Último post do ano. Vi por aí, nos blogs, gente fazendo as habituais retrospectivas do que aconteceu ao longo do ano. Como é que elas conseguem? No meu ano acontecem tantas coisas que sou incapaz de fazer um resumo. Talvez elas passem o ano inteiro tomando notas, pensando já na elaboração de seu relatório anual. Affff, tô fora.
Mas vou tentar fazer uma retrospectiva dos últimos dias, incluindo eventos escolhidos de forma totalmente aleatória.
Coisas que rastejam de noite: noite dessas, enquanto estava no banheiro, luz apagada e sem óculos, como é meu hábito, senti algo fazendo cócegas no dorso do pé. Achei que era o cinto do roupão, pendurado na parede, mas pelas dúvidas corri pôr os óculos e acendi a luz. Argh. Era uma barata que tinha tentado subir no meu pé!
El perro volador: dia 25, Thor, meu pitpulga, no entusiasmo de latir pra um cachorro que passava, caiu da varanda. Três metros de altura. Meu coração ficou miudinho quando vi o bichinho lá embaixo na rua, encolhido, babando e cercado de sangue. Depois de muito examinar, o diagnóstico: duas unhas quebradas nas patas de trás. Já tá zero bala. Quem me deu a maior força foi a Wyrm, que é veterinária. Liguei pra ela e ela foi dando todas as instruções. VALEU, WYRM, AMIGA DO CORAÇÃO!
Transpiros ou vampestis?: ontem de madrugada, ação policial na frente de casa. Quatro viaturas pararam um táxi levando três travestis que tinham assaltado um rapaz. Os travestis mais medonhos que já vi na vida, diga-se de passagem. De repente, um policial de lanterna vai até a vítima, afasta o colarinho e examina seu pescoço, de um lado e de outro; o rapaz até inclinava a cabeça para colaborar. Fiquei pasma. Igualzinho filme de Drácula! Travestis... vampiros?! Depois, quando o policial examinou também as costas do cara, entendi: ele tinha sido agredido pelas moçoilas... a unhadas!!! Vixe, cada coisa que acontece...
Temível predador: numa de minhas caminhadas matutinas, uma cena insólita. No meio da rua três pombos comendo quaisquer que sejam as porcarias que pombos comem, e muito agachadinho, na tocaia, um gato amarelo, daqueles gatos adolescentes, magrelos, pernudos e tontos, crente de que suas presas não o viam. De repente ele dava uma corridinha, rastejante, rumo às aves, e elas, sem se abalar, simplesmente andavam um pouquinho mais pra frente, mantendo a distância. E o gatolo lá, lambendo os beiços e se achando uma temível fera das selvas.
Produtividade: acabei hoje de escrever um conto. 16 páginas, o mais longo que já escrevi. Há três anos e meio não escrevia uma ficção científica. Termino feliz o ano.
Moluscos de Natal: na noite de Natal, teve comilança, sim, senhor. Mas teve também um documentário sobre a vida sexual das lulas gigantes. Fascinante. Gosto de biólogo não se discute, ok?
Año Nuevo, libros y alfajores: depois de amanhã a estas horas, estarei batendo perna por Florida, a rua mais agitada de Buenos Aires, provavelmente fazendo compras ou tomando algo num café. A capital portenha é uma das poucas cidades do mundo onde você pode comprar livros à uma da manhã. Os habitantes locais vão dormir tão tarde que provavelmente o estilo de vida de um vampiro passaria totalmente despercebido!
É isso aí, amigos. Pra todos um FELIZ ANO NOVO. E acompanhem aqui, a partir de 2 de janeiro, a crônica on-line de minha viagem rumo à Patagônia!
Besos y quesos y hasta pronto!
Martha Argel
quarta-feira, 31 de dezembro de 2003
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