segunda-feira, 30 de abril de 2007

30 de abril - segunda-feira

O sol apareceu!
Ontem tivemos um dia lindo, ensolarado, de temperatura agradável. Foi o primeiro domingo de mangas curtas e shorts depois do inverno, e as pessoas estavam francamente felizes.
Sete e meia da manhã meus amigos Sheila e Larry passaram para me pegar e fomos para o Tommy Thompson Park, fazer um pouco de birdwatching. O local é um antigo aterro no lago Ontario, que acabou virando refúgio da fauna. Fica bem pertinho aqui da casa da minha prima. Foi ótimo, conseguimos ver um bom número de aves, inclusive algumas (creio que três ou quatro) que eu nunca tinha visto antes. Meu preferido foi um pato de cauda longa, o Long-Tailed Duck, preto e branco, muito elegante. Durante a passarinhada cruzamos com muitos outros birders, inclusive um que me convidou para falar sobre o projeto Aves do Brasil numa reunião da Sociedade Ornitológica de Toronto. Infelizmente não vai dar porque é na segunda-feira que vem, quando vou estar em NY.
Conversamos muito. Além de gostarmos de observar aves, o Larry e eu temos outra coisa em comum. Ele é escritor, e muitos anos atrás publicou, com o nome de L. A. Morse, alguns romances noir, daqueles com detetives cínicos, muita porrada e cenas gratuitas de sexo... Eu achei ótimos!. Um deles até acabou no cinema, com Robert Mitchum e Ernest Borgnine. Mas o Larry acabou desistindo por um motivo ou por outro. Desde o ano passado estou insistindo pra ele voltar a publicar. Ele, por sua vez, insiste para que eu tente o mercado norte-americano. Aiai.
Fizemos um pic-nic maravilhoso na beira do lago, de frente para uma imensa colônia reprodutiva de Ringed-billed Gulls, uma espécie de gaivota que é quase uma praga aqui.
Fiquei com medo que elas viessem nos assediar por causa da comida. Vocês acham que é exagero? Outro dia a Yasmin, uma amiga minha que está de dieta, contou que ela estava em frente ao City Hall, a prefeitura, e resolveu comer batatas fritas, que ela não comia havia meses. Ela caminhava com o pacote na mão, prestes a colocar uma na boca, quando foi atacada por trás por uma gaivota, num vôo rasante por cima de sua cabeça. O bicho arrancou a batata da mão dela com o bico e derrubou o pacote no chão! A Yasmin ficou roxa de raiva e a contragosto manteve a dieta.
Mas, para sorte nossa, não fomos atacados pelos 56 mil casais de gaivotas que nidificam na colônia. Só as formigas volta e meia passeavam por cima do queijo. E vimos uma borboleta! Se bem que o Larry informou que já tinha visto uma faz uma semana. Ah, muito estranho isso de ter as estações tão marcadas.
A vegetação está apenas começando a rebrotar. As geminhas das folhas ainda não se abriram, e os bosques ainda parecem mortos. Um aspecto importante dessa falta de folhas é que ir “no matinho” se torna um problema complicado, em especial num parque público cheio de gente... incluindo dezenas de pessoas com binóculos. Na hora do aperto, porém, a gente sempre dá um jeito.
Eles me deixaram em casa no meio da tarde, e nem bem entrei no prédio percei que tinha esquecido uma sacola no carro deles. Parecia um pretexto, que Sheila e eu aproveitamos bem: hoje vou visitá-la em seu trabalho para pegar a sacola e vamos tomar um chá juntas.
Passei o resto da tarde inquieta, dando uma volta pela vizinhança, aproveitando o sol gostoso para sentar em bancos de praças, aqui e ali, e pensar na vida. Mais especificamente: pensar no livro que estou escrevendo e que está encalacrado numa cena que acho chata. Num dos bancos que sentei, dormi como um bebê!
Na volta pra casa, olhem só, achei uma ponta de estoque de livros, e claro que terminei o passeio bem mais carregada do que tinha começado. Pronto. Está aberta a Temporada Anual de Ataque aos Sebos!

(Blood Ties? Ah, sim! Estou agoniada, ontem foi ao ar o nono episódio lá nos EUA, e não tenho idéia de quando vou assistir. Enquanto isso, passei pelo cruzamento das ruas Victoria e Richmond. As ruas fazem o que todos os fãs esperam no seriado, rsrsrs. A foto está no multiply, http://marthaargel.multiply.com).

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