quarta-feira, 11 de março de 2009

A borboleta que bateu as asas no Himalaia


Ontem fez cinquenta anos que o governo chinês reinvindicou, a força, seu direito de posse sobre a remota e paupérrima região do Tibete.
Fiz meu ato de protesto. Durante duas horas mergulhei nas palavras vindas, por vias tortuosas, do alto e tempestuoso planalto tibetano. Junto comigo, umas sessenta pessoas das quais uma ínfima minoria, se alguém, já terá colocado os pés naquele território. Que eu saiba, havia na sala um único tibetano (ou talvez nem isso, quem sabe butanês). Até mesmo a pessoa que nos transmitia as palavras era, como eu, deste lado do Atlântico.
Se a China não tivesse invadido o Tibete, há meio século, um protesto não teria sido necessário ontem. Mas nem eu nem milhões de pessoas pelo mundo todo jamais teríamos ouvido as palavras vindas de lá, e elas transcendem em muito, mas muito mesmo, qualquer tipo de protesto, por mais justo e justificado que seja.
Isso é o karma em todo o esplendor de sua realidade: qualquer ação tem uma reação. E nunca se pode prever qual será. É isso que torna a vida tão fascinante.

Tashi delek!
(Boa sorte, saudação tradicional tibetana)
Martha

2 comentários:

Padma Lodrön disse...

Tashi delek, Martha my dear! Bobear a gente até já se conhece ou se trombou pelos gonpas dos Chagdud. Sou de BH (nunca Belô que é muito bichoso!)Chagdud Gönpa Dawa Drolma, mas já estive no Khadro Ling. Acabei de ler "Vazio Luminoso" da Francesca Fremantle, ex- aluna de Trumgpa Rinpoche. Muito bom! Recomendo! Sarwa mangalam!

Martha Argel disse...

Oi, Pema, obrigada pela visita :-)
Não conheço nem o Dawa Drolma nem o Khadro Ling.
Vou atrás do livro da Fremantle, obrigada pela dica.
beijos!