Pois bem, sete de manhã e lá estava eu em frente ao Consulado dos Estados Unidos da América. Quarenta e uma pessoas tinham chegado antes de mim. "A fila é sentada!", avisa um dos inúmeros cuidadores de gado. A fila anda em pequenos rebanhos, e a maior parte do tempo a gente espera sentado, porque de pé ia ser um saco. "Uma vez negaram meu visto". "Estou indo dar uma palestra sobre o Apocalipse". "Meu sobrenome é Mustafá, tomara que não encrenquem". "Olha, a moça ia a negócios e negaram o visto".
Chega, enfim, minha vez. A moça me diz bom dia, educada. Eu respondo, idem. Ela corre os olhos pelos formulários. Pede o passaporte anterior. Folheia. E faz uma única pergunta: "Por que a senhora foi pra o Suriname?". "Pelo mesmo motivo que estou indo aos EUA. Sou consultora ambiental e estou a serviço". Foi então que pronunciei a palavra mágica. O nome de meu empregador lá. "Seu visto está concedido. Volte na quarta para pegar o passaporte". Ninguém em sã consciência se mete a besta com uma multinacional daquelas.
Pois é. Embarco na quarta. Sem o visto do Canadá. Perdi o filé e fiquei só com o osso.
Tentarei postar diariamente minha mais espinhosa aventura internacional.
Beijos. E torçam por mim!
Martha Argel
segunda-feira, 31 de janeiro de 2005
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