terça-feira, 3 de maio de 2005

Quatro e meia da manhã. Pés gelados, apesar das deliciosas meias bolivianas que, anos atrás, recebi de presente pelo correio, enviadas por dois ornitólogos malucos e queridos que percoriam os Andes atrás de aves raras.
A TV ligada me faz companhia na madrugada de outono, e o National Geographic Channel ao menos uma vez na vida não está exibindo aquelas detestáveis séries sensacionalistas, tipo Catástrofes Naturais, Doenças que Matam ou Assassinos da Natureza. Ao contrário, a tela da tevê exibe algumas das cenas mais espetaculares que já vi sobre a floresta amazônica e sobre as técnicas de estudo que só os ianques mais cheios da grana podem aplicar em nosso pobre continente de segunda categoria. O mote do programa é a árvore que em inglês se chama "Brazil nut", que em português se chama "castanheira do Pará" e que, claro, tradutores incompetentes e pouco chegados em qualidade traduziram singelamente como "castanha do Brasil".
Ontem, fiquei contrariada com a notícia de que o lançamento de meu livro vai ter que ser adiado. Bosta. Tá difícil controlar a ansiedade. Talvez por isso eu tenha comido TANTO salame de chocolate nos últimos dias (bela desculpa, hein?).
Tenho participado um pouco mais das listas de discussão nos últimos dias. É engraçado como a molecada é propensa ao autismo; não lêem as coisas direito, falam qualquer coisa, são incapazes de responder uma mensagem com um mínimo de nexo. Não, não é engraçado. É trágico. Os internautas não parecem ser capazes de manter um diálogo coerente. Uns por falta de hábito e de capacidade de convívio social. Outros, por excesso de ego. Bosta de sociedade egocêntrica.
Meu senso crítico acordou hiperativo hoje. Melhor eu ir fazer algo útil.

Tenham todos um bom dia. Façam algo de bom pela humanidade: ouçam o que as outras pessoas têm a dizer; interajam, não tentem apenas se autopromover.

Martha Argel
P.S. Está começando um documentário no NGC sobre uma "guianense de quinta geração" que dedicou sua vida às ariranhas. Uma mulher branca de olhos azuis, num país onde 50% da população é negra e 50% descendente de hindus. Escolha interessante. Racismo subliminar, direto do paraíso democrático de Mr. Bush.

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