quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Por algum motivo insondável, poesia em geral não me diz nada. Não, não é que eu não goste de poesia. Eu simplesmente não consigo entender poesia. De novo: não é que eu não goste de poesia. Eu desligo. Meu cérebro não registra. Se estou ouvindo, não compreendo as palavras. Se estou tentando ler, meus olhos vagueiam e param no número da página. Acontecia a mesma coisa com fórmulas matemáticas, na faculdade. Eu não conseguia vê-las.
Mas uma ou outra poesia fura a barreira de minha insensibilidade poética. Não sei o porque. Parece ser aleatório. Uma das raríssimas exceções é essa aí de baixo, que aprendi quando era criança. Ouvi no rádio outro dia, lá no apartamento do meu consorte, na Cidade Maravilhosa. E meu dileto e amoroso parceiro fez a gentileza de conseguir o poema inteiro. A foto aí em cima tirei em Sintra, Portugal, no Palácio da Pena.
Ismália
Alphonsus de Guimarães(1923)
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava perto do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
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2 comentários:
Incrível coincidência. Acho que ensinavam as maes nas mesmas escolas. Conheco de bebe esse poema. Nao sabia nem de quem.Vi no seu blog maravilhoso junto com muita cor só sua, enfestando as paginas. Nao tenho costume de ir a blog.Sou mais do email.Como é bom ver cheia da alegria da vida, essa menina ex-CLFC.Beijao saudoso.Norton
Norton, que surpresa tão boa receber sua visita aqui! Que bom que vc gostou tanto quanto eu de reencontrar-se com a Ismália.
Grande beijo carinhoso, saudades!
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