quinta-feira, 23 de junho de 2005

Consegui!
Destruí toda a minha sala. Transformei o tablado numa pilha de tábuas bem arrumadinhas. Arranquei o rodapé e ainda tirei os taruguinhos e o cimento que o mantinham firme no lugar. Depois limpei tudo.
Os pedeiros (que chamei quando ainda achava que não conseguiria, e que só vieram ontem), não acreditaram. "Mas você fez tudo sozinha?". Sim! Eu fiz! Eu posso!
Agora estou com a cabeça cheia de idéias realmente ousadas. Mas vão ficar pra depois. Hoje tô indo pro mato estudar passarinhos. Nesse frio, devem estar todos de pantufinhas e cachecóis!
Aproveitem a chegada do inverno: sopinhas, cobertores aconchegantes e meias de lã. Delícia.

beijos & queijos-quentes

Martha Argel

terça-feira, 21 de junho de 2005

Bom dia. Se você está atrás de bom-humor, vá embora já, antes de se arrepender!

Um caminhão cheio de...

Burocracia é a pior merda que tem. Ultimamente, parece que toda minha vida gira em torno de documentos imbecis que me fazem correr de um lado para outro.
Tem um documentozinho especialmente imbecil que me deixa enfurecida. Sabe aquela frase "se eu soubesse quem inventou essa merda eu matava"? Eu sei quem inventou essa merda. Eu sei qual o motivo que levou essa pessoa a inventar essa merda. A merda demora pra ficar pronta porque tem que ser aprovada por outra pessoa. Eu sei quem é a pessoa que aprova essa merda. E sei porque é que a aprovação da merda demora.
Tem horas que saber demais é uma merda maior do que a burocracia.

Respeito é bom e a gente gosta

Ando emputecida com a falta de respeito das editoras com os autores. A reclamação não tem nada a ver com ego, com aquela concepção quase universal entre os escritores de que SUA obra é o supra-sumo da arte, o ápice da criatividade humana. Minha queixa tem a ver com cortesia, respeito e honra. Nesse ponto, a relação entre editoras e autores reflete exatamente o resto da sociedade: parece que ninguém se lembra o que é gentileza, e que a arte de retribuir consideração com consideração caiu em desuso.
A cada nova editora aprendo novas formas de descortesia. Experiência recente: me apareceram com um pedido de ajuda, urgente, me ofereceram várias contrapartidas e me trataram com gentileza. Fiz o que pediram, e até mais, e mais rápido do que esperavam. Os agradecimentos vieram sob a gélida forma de e-mail. Sempre que quis novidades era eu quem entrava em contato. As contrapartidas prometidas ou foram arrancadas a fórceps ou simplesmente não vieram.
Agora digo eu: foda-se. Pedi pra fazer a revisão final, eles acharam que não precisava, e o livro saiu com um monte de erros. Não no meu texto, claro, mas em outros baseados no meu. Acho bom eles contratarem alguém pra cuidar disso na segunda edição, porque esse tipo de coisa é um prato cheio pra fofocas e achincalhações...
Fico torcendo pra me pedirem outro favor... se é que ainda se lembram de mim!

Terapia da martelada

Posto que a humanidade está me enchendo o saco nestes últimos tempos, resolvi literalmente colocar mãos à obra e destruir minha sala de estar. Está uma beleza, parece Bagdá depois da libertação pelos ianques. Tirei quase todos os móveis e arranquei o carpete e parte do rodapé. No momento estou trabalhando num tablado de madeira que delimitava, por meio de um desnível, a sala de jantar. Eu precisaria de um pé de cabra, mas não tenho, de forma que vai na base do martelo e chave de fenda. Minha mão está toda roxa de marteladas e lanhada pelas farpas da madeira, sem falar nos calos que vão se formando, mas acho que termino de desmantelar tudo entre hoje e amanhã.
Tô enlouquecendo a casa toda com minhas marteladas. Espero que os vizinhos do lado estejam incomodados.
E por que isso? Não cozinho, não costuro, há muito não faço tricô ou crochê, e não gosto da idéia de que a única coisa que consigo fazer com as mãos é escrever. Agora aprendi, na marra, a lidar com o martelo e com pregos. A sensação é ótima, recomendo. Não tem nada melhor do que dar uma bela martelada e imaginar que o alvo é outro!
Um martelo é bem mais barato do que terapia, e muito mais confiável. Afinal, um martelo é sempre um martelo, e um psiquiatra às vezes é um picareta!

Beijos, tenha um bom dia, compre um martelo e seja feliz!
Martha Argel

sábado, 18 de junho de 2005

Bom dia.

Ontem foi um dia televisivo. Passei a manhã no parque do Ibirapuera, gravando uma matéria para o Repórter Eco, da TV Cultura, junto com o fotógrafo Fábio Colombini. O tema foi nosso livro Maravilhas do Brasil - Aves. Quem nos entrevistou foi a Teresa Cristina de Barros. Muito simpática, e sei de fonte segura que é uma excelente profissional. Enquanto gravávamos, as aves se comportaram bem e deixaram-se filmar e fotografar como se fizessem isso o tempo todo.
De tarde, recebi um DVD com o piloto de um programa de entrevistas do qual participei. Era só um trabalho do curso de Rádio e TV da Anhembi-Morumbi, um exercício prático dos alunos, mas pra mim foi útil. Eu nunca tinha gravado em estúdio, e serviu como um laboratório quanto a posturas, gestos, expressões. Não ficou ruim, mas é muito estranho a gente se ver na tevê. Creio que nunca somos da forma como nos imaginamos.
Bem entre uma coisa e outra, permiti-me brindar a mim mesma com um pequeno mimo: uma bolsa cor de malva, que combina com minha querida calça rosa-antigo. Um item insólito, se seis meses atrás uma cartomante predissesse tal aquisição, eu a xingaria de embusteira e pediria a grana de volta.
Minha prima Claudia, ao ver a peça, abanou a cabeça, desolada e lamentou-se: "minha prima, bióloga, escritora e... perua!". Eu a corrigi, ofendida: "Não! É o contrário: perua, escritora e bióloga". Engraçado que a Giulia Moon teve a mesma reação que a Clau, mas acrescentou "... pelo menos é uma ave, né?". Vixe, vejam só o que O Esquadrão da Moda fez comigo!

beijos a todos, tenham um bom final de semana

Martha Argel

segunda-feira, 13 de junho de 2005

Uma leitora do Relações de Sangue, a Beatriz Rezende Ramos, assistiu à palestra que dei sobre Origem e Evolução dos Vampiros e ficou com algumas dúvidas, que me mandou por e-mail. Como achei que outras pessoas podem se interessar, em vez de responder em pvt, decidi postar aqui. Espero que as respostas estejam a contento, Beatriz!

1. Na sua palestra, você só falou da evolução dos vampiros que tomam sangue, mas em uma de suas histórias, há um vampiro psíquico. Você teria alguma explicação?
R. Muita gente acredita na existência de "vampiros psíquicos", pessoas que sugariam a força vital de outras pessoas, e que se alimentariam de sua energia. Quando escrevi minha história, resolvi usar com personagem esse tipo especial de vampiro, pois ele me permitiria alcançar o resultado que eu tinha planejado para o desenrolar da ação.
Ao escrever uma obra de ficção, temos a liberdade de incorporar à história todos os elementos que, em nossa opinião, vão enriquecê-la e torná-la mais interessante. Agora, atenção: o fato de usar certos elementos numa história não quer dizer que um escritor acredite neles ou os leve a sério na vida real, ok?

2. No Relações de Sangue você comentou que um vampiro só tem medo da cruz dependendo da crença dele antes da morte. Mas os vampiros são seres sem alma, e na palestra você disse que eles têm medo da cruz, porque ela representa Deus. O que você acha?
R. Não se esqueça de que o vampiro é um personagem da ficção, e como tal, está totalmente à mercê da vontade do autor. Cada escritor cria seus vampiros da forma como bem entende, e isso é válido para Bram Stoker, Anne Rice, eu, você e qualquer outro que queira escrever sua própria história.
Essa noção de que vampiros não têm alma vem de crenças folclóricas antigas. Não tenho muito interesse por discussões "filosóficas" sobre religião, e nem pretendo discutir "a sério" a natureza de seres mitológicos. A relação que estabeleci entre meus vampiros e os símbolos religiosos é puramente pragmática, e permite que eu introduza na história um elemento de tensão: será que o vampiro ameaçador X pode ser detido com uma simples hóstia? Só isso. Meus vampiros são todos inventados, e não preciso obedecer a nenhuma crença ou concepção criada por outras pessoas.

3. Você disse na palestra que a criação dos vampiros é cultural, não biológica. Você acredita que existam vampiros, do tipo que só sai de noite e chupa sangue? Por que?
R. Claro que existem! Os morcegos-vampiros Desmodus rotundus, Diaemus youngi e Diphylla ecaudata só voam após o pôr-do-sol e alimentam-se do sangue de mamíferos e/ou aves.
Mas acho que você se refere aos mortos-vivos, não é? (rs)
Em Ciência, a ausência de evidência não é evidência de ausência. Em outras palavras, você pode provar que uma coisa ou fenômeno existe, mas não pode provar que ela não existe. Se eu afirmasse "vampiros mortos-vivos-sugadores-de-sangue não existem", eu estaria sendo tão pouco científica quanto se eu afirmasse "vampiros mortos-vivos-sugadores-de-sangue existem" sem ter provas de sua existência.
Posso colocar da seguinte forma a minha visão do assunto: há séculos as pessoas tentam comprovar a existência de vampiros mortos-vivos-sugadores-de-sangue, sem conseguir nenhuma prova (científica de verdade) acerca de sua existência. Duas hipóteses podem explicar esse fato: ou eles de fato não existem, ou são muito bons em se manter escondidos. Tendo em vista que muitas das características que consideramos "clássicas" nos vampiros morto-vivos-sugadores-de-sangue foram comprovadamente inventadas pela literatura e pelo cinema, eu diria que a maior probabilidade é que os vampiros morto-vivos-sugadores-de-sangue (do jeito que nós gostaríamos que existissem!) não existem.
Mas claro, eu posso estar completamente enganada!

4. Na palestra você disse que só tinha dado metade de tudo o que queria falar... Me conta?
R. Nessa palestra eu queria ter falado mais sobre as características atribuídas aos vampiros em cada uma das três fases evolutivas que identifiquei (monstro-da-aldeia, vampiro-vilão, vampiro-objeto-do-desejo) e como elas se desenvolveram em resposta ao ambiente social/cultural em que a figura do vampiro se inseria.
E ficou de fora toda a discussão sobre o mecanismo de surgimento de uma espécie na natureza, que por sua vez levaria à discussão sobre os ancestrais do vampiro eslavo (ele próprio ancestral do vampiro contemporâneo) e sobre seus parentes mais próximos, como as bruxas e o lobisomem.
Mas fica pra próxima, prometo!

abraços a todos

Martha Argel

quinta-feira, 9 de junho de 2005

Oi, todo mundo.

Encontro Internacional de RPG
O domingo que passei no EIRPG foi muito divertido. Fui com o Fernando Molina e a Maína, que adorei ter conhecido.
Chegamos cedo, antes das nove, e isso foi providencial. O fato é que o auditório onde daria minha palestra Origem e Evolução dos Vampiros era mais iluminado do que geladeira aberta; seria impossível ver as transparências que eram apenas toda a apresentação! Foi uma correria, mas no fim conseguimos mudar de auditório, e suponho que pelo menos o pessoal das primeiras fileiras conseguiu enxergar a projeção. Obrigada ao Silvio Alexandre e ao pessoal que ajudou a resolver os problemas de última hora!
O auditório esteve praticamente lotado durante toda a palestra (com direito a uma montoeira de gente na porta!), e apesar de eu ter falado durante uma hora e meia, percebi o interesse na cara das pessoas até o final.
Depois, durante a sessão de autógrafos, várias pessoas vieram dar os parabéns, e fiquei feliz com isso. Entre um autógrafo e o outro, tive o prazer de conhecer três fãs (ueba, eu tenho fãs!): o Fabian Thorm, a Beatriz e o João Campos. O Fabian levou seu exemplar do Relações de Sangue, um dos mais surrados que eu já vi!
Além disso, conheci pessoas legais, como a Larissa/Clepsidra, o Rafael "Moreno Alto", o Gustavo, a Elisabete, o Renato Malka, a Anna e o Giovanni (se esqueci alguém, desculpem!).
E revi vários amigos: Aka Draven, Mariana Albuquerque (autora de Coração de Demônio), Ana Cris, Mary, Zarma, Richard Diegues (autor de Magia ? Tomo I), Verena, Raul Tabajara, Carolina e meus queridíssimos Tuz e Nitro (de BH). Aliás, ganhei do Nitro um exemplar de seu livro Mítica, Sombras no Oriente.
Se quiserem ver fotos do EIRPG, visitem o site do Fernando (http://visuh.net/) e do Nitro (http://newtonrocha.multiply.com/).

Curta-metragem baseado em conto meu!
E na segunda-feira finalmente tive a chance de ver o curta baseado em meu conto de terror Adivinha o que tenho no meu freezer. Tem cinco minutos, é em preto e branco e ainda não está pronto, pois falta a trilha sonora. Mas dá medo! Ficou bem legal. Deve ser finalizado essa semana.
Assim que tiver notícias, aviso onde e quando será a estréia.

Pintando e bordando no Orkut e no Multiply!
Ok. Confesso. Estou me divertindo MUITO nessas redes de relacionamentos. Além de ter meu perfil tanto no Orkut quanto no Multiply (e também num menos cotado, o hi5), há várias comunidades que criei ou que meus amigos criaram pra mim:
JC, o pingüim Viajante (Multiply), JC, o Pingüim Viajante, Quero ser mordido pela Lucila!, Martha Argel e AraraBabo. E a Cíntia B. Lacerda criou, ainda, a comunidade Nós adoramos matar o Valente , em homenagem ao personagem de Adriano Siqueira, cuja primeira morte se deu justamente pelas mãos (ou dentes?) de minha vampira Lucila!
Apareçam, vou adorar encontrar vocês por lá!

beijos, queijos e divirtam-se, sempre!

Martha Argel