Querido ciberdiário, os últimos dias foram agitados. O final de semana conseguiu se superar. Amigos que não via há tempos, lugares novos e lugares antigos, muita festa, muitas caras novas. Encontros inesperados, desencontros já previstos. Eventos X e eventos bizarros. Há muito tempo não me divertia tanto.
Telefone de emergência
Sábado, fim de tarde na minha varanda deliciosa, a Giu e eu tentando nos recuperar do animado encontro 007-Highlander que aconteceu na Comix (valeu, Aka Draven, valeu, Marcus!!) e aos poucos fomos nos dando conta de um vozerio na rua que cruza a minha. "Nossa, que que é isso?" exclamou a Giu. Olhei por cima do muro e não consegui ver nada, só a primeira casa da outra rua. O burburinho era na segunda. Mas vi minha vizinha também espiando por cima do muro dela, o marido logo atrás. Chamei "Psiu, psiu, que que tá acontecendo?" Eles contaram que estavam passeando com a cachorrinha e viram dois sujeitos se pegando a soco no meio da rua. Entraram correndo, assustados. Então percebemos algo estranhíssimo. "Eles estão falando árabe!" Uma mulher entrou no bafafá, também em árabe. A gritaria continuava e a gente sem ver nada. "Olha, os carros estão parando!" exclamou a Giu. Eles deviam ter partido pra porrada, porque quem cruzava a rua parava o carro pra olhar. ?E se forem terroristas?? especulei. ?Uma célula!? complementou a Giu. "Vou chamar a polícia", decidi. Disquei 190. Atenderam no ato: "190. O número para chamadas de emergência está temporariamente congestionado por excesso de ligações." O QUE É QUE É ISSO?!!! Tentei mais duas vezes. Idem. Resultado: desisti. Por sorte, alguém chegou e conseguiu serenar os ânimos de nossos terroristas, que calaram a boca. Ouvi um carro se afastando e o resto da célula entrou em casa. Fim da história. Mas... e se eu precisasse MESMO da polícia? Como é que ficava?!
Crimes a granel
Redescobri uma paixão da adolescência: romances policiais. Estou lendo um atrás do outro. Só que os olhos são outros, pois agora junto com leitora voraz está a escritora curiosa. Continuo curtindo as tramas, os personagens, o suspense que faz o coração bater mais forte e as palmas das mãos transpirarem. Mas o mais fascinantes, agora, é descobrir truques, macetes e hábitos dos autores. Até agora, meu preferido foi A ilha do medo, de Nelson DeMille; a ironia e o humor dele são ótimos. Li também Jeffery Deaver (lembram-se de O colecionador de ossos? Então.), Sue Grafton (e pretendo ler TODOS os livros dela), Greg Iles (gostei muito!) e Nora Roberts. Esta última é bem previsível, e suponho que no final a mocinha e o mocinho sempre fiquem juntos e a gente suspire de felicidade, de modo que nem preciso ler mais nada dela. Como consigo ler tanto, e ainda trabalhar como doida e escrever? Também tenho meus truques e segredos...
FicZine
Ah! Quase ia esquecendo! A Giulia Moon e eu lançamos um fanzine. Chama-se FicZine e tem como objetivo divulgar um pouco mais nossos textos. O número Zero é especial e traz fanfics nossas com personagens da série Highlander (que adoramos!). E temos um convidado: Renato A. Azevedo, que reúne James Bond e Fox Mulder em um único conto! Vale a pena! Onde conseguir seu exemplar? Fácil, comparecendo a nossas sessões de autógrafos...
Beijos e queijos (e chocolates. Tem coisa melhor?!)
Martha Argel
segunda-feira, 27 de outubro de 2003
sexta-feira, 24 de outubro de 2003
Boa tarde a todos, lindo dia de sol lá fora.
Alta tensão
Meu amigo do peito hoje, neste momento, se chama Ritmoneuran cápsulas. Passiflora alata, Erythrina mulungu, Leptolobium elegans, Adonis vernalis. As duas últimas eu não faço idéia do que são, as duas primeiras eu costumo ver na bibliografia botânica que uso pros meus laudos e pareceres. Mas agora esses nominhos lindos, latinizados e tudo, estão no rótulo de um simpático frasquinho que já esteve cheio de pequenos cilindros branco-e-vinho, mas que agora só tem três. Os outros eu engoli em ocasiões apropriadas. Como hoje. Mas não sei o que aconteceu. Tomei dois, e nunca tinha feito isso, nunca tinha precisado, e o chá reforçado, camomila E erva-cidreira, também foi uma primeira vez. Não foi café demais, quem sabe sono de menos. Nem idéia. O fato é que me sinto uma lâmpada 110 em 220. Afff! Não dá pra armazenar a energia excedente? Putz, Furnas tem o mesmo problema e não resolveu, vou lá eu achar que consigo?!
Baixa voltagem
Tem alguém com quem convivo que tem uma visão de mundo absolutamente estarrecedora. Esse ser tem a capacidade de ver o aspecto negativo de tudo tudo tudo o que há ao seu redor. É inacreditável como pode haver alguém assim!! Tudo para esse ser triste, trágico, ilegal, deprimente, violento, degradante, corrupto, nojento, desprezível. Toda sua interpretação da realidade é negra. Esse ser consegue uma façanha: me faz pensar na possibilidade efetiva da existência dos tais psi-vampiros. Eu me sinto completamente drenada de saco quando estou em sua presença. Vampiros de paciência, alguém já tinha ouvido falar?
Retaliação?
Falando nisso... um tempo atrás perdi a paciência com uma pessoa e, em público, fiz o que outros, tão incomodados como eu, poderiam ter feito mas não tiveram poder de decisão suficiente para fazer: cortei o barato dela. O fato é que essa pessoa se considera investida de poderes sobrenaturais. Depois do entrevero, pensei cá com meus botões "agora rola uma vingancinha paranormal básica ", e fiquei esperando pra ver. Bem Scully. Esperei e esperei. Nada. Não sofri nenhum acidente, não perdi uma grana preta em nenhum cassino, não tive minha reputação conspurcada por nenhum escândalo, não perdi meus amigos e ninguém detonou meus livros numa resenha devastadora. Muito pelo contrário. Saúde, saldo bancário, prestígio, reputação e reações às publicações não poderiam estar melhores. Se alguma obscura vingança foi tentada, só deu certo pra mim. Eita! Vai lá saber como esses mistérios esotéricos funcionam...
Notícias incríveis
Juan de Bs As e Cli Cordeiro, vocês me deixaram imensamente FELIZ com as novidades, com as coisas que disseram e com seus respectivos projetos. Não há nada que se compare com a alegria de ver o trabalho da gente dar frutos TÃO especiais. Obrigada aos dois.
Beijos e abraços a todos
Martha Argel
Alta tensão
Meu amigo do peito hoje, neste momento, se chama Ritmoneuran cápsulas. Passiflora alata, Erythrina mulungu, Leptolobium elegans, Adonis vernalis. As duas últimas eu não faço idéia do que são, as duas primeiras eu costumo ver na bibliografia botânica que uso pros meus laudos e pareceres. Mas agora esses nominhos lindos, latinizados e tudo, estão no rótulo de um simpático frasquinho que já esteve cheio de pequenos cilindros branco-e-vinho, mas que agora só tem três. Os outros eu engoli em ocasiões apropriadas. Como hoje. Mas não sei o que aconteceu. Tomei dois, e nunca tinha feito isso, nunca tinha precisado, e o chá reforçado, camomila E erva-cidreira, também foi uma primeira vez. Não foi café demais, quem sabe sono de menos. Nem idéia. O fato é que me sinto uma lâmpada 110 em 220. Afff! Não dá pra armazenar a energia excedente? Putz, Furnas tem o mesmo problema e não resolveu, vou lá eu achar que consigo?!
Baixa voltagem
Tem alguém com quem convivo que tem uma visão de mundo absolutamente estarrecedora. Esse ser tem a capacidade de ver o aspecto negativo de tudo tudo tudo o que há ao seu redor. É inacreditável como pode haver alguém assim!! Tudo para esse ser triste, trágico, ilegal, deprimente, violento, degradante, corrupto, nojento, desprezível. Toda sua interpretação da realidade é negra. Esse ser consegue uma façanha: me faz pensar na possibilidade efetiva da existência dos tais psi-vampiros. Eu me sinto completamente drenada de saco quando estou em sua presença. Vampiros de paciência, alguém já tinha ouvido falar?
Retaliação?
Falando nisso... um tempo atrás perdi a paciência com uma pessoa e, em público, fiz o que outros, tão incomodados como eu, poderiam ter feito mas não tiveram poder de decisão suficiente para fazer: cortei o barato dela. O fato é que essa pessoa se considera investida de poderes sobrenaturais. Depois do entrevero, pensei cá com meus botões "agora rola uma vingancinha paranormal básica ", e fiquei esperando pra ver. Bem Scully. Esperei e esperei. Nada. Não sofri nenhum acidente, não perdi uma grana preta em nenhum cassino, não tive minha reputação conspurcada por nenhum escândalo, não perdi meus amigos e ninguém detonou meus livros numa resenha devastadora. Muito pelo contrário. Saúde, saldo bancário, prestígio, reputação e reações às publicações não poderiam estar melhores. Se alguma obscura vingança foi tentada, só deu certo pra mim. Eita! Vai lá saber como esses mistérios esotéricos funcionam...
Notícias incríveis
Juan de Bs As e Cli Cordeiro, vocês me deixaram imensamente FELIZ com as novidades, com as coisas que disseram e com seus respectivos projetos. Não há nada que se compare com a alegria de ver o trabalho da gente dar frutos TÃO especiais. Obrigada aos dois.
Beijos e abraços a todos
Martha Argel
terça-feira, 21 de outubro de 2003
Bom dia, como o tempo está instável, não? Amanheceu de chuva mas agora parece que o sol vai sair.
Agradecendo
Obrigada a quem me visita. Desculpem não responder a cada comentário. A desculpa é velha, usada, abusada mas juro que é real: falta de tempo. Na verdade, eu respondo a todos, na minha cabeça, só que ninguém mais fica sabendo...
Ceres, Trosco, Déia, Nikki, vocês foram devidamente visitados. Daniel Zamister, visitei sua página, muito legal, parabéns, muito sucesso com sua banda The Nutshell!!! Carollia, Karen e Giu, não consigo navegar nos blogs de vocês. Mea culpa, eu já devia ter chamado o Tetsuo pra dar um jeito no meus computadores.
Trosco, valeu. Eu sei que o site do Pingüim tá cheio de problemas. Os putos do HPG andaram deletando porradas de arquivos. O mesmo com o argel.hpg. Tô providenciando uma debandada daquela bosta, mas vide a desculpa do primeiro parágrafo.
... e mais trabalho de campo
Ontem: na conclusão do trabalho de campo do projeto no qual estou envolvida, visita à Favela Naval. Lembram? Há alguns anos, as tevês exibiram à exaustão o vídeo dos aterrorizantes e fatais abusos policiais cometidos aí, na calada da madrugada. Por algum, motivo, consciente ou inconsciente, deixei esse ponto de estudo por último, e não consegui evitar um arrepio enquanto percorria a rua Naval. Tinha de me lembrar o tempo todo: os criminosos tinham sido os policiais, não os moradores do lugar.
Mas por outro aspecto, minha visita à favela me deixou revoltada: nunca tinha visto tanto passarinho engaiolado como vi ali. Pixarros, pássaros-pretos, pixoxós. Animal silvestre em cativeiro, sem autorização, é crime, mas parece que nisso a polícia não está muito interessada.
E perto da favela, uma cena que me deixou enjoada. Ou ainda mais enjoada, porque não é pra qualquer estômago trabalhar do lado de córregos que são esgoto a céu aberto. Lá estava eu, estudando as aves na beira de uma dessas nojeiras, quando vejo, entre os pés de mamona na outra margem, um cavaleiro vindo na direção do córrego, com outro cavalo a reboque. O sujeito veio vindo, vindo, vindo, desceu pela ribanceira e entrou na água com os dois animais! Eu não conseguia acreditar! Aquele esgoto nauseabundo, e os cavalos com água pelas canelas, cruzando lentamente até chegar do lado de cá, subir pela margem e se afastar como se acabassem de sair de um rio murmurejante de águas cristalinas. Meu, que nojo! Que vampiros, o quê. Isso é que é terror!
TARDE DE AUTÓGRAFOS JUNTO COM A GIULIA MOON!!!
Giulia Moon e eu participaremos no ENCONTRO 007/HIGHLANDER (sábado, 25.out, das 13:00-18:00), na Comix Book Shop, Al. Jaú, 1998 (Sampa).
Além de autografar nossos livros (que estarão à venda, com um brinde especial pra quem comprar durante o evento), a gente tem uma surpresa pra todo mundo que curte nossos contos: estaremos distribuindo um fanzine com fanfics escritas por nós e por nosso convidado especial, Renato A. Azevedo, ufólogo e colunista da revista Sci Fi News!
O evento será um encontro inédito entre fãs de James Bond e Highlander, com palestras e exibição de vídeos que mostrarão vários pontos em comum entre os dois universos, além de sorteios, jogos, tira-dúvidas, muita diversão e excelente companhia!
Ingresso: um pacote ou uma lata de ração para cães ou gatos, que irão para grupos de proteção animal. A organização é de Clan MacWacko Highlander Brasil & Comunidade 007 Brasil.
Apareçam!!!
Que todos tenham uma ótima semana.
Martha Argel
Agradecendo
Obrigada a quem me visita. Desculpem não responder a cada comentário. A desculpa é velha, usada, abusada mas juro que é real: falta de tempo. Na verdade, eu respondo a todos, na minha cabeça, só que ninguém mais fica sabendo...
Ceres, Trosco, Déia, Nikki, vocês foram devidamente visitados. Daniel Zamister, visitei sua página, muito legal, parabéns, muito sucesso com sua banda The Nutshell!!! Carollia, Karen e Giu, não consigo navegar nos blogs de vocês. Mea culpa, eu já devia ter chamado o Tetsuo pra dar um jeito no meus computadores.
Trosco, valeu. Eu sei que o site do Pingüim tá cheio de problemas. Os putos do HPG andaram deletando porradas de arquivos. O mesmo com o argel.hpg. Tô providenciando uma debandada daquela bosta, mas vide a desculpa do primeiro parágrafo.
... e mais trabalho de campo
Ontem: na conclusão do trabalho de campo do projeto no qual estou envolvida, visita à Favela Naval. Lembram? Há alguns anos, as tevês exibiram à exaustão o vídeo dos aterrorizantes e fatais abusos policiais cometidos aí, na calada da madrugada. Por algum, motivo, consciente ou inconsciente, deixei esse ponto de estudo por último, e não consegui evitar um arrepio enquanto percorria a rua Naval. Tinha de me lembrar o tempo todo: os criminosos tinham sido os policiais, não os moradores do lugar.
Mas por outro aspecto, minha visita à favela me deixou revoltada: nunca tinha visto tanto passarinho engaiolado como vi ali. Pixarros, pássaros-pretos, pixoxós. Animal silvestre em cativeiro, sem autorização, é crime, mas parece que nisso a polícia não está muito interessada.
E perto da favela, uma cena que me deixou enjoada. Ou ainda mais enjoada, porque não é pra qualquer estômago trabalhar do lado de córregos que são esgoto a céu aberto. Lá estava eu, estudando as aves na beira de uma dessas nojeiras, quando vejo, entre os pés de mamona na outra margem, um cavaleiro vindo na direção do córrego, com outro cavalo a reboque. O sujeito veio vindo, vindo, vindo, desceu pela ribanceira e entrou na água com os dois animais! Eu não conseguia acreditar! Aquele esgoto nauseabundo, e os cavalos com água pelas canelas, cruzando lentamente até chegar do lado de cá, subir pela margem e se afastar como se acabassem de sair de um rio murmurejante de águas cristalinas. Meu, que nojo! Que vampiros, o quê. Isso é que é terror!
TARDE DE AUTÓGRAFOS JUNTO COM A GIULIA MOON!!!
Giulia Moon e eu participaremos no ENCONTRO 007/HIGHLANDER (sábado, 25.out, das 13:00-18:00), na Comix Book Shop, Al. Jaú, 1998 (Sampa).
Além de autografar nossos livros (que estarão à venda, com um brinde especial pra quem comprar durante o evento), a gente tem uma surpresa pra todo mundo que curte nossos contos: estaremos distribuindo um fanzine com fanfics escritas por nós e por nosso convidado especial, Renato A. Azevedo, ufólogo e colunista da revista Sci Fi News!
O evento será um encontro inédito entre fãs de James Bond e Highlander, com palestras e exibição de vídeos que mostrarão vários pontos em comum entre os dois universos, além de sorteios, jogos, tira-dúvidas, muita diversão e excelente companhia!
Ingresso: um pacote ou uma lata de ração para cães ou gatos, que irão para grupos de proteção animal. A organização é de Clan MacWacko Highlander Brasil & Comunidade 007 Brasil.
Apareçam!!!
Que todos tenham uma ótima semana.
Martha Argel
sábado, 18 de outubro de 2003
Bom dia de sol e passarinhos cantando.
Y se fue Goni
O gringo caiu! Gonzalo Sánchez de Lozada renunciou à presidência da Bolívia. Vitória chola, colla, camba, aimará. Que os vencedores saibam o que fazer, agora que se cumpriu sua vontade. Que o bem do povo esteja acima dos egos e ganâncias que, sabe-se, não estão ausentes entre os mentores da revolta popular. O inimigo interno, um perigo. E não menos ameaçador é o perigo externo: Tio Sam, preocupado com o fim de sua aliança com o grande país andino, articula seus milicos. Você já não viu esse filme antes?
Gentileza e retribuição
Ontem, trabalho de campo numa cidade do ABC. Bairro pobre de periferia, há horas enfrentando tráfego pesado, poeira e muito sol, e bate uma vontade imperiosa de ir ao banheiro. Numa distribuidora de bebidas, um homem e uma mulher parados à porta, esperando clientes. "Poderia, por favor, usar o banheiro?" Resposta dupla, rápida. A mulher: "Tá quebrado". O homem: "Tá lá do lado do cachorro, só a gente pode usar". Ok, tudo bem, péssimas as mentiras, vão lamber sabão. Nova tentativa, numa loja de doces, e a mocinha de rosto suave só faltou me estender um tapete vermelho. Banheiro limpíssimo, ah, que alívio. O resultado foi que a Izabel e eu compramos montes de chocolates na loja, e a mocinha ficou feliz. Diz então a Izabel, "Tô com sede, vamos comprar água?". Ok. Passamos na frente da loja dos mal-educados. "Foi aqui que não me deixaram usar o banheiro". "Então vamos comprar ali na frente!". Que aqueles dois tenham tanta utilidade para seu precioso banheiro como seus concorrentes terão para a graninha que deixamos lá!
Manias paulistanas
Talvez seja até mania nacional, mas eu só sei o que se passa em minha cidade, minha Sampa do coração, corpo e alma. Os anéis das latinhas de refri e cerva se tornaram uma verdadeira obsessão. Em tempos de vetustas vacas magras, já é difícil encontrar latinhas jogadas por aí, pois agora são fonte de renda complementar para uma multidão de famintos. E quando a gente encontra, pode apostar: o anel já sumiu. Vai ser trocado por brindes, ou virar algum bizarro artesanato de crochê. Hoje, em minha caminhada matinal, topei com uma raridade: uma lata de cerveja com o anelzinho no lugar. Prodígio! Assombro! E o que fiz? Deixei a lata na sarjeta pra que mais tarde alguém a recolhesse. Mas levei o anel. Afinal, sou fornecedora... pra três pessoas!
IG E HPG, VÃO À MERDA
O Hpg tirou do ar minha página da Lucila. Era o melhor meio de contato com os leitores de meu romance Relações de Sangue. Fiquei perdida por uns dias, desesperada, inconformada com a falta de respeito por sequer ter sido comunicada com antecedência sobre a mudança das regras do jogo. Como eu, milhares de pessoas foram atropeladas pela arrogância e pela falta de ética, de consideração e de profissionalismo do Ig. Os administradores desse serviço não passam de moleques ineptos. Querem que eu pague? Vão à merda. Em breve a página da Lucila voltará ao ar. E assim que possível minhas outras páginas vão sair do Hpg. Que esse bando de palhaços IGnóbeis fiquem com o que desejam: páginas medíocres, conteúdo pueril ou netamente imprestável, e sexo, muito sexo para adolescentes espinhentos se masturbarem. A cara do Brasil.
Tenham todos um bom final de semana!
Martha Argel
Y se fue Goni
O gringo caiu! Gonzalo Sánchez de Lozada renunciou à presidência da Bolívia. Vitória chola, colla, camba, aimará. Que os vencedores saibam o que fazer, agora que se cumpriu sua vontade. Que o bem do povo esteja acima dos egos e ganâncias que, sabe-se, não estão ausentes entre os mentores da revolta popular. O inimigo interno, um perigo. E não menos ameaçador é o perigo externo: Tio Sam, preocupado com o fim de sua aliança com o grande país andino, articula seus milicos. Você já não viu esse filme antes?
Gentileza e retribuição
Ontem, trabalho de campo numa cidade do ABC. Bairro pobre de periferia, há horas enfrentando tráfego pesado, poeira e muito sol, e bate uma vontade imperiosa de ir ao banheiro. Numa distribuidora de bebidas, um homem e uma mulher parados à porta, esperando clientes. "Poderia, por favor, usar o banheiro?" Resposta dupla, rápida. A mulher: "Tá quebrado". O homem: "Tá lá do lado do cachorro, só a gente pode usar". Ok, tudo bem, péssimas as mentiras, vão lamber sabão. Nova tentativa, numa loja de doces, e a mocinha de rosto suave só faltou me estender um tapete vermelho. Banheiro limpíssimo, ah, que alívio. O resultado foi que a Izabel e eu compramos montes de chocolates na loja, e a mocinha ficou feliz. Diz então a Izabel, "Tô com sede, vamos comprar água?". Ok. Passamos na frente da loja dos mal-educados. "Foi aqui que não me deixaram usar o banheiro". "Então vamos comprar ali na frente!". Que aqueles dois tenham tanta utilidade para seu precioso banheiro como seus concorrentes terão para a graninha que deixamos lá!
Manias paulistanas
Talvez seja até mania nacional, mas eu só sei o que se passa em minha cidade, minha Sampa do coração, corpo e alma. Os anéis das latinhas de refri e cerva se tornaram uma verdadeira obsessão. Em tempos de vetustas vacas magras, já é difícil encontrar latinhas jogadas por aí, pois agora são fonte de renda complementar para uma multidão de famintos. E quando a gente encontra, pode apostar: o anel já sumiu. Vai ser trocado por brindes, ou virar algum bizarro artesanato de crochê. Hoje, em minha caminhada matinal, topei com uma raridade: uma lata de cerveja com o anelzinho no lugar. Prodígio! Assombro! E o que fiz? Deixei a lata na sarjeta pra que mais tarde alguém a recolhesse. Mas levei o anel. Afinal, sou fornecedora... pra três pessoas!
IG E HPG, VÃO À MERDA
O Hpg tirou do ar minha página da Lucila. Era o melhor meio de contato com os leitores de meu romance Relações de Sangue. Fiquei perdida por uns dias, desesperada, inconformada com a falta de respeito por sequer ter sido comunicada com antecedência sobre a mudança das regras do jogo. Como eu, milhares de pessoas foram atropeladas pela arrogância e pela falta de ética, de consideração e de profissionalismo do Ig. Os administradores desse serviço não passam de moleques ineptos. Querem que eu pague? Vão à merda. Em breve a página da Lucila voltará ao ar. E assim que possível minhas outras páginas vão sair do Hpg. Que esse bando de palhaços IGnóbeis fiquem com o que desejam: páginas medíocres, conteúdo pueril ou netamente imprestável, e sexo, muito sexo para adolescentes espinhentos se masturbarem. A cara do Brasil.
Tenham todos um bom final de semana!
Martha Argel
quarta-feira, 15 de outubro de 2003
Bom dia. Está escuro lá fora mas depois da meia-noite talvez o correto seja dizer "bom dia" e não "boa noite", pelos mesmos e tortuosos caminhos lógicos que levam alguém a nos dizer "bom dia" depois do meio-dia e então explicar "ainda não almocei". No fundo, lógica nenhuma.
Bolívia
Tenho um carinho especial por esse lindo país andino. La Paz é uma cidade maravilhosa. Na primeira visita, ao entrar num elevador, dei de cara com o sujeito que governava então, e ainda governa, a nação. Ex-milico. Meus amigos bolivianos, cultos e esclarecidos, lamentavam que tivesse sido eleito; lamentaram, depois, que fosse reeleito. Como o Brasil, a Bolívia não merece a elite político-econômica que tem. Canalhas que enriquecem às custas de um povo miserável. Lá, como cá. E no meio de tudo, os órgãos repressores ianques que, com a desculpa de "combater o tráfico", controlam o fornecimento do mais fino pó para os mais finos consumidores no Grande Irmão do Norte. Ou vocês acham que os congressistas da terra do Tio Sam compram qualquer farinha vagabunda por aí? Pobre Bolívia. George Killer Bush já disse: não vai permitir ameaças à ordem democrática e à constitucionalidade. Pra quem mesmo ele disse isso uns meses atrás? Dessa vez, talvez o próprio governador da Califórnia encabece as tropas de libertação.
E antes que eu me esqueça: POR UMA SAÍDA BOLIVIANA PARA O PACÍFICO!
Saramago à moda da casa
Pois é. Saramago ontem na Livraria Cultura da Paulista. Um tumulto. Um caos. Ameaça de quebra-quebra. Imaginem trazer um Prêmio Nobel de Literatura pra um evento, na melhor livraria da maior cidade brasileira... e onde não cabem mais do que 30 ou 40 pessoas?! Só podia dar no que deu: merda. Fiquei horas lá e só consegui avistar o Zé através de vidros: o da livraria, e o do carro, quando corri até o estacionamento, tipo tiete deslumbrada, num último e vão esforço de conseguir seu autógrafo em meu velho e alquebrado exemplar de "A Jangada de Pedra". Não assisti palestra, não vi o homem cara a cara, meu livro permaneceu virgem da caneta dele, mas me diverti muito. Fiquei um tempão com a minha amiga Patricia Bigarelli, talentosa artista plástica que está expondo no saguão do Conjunto Nacional. Revi a Chica, ex-entomóloga do Museu de Zoologia, hoje também dedicada às artes. Filei poucos mas deliciosos canapés numa noite de autógrafos menos conturbada e mais nutritiva. Reencontrei, na malograda e furada fila de autógrafos, a Kaoru, que foi uma de minhas professoras mais queridas nos bons e velhos tempos de USP. E dei autógrafos! Vejam só, teve gente que saiu sem a assinatura do português mas levou a minha, no mundialmente famoso Café Literário! Pra mim o melhor foi quando, cercado pela turba furiosa com o fim da sessão no meio da fila e a ponto de ser linchado, o funcionário incumbido de acalmar os ânimos me avista lá longe, assistindo tudo de camarote, e acena pra mim "Oi, Martha!". Muitos rostos se viraram, dei meu melhor sorriso cínico, e acenei de volta. Serenada a revolução, multidão dispersada, fui bater papo com o Wilson e acabamos, depois do expediente, sentados no Fran?s com a simpática e bióloga Lica, também da Cultura, e batendo um papo muito legal. Moral da história: meus brincos novos são um sucesso, um monte de gente reparou!
E é isso. Tanta coisa tem acontecido que eu gostaria de postar aqui, mas não tá dando. Trabalho, escritos, leituras. Tanta coisa para ocupar o tempo.
Vivam intensamente!
Martha Argel
Bolívia
Tenho um carinho especial por esse lindo país andino. La Paz é uma cidade maravilhosa. Na primeira visita, ao entrar num elevador, dei de cara com o sujeito que governava então, e ainda governa, a nação. Ex-milico. Meus amigos bolivianos, cultos e esclarecidos, lamentavam que tivesse sido eleito; lamentaram, depois, que fosse reeleito. Como o Brasil, a Bolívia não merece a elite político-econômica que tem. Canalhas que enriquecem às custas de um povo miserável. Lá, como cá. E no meio de tudo, os órgãos repressores ianques que, com a desculpa de "combater o tráfico", controlam o fornecimento do mais fino pó para os mais finos consumidores no Grande Irmão do Norte. Ou vocês acham que os congressistas da terra do Tio Sam compram qualquer farinha vagabunda por aí? Pobre Bolívia. George Killer Bush já disse: não vai permitir ameaças à ordem democrática e à constitucionalidade. Pra quem mesmo ele disse isso uns meses atrás? Dessa vez, talvez o próprio governador da Califórnia encabece as tropas de libertação.
E antes que eu me esqueça: POR UMA SAÍDA BOLIVIANA PARA O PACÍFICO!
Saramago à moda da casa
Pois é. Saramago ontem na Livraria Cultura da Paulista. Um tumulto. Um caos. Ameaça de quebra-quebra. Imaginem trazer um Prêmio Nobel de Literatura pra um evento, na melhor livraria da maior cidade brasileira... e onde não cabem mais do que 30 ou 40 pessoas?! Só podia dar no que deu: merda. Fiquei horas lá e só consegui avistar o Zé através de vidros: o da livraria, e o do carro, quando corri até o estacionamento, tipo tiete deslumbrada, num último e vão esforço de conseguir seu autógrafo em meu velho e alquebrado exemplar de "A Jangada de Pedra". Não assisti palestra, não vi o homem cara a cara, meu livro permaneceu virgem da caneta dele, mas me diverti muito. Fiquei um tempão com a minha amiga Patricia Bigarelli, talentosa artista plástica que está expondo no saguão do Conjunto Nacional. Revi a Chica, ex-entomóloga do Museu de Zoologia, hoje também dedicada às artes. Filei poucos mas deliciosos canapés numa noite de autógrafos menos conturbada e mais nutritiva. Reencontrei, na malograda e furada fila de autógrafos, a Kaoru, que foi uma de minhas professoras mais queridas nos bons e velhos tempos de USP. E dei autógrafos! Vejam só, teve gente que saiu sem a assinatura do português mas levou a minha, no mundialmente famoso Café Literário! Pra mim o melhor foi quando, cercado pela turba furiosa com o fim da sessão no meio da fila e a ponto de ser linchado, o funcionário incumbido de acalmar os ânimos me avista lá longe, assistindo tudo de camarote, e acena pra mim "Oi, Martha!". Muitos rostos se viraram, dei meu melhor sorriso cínico, e acenei de volta. Serenada a revolução, multidão dispersada, fui bater papo com o Wilson e acabamos, depois do expediente, sentados no Fran?s com a simpática e bióloga Lica, também da Cultura, e batendo um papo muito legal. Moral da história: meus brincos novos são um sucesso, um monte de gente reparou!
E é isso. Tanta coisa tem acontecido que eu gostaria de postar aqui, mas não tá dando. Trabalho, escritos, leituras. Tanta coisa para ocupar o tempo.
Vivam intensamente!
Martha Argel
quinta-feira, 2 de outubro de 2003
Boa noite a todos.
O bicho tá pegando por aqui. Trabalho a dar com pau, e não estou reclamando. Entrou um estudo enorme pra fazer, e ontem me abalei até um município vizinho pra uma ''sabatina'' com um pessoal que ostenta o pomposo título de "missão do Banco Fulano" (um desses bancos internacionais poderosos que financiam obras caríssimas). Eram dois brazucas, mas pelo recinto zanzavam outros burocratas de sotaque hispano -- inclusive um que chavecava descaradamente uma secretária até que bonitona. Nossos inquisidores eram qualquer nota. Chatos. Pernósticos. Um tédio. Terminado o compromisso, um par de telefonemas me forneceu o perfil de um deles. ''Ele tem problema'', foi o comentário sucinto de meu informante. Tá. Ok. Espero que isso não se transforme em meu problema...
O GRITO
Quem não foi, perdeu. Foi divertidíssimo! Talvez mais para nós que passamos o sábado fazendo milagre com a decoração do recinto. Giulia, Bila, Brida, Fernando, Rodrigo, vocês são ótimos!!! A Piper dava dó, correndo de um lado pro outro com assuntos familiares e pedindo desculpa toda vez que passava ventando. E, no domingo, o stress contínuo, a solução a toque de caixa de cada problema inesperado que ia aparecendo, os improvisos, tudo isso foi se encaixando e o resultado se estampava na cara de todos, organizadores e participantes. Um sucesso. Todo mundo curtindo.
Pra Giulia e pra mim, o evento foi excelente: carinho dos leitores, a maravilhosa reação a nossos textos... e boas vendas!!! Que se deveram, em grande parte, à fantástica atuação de nossa super-vendedora Mônica Beta, que fez um trabalho incrível.
O pessoal da PDY, Brida, Piper, Samara, Johnny, está de parabéns. E também a incrível turma do Anne Rice - BR; sem a empolgação e a animação deles, o evento não teria um terço do brilho que teve. E teve ainda o Eduardo com sua fantasia extraordinária, a Íris com sua simpatia e suas bijus de dar água na boca, o pessoal do Boca do Inferno, a Eliana Gomes e suas lindas bruxas, a Aniete com sua arte em sabonetes, o Dri e a Lila e o zine do Adorável Noite (tem conto meu nesse número!!!), o pessoal do Evento X, O Cid Vale Ferreira e todo mundo que apareceu por lá.
Deu um trabalho insano. Mas valeu a pena. O próximo é o Halloween. Você que no domingo não levantou a bunda do sofá tem mais uma chance de se divertir.
E é isso. Pelas próximas semanas continuarei infrequente por aqui. É um alívio ter tanto trabalho. É ótimo ser uma profissional respeitada. E é maravilhoso poder trabalhar no que a gente adora!
Cuidem-se, sejam felizes.
Martha Argel
O bicho tá pegando por aqui. Trabalho a dar com pau, e não estou reclamando. Entrou um estudo enorme pra fazer, e ontem me abalei até um município vizinho pra uma ''sabatina'' com um pessoal que ostenta o pomposo título de "missão do Banco Fulano" (um desses bancos internacionais poderosos que financiam obras caríssimas). Eram dois brazucas, mas pelo recinto zanzavam outros burocratas de sotaque hispano -- inclusive um que chavecava descaradamente uma secretária até que bonitona. Nossos inquisidores eram qualquer nota. Chatos. Pernósticos. Um tédio. Terminado o compromisso, um par de telefonemas me forneceu o perfil de um deles. ''Ele tem problema'', foi o comentário sucinto de meu informante. Tá. Ok. Espero que isso não se transforme em meu problema...
O GRITO
Quem não foi, perdeu. Foi divertidíssimo! Talvez mais para nós que passamos o sábado fazendo milagre com a decoração do recinto. Giulia, Bila, Brida, Fernando, Rodrigo, vocês são ótimos!!! A Piper dava dó, correndo de um lado pro outro com assuntos familiares e pedindo desculpa toda vez que passava ventando. E, no domingo, o stress contínuo, a solução a toque de caixa de cada problema inesperado que ia aparecendo, os improvisos, tudo isso foi se encaixando e o resultado se estampava na cara de todos, organizadores e participantes. Um sucesso. Todo mundo curtindo.
Pra Giulia e pra mim, o evento foi excelente: carinho dos leitores, a maravilhosa reação a nossos textos... e boas vendas!!! Que se deveram, em grande parte, à fantástica atuação de nossa super-vendedora Mônica Beta, que fez um trabalho incrível.
O pessoal da PDY, Brida, Piper, Samara, Johnny, está de parabéns. E também a incrível turma do Anne Rice - BR; sem a empolgação e a animação deles, o evento não teria um terço do brilho que teve. E teve ainda o Eduardo com sua fantasia extraordinária, a Íris com sua simpatia e suas bijus de dar água na boca, o pessoal do Boca do Inferno, a Eliana Gomes e suas lindas bruxas, a Aniete com sua arte em sabonetes, o Dri e a Lila e o zine do Adorável Noite (tem conto meu nesse número!!!), o pessoal do Evento X, O Cid Vale Ferreira e todo mundo que apareceu por lá.
Deu um trabalho insano. Mas valeu a pena. O próximo é o Halloween. Você que no domingo não levantou a bunda do sofá tem mais uma chance de se divertir.
E é isso. Pelas próximas semanas continuarei infrequente por aqui. É um alívio ter tanto trabalho. É ótimo ser uma profissional respeitada. E é maravilhoso poder trabalhar no que a gente adora!
Cuidem-se, sejam felizes.
Martha Argel
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