim, Giulia, tem comentários pra cacete. que delícia!)
sexta-feira, 10 de janeiro de 2003
Oi, todos!
Será que só eu estou achando insuportável esse calor sufocante? Ontem, no fim de tarde, esperei ''refrescar'', e lá pelas sete saí para uma caminhada. Passei por um desses relógios de rua e não acreditei: 31 graus.
Profissionalmente, estou subindo pelas paredes. Quero trabalhar, e NADA! Tudo parado. Pelo menos hoje tem uma reunião marcada.
Aproveito o tempo para tocar adiante o Amores Perigosos. Ontem a Cli, uma de minhas primeiras leitoras-beta, esteve aqui em casa, cheia de más intenções. Ela não veio me visitar. Veio ler o manuscrito. Opinião dela depois que terminou: ''tá muuuuuito melhor que o Relações de Sangue". Ah, que maravilha!!!
E uma notícia que pra mim foi o máximo:
SAIU UMA RESENHA DE MEU LIVRO NUM SITE DE CULTURA SUPER-RESPEITADO!!!
Foi no Digestivo Cultural http://www.digestivocultural.com. Foi escrita por Gian Danton, e é bastante positiva. Fiquei muito feliz. Se vocês clicarem aqui, caem direto na página da resenha. Me dêem uma força, vão lá e deixem sua opinião, ok?
Tenham todos um bom dia, aproveitem para caminhar um pouco e parem de se lamentar que estão gordos.
Martha Argel
Será que só eu estou achando insuportável esse calor sufocante? Ontem, no fim de tarde, esperei ''refrescar'', e lá pelas sete saí para uma caminhada. Passei por um desses relógios de rua e não acreditei: 31 graus.
Profissionalmente, estou subindo pelas paredes. Quero trabalhar, e NADA! Tudo parado. Pelo menos hoje tem uma reunião marcada.
Aproveito o tempo para tocar adiante o Amores Perigosos. Ontem a Cli, uma de minhas primeiras leitoras-beta, esteve aqui em casa, cheia de más intenções. Ela não veio me visitar. Veio ler o manuscrito. Opinião dela depois que terminou: ''tá muuuuuito melhor que o Relações de Sangue". Ah, que maravilha!!!
E uma notícia que pra mim foi o máximo:
SAIU UMA RESENHA DE MEU LIVRO NUM SITE DE CULTURA SUPER-RESPEITADO!!!
Foi no Digestivo Cultural http://www.digestivocultural.com. Foi escrita por Gian Danton, e é bastante positiva. Fiquei muito feliz. Se vocês clicarem aqui, caem direto na página da resenha. Me dêem uma força, vão lá e deixem sua opinião, ok?
Tenham todos um bom dia, aproveitem para caminhar um pouco e parem de se lamentar que estão gordos.
Martha Argel
terça-feira, 7 de janeiro de 2003
Duas oportunidades perdidas, merda!
1. Noites de autógrafos em New Orleans
Lembram quando eu falei, aqui no blog, sobre minha amiga Jacqueline Bishop, a artista plástica de New Orleans? Pois é, o que eu não disse naquele post foi que ela me perguntou se eu não gostaria de ir a New Orleans, e fazer algumas noites de autógrafos e conferências na universidade. É CLARO que eu gostaria. Cantar de galo no terreiro da dona Anne Rice (de quem, diga-se de passagem, a Jacqueline é vizinha)?! Porra! Mas cadê grana pra ir até lá, cacete?!?
2. Estive em Brasov e lembrei-me de você
Tem um primo italiano, o Raoul, hospedado aqui em casa. Na Páscoa passada, ele foi passear em Brasov, na Romênia. Se você não sabe, ou não está lembrado, Brasov é onde se situa o castelo de Bram, também conhecido como Castelo do Drácula. Na verdade, um grande conto do vigário dos romenos em cima dos turistas, pois o edifício não tem nada a ver com vampiros ou com o Drácula, príncipe da Valáquia. Mas enfim, tremenda curiosidade. Pois é. Fazia nove anos que o Raoul e eu não nos víamos. Ele não sabia que eu curtia vampiros. “Mas que pena! Se eu soubesse que você gostava de vampiros, tinha trazido um monte de coisas de Brasov pra você.” Aaaaaaaaaah!
Esse tipo de merda vive acontecendo comigo.
Hasta la vista, chicos
Martha Argel
1. Noites de autógrafos em New Orleans
Lembram quando eu falei, aqui no blog, sobre minha amiga Jacqueline Bishop, a artista plástica de New Orleans? Pois é, o que eu não disse naquele post foi que ela me perguntou se eu não gostaria de ir a New Orleans, e fazer algumas noites de autógrafos e conferências na universidade. É CLARO que eu gostaria. Cantar de galo no terreiro da dona Anne Rice (de quem, diga-se de passagem, a Jacqueline é vizinha)?! Porra! Mas cadê grana pra ir até lá, cacete?!?
2. Estive em Brasov e lembrei-me de você
Tem um primo italiano, o Raoul, hospedado aqui em casa. Na Páscoa passada, ele foi passear em Brasov, na Romênia. Se você não sabe, ou não está lembrado, Brasov é onde se situa o castelo de Bram, também conhecido como Castelo do Drácula. Na verdade, um grande conto do vigário dos romenos em cima dos turistas, pois o edifício não tem nada a ver com vampiros ou com o Drácula, príncipe da Valáquia. Mas enfim, tremenda curiosidade. Pois é. Fazia nove anos que o Raoul e eu não nos víamos. Ele não sabia que eu curtia vampiros. “Mas que pena! Se eu soubesse que você gostava de vampiros, tinha trazido um monte de coisas de Brasov pra você.” Aaaaaaaaaah!
Esse tipo de merda vive acontecendo comigo.
Hasta la vista, chicos
Martha Argel
segunda-feira, 6 de janeiro de 2003
Então.
Ontem, domingão de tempo instável, a Giu me acompanhou numa checagem de campo. Eu precisava ir num lugar checar se ele era adequado para uma cena do Amores Perigosos, o livro que tô escrevendo (e que vai indo bem, obrigada). O lugar é perfeito, MUITO vampírico, e serve à perfeição. Pena que não posso dizer onde é, pra não estragar a surpresa...
No decorrer desse ''trabalho de campo'' acabamos encontrando com um amigo da Giu. Simpático e interessante. Muito. Entre seus planos imediatos, um ensaio fotográfico S&M, sobre shibari. (se vc não sabe o que é isso, dê um pulinho em http://www.immortalshibari.com.br...). O papo sobre o assunto foi muito interessante.
Acabou que ele nos convidou pra assistir uns DVDs na casa dele. A casa dele... UAU!! Parecia cenário de filme da década de 50. Com direito a juke-box e filme trash numa tevê da mesma época. Luminárias, tevês, rádios, brinquedos, garrafas, geringonças de época por toda parte. Um verdadeiro museu. O home-theater, por outro lado, de eras passadas não tinha nada. Assistimos Blast from the past, ou algo assim, um filme divertidíssimo, com o Brendan Fraser, gracinha!
Em suma, um fim de tarde de domingo delicioso, com gente interessante e divertida.
Bem na medida pra encher a gente de forças pro começo do ano profissional.
Tenham todos uma boa semana. Muita força e disposição pra começar tudo de novo.
Martha Argel
Ontem, domingão de tempo instável, a Giu me acompanhou numa checagem de campo. Eu precisava ir num lugar checar se ele era adequado para uma cena do Amores Perigosos, o livro que tô escrevendo (e que vai indo bem, obrigada). O lugar é perfeito, MUITO vampírico, e serve à perfeição. Pena que não posso dizer onde é, pra não estragar a surpresa...
No decorrer desse ''trabalho de campo'' acabamos encontrando com um amigo da Giu. Simpático e interessante. Muito. Entre seus planos imediatos, um ensaio fotográfico S&M, sobre shibari. (se vc não sabe o que é isso, dê um pulinho em http://www.immortalshibari.com.br...). O papo sobre o assunto foi muito interessante.
Acabou que ele nos convidou pra assistir uns DVDs na casa dele. A casa dele... UAU!! Parecia cenário de filme da década de 50. Com direito a juke-box e filme trash numa tevê da mesma época. Luminárias, tevês, rádios, brinquedos, garrafas, geringonças de época por toda parte. Um verdadeiro museu. O home-theater, por outro lado, de eras passadas não tinha nada. Assistimos Blast from the past, ou algo assim, um filme divertidíssimo, com o Brendan Fraser, gracinha!
Em suma, um fim de tarde de domingo delicioso, com gente interessante e divertida.
Bem na medida pra encher a gente de forças pro começo do ano profissional.
Tenham todos uma boa semana. Muita força e disposição pra começar tudo de novo.
Martha Argel
domingo, 5 de janeiro de 2003
Cada coisa que acontece!
Ontem estava voltando da casa da minha tia, um pouco depois das sete da tarde, e peguei a alça de acesso da Bandeirantes para a Rubem Berta, no sentido Centro. Quando passei por cima do viaduto, vi um monte de gente correndo no sentido oposto, e comentei com minha mãe ''olha que esquisito, quanta gente atravessando o viaduto a pé, que que será que tá acontecendo?". Eu sempre presto atenção e sei que é raríssimo ver alguém andando a pé por ali.
Quando cheguei em casa e conectei na internet, levei um susto: um avião tinha acabado de derrapar na pista e tinha caído noutra alça da avenida, a uns 200 metros de onde eu tinha passado!!!! O povo que a gente tinha visto estava correndo pra ver o desastre.
Ninguém se machucou além de um vendedor de cachorro-quente, ou pipoca, sei lá.
Maluquice.
beijos a todos que mereçam ou desejem
Martha Argel
Ontem estava voltando da casa da minha tia, um pouco depois das sete da tarde, e peguei a alça de acesso da Bandeirantes para a Rubem Berta, no sentido Centro. Quando passei por cima do viaduto, vi um monte de gente correndo no sentido oposto, e comentei com minha mãe ''olha que esquisito, quanta gente atravessando o viaduto a pé, que que será que tá acontecendo?". Eu sempre presto atenção e sei que é raríssimo ver alguém andando a pé por ali.
Quando cheguei em casa e conectei na internet, levei um susto: um avião tinha acabado de derrapar na pista e tinha caído noutra alça da avenida, a uns 200 metros de onde eu tinha passado!!!! O povo que a gente tinha visto estava correndo pra ver o desastre.
Ninguém se machucou além de um vendedor de cachorro-quente, ou pipoca, sei lá.
Maluquice.
beijos a todos que mereçam ou desejem
Martha Argel
sábado, 4 de janeiro de 2003
sexta-feira, 3 de janeiro de 2003
Bons dias a todos.
Estou escrevendo enquanto a manicure dá um jeito nas minhas unhas. Perua, eu? Imagina. Se tivesse grana já tinha entrado no botox. Quando crescer quero ser a Vera Loyola.
O ano começou pero no mucho. A cidade está deliciosamente vazia, as pessoas parecem estar trabalhando em câmara lenta. Adoro isso, não só porque tenho uma desculpa para ficar sem fazer “nada” (lendo, assistindo à posse do presidente o dia inteiro, jogando conversa fora) como ainda porque, quando resolvo trabalhar, sinto uma superioridade moral incrível, do tipo cá-estou-eu-cumprindo-meu-papel-social-enquanto-vocês-molengas-se-dedicam-a-um-inútil-far-niente. É idiota, eu sei, porque o tempo continua marchando exatamente no mesmo ritmo de sempre, e nada muda só porque é começo de ano. Mas estou acostumada a fazer coisas idiotas, como ser honesta, me apaixonar, respeitar os outros &c.
Tenho me dedicado nestes dias a, como disse um amigo hoje, “queimar o peru”. O inevitável e aterrorizante aumento-de-peso-do-fim-de-ano. O meu está bastante sob controle, para minha extrema felicidade. Só pra deixar vocês, sedentários profissionais, morrendo de despeito: 8 a 12 km por dia, mais uma alimentação disciplinada, fazem maravilhas com a silhueta da gente. Vocês continuem aí, engordando em frente ao monitor do computador. Eu, não mesmo.
Anteontem li um livro que estava há meses (anos?) na minha prateleira: Sabella (título original Sabella ou The blood stone, 1980), da inglesa Tanith Lee. Edição em português, da Brasiliense, com uma capa medonha, e uma tradução que não chega a comprometer. Vampiros e ficção científica, uma mistura complicada, que a autora conseguiu levar a cabo muito bem. Gostei muito, apesar de perceber que perdi o tesão pela a ficção científica (que agora acho, em geral, um pé no saco e pretensiosa). Mas mantém-se um fenômeno interessante que há algum tempo tenho observado: invariavelmente gosto de livros de vampiros escritos por mulheres. Não me lembro de nenhuma autora de vampiros que tenha me desagradado. Nunca é demais mencionar as escritoras boas que vocês, que não lêem inglês, nunca viram nas estantes por aqui: Laurell K. Hamilton, P. N. Elrod, Tanya Huff, Jeanne Kalogridis, Chelsea Quinn Yarbro, Sherry Gottlieb, Susan Sizemore. Lembrem-se: Anne Rice não é, de forma alguma, a única.
Hoje pretendo ir ao cinema com a Sueli, a Suely e a Elza. Todas nipo-brasileiras. Vich. Vou voltar de zoinho puxado. Inda mais que conheço a Sueli. Ela vai arranjar um jeito de enfiar uns sushis na programação, tenho certeza. Não que eu reclame, é claro!
Bom, é isso.
Curtam o marasmo de pré-carnaval.
Martha Argel
Estou escrevendo enquanto a manicure dá um jeito nas minhas unhas. Perua, eu? Imagina. Se tivesse grana já tinha entrado no botox. Quando crescer quero ser a Vera Loyola.
O ano começou pero no mucho. A cidade está deliciosamente vazia, as pessoas parecem estar trabalhando em câmara lenta. Adoro isso, não só porque tenho uma desculpa para ficar sem fazer “nada” (lendo, assistindo à posse do presidente o dia inteiro, jogando conversa fora) como ainda porque, quando resolvo trabalhar, sinto uma superioridade moral incrível, do tipo cá-estou-eu-cumprindo-meu-papel-social-enquanto-vocês-molengas-se-dedicam-a-um-inútil-far-niente. É idiota, eu sei, porque o tempo continua marchando exatamente no mesmo ritmo de sempre, e nada muda só porque é começo de ano. Mas estou acostumada a fazer coisas idiotas, como ser honesta, me apaixonar, respeitar os outros &c.
Tenho me dedicado nestes dias a, como disse um amigo hoje, “queimar o peru”. O inevitável e aterrorizante aumento-de-peso-do-fim-de-ano. O meu está bastante sob controle, para minha extrema felicidade. Só pra deixar vocês, sedentários profissionais, morrendo de despeito: 8 a 12 km por dia, mais uma alimentação disciplinada, fazem maravilhas com a silhueta da gente. Vocês continuem aí, engordando em frente ao monitor do computador. Eu, não mesmo.
Anteontem li um livro que estava há meses (anos?) na minha prateleira: Sabella (título original Sabella ou The blood stone, 1980), da inglesa Tanith Lee. Edição em português, da Brasiliense, com uma capa medonha, e uma tradução que não chega a comprometer. Vampiros e ficção científica, uma mistura complicada, que a autora conseguiu levar a cabo muito bem. Gostei muito, apesar de perceber que perdi o tesão pela a ficção científica (que agora acho, em geral, um pé no saco e pretensiosa). Mas mantém-se um fenômeno interessante que há algum tempo tenho observado: invariavelmente gosto de livros de vampiros escritos por mulheres. Não me lembro de nenhuma autora de vampiros que tenha me desagradado. Nunca é demais mencionar as escritoras boas que vocês, que não lêem inglês, nunca viram nas estantes por aqui: Laurell K. Hamilton, P. N. Elrod, Tanya Huff, Jeanne Kalogridis, Chelsea Quinn Yarbro, Sherry Gottlieb, Susan Sizemore. Lembrem-se: Anne Rice não é, de forma alguma, a única.
Hoje pretendo ir ao cinema com a Sueli, a Suely e a Elza. Todas nipo-brasileiras. Vich. Vou voltar de zoinho puxado. Inda mais que conheço a Sueli. Ela vai arranjar um jeito de enfiar uns sushis na programação, tenho certeza. Não que eu reclame, é claro!
Bom, é isso.
Curtam o marasmo de pré-carnaval.
Martha Argel
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