Bom dia, que frio!
Há muito tempo, anos até, eu não tinha uma rotina bem estabelecida, com local e horário certos para trabalhar, e os fins de semana só para mim.
Na última semana tive de me acostumar a minha mesa, meu novo computador e a um ambiente compartilhado com mais de uma centena de pessoas. Por enquanto está bom: saio de lá e deixo todos os problemas e urgências para trás, pego o trânsito com resignação porque não tenho pressa em chegar, e com isso tenho tempo para pensar na vida. Eu estava precisando disso. E estava precisando de um salário fixo no final do mês.
Quanto tempo vou agüentar? Pouco, é claro. Sempre foi assim e não vai mudar agora. De qualquer forma, o projeto tem menos de um ano e meio. Vai dar tudo certo.
Por enquanto, além de tomar pé no projeto, uma tarefa hercúlea por se tratar de um país sobre o qual eu não sabia nada (quem aí sabe levente a mão), minha atenção e minha ansiedade estão concentradas na viagem à capital do Suriname, Paramaribo. A contagem regressiva já começou, estou renovando o passaporte e viajo em duas semanas.
Alguém aí tem um dicionário português-holandês-português pra me arranjar???
beijos a todos, tenham uma boa semana e façam coisas que valham a pena.
Martha Argel,
(de momento deixando que os vampiros descansem tranqüilos em suas criptas)
domingo, 25 de julho de 2004
terça-feira, 20 de julho de 2004
Bom dia. Meu computador decrépito e semidecomposto está cada vez mais incompatível com o Blogger. Algum dia eu sumo, todo mundo vai achar que morri, me casei ou fui embora para o Suriname, e vai ser simplesmente que não consigo acessar o site.
Minha turnê por São Bento do Sul terminou muito bem, com direito a coletiva de imprensa (imaginem só, na mesa das "celebridades", junto comigo [ah!] estava um dos políticos mais inconfundíveis deste país, o Espiridião Amin!), almoço oferecido pelo prefeito, gentilezas e convites por toda parte e um bando de crianças pedindo autógrafo. Vixe!
Voltei pra Sampa num ônibus confortável, com um sujeito roncando como uma moto-serra com ataque de asma. Um terror. Saí de Santa Catarina quando a temperatura despencava, mas não escapei do frio, pois ele chegou logo atrás de mim nesta terra da garoa gelada.
Neste momento, estou toda encapotada, pronta para dar um pique num laudo de fauna que estou terminando. Depois disso, tenho um desafio enorme pela frente: começar a decifrar um país incrível, multirracial, paupérrimo onde, se tudo correr bem, estarei desembarcando em menos de um mês. Ou vocês acham que eu estava brincando quando falei em ir para o Suriname?!
beijos & queijos, cuidem-se, e cuidado com a gripe!
Martha Argel
Minha turnê por São Bento do Sul terminou muito bem, com direito a coletiva de imprensa (imaginem só, na mesa das "celebridades", junto comigo [ah!] estava um dos políticos mais inconfundíveis deste país, o Espiridião Amin!), almoço oferecido pelo prefeito, gentilezas e convites por toda parte e um bando de crianças pedindo autógrafo. Vixe!
Voltei pra Sampa num ônibus confortável, com um sujeito roncando como uma moto-serra com ataque de asma. Um terror. Saí de Santa Catarina quando a temperatura despencava, mas não escapei do frio, pois ele chegou logo atrás de mim nesta terra da garoa gelada.
Neste momento, estou toda encapotada, pronta para dar um pique num laudo de fauna que estou terminando. Depois disso, tenho um desafio enorme pela frente: começar a decifrar um país incrível, multirracial, paupérrimo onde, se tudo correr bem, estarei desembarcando em menos de um mês. Ou vocês acham que eu estava brincando quando falei em ir para o Suriname?!
beijos & queijos, cuidem-se, e cuidado com a gripe!
Martha Argel
quinta-feira, 15 de julho de 2004
Bom dia a todos. Estou neste momento em um aconchegante hotel em estilo alemão, na bonita cidade de São Bento do Sul, Santa Catarina. Ainda bem que aproveitei para caminhar um pouco de manhã, porque agora chove lá fora.
Gente hospitaleira, comida maravilhosa. Tem muita coisa boa nesse Brasilzão de meudeus, basta a gente abrir os olhos, enxergar e deixar de lado a mania de só ver o que é ruim em nosso povo.
Ontem fui à arbertura da Feira de Dança e Literatura, promovida pela prefeitura. Bati um papão com o prefeito, um sujeito bonitão e simpático, e meu nome foi citado várias vezes nos discursos de abertura e boas vindas. Engraçado que não coneguem pronunciar meu sobrenome aqui, sai sempre "Árguel", e não "Arjél".
Amanhã dou duas oficinas sobre meio ambiente para alunos de primeiro grau (ah, como é que chama agora?)...
Opa, ia escrever mais, mas minha editora, a Marta (pois é, ontem nas boas vindas: "Agradecemos a presença das escritoras Marta e Martha", rimos até), acaba de chegar pra me dizer que em dez minutos somos esperadas para um almoço com o prefeito.
beijos e queijos, comportam-se (mal)
Martha Argel
Gente hospitaleira, comida maravilhosa. Tem muita coisa boa nesse Brasilzão de meudeus, basta a gente abrir os olhos, enxergar e deixar de lado a mania de só ver o que é ruim em nosso povo.
Ontem fui à arbertura da Feira de Dança e Literatura, promovida pela prefeitura. Bati um papão com o prefeito, um sujeito bonitão e simpático, e meu nome foi citado várias vezes nos discursos de abertura e boas vindas. Engraçado que não coneguem pronunciar meu sobrenome aqui, sai sempre "Árguel", e não "Arjél".
Amanhã dou duas oficinas sobre meio ambiente para alunos de primeiro grau (ah, como é que chama agora?)...
Opa, ia escrever mais, mas minha editora, a Marta (pois é, ontem nas boas vindas: "Agradecemos a presença das escritoras Marta e Martha", rimos até), acaba de chegar pra me dizer que em dez minutos somos esperadas para um almoço com o prefeito.
beijos e queijos, comportam-se (mal)
Martha Argel
sábado, 10 de julho de 2004
Bom dia. Tá esfriando! Estou com mais frio agora do que quando acordei.
Hoej serei breve, porque tenho trabalho saindo pelas orelhas. É, choveu na minha horta!
Passei boa parte da semana num lugar maravilhoso chamado Bom Sucesso do Itararé, lá no fim do estado de São Paulo. Se tropeçasse, caía no Paraná. Lindo. Frio. Fiquei na pensão da dona Ozélia, que serve as refeições dos hóspedes na cozinha da sua casa. Fogão a lenha. Delícia. Quando me despedi, ela me presenteou um pão que ela tinha assado e me pediu para ligar pra ela quando chegasse em casa, avisando que estava tudo bem. Liguei.
Durante a viagem fui pro mato estudar a fauna, conversei com gente que tinha visto assombração, tive planos mirabolantes para a conservação da natureza no município e colhi pinhão no pé da araucária.
Agora deixa eu ir trabalhar, que estou com novos e maravilhosos sonhos. Se virarem realidade...
beijos a todos os que usam e abusam de seu direito de sonhar e voar alto
Martha Argel
Hoej serei breve, porque tenho trabalho saindo pelas orelhas. É, choveu na minha horta!
Passei boa parte da semana num lugar maravilhoso chamado Bom Sucesso do Itararé, lá no fim do estado de São Paulo. Se tropeçasse, caía no Paraná. Lindo. Frio. Fiquei na pensão da dona Ozélia, que serve as refeições dos hóspedes na cozinha da sua casa. Fogão a lenha. Delícia. Quando me despedi, ela me presenteou um pão que ela tinha assado e me pediu para ligar pra ela quando chegasse em casa, avisando que estava tudo bem. Liguei.
Durante a viagem fui pro mato estudar a fauna, conversei com gente que tinha visto assombração, tive planos mirabolantes para a conservação da natureza no município e colhi pinhão no pé da araucária.
Agora deixa eu ir trabalhar, que estou com novos e maravilhosos sonhos. Se virarem realidade...
beijos a todos os que usam e abusam de seu direito de sonhar e voar alto
Martha Argel
sábado, 3 de julho de 2004
Bom dia, parece que encontrei um ritmo adequado para atualizar este blog -- semanalmente.
Nos últimos dias, algum tipo de ordem foi-se instalando no caos rotineiro da vida, e consegui fazer algumas coisas que vinha adiando há muito. Resolver pendências deixa a gente de bem consigo próprio, dá ânimo para, aos pouquinhos, acelerar a velocidade com que tudo acontece.
Um envelope verde
A melhor coisa da semana chegou pelo correio. Um envelope verde-escuro. Dentro, cinco folhas verde-claras (ou seriam amarelas? tenho problema com esse tom de cor), impressas frente e verso com uma letra pequena e bonita. Também duas fotos de um bebê lindo. Chorei de emoção enquanto lia a carta. Aos poucos estou lendo de novo. Eu a levo pra todo canto. Acho que nunca fiquei mais feliz por receber uma carta. Claudia, muitos beijos. Também não te esqueço!
Eventos inesperados
O fato de um plano estabelecido não dar certo não significa necessariamente um fracasso. Dia desses fui com uma amiga ao cinema; já foi uma vitória ter ido, pois quando combino sair com alguém de noite em geral dou o cano. Mas não assistimos o filme, a sessão estava lotada. Esperar até as dez da noite, nem pensar. Já estávamos por lá, vamos aproveitar. Comemos dois mega-pedaços de torta, a trufada estava um sonho. Passamos pela Cultura e comprei mais um livro de vampiros. E descobri que um amigo meu dos velhos tempos, o Marcelo Teixeira publicou um livro lindo! Além da companhia inteligente e divertida da Eliane, a noitada me reservou duas surpresas, e por duas vezes topei com amigos que há anos não via, primeiro a Radenka, depois o Paulo Kiyoshi. Reencontrar-se com o passado faz a gente se sentir bem. Viva.
São Paulo, São Paulo
Saí da toca e fiz as pazes com esta cidade maravilhosa. Primeiro foi o centro: Ladeira da Memória, Viaduto do Chá, Praça do Patriarca. Café Girondino, não percam! Na igreja de São Bento, linda, a oração dos monges faz esquecer a imensa megalópole do lado de fora das portas.
E ontem, finalmente, reparei uma falta e fui ao MASP. Velazquez, Dürer, Van Weyden, Bosch, Botticelli (e muitos outros que vocês curtem, mas eu nem tanto), todos aqui do meu ladinho. Me senti BEM. Melhor ainda por estar em companhia da Monica Beta, e por voltarmos, depois da visita ao museu, a nossas longas sessões de leitura. Valeu, Moniquinha! Por TUDO (principalmente as boas notícias).
Agora vou aproveitar a linda manhã. Aproveitem também, não assistam à vida passar, largados no sofá da sala.
Martha Argel
Nos últimos dias, algum tipo de ordem foi-se instalando no caos rotineiro da vida, e consegui fazer algumas coisas que vinha adiando há muito. Resolver pendências deixa a gente de bem consigo próprio, dá ânimo para, aos pouquinhos, acelerar a velocidade com que tudo acontece.
Um envelope verde
A melhor coisa da semana chegou pelo correio. Um envelope verde-escuro. Dentro, cinco folhas verde-claras (ou seriam amarelas? tenho problema com esse tom de cor), impressas frente e verso com uma letra pequena e bonita. Também duas fotos de um bebê lindo. Chorei de emoção enquanto lia a carta. Aos poucos estou lendo de novo. Eu a levo pra todo canto. Acho que nunca fiquei mais feliz por receber uma carta. Claudia, muitos beijos. Também não te esqueço!
Eventos inesperados
O fato de um plano estabelecido não dar certo não significa necessariamente um fracasso. Dia desses fui com uma amiga ao cinema; já foi uma vitória ter ido, pois quando combino sair com alguém de noite em geral dou o cano. Mas não assistimos o filme, a sessão estava lotada. Esperar até as dez da noite, nem pensar. Já estávamos por lá, vamos aproveitar. Comemos dois mega-pedaços de torta, a trufada estava um sonho. Passamos pela Cultura e comprei mais um livro de vampiros. E descobri que um amigo meu dos velhos tempos, o Marcelo Teixeira publicou um livro lindo! Além da companhia inteligente e divertida da Eliane, a noitada me reservou duas surpresas, e por duas vezes topei com amigos que há anos não via, primeiro a Radenka, depois o Paulo Kiyoshi. Reencontrar-se com o passado faz a gente se sentir bem. Viva.
São Paulo, São Paulo
Saí da toca e fiz as pazes com esta cidade maravilhosa. Primeiro foi o centro: Ladeira da Memória, Viaduto do Chá, Praça do Patriarca. Café Girondino, não percam! Na igreja de São Bento, linda, a oração dos monges faz esquecer a imensa megalópole do lado de fora das portas.
E ontem, finalmente, reparei uma falta e fui ao MASP. Velazquez, Dürer, Van Weyden, Bosch, Botticelli (e muitos outros que vocês curtem, mas eu nem tanto), todos aqui do meu ladinho. Me senti BEM. Melhor ainda por estar em companhia da Monica Beta, e por voltarmos, depois da visita ao museu, a nossas longas sessões de leitura. Valeu, Moniquinha! Por TUDO (principalmente as boas notícias).
Agora vou aproveitar a linda manhã. Aproveitem também, não assistam à vida passar, largados no sofá da sala.
Martha Argel
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