terça-feira, 31 de dezembro de 2002

Último post do ano, embora isso não signifique nada. Amanhã o sol vai nascer como tem nascido em qualquer outro dia. Vai brilhar sobre um número um pouco maior de bêbados, é verdade, e daí umas horas este grande e miserável país terá um novo presidente, que a gente espera consiga melhorar a qualidade de vida, não só dos pobres mas também da empobrecida e deprimida classe média (esperança contra todo o bom-senso, pois as nuvens negras se acumulam no horizonte enquanto os abutres sorriem de satisfação).

Afinal, fui ao Rio. Revi amigos e conheci pessoas. Foi bom. Minha alma agradeceu.

De volta, o calor parece mais insuportável, o sono invencível, a falta de ânimo gigantesca. Sinto uma dor de cabeça persistente. Não sou, em definitivo, a mais entusiasmada das criaturas.

Pra quem curte, Feliz Ano Novo, muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender, essas coisas todas que todo mundo repete à exaustão.

Martha Argel

quinta-feira, 26 de dezembro de 2002

Olá.

Autodefesa 1
E foi assim que mais um natal se foi. Um ano até o próximo circo. Não foi tão ruim, na verdade. Sei que tenho um talento incomum em adaptar-me a situações que a princípio parecem insuportáveis. Tenho paciência e a capacidade de encontrar focos de interesse nas situações mais insossas. Não encontro dificuldade em iniciar qualquer conversação e um piloto automático exemplar me permite prolongá-las quase indefinidamente. Podem chamar de instinto de sobrevivência.

Autodefesa 2
Sou dona e senhora de uma infinidade de mundos. Às vezes a vida no planeta Terra se torna agradável e por dias, semanas, meses, deixo de freqüentar minhas propriedades. Ultimamente tenho visitado uma delas com tal assiduidade que penso estabelecer-me um bom tempo por lá. Parece um bom plano para 2003.

Contra-ataque
Há aqueles que cativam os outros, sem aviso ferem-nos de morte, e então seguem adiante, puros como profetas, já esquecidos da vítima agonizante. Lanço sobre tais pessoas a maldição da insatisfação eterna. Que habitem para sempre um inferno de sua própria autoria.

Ataque
Quero meus sonhos de volta.
Quero minha força de volta.
Quero poder desfrutar a pessoa na qual me transformei.

Talvez eu volte nos próximos dias. Para o caso de não voltar, já vou desejando a todos um bom resto de ano.

Martha Argel


terça-feira, 24 de dezembro de 2002

Oi a todos!
Uma coisa boa aconteceu faz poucos dias e ninguém percebeu. Dia 22 foi o solstício de verão. Bobagens esotéricas à parte, além de representar o início do maldito verão, foi o dia mais longo do ano. Daí pra frente é só ladeira abaixo!!!! Uipi, os dias vão ficando mais e mais curtos! A única merda é que, infelizmente, segundo os registros meteorológicos, janeiro tem médias de temperatura mais altas do que dezembro. No meu caso em particular, outra coisa boa: no solstício de verão, o sol chega ao extremo sul de seu percurso; é o único dia do ano em que ele brilha perpendicularmente a nossas cabeças paulistanas, já que moramos exatamente a cavaleiro do trópico de Capricórnio. A partir de agora o sol nasce cada dia mais a norte, e logo ele pára de bater na mesa onde trabalho com o laptop. Depois que aqueles filhos da puta detonaram os eucaliptos que tinha aqui em frente, dando-me de presente uma paisagem tipo pós-bombardeio, minha sala virou um forno hiper-iluminado. É foda. Como um ser humano normal consegue usar o cérebro num ambiente desses? Claro que eu poderia resolver esse problema com umas cortinas. Talvez eu pense nisso mês que vem, enquanto todo o país está entregue à lezeira do verão, férias, muito sol, areia nas frieiras e abundante exposição de banhas nas praias.
Realmente, descobri que as pessoas desprezíveis não são a causa de minha irritação, apenas combustível para ela. As verdadeiras causas estão no calor, na falta de dinheiro e na babaquice inerente à época.
Vou comemorar a véspera de natal caminhando, trabalhando no livro, jogando FreeCell e checando os e-mails quatro vezes durante o dia. De noite agüento o suplício de uma família a cada ano menor, e como salpicão, tender e algumas frutas. Amanhã caminho oito quilômetros e me desfaço de uma parte das calorias. Recomendo a todos fazerem o mesmo.
Desejo a todos um tremendo saco pra agüentar estes dois dias.

Martha Argel

sábado, 21 de dezembro de 2002


Boa tarde.

Há coisas que me irritam. Umas irritam mais, outras irritam menos. Algumas não irritam mais, outras ainda irritam. Algumas não deveriam irritar, mas.
E assim, portanto, desde ontem estou irritada. Por uma bobagem, uma estupidez. Passado, faça o favor e permaneça passado, não me importune no presente, pois tenho coisas mais importantes com que me preocupar.

Linhas e caminhos cruzados
Vanessa me ligou no final da tarde. Como sempre a conversa se esticou. Fez-se noite e eu, ao telefone, não me dei ao trabalho de acender a luz. De repente, som de passos um vulto aparece na sala escura. “Oi, o telefone estava ocupado, resolvi aparecer”. A Giulia. Mal sabia eu, o Tetsuo estava tentando ligar também. Mas ele não apareceu. Freguesia do Ó é longe demais.

Poderoso
Descobri (mais) uma particularidade de meu super-cão Thor, o pitpulga. Acho que todo mundo sabe que quando a gente coça um determinado ponto nas costelas de um cachorro, ele tem um reflexo de mexer com a pata de trás, como se estivesse coçando. No interior, o pessoal diz que o cachorro, quando faz isso, toca viola. Pois bem, desde que o Thor veio pra casa eu tento encontrar o ponto T nas costelinhas dele, em vão. Ontem descobri que estava procurando no lugar errado: o dele é nas costas, perto da base do rabinho! E mais, quando a gente coça ali, ele não só toca viola como começa a mordiscar o que estiver por perto, principalmente se for a mão ou a roupa da gente! Esse pentelhinho é o máximo!

O amor de um vampiro sempre é perigoso...
Continuo trabalhando no livro Amores perigosos. Consegui resolver uns problemas sérios da trama, e agora devo avançar razoavelmente depressa pelos próximos dias. Meus leitores-beta mais assíduos têm sido a Giulia e o Tetsuo, e os comentários deles têm sido preciosos. Se quiserem ler um trechinho desse livro, cliquem aqui.

Nau sem rumo
A viagem pro Rio ficou adiada: dia 27. Giu, Tetsuo e eu indo visitar a Vanessa. Vai ter mais gente chegando de outros cantos. Quer saber? Tou indo sem passagem de volta. Significa que não sei quando volto. Easy rider. Há muito não faço isso.

Bom, eu ia continuar fingindo que tenho assunto, mas a irritação se aprofundou. Foda-se.

Tem muita gente por aí parando de blogar por causa do fim de ano, desejos de boas festas, feliz natal, ano novo que tudo se realize, essa merda toda. Eu não vou parar, não mais do que já tenho parado (tô postando a cada 3-4 dias?). Essa época babaca não merece que eu mude meus hábitos.

Tenham todos um bom fim de semana, exceto aqueles que merecem se foder. Pra esses eu desejo que o fim de semana seja uma merda, bem como o resto de suas vidas.

Martha Argel

quarta-feira, 18 de dezembro de 2002

De novo a dúvida: às 05:30 da manhã é bom-dia ou boa-noite?

Estou atualizando de teimosa, nos últimos dias não aconteceu nada de muito relevante. Os filmes que assisti com a Giulia Moon no domingo já estão devidamente comentados no blog dela. As caminhadas diárias têm transcorrido sem incidentes dignos de nota. Meu telefone mantém-se persistentemente mudo. Ontem assisti um episódio de Buffy, da última temporada, e não achei nada de mais, mas de qualquer forma voltei a gravar e quero ver se gravo toda a temporada. Terminei um relatório de impacto ambiental que espero que redunde em algum depósito em minha combalida conta bancária. Continuo escrevendo "Amores Perigosos", continuação do ''Relações de Sangue", e a Giulia e a Carmilla me ajudaram a resolver alguns percalços da trama. E já estou trabalhando no projeto de outro livro, não-ficção, cujo tema ainda não posso dizer, porque tá cheio de urubu rodeando, sempre.

De resto, sem um puto, só de olho nas contas que vou ter de pagar no mês que vem. O coração há muito não bate por ninguém, e não há ninguém que possa representar alguma perspectiva. Nenhum plano muito emocionante à vista, e nem posso fazer nenhum, com essa penúria financeira que se abate sobre mim.

Acho final de ano um pé no saco, principalmente quando não tenho dinheiro. Uma coisa que me deixa no fundo do poço é imaginar que alguém vá me dar um presente que não poderei retribuir porque não tenho um puto para comprar sequer uma porta de entrada decente para minha casa, que dizer de presentes a ser dados por obrigação. Eu odeio natal, abomino passagem de ano. Pelo menos quando tenho grana, posso comprar minha tranqüilidade. Este ano, porém, vai ser foda.

Coisas boas? O telefonema de um amigo fazendo planos mirabolantes, me empurrando a sonhar e elogiando meu corpo ''novo''. Não voltei a ganhar peso e me sinto muito bem. Sábado, a Giu e eu vamos pro Rio (eu estaria mais feliz se tivesse grana para isso, mas sei que quando chegar lá e me encontrar com os amigos, nem vou lembrar disso...). Parece que vai pintar mais um projeto de livro. Os e-mails de fãs continuam chegando, embora tenham minguado muito. Mas o que mais me impulsiona adiante nestes dias: eu realmente estou com vontade de trabalhar, e trabalho com gosto, cumpro metas e sinto as coisas indo adiante. Quem sabe daqui uns dias, algumas semanas no máximo, me sinto no direito de voltar a sonhar?

Cuidem-se, todos. Pra quem gosta, curtam o clima natalino. Pra quem detesta, toda minha solidariedade e a certeza de que logo termina.

Beijos

Martha Argel

domingo, 15 de dezembro de 2002

Bom dia.

Hoje quero falar de uma amiga, Jacqueline Bishop, americana que mora em New Orleans. Conhecemo-nos em 1996, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, durante um congresso sobre conservação de aves.
Jacqueline é artista plástica, e vem expondo desde 1987, sempre tendo como tema a natureza e sua destruição. Apaixonada pelo Brasil, há muitos anos sua principal fonte de inspiração é o estado do Acre, a floresta amazônica e a luta pela conservação da biodiversidade. Seus quadros não são apenas representações da natureza, mas afirmações políticas. Não são passivos. Impossível olhar suas imagens sem sentir uma perturbação crescente.


Imaginaire, 1994


Detalhe da instalação Terra, 1999.

Há três anos ela é presidente do BACI, Brazilian-American Cultural Institute, organização sediada em New Orleans. Fundada há mais de 20 anos, o BACI preocupa-se em divulgar a cultura brasileira e unir brasileiros e não-brasileiros através da arte, da música, da culinária e de conferências em Português.
Resolvi falar da Jacqueline porque há dias venho pensando nela, desde a indicação de Marina Silva para o Ministério do Meio Ambiente. Imaginei como ela estaria feliz, e não me enganei. Ontem ela me escreveu, em resposta a um e-mail que lhe mandei. Ela teve contato com a nova Ministra em 1996, e achou-a muito dinâmica. Para ela, a indicação é um fato muito positivo.
Outra coisa que me fez pensar nela foi a notícia da morte de Stan Rice, marido da escritora Anne Rice, segunda-feira passada, dia 9, por um tumor cerebral. Algum tempo atrás a Jacqueline tinha me contado que os Rice eram seus vizinhos e que Stan Rice havia participado de um evento organizado por ela há seis anos. Ela o entrevistou diante de uma grande platéia e ele se mostrou articulado e muito aberto. Segundo ela me contou, por 30 anos Stan Rice ensinou escrita criativa na San Francisco State University, antes de mudar-se para New Orleans e se tornar pintor. No ano passado, ele emprestou sua casa por uma noite para sediar a festa de Natal do BACI pois, segundo a Jacqueline, ele amava o Brasil. Ela diz que a vizinhança não parece a mesma sem ele.
No momento, Jacqueline foi convidada por duas universidades (Loyola e Tulane) para dar um curso sobre Arte e Ambiente. Além de dar aulas, ela continua pintando full time e proferindo palestras sobre seu trabalho (as próximas serão nas universidades de Nova York e Georgia). Recentemente esteve em um tour de conferências na Índia e em Bangladesh, que deve visitar novamente em 2004.
As coisas estão acontecendo rápido para a Jacqueline. E ela termina seu e-mail dizendo: But my heart is in Brazil.
Para saber mais sobre a Jacqueline e sua obra, vocês podem visitar os seguintes sites:

Arthur Roger Gallery
Clark Gallery
Southeastern Louisiana University
Entrevista para reddotmagazine.com

beijos a todos, tenham um bom domingo

Martha Argel

quinta-feira, 12 de dezembro de 2002

Bom dia. Dia nublado, dia fresco. Ainda não fiz minha caminhada, que o coquetel de ontem à noite faz ainda mais necessária.
Estou dando a semana de trabalho por encerrada.
Na segunda, reunião com uma editora, pra discutir um projeto muito legal. Rua Guaicurus, lá na Lapa, e relembrei os bons tempos de Estação Ciência. O projeto: um livro paradidático e artístico. As negociações vão indo bem, obrigada. Se der certo, o resultado será lindo!
Na terça, lançamento do quinto livro do André Vianco, A Casa. Puxa vida, que cena de sonho. Gente fazendo fila pra conseguir o autógrafo de um autor nacional de Literatura Fantástica (nada de auto-ajuda, esoterismo, sensacionalismo oportunista em cima de morbidezes). Das sete às nove a fila não diminuiu. O André, o sujeito simpático de sempre. A Marisa, com aquele sorriso autêntico de felicidade, que a gente reconhece de longe. E a Marina, irmã do André, tiete número um e toda orgulhosa do irmãozão.
E como um sub-produto inesperado, um contato excelente, que deve resultar em uma noite de autógrafos, daqui algumas semanas. Aguardem novidades!
Ontem, quarta-feira, participei de uma mesa redonda no Workshop Anuário Mata Atlântica, promovido pela equipe da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Evento importante. Falei sobre a situação da fauna na periferia da Região Metropolitana de São Paulo. Reencontrei ou conheci gente ótima: o pessoal do DEPRN (Térsia, Heloisa, Liza, Ângela – ótimos nomes para personagens!), a Lika da Reserva da Biosfera, o Mário Cencig da Unicamp e mais um monte de gente que não lembro o nome (aiai, eu sou mal-educada)! Só um episódio asquerosamente desagradável: reencontrar uma pessoa que (por sorte) eu não via há uns dez anos, “Oi, Martha? Que que você anda fazendo? Mas que porcaria seu levantamento do [nome do projeto deletado], hein?” PUTAQUEO PARIU, vá à merda! A vida toda trabalhando num órgão público, nunca publicou porra de dado nenhum e vem pra cima de mim arrotando importância?! Uma indicação da seriedade e competência dessa pessoa, e do respeito que merece de seus colegas de trabalho: entrou no evento só, sentou só, não falou com ninguém, ninguém veio lhe falar, foi embora sem que ninguém percebesse. O típico zero à esquerda que só sabe fuder com o trabalho dos outros. Foda-se. Eu, por outro lado, me diverti pra caralho no coquetel no final dos trabalhos. Pessoal ótimo! (ô, se algum de vocês tiver vindo me visitar, cliquem logo aí embaixo, em comentários, e deixem um alô!!!). Fiz alguns contatos interessantes. Tomara que algo role.
Bom, é isso, depois de semelhante início de semana, meu lance agora é retomar o Amores perigosos, e terminar a semana sem botar o nariz fora de casa, só escrevendo.

Tenham todos um bom resto de semana. E MUITO obrigada a todos os que visitam, comentam, etc e tal..

Martha Argel

PS. Ah, tinha esquecido! Na noite de autógrafos do André conheci o Rodrigo Santos, que tem um blog e que em breve estará lançando seu primeiro livro. O André e o Rodrigo posaram juntos para uma foto, e não sei quem estava com o sorriso maior, afinal o Rodrigo veio do Rio de Janeiro, onde ele mora, especialmente para conhecer o André!!! Isso é que é fã! É isso aí, Rodrigo, boa sorte na carreira literária!!!

domingo, 8 de dezembro de 2002

Ok, atualização. São quase 11 da noite, e portanto não garanto a qualidade do texto (leia-se sono), mas tá valendo.

Cheiro de flor
Uns dias atrás eu andava intrigada porque tinha a impressão de que havia constantemente um perfume delicioso no ar . Eu o sentia durante o dia em minha casa, e à noite dormia e acordava com ele. Sentia ao caminhar de manhãzinha pelas ruas do bairro. Por onde eu fosse, ele me seguia. Comecei a imaginar que estava maluca. Imagina, o ar de São Paulo... perfumado? Até que um dia minha faxineira matou a charada, ao comentar que tinha visto uma árvore grande e de florzinhas amarelas, muito cheirosa. Bingo! O perfume que eu sentia, e que ainda sinto, é o da magnolia-amarela Michelia champaca, que nesta época está em plena floração. Eu nunca tinha reparado como as magnólias são comuns em Sampa. Se vc mora por aqui, preste atenção. É um perfume maravilhoso.

Coisas bonitas que os homens dizem
Anteontem uma dúvida existencial me assaltou: será que eu rebolo quando caminho? Sempre achei que não. Tentei caminhar acentuando o rebolado, mas era desconfortável e encerrei a sessão de experimentação com um foda-se retórico. Pois bem. Hoje de manhã coloquei um shorts (calorão!), saí pra caminhar e optei pela avenida porque não queria pegar ladeira. Là pelas tantas, passa um carro e um sujeito põe a cabeça pra fora da janela e grita algo. Demorei uns segundos pra entender, mas o que ele disse foi: Rebola mais com a esquerda que a direita tá ganhando!. Ok, pergunta respondida, e ainda por cima com o parecer de um especialista!

Os Simpsons no Brasil
Finalmente passou aqui o episódio em que os Simpsons detonam o Brasil. Na época em que passou nos EUA, o desenho quase gerou um incidente diplomático. Assisti com a Giu e o Tetsuo. Não achei tão escrachado assim. O mais engraçado foi o disclaimer da Fox, eximindo-se de qualquer responsabilidade pelo conteúdo do programa.

Noite de autógrafos do André Vianco
No dia 10 de dezembro, a partir das 19:00, meu amigo André Vianco vai autografar seu livro ''A Casa'', na Siciliano do Shopping Santa Cruz, aqui em Sampa. Vou dar um pulo lá. Quem estiver a fim, apareça. Não é minha noite, mas se alguém quiser, pode levar o "Relações de Sangue" que eu autografo.

... e afinal, Martha, por que é que vc está demorando tanto entre uma atualização e outra, caralho?
Simplesmente porque estou trabalhando no ''Amores perigosos''. Agora acho que é pra valer. Se está ficando bom? Perguntem pro Tetsuo, ele leu tudo até a última letra que digitei. Parece que ele gostou, mas vai saber...

Bom, é isso aí. Chega. Agora vou dormir. Tenham uma boa semana.

Martha Argel

quarta-feira, 4 de dezembro de 2002


Bom dia. Ou quando são 4 e meia da manhã a gente ainda diz ''boa noite''?

Tinha um monte de coisa que eu queria pôr aqui. A determinação, ou a necessidade, ou a energia, ou tudo isso se desvaneceu nos últimos segundos (num acesso de mágoa profunda, que por sua vez se perdeu em um FODA-SE daqueles bem potentes), mas não importa. Essas coisas estiveram na minha cabeça, existiram, foram importantes, e ainda são, pois são causa e parte de como me sinto nos últimos dias.
Alguns pensamentos são fortes demais para se perderem, inda mais por motivos tão tolos.

O postal que o Juan me mandou, por exemplo, carrega todo um mundo dentro de si, e encontro nele tantas simbologias que... sei lá (aproveitem o fato raro: a escritora sem a frase exata para explicar-se aos leitores). Muitas delas eu sei, foram intencionais, outras certamente são obra de minha imaginação ultimamente hiperativa em busca da FELICIDADE. Certamente? Ou não? Talvez o Juan e eu tenhamos uma dessas empatias que nos faz ler a alma do próximo, por mais breve que tenha sido o tempo efetivamente compartilhado. Les Luthiers, U2, a Recoleta, Murici, as pizzas proibidas e os papos até duas da manhã são evidências. Juan, a neve é dispensável quando as montanhas estão no horizonte. Elas por si bastam. (porra, cara, não vejo a hora da gente se encontrar por lá. qual é a melhor época?)

E o que dizer daquela pessoa que tem a incrível capacidade de aparecer SEMPRE nos momentos em que você mais precisa? Não em todos os momentos em que você simplesmente precisa (se assim fosse, não seria MÁGICA, seria rotina, uma rotina; reconfortante, sem preço, insubstituível, mas rotina), mas naqueles em que você realmente se desespera porque se convence de que ninguém, NINGUÉM pode te ajudar. E então descobre que estava errado e que, uma vez mais, a ajuda estava, como sempre esteve, ao alcance da mão. Demorei tantos anos para entender, não estou certa na verdade de ter mesmo entendido, mas no momento a sensação perdura e a paz não parece, afinal, inalcançável. Obrigada.

Termino este post, formado por frases obscuras e significados ocultos, com ainda outro parágrafo incompreensível. Terminei de ler Blood Pact, o quarto livro da série Vicki Nelson, da Tanya Huff, e ao final tive um vislumbre do futuro. Chorei muito, não só porque é sempre essa minha reação ao terminar um livro soberbo, e não só porque, ainda por cima, sou uma chorona que se emociona com finais felizes ou infelizes. Tive um motivo muito mais poderoso para chorar, e que só a Carmilla pode entender. Preciso conversar com você!!!

tenham um bom dia e façam como a Ceres escreveu nos comentários: abram seus próprios caminhos
Tita

PS. Obrigada Lili, Ingrid, Carol, Kiki, Vampirella, Scarlett, Nnato, Leo, Juan, Carl, Tetsuo, Giu, Vanessa e quem mais tiver me visitado e preferido ficar anônimo.

domingo, 1 de dezembro de 2002

Boa tarde a todos!

Lá fora um lindo domingo de sol, e eu aqui, ouvindo David Bowie e fazendo hora até a Giu passar pra gente ir ao Ponto Chic encontrar o Tetsuo e a Cintia
Os últimos dias foram intensos. Fantasmas que se foram (voltarão ou não?). Novas perspectivas que surgiram. A reconfortante (re)descoberta de que o passado ainda pode ser presente, e que algumas coisas não mudam, ou às vezes nos surpreendem e mudam para melhor.
Por que nada disso apareceu por aqui? Exatamente por tanta coisa ter acontecido em tão pouco tempo. Overload, quem sabe e também o fato de ter me afastado da internet. Leio os e-mails mas não tenho respondido senão os mais urgentes, e perdão por não visitar os blogs de vocês a não ser esporadicamente.
Alguns de vocês gostarão de saber que definitivamente retomei o trabalho em meu próximo livro, Amores perigosos, e a escrita está avançando e vai bem, obrigada. Saiu um conto meu publicado no zine Hipertexto, do Clube Jeronymo Monteiro de Literatura (http://www.jmonteiro.org.br) (quero agradecer ao editor Luiz Marcos da Fonseca, por ter dedicado toda a 4a. capa a meu livro Relações de Sangue. Ficou maravilhosa!!!). Fui convidada para participar de uma mesa-redonda num Seminário sobre a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, e devo falar sobre a situação da fauna silvestre na periferia da região metropolitana de São Paulo. Mais pra frente coloco detalhes aqui. E fui convidada, ainda, para escrever um livro sobre animais brasileiros. Ainda é um projeto, mas com grandes chances de dar certo.
Some-se a todos esses eventos profissionais uma tranqüilidade emocional que há muito não experimentava. Não tenho o desembaraço que muitos têm para escancarar sentimentos e citar nomes. Só quero dizer que os amigos são importantes, em especial aqueles que aceitam confidências, dando-nos em troca a sinceridade e suas almas. E quando esses mesmos amigos acompanham a gente nas baladas, então, a amizade atinge o que só podemos chamar de PERFEIÇÃO!!!
Sei que este post soa egocêntrico e presunçoso. Talvez eu tenha adiado tanto uma atualização por saber que nos últimos tempos o universo está girando ao redor de meu umbigo. A exacerbação de meu ego já não muito discreto foi o artifício desesperado que usei para escapar do grande pântano de desânimo e pessimismo no qual me havia metido até o pescoço. É possível que esteja agora no extremo oposto, nas alturas, achando que posso tudo. Foda-se se é ilusão -- enquanto estiver nas alturas, eu posso tudo, e vou fazer o máximo que conseguir. Ao menos hoje sou uma grande especialista em fauna, uma escritora de sucesso, uma mulher gostosa com pernas lindas e vou ganhar um monte de dinheiro e viajar para a Inglaterra. Que seja eterno enquanto dure. O David Bowie está cantando aqui: we can be heroes / just for one day

Fiquem bem, e guardem um pouco deste sol dominical para iluminar a segunda-feira.

Martha Argel

segunda-feira, 25 de novembro de 2002

Duas cenas urbanas...
Isto aqui não é a página policial de nenhum tablóide sensacionalista, mas não posso deixar de fazer comentar um fato muito mórbido. Estão todos aí devidamente estarrecidos pelo mais novo crime sensacional acontecido, para deleite da imprensa marrom (ou seria vermelha?), nesta Sampa que é nosso amor e nossa dor?
Pois bem, vocês sabem, eu caminho pra caralho todos os dias, de manhã bem cedinho. Pois todos os dias, de manhã bem cedinho, eu passo na frente da casa onde os assassinatos foram cometidos. É de arrepiar quando o grotesco está na casa ao lado, e não nas páginas da ficção ou na tela da televisão.
E o mais assustador é que, mais ou menos um mês atrás, a umas cinco quadras de casa, teve outro assassinato, não sei se alguém aí lembra, o da mulher que matou o marido e saiu dizendo que tinha sido assalto.
É o mesmo mundo em que eu vivo? É possível que essas flores que sempre vejo, as ruas tranqüilas, os sorrisos e bons-dias que salpicam meu percurso matinal escondam tantos dramas inconcebíveis?

... e duas cenas rurais.
No assentamento do INCRA do qual falei no post anterior:
1. Mal chegamos no sítio do casal, de idade mas nem tanto (uns 60?), a mulher, que acabávamos de conhecer, perguntou porque a gente não ficava pra passar a noite na casa deles. “A gente tá indo viajar, mas não tem problema, vocês podem ficar assim mesmo, a gente dá a chave para vocês. Vocês são gente boa, dá pra perceber”.
2. Choveu no penúltimo dia de nossa viagem. Uma tempestade medonha, que nos pegou em plena BR-153, já quase chegando ao alojamento, às dez da noite. Foram os quatro quilômetros mais longos de minha vida, e depois deles ainda enfrentamos atoleiros e galhos caídos de través na estrada, antes de chegarmos “em casa”, onde as goteiras se revelaram nos locais mais indesejados. No dia seguinte, a tentativa de atravessar uma poça resultou num carro atolado e inundado com água barrenta até a altura do tornozelo. Mas a cara de felicidade dos agricultores – que até um dia antes aravam a terra esturricada e procuravam no céu azul indícios do fim de meses de seca – nos mostrava que, para a lavoura, “tempo bom” não é exatamente aquele que nos leva às piscinas e à praia.
Também não é o mundo ao qual estou acostumada.

Mundos paralelos, estranhos, que surgem quando você ou eu dobramos uma esquina. Alguém aí se queixa de tédio em sua vida? É só abrir os olhos e começar a enxergar.

beijos, fiquem bem.

Martha Argel

sábado, 23 de novembro de 2002


Bom dia. De volta. Ao blog, à cidade, a esta moto-serra filha da puta que está acabando com a maravilhosa vista verde que eu tinha da varanda de minha casa.
Uma semana de trabalho de campo, a quase 500 km de Sampa. Oeste paulista, quem aí pode dizer que realmente conhece a região levante a mão, e não vale mentir. Ambientalmente fudida, economicamente exuberante. Fazendeiros podres de ricos que fazem questão de cortar até a última árvore de suas fazendas, porque querem produtividade, porra.
Surpresa, o trabalho era procurar espécies ameaçadas de extinção numa área de reforma agrária. Antigos sem-terra, hoje assentados. Quando me disseram, me arrepiei, reflexo de quem estudou na USP na época da Libelu, os cabeludos porra-loucas pé no saco que iam mudar o mundo com uma greve atrás da outra. Pensei, merda, lá vem discurso de companheiro, e igualdade e fraternidade, e vamos à luta, filhos da pátria.
Estúpida. Me enganei de verde e amarelo. Nunca mais acredito na propaganda da Globo de que os sem-terra são todos revolucionários sangrentos atrás da cabeça de fazendeiros patriotas. O que encontrei na Fazenda Reunidas, uma propriedade de 17.000 hectares onde estão assentadas mais de 600 famílias? Gente do interior, comum e simples, nada mais do que sitiantes. Pequenos proprietários, que plantam de tudo. Gente que vive tranqüila apesar de ter de vender um balde de mangas a 1 real, porque o atravessador é foda. Muitos velhinhos, mas muitos mesmo, que têm uma velhice tranqüila junto com suas famílias (pela primeira vez, vi gente de idade e não sofri por elas e pela falta de amparo no fim da vida). Crianças felizes, com comida abundante e não só escolas, mas também transporte escolar. Agricultores amáveis, que encheram nosso carro com abacaxis, mangas, jacas e palmitos de pupunha. Donas de casas vigorosas, com planos de “plantá fruteira no fundo do terreno, pros passarinho podê comê”. Homens e mulheres que recebem o perfeito estranho com um sorriso de velhos amigos. Comunistas ateus e revolucionários? Ha ha, nunca vi tanta igreja por hectare: pelo menos três em cada agrovila (são sete). O assentamento do INCRA nada mais é do que uma região de pequenos sítios onde antes havia um latifúndio de algum espertalhão que tomou posse de terras devolutas e nunca fez porra nenhuma de útil para os outros.
Se aqui no estado de São Paulo a reforma agrária é isso, só posso dizer: toca em frente!
(claro, não é perfeito, ambientalmente esses assentados amáveis e gentis são caçadores e desmatadores tão filhos da puta quanto os latifundiários, mas não quero falar sobre isso; ainda estou indignada demais com as cagadas que vi por todo o oeste paulista pra conseguir ser equilibrada ou razoável).
Ah, o resultado do trabalho? O corpo todo picado por micuins (carrapatos), cerca de 115 espécies de aves identificadas, lembranças maravilhosas de cerradões que pouco a pouco estão indo pro saco, e a detecção de uma ave que no estado de São Paulo é considerada Criticamente em perigo: a estranhíssima anhuma (Anhima cornuta) que parece uma galinhona com um chifre no meio da testa (juro!), mas que na verdade é parente dos patos. E as pequenas aventuras que transformam o trabalho de campo na melhor coisa do mundo: tempestades, atoleiros, encontros-surpresa com vacas e cães no meio do nada, a apreensão quando a gente perde o rumo no mato...
As cenas que ficam na memória: o bando de cabeças-secas (Mycteria americana) se alimentando numa poça na beira da estrada e a família de cachorros-do-mato (Cerdocyon thous), um adulto e dois cachorrinhos, atravessando a estrada de terra bem na nossa frente. E não tem dinheiro que pague um pôr-do-sol depois de um dia de trabalho de campo.

Fiquem bem, aproveitem o final de semana.

Martha Argel

segunda-feira, 18 de novembro de 2002


Bom, pois é, a crise passou e este blog que vocês lêem vai continuar no ar. Eu não sabia que tinha tantos amigos/leitores. Valeu mesmo, gente.

E depois de um final de semana cheio de amigos -- Giu, Tetsuo, Cintia, Priscilla, Dri, Lila, a amizade virtual da Vanessa (querida!) transformada em carne e osso (mais osso que carne) e a companhia distante e telefônica do Paulo -- estou zarpando.

Uma semana no meio do mato, em busca de aves ameaçadas de extinção. Eu amo isso, vocês sabem, e estou precisando. Vou estar fora do ar, o laptop vai, mas o cabo de conexão não, que é pra evitar tentações. E muitos de vocês talvez gostem de saber que uma das coisas que pretendo fazer nos momentos livres (há muitos momentos livres quando a gente vai pro mato estudar aves no verão) é organizar as idéias e tentar retomar o 'Amores perigosos' (porque vocês sabem, o amor de um vampiro sempre é perigoso).

Aliás, se vocês gostaram do RS, e estão a fim de algum dia ver nas livrarias o AP, que tal dizer isso pro pessoal da editora?? editor@novoseculo.com.br

beijos, e até a volta!!!

Martha Argel

quinta-feira, 14 de novembro de 2002

Tem coisas que são maiores até que minhas próprias dúvidas e indecisões.

Estou escandalizada.
Agora há pouco, tomando café com minha mãe, meus olhos caíram sobre um papel, obviamente um xerox ampliado. “Trabalho de um dos meninos”, me ocorreu, pensando em meus dois sobrinhos. Comecei a ler.

Solarização da Água
No decorrer do ano, os alunos da 3a série estudaram a importância do Sol no nosso planeta e também descobriram que a solarização é simples. A terapeuta Miriam Santos Leiner, São Paulo, recomenda colocar garrafas coloridas cheias de água (de mina ou filtrada) sob os raios do sol da manhã por duas horas. Os vidros podem ser transparentes e receber uma cobertura de papel celofane com a cor mais adequada à necessidade do momento: vermelho é usado para estimular a prosperidade; laranja, para a vitalidade; amarelo para o poder pessoal e a inteligência; verde, para a saúde; rosa para favorecer os assuntos amorosos; azul-claro para a auto-expressão; índigo para a criatividade; e violeta e branco (transparente) ativam a espiritualidade. Pode-se tomar 1 litro dessa água durante três dias. Não conserve o conteúdo além desse período.
Fonte: Revista Bons Fluídos (sic), maio 2002, no 36, pág. 10.


Só então entendi porque é que meu sobrinho de nove anos apareceu com duas garrafas revestidas de celofane colorido. Eu já tinha achado um absurdo que a atividade de artes desse como resultado uma coisa tão horrível e estúpida. Não conseguia imaginar que a realidade fosse tão mais grotesca.

Suponho que essa atividade tenha sido dada um pouco depois de uma aula de português sobre como tornar mais eficiente sua comunicação com seu anjo da guarda, uma aula de literatura sobre os romances psicografados, uma aula de ciências sobre a importância dos horóscopos e da quiromancia no nosso dia a dia, uma aula de geografia sobre a importância de colocar garrafas d’água em cima do registro para atenuar a crise de abastecimento de água, sem falar, claro, nas aulas de arte abordando o feng shui. Espero que não tenham esquecido de ensinar que a privada é um grande escoadouro de energia do lar, e é por isso que a tampa tem de estar sempre abaixada e a porta do banheiro fechada, porque senão a felicidade escorre junto com a água da descarga (já ouvi isso a sério, juro). Vou sugerir que no ano que vem ensinem também a prever o futuro através da interpretação de sonhos e a combater a ação maléfica dos vampiros emocionais. Melhor ainda, que parte da carga horária de ciências seja utilizada em uma nova disciplina, Esoterismo ou Auto-ajuda.

NUNCA VI TAMANHA PALHAÇADA!!! Irresponsabilidade, ignorância, credulidade. Será que foi a professora de ciências que deu seu aval a essa bobagem new age? Caralho, que mais andarão ensinando meu sobrinho? A votar em evangélicos para que Deus assuma o poder no país?

O nome da espelunca é Colégio Ricardo Nunes. Uma escola conceituada aqui no bairro, tida como séria e conservadora (se bem que uma vez fui numa festa junina e notei que a professora de uma das classes de pré-escola usava calças tão justas que permitiam uma leitura labial quando ela caminhava). Estudei lá quando criança. Nunca aprendi a solarizar a água. Talvez por isso seja desfavorecida nos assuntos amorosos, e que me sinta tão completamente perdida emocionalmente. Será que é tarde para começar?

terça-feira, 12 de novembro de 2002


Muito provavelmente este blog está chegando ao fim de sua vida útil, ao menos na presente forma
Tem sido uma experiência interessante, mas não inócua. Expor os pensamentos mais pessoais a completos desconhecidos, sem qualquer inibição. Ok, é a síntese do escritor, do artista, expor-se. Mas mesmo assim.
Hora de repensar e descobrir para quê, afinal, existe este espaço.

um beijo e um queijo

Martha Argel

segunda-feira, 11 de novembro de 2002


Nem as rosas seguraram.
Volto quando estiver melhor.

cuidem-se

tita

sábado, 9 de novembro de 2002


Breve adendo ao post anterior:

Então. Com os olhos cheios de lágrimas.
Saí, por fim, para caminhar, sob o sol que já espantou o frio. De volta, nas últimas quadras a depressão do fim de semana ameaçou, como sempre, me levar pro fundo do poço, apesar de eu vir resistindo ferozmente a ela, há semanas. O de sempre: não sou A PESSOA para ninguém, não há ninguém que pense em mim antes de qualquer outro ser humano do mundo. Eu sei, esse é o caminho mais curto para a auto-piedade, e não há sol, livro ou festa programada que dê jeito.
Então cheguei em casa. Um buquê de rosas cor de salmão me esperava. ''Presente do cachorrinho''. O poodle cego, lembram-se? Deus do céu, nunca ganhei rosas tão lindas, eu que adoro receber flores e nunca recebo. Minuciosa, contei uma a uma, são quarenta, e a cor é adorável. Puxa, vejam aí embaixo, eu dizendo como namoro as rosas todos os dias, frente à igreja. O evento certo, na hora exata. Acaso? O que eu disse sobre fazer acontecer, uns dias atrás, me pega pela garganta, e dá um nó que imobiliza até minha própria lógica.

O sol lá fora, nuvens brancas em campo azul, se vocês não curtem, problema de vocês. Eu gosto, e é o que quero para mim hoje.
Tenham todos um bom dia.

tita
Bom dia, friiiiiio! Delícia. Eu aqui, desde as três da manhã. Chocolate quente, Mozart (concertos para oboé, trompete e flauta) e um conto que parece que está dando certo.

Ontem: consciência pesada pelo tanto que tenho comido, saí pra caminhar de novo à tarde, em pleno horário de congestionamento (só pros carros, não pra mim). Ponto extremo de meu percurso, em frente à igreja, e em meio aos carros parados no engarrafamento vem correndo, direção contrária à minha, uma escultura. Sem camisa, short mínimo, cabeça rapada. Não muito alto, mas com músculos que raras vezes vi ao vivo. Um touro malhadíssimo Meu queixo caiu. Continuei andando, o sujeito passou impávido e não resisti, como os homens que conferem a bunda da gostosa que passa, continuei andando mas o pescoço foi virando pra não perdê-lo de vista. Nisso um moleque qualquer me ultrapassa e diz baixinho, pra mim “Macaco assim só em árvore”. Puta que o pariu, o monumento que já se afastava era negro. Fiquei emputecida “Macaco é você, olha o teu corpo e olha o dele”, e continuei andando. O cara entrou em passo comigo “Eu também tiro a camisa, quer?” e já ia mesmo tirando. Sem diminuir a marcha, medi-o de alto a baixo. Nem tão magrinho assim, mas me poupe. “Nem se preocupe”, em tom de absoluto desprezo. “Eu tiro” insistiu ele. “Não vale a pena” e apertei o passo. “Você gosta de negão?”. Fiquei calada, eu gostaria é de mandá-lo à merda, mas engraçado, o tom dele já era de cantada. Parei de repente na frente de uma banca de flores onde sempre paro (nunca tenho dinheiro, mas sempre namoro as rosas) e ele, pego de surpresa, seguiu em frente. Só teve tempo de virar o rosto e dizer um amável “Tchau”, enquanto, percebi de rabo de olho, me olhava dos pés à cabeça. Eita! De noite, papeando com a Giulia, ela me chamou de boba. “Devia ter deixado ele tirar. Aí então dizia: agora ajoelha”. Puta, é mesmo! Da próxima, já sei.

Hoje: seis e meia, o vento frio lá fora e eu escrevendo aqui. Não quis sair cedo pra correr. Num ponto complicado do conto, fui pra varanda pra espairecer. Pela rua vem caminhando um homem. Reconheço-o: um senhor coreano sorridente, que sempre que cruza comigo ri ainda mais e diz “Corre muito, né”. Acenei, ele acenou de volta, sorriu. “Não saiu hoje”. “Ainda não, muito frio”. Aí ele fez uma mímica de corredor com os braços, sorriu ainda mais e disse “Corre muito, né”. O que é a reputação!

Bom, aproveito e coloco aí embaixo um continho que escrevi ontem. Quer dizer, que reescrevi em cima de uma idéia surgida durante uma das e-festas do Tinta Rubra.

Tenham todos um belo sábado de sol!
tita

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A cura para o tédio
Martha Argel

Não gosto de tédio. Quero ação. Diversão. E não tenham dúvidas, não espero cair no colo. Vou atrás.
Hoje, por exemplo. Depois que anoiteceu, e não sou de perder tempo, a janela estava ali, aberta para a noite, e eu com fome, tesão quem sabe, talvez durante o dia um sonho molhado com um bom amante há muito devorado. Sem dúvida, uma boa dose de adrenalina não viria mal.
À caça, portanto!
Sabia onde. Uma avenida movimentada. Piranhas até o 1700, travestis daí em diante, e os moradores escondidos detrás de portas e janelas fechadas, falsa normalidade. Uma sombra perto da esquina, altura do 2000, mais que perfeita para minha tocaia. Nada longa, a tocaia, menos mal. Logo um boyzinho, Golf prateado quase zero, encostou, disposto a negociar com a mulher alta e esguia que não era mulher, mas que homem também não era. Foi a hora que escolhi para aparecer. O ser andrógino se enfureceu, querendo roubar meu ponto, piranhinha vagabunda? E veio pra cima de mim, com uma faca que, bem, fui eu quem usou na barriga dele/dela. Sangue desperdiçado, mas não era ele/ela quem eu queria, era o boyzinho e seu olhar de choque aterrorizado, próximo alvo, desta vez de meus dentes, assim que o puxei para fora do carro, enquanto a criatura nem homem nem mulher agonizava na calçada, contorcendo-se numa poça malcheirosa de seus próprios líquidos e excreções.
Hum. Sangue forte, denso, saudável não fosse pelo aftertaste de colesterol, e... que mais... vejamos... álcool, cheira a whisky, e ah, claro, cocaína circulando pelo corpo, no sangue, agindo nos pontos certos do cérebro, como deve ser, cumprindo seu papel e alterando percepção, prazeres, tédio. Deixando o cara ligado.
Hum.
Foi boa a ação, ah, sim, foi muito boa.
Como eu disse, não gosto de tédio.
Esse boyzinho ainda está comigo. Um pouco menos ligado, amedrontado, fraco pela perda de sangue, é verdade, mas está aqui, no banco do passageiro, enquanto me divirto, música alta e o carro alucinando sob meu controle pelas avenidas paulistana. Velocidade, sangue, talvez algum sexo daqui a pouco, e antes do sol sair, menino bonito, seu tédio acaba para sempre. Te prometo. Hoje me sinto um anjo de piedade.
Ei, você aí, quer que eu acabe com seu tédio também?

quinta-feira, 7 de novembro de 2002


Eu gosto de trabalhar. E quando o trabalho é bom, gosto ainda mais. É bom fazer o que a gente gosta. Anteontem, senti no rosto a chegada da frente fria, vento e chuva no alto de uma montanha. Ok, geomorfólogos puristas, não tentem acabar com minha ilusão, argumentando que não há montanhas em São Paulo, apenas morros. Acabem com minha ilusão de paz, minha ilusão de um dia encontrar o amor, mas não com a ilusão das montanhas. Eu até deixo vocês chamarem as aves de 'passarinhos', e as serpentes de 'cobras', mas permitam que eu continue com minhas montanhas!

Ontem, minha pequena travessura foi comer um frutinho que há semanas me tenta. Um arbusto espinhento, num jardim abandonado. Uma solanácea. As solanáceas são terrivelmente perigosas. Há solanáceas na mesa nossa de cada dia, como o tomate e a berinjela, mas há solanáceas cheinhas de alcalóides que te fodem de verde e amarelo. Venenos foderosos. Se tem um coisa que biólogo de campo aprende é: aprenda a reconhecer uma solanácea, e NUNCA coma seus frutos (isso pode salvar sua vida se vc se perder no mato). Então essa solanácea espinhuda me olhava, sedutora, há uns dois meses. Ontem foi o dia. Fruto dourado da chuva. Doce como açúcar, mas lembrando o tomate. Estou viva até agora.

E hoje: passei pela planta mas não comi o fruto maduro que acenava para mim. Amanhã eu como. Quase chegando em casa, vejo um cachorro com cara de perdido. Um poodle, chamei, me ignorou, tropeçou numa raiz. Velhinho. Cego. Dobrou a esquina e foi em direção à avenida. Uma suspeita e corri como uma doida. A quadra e meia de minha casa uma mulher, já velhinha, tem um poodle cego. O portão estava aberto. Bingo. Enquanto eu hesitava, a mulher apareceu na janela, e ficou ensandecida com a notícia que lhe dei. Saí correndo por um lado e pedi para ela cercar por outro. Na avenida, nada, continuei correndo, ninguém tinha visto, mas porra, o cachorro tinha vindo pra cá. Até que os sindicalistas que estavam fazendo uma manifestação na frente de uma fábrica gritaram ''o cachorrinho branco? atravessou a avenida!'' Voltei pra trás, até a avenida, e não acreditei: o bichinho estava do outro lado, sentadinho, com cara de que que eu faço agora. Atravessei voando, o semáforo ajudou, e me vi cara a cara com um cão que não me conhecia. Que que eu faço??? Dando adeus à bela pele de minhas mãos, agarrei o bicho com força, e ele, claro, ferrou os dentes em mim. A sorte é que ele é velhinho, e quase banguela!!! Ficaram só duas marquinhas. Depois, a velhinha abraçou o bichinho como se fosse o maior tesouro da vida. Provavelmente é. Provavelmente ele lhe dá mais carinho do que os filhos dela.

Pra terminar: em vez de ficar reclamando de que nunca acontecem coisas interessantes na sua vida, faça as coisas acontecerem, ok? Não tem festa pra ir? Pois então dê uma festa, porra!.

Parece que o dia vai ser de sol. Aproveitem as cores e a luz!
tita

domingo, 3 de novembro de 2002

Seis da manhã pelo horário de verão, e eu não consigo dormir. Então aproveito pra trocar uma idéia com meu blog e com vocês.

A Rainha Elizabeth e o pintudinho canadense
Hoje teve festa surpresa na casa de minha tia Tida, que fez 83 anos. Parece ter 60. A gente chama ela de Rainha Elizabeth, é a cara da soberana britânica. Ela não sabia que ia ter festa. Invadimos a casa de surpresa. Ela levou um susto. Aliás, ela já tava com cara de susto quando a gente chegou. Minha prima Claudia está de mudança para o Canadá, e hoje era o dia de empacotar tudo -- ''tudo'' quer dizer ''livros'', centenas deles. A história da minha prima, se virasse filme, ia ser criticada como ''absurda demais". Final do semestre passado ela perdeu o emprego de jornalista num jornal foderoso; por vários motivos ficou sem um puto, e foi assim, sem um puto, que ela resolveu ir visitar outra tia nossa, na Califórnia. No caminho, fez uma escala no Canadá (Toronto, acho), onde nem bem chegou, logo no primeiro dia foi apresentada por uma garçonete (!) a um coroa enxutaço. Dois dias juntos, e o resultado foi que ela chegou aos EUA já carregando um clandestino na barriga. Voltou pro Brasil de três meses, o coroa enxutaço já veio e foi, acertaram tudo e o resultado é que a mocinha que até começos deste anos era uma respeitada jornalista especializada em literatura vai ser, em breve, mãe de um canadense que, sendo minha família o que é, já recebeu um carinhoso apelido que provavelmente carregará pelo resto da vida: Pintudo.

O Vamp Festival 3
Foi ontem, hoje, sei lá. Já deu pra sacar: a marca registrada dos Vamps Festivais é a casa tão lotada que vc mal consegue andar. Dessa vez conseguiu entrar todo mundo, mas putz, definitivamente não dá pra ficar até o fim. É gente demais. Foi na Tribe House, em Pinheiros. Não vi se o banheiro prestava, ou se o som na pista era legal. As banquinhas com acessórios góticos estão cada vez melhores, a iluminação era suficiente para curtir as roupas, o lugar era ventilado, e as pessoas estavam bonitas. Quem foi: comigo estavam, claro, a Giu e a Cíntia; encontramos o Lord e a Lady Van; depois achamos o Adriano Siqueira e a Lila, sua noiva (eeeeeeeh!), e quando entramos, a Vampirella se juntou à turma. Também o Marcos Torrigo, muito simpático, e dessa vez conversamos bastante. Pra mim foi uma noite de autora celebrada. Autógrafos, sorrisos e, olha só, um fã que chegou com os olhos brilhando ''Você é a Martha Argel? Puxa, li seu livro, achei demais!". Meu, foi o máximo! Resumindo, o segredo dos Vamp Festivais é: chegue cedo, vá embora cedo e depois passe no Franz Café e fique curtindo os amigos até o sol nascer...

O garçom vampirófilo
Então, lá pelas três da manhã a Giu, a Cintia e eu chegamos ao Franz Café da Aclimação. Coloquei em cima da mesa o fanzine vampírico do Adriano Siqueira, o Adorável Noite. Veio o garçom. Olhou o zine. ''Esse é o Bela Lugosi, é muito bom, mas eu prefiro o Christopher Lee, porque foi com ele que apareceram pela primeira vez os dentes pontudos no cinema". Ficamos pasmas com o comentário e eu, pra testar, perguntei em que ano foi isso. Ele franziu a testa, pensou um pouquinho e lascou ''Acho que foi em 58''. Cacete!!! O cara era bom mesmo! Ficamos um tempão batendo papo. Corolário da Giulia: ''Fãs de vampiros podem estar onde você menos imagina...''

O doutor das bichas
E chegando em casa, não consegui dormir. Por isso vim pra cá, matar o tempo pra ver se o sono chegava, e vi o comentário do Paulo Castro no post anterior. Sim! Eu venci as bichas! Através do Método do Doutor Castro para Tratamento das Bichas, me livrei dos nemátodos, protozoários e bactérias. O método dele é o seguinte: o paciente tá ferrado que nem eu, com parasitas saindo pelas orelhas, de todos os grupos zoobotânicos possíveis e pra cada um precisa um veneno diferente? O paciente morre se tomar tudo de uma vez? Não? Então vai, tudo junto: três venenos diferentes e mais um troço pro estômago não ir pro saco. Pois é. Os primeiros dias foram uma merda (ou uma seqüência de), mas sobrevivi. Hoje sou uma pessoa melhor. Doutor Castro é porreta. Entende tudo de bichas!!!

É isso aí. Agora são vinte pras sete. Não sei se tento dormir ou se saio pra correr meus 4 km diários.
De qualquer forma, tenham um bom dia e aproveitem que o domingo vai ser de muito sol.

beijossss
tita

sexta-feira, 1 de novembro de 2002

Este textinho eu escrevi num e-mail pro médico que está cuidando de meus achaques. Ele é um cara legal. Intrusivo, segundo ele, e entende pra cacete de bichas... ops... desculpem, verminoses e outras parasitoses em geral.

Complô de baixo nível

Queridos nemátodos, protozoários e bactérias:
Eu sei que vocês levaram milênios e mais milênios para se transformarem em formidáveis e eficientíssimos parasitas, as máquinas orgânicas mais fascinantes que existem, capazes de explorar outros seres vivos e de usá-los como fontes de alimento, sem matá-los.
Perto de vocês, leões e tubarões são toscos açougueiros.
Vocês são sutis, pequeninos, passam quase despercebidos.
Exceto quando exageram, e enlouquecidos de empolgação, se multiplicam além da conta. Aí a gente percebe que tem algo de errado e toma providências. Providências e venenos pra extirpá-los de nossas entranhas.
Como eu estou tomando.
Companheiros nemátodos.
Companheiros protozoários.
Companheiras bactérias.
EU QUERO QUE TODOS VOCÊS VÃO PRA PUTA QUE OS PARIU!!!
Pra não dizer vão à merda.
Na verdade, pelos menos os nemátodos estão indo.
Se é que vocês me entendem... :-P

ass.
Martha ''Tita'' Argel
(o mais recente hotspot de biodiversidade na face da terra)

terça-feira, 29 de outubro de 2002

Algumas fotos são mais fáceis que outras.
O homem, por exemplo. Vejam aí no post anterior, ele sorrindo, e até acenando, oferecendo-se para a câmera com a naturalidade do hábito.
Foto fácil. Todo dia a gente vê em qualquer jornal, qualquer banca.
Foto difícil é esta outra aqui, feita hoje de manhã num ponto de ônibus de uma rua qualquer. Custou até ele permitir ser fotografado. E nem o sorriso ele mostra, e não está em nenhum jornal ou revista. Azar o nosso, o sorriso dele é lindo.
E vai saber. Quem garante que daqui uns anos ele não vai ser muito mais importante que o homem do riso fácil?



fiquem bem, fiquem em paz

tita

domingo, 27 de outubro de 2002

Tem gente que não tem mais o que fazer.
Tem gente que é capaz de perder meia hora da vida parada numa esquina esperando o homem aparecer.
Tem gente que leva até máquina fotográfica.
E tem gente que depois corre pra colocar no blog uma foto ruim e cheia de reflexo, só porque não tem mais o que fazer.



Última vez que tem esse circo aqui na frente de casa por causa dele.
Na próxima, ele vem votar sozinho, sem segurança, polícia, exército, DSV, fãzocas...
... e paparazzi improvisados!

beijos
tita
Então. Fui lá. Votei. Exerci o direito (não o dever) que exerceria mesmo que o voto não fosse obrigatório, coisa que não deveria ser.

Retiro o que disse ontem, Giu, Tetsuo, Cintia, Pri: puta esquema de segurança. O homem vota aqui na frente de casa, vcs sabem. Aquele, o tal que está indo embora pra deixar a cadeira pro Lula (opa, cantando vitória antes do tempo!). O quarteirão foi isolado com cavaletes e fitas pelo DSV e ninguém, fora as unidades de TV, estaciona. Ah, e o ônibus do Exército, cheio de requinhos à paisana, mortos de sono, pobres meninos, e que estão por toda a parte, de sentinela pela rua.



Carros de polícia parados em pontos estratégicos, e circulando a cada cinco minutos. Quando um sujeito invadiu minha varanda de madrugada, uns anos atrás, não tinha nenhum. A polícia federal ainda não chegou, é a única que falta na festa. E no corredor que dá pra sessão onde o homem vota, um detector de metais.

É o crime organizado conseguindo, aos poucos, instalar um clima de medo e paranóia num país que nunca enfrentou o terrorismo.

Dá o que pensar.

beijos a todos
tita
Bom dia, querido diário!

E não é que o Paulo visitou meu blog? Eu até pensei, quando coloquei a foto do Thor mordendo meu pé, que seria o tipo de comentário que ele faria, mas como sei que ele nunca passa por aqui, me pegou de surpresa encontrar o comentário dele.
E a Liliana e o Tetsuo engataram uma cyber-amizade que deve ser hilariante: não imagino o que cada um entende do que o outro escreve. Deviam criar, juntos, um blog em portunhol!!!

Bom, sobre o Halloween do Carcasse: eu ia esperar que a Giulia postasse as fotos pra poder linkar, mas ela só vai fazer isso amanhã, então eu falo como foi. Foi a melhor festa gótica a que eu já fui. Finalmente! Tudo foi praticamente perfeito: a fila foi curta, o lugar era fan-tás-ti-co, a decoração de bom gosto, as pessoas super bem produzidas, a música era legal, o bar eficiente, os banheiros limpos, tinha um espaço a céu aberto que era uma delícia (pena que choveu durante algum tempo). Duas coisinhas de que eu teria gostado: um espaço mais isolado acusticamente pra quem estava a fim de bater papo, e um pouquinho mais de luz pra poder ver as roupas e fantasias. Mas são detalhes. A casa estava lotada. Que bom! Meus parabéns ao Cid Vale Ferreira e aos demais organizadores e patrocinadores. Que haja mais eventos no Absinto Club!
Quem foi? A Giu, a Carmilla, a Priscilla e eu. Num certo momento, a Giu e eu tinhamos saído para tomar um arzinho e chegam dois rapazinhos. Ué? ''Você é a Tita? Eu sou o Paisley, e esse aqui é o Nnato". QUE BACANA!!! Nossos amigos virtuais nos reconheceram!!! Junto com eles estava a Agnes, uma simpatia, como os dois. Passamos o resto da festa batendo papo, foi muito legal, rimos pra caramba, a Giulia, claro, me fez contar tudo sobre meus estômagos e cocôs de passarinho, e o Nnato ficou superfeliz porque eu tinha um exemplar do Relações de Sangue (dei um pulinho no blog dele. Ele até pôs a foto do autógrafo que eu dei!). Lá pelas tantas conhecemos o Cid em pessoa. Nossa, que cara simpático!!!
Enfim, foi uma noite genial. Lugar legal, festa animada, velhos e novos amigos. Mal posso esperar pela próxima!

Por enquanto é só.
Que todos tenham um bom dia. Votem conscientes, votem bem, votem em paz.

beijos a todos
tita

sábado, 26 de outubro de 2002

Cá estou eu. Não que eu queira. Eu queria estar dormindo!
Mas esse pentelhinho filho da puta não deixou.



Pois é. Cheguei do Halloween do Carcasse eram umas cinco e meia. Esse serzinho asqueroso começou a latir na minha porta às oito e meia. Bom, muitos de vocês sabem que tive um probleminha chamado "serralheiro-filho-da-puta'' com a porta de entrada, que está sem vidro. Os latidos soavam dentro de minha caixa craniana. Você conseguiria dormir? Então. Abri a porta. Olha um flagrante do filho-da-putinha fazendo o que ele sabe de melhor: enchendo o saco.



Ele já latiu, mordeu meu pé e vomitou no tapete. The joys of the wildlife.

E como foi lá no Carcasse? Putz, depois eu conto!

beijosss (de muito bom humor)
tita


sexta-feira, 25 de outubro de 2002

Bom dia, quase-diário virtual.

Nos últimos dias, tenho me sentido gente grande, reuniões, relatórios concluídos, telefonemas de trabalho, contatos, além do empenho na divulgação do livro. Até a correspondência eletrônica está bem mais em dia. Resultado, o blog sofre.

Nas minhas manhãs, uma novidade: comecei a correr. Economiza tempo, mas em função do traçado, percorro uma distância bem menor do que costumo percorrer caminhando. Em suma: ainda não sei se incorporo à rotina ou se volto às caminhadas, muito mais tranqüilas, embora mais demoradas.

Apesar de toda a crise, que ferra com toda a vida econômica do país, ando empolgada com os primeiros resultados da chegada do Relações de Sangue às livrarias, e as primeiras impressões de leitores que não são amigos próximos. Parece que o pessoal está adorando. Viva!

Agora, um pouco de marketing. Relações de Sangue, meu primeiro romance, uma história policial com vampiros, está à venda, nas Siciliano, nas Saraiva Megastores e na FNAC; parece que está na LaSelva e na Cultura, mas não estou bem certa. A Papirus, da Campinas, deverá ter em breve (obrigada, Paulo, lindinho!) As lojas normais da Saraiva não receberam, mas se os clientes pedirem, eles solicitam à distribuidora.

Pela internet, ele pode ser comprado nas seguintes URLs:
- Editora Novo Século o pedido pode ser por telefone também (11) 3699-7107
- Submarino
- Siciliano
- Saraiva

(e se você já leu o livro e gostou, por favor deixe sua opinião nos sites das livrarias Submarino, Siciliano e/ou Saraiva. Fico muuuuito grata!)

Hoje é capaz que vou ao Halloween do Carcasse com a minha amiga Priscilla. Que tal a gente se encontrar lá?

beijos, tenham um belo dia
tita

terça-feira, 22 de outubro de 2002



Esse é o Thor, meu puldog.
Hoje ele fez cocô no jardim do Senador que é meu vizinho e vcs já sabem quem é. Eu estava catando o excrementozinho quando escutei a porta se abrindo. "Xi, sujou", foi o que pensei "agora vão achar que eu estava preparando um atentado a bomba contra o cara". Juro que fiquei com medo. Mas era só o Senador saindo, acompanhado por seu indefectível guarda-costas. Não cheguei a dar bom dia ao político, afinal eu estava ocupada demais com a merda, que diligentemente juntei, depositei num saquinho plástico e depois joguei num saco de lixo.

Pesquisa de opinião pública: o que vocês teriam feito em meu lugar?

tita
Ok. entendo cada vez menos. O referido post de ontem sumiu. Escafedeu-se.
E o que eu acabo de colocar não aparece tbm no editor. Who do you call? Ghostbusters!
Tem umas coisas que são meio doidas aqui.
O post de ontem, por exemplo. Ele foi repetido, por algum mistério insondável da web-natureza. Pois bem. Tentei apagar uma das cópias, não consegui. Então salvei o texto e apaguei as duas, pensando recolocá-lo depois. Agora volto aqui e descobro que estão as duas ainda lá, mas o texto não existe aqui no editor!!!
Moral da história: não erre em seus posts, o blogger tem uma memória de elefante.

domingo, 20 de outubro de 2002

Eu não ia postar nada hoje, mas o assunto do rio poluído despertou atenção. Então tá. Vou falar do rio, que não interessa qual é, e que vou chamar de Terror.
Pois bem, o Terror atravessa uma linda floresta. Você vai por uma estradinha de terra e lá na frente você vê uma ponte amarela. Quando chega na ponte, você percebe que algo muito errado acontece com o Terror: primeiro, as águas são nojentas, estagnadas, uma cor doentia, um verde quase negro, com bolhas de gases presas na superfície. E imediatamente você sente o fedor. Não é de merda, não é de podre. É algo que só pode ser descrito como insuportável. Aí você começa andar pela margem, rio acima, no meio da mata. O rio parece um lago, absolutamente imóvel. O que quer dizer isso? Que não vem água lá de cima. Estamos atravessando uma forte seca, sabe. Não chove, o rio não corre, a água estagnada perde o pouco oxigênio que tem, e o rio fica TOTALMENTE MORTO. Você continua subindo. De repente, um susto: no meio do rio, parece que algo está vindo à superfície. Ali. E ali. Lá. E mais adiante. Parece que todo o rio está vivo, com algo, que você não sabe o que é, subindo à tona por toda parte. São gases e substâncias que estavam presos no fundo do rio, sendo liberados para a superfície. É impressionante. Você continua subindo. Aves aquáticas sobrevoam, mas nunca pousam nas águas podres. Que pensarão elas dessa água venenosa, sem peixes? E de repente... cacete! A água está vermelha? Que porra...? Claro, alguma descarga de produto químico. Não é só a bosta e os detergentes residenciais que vêm parar aqui, neste rio morto que atravessa um paraíso. Os empresários têm tanto direito quanto as donas de casa de fuder com os recursos naturais. E você segue subindo até que escuta o barulho de água corrente. Feche os olhos, tampe o nariz e escute os passarinhos e o murmúrio líquido. Lindo, né? Pois você chegou ao ponto de despejo de esgoto. Aquela cachoeirinha ali na frente é a fonte de toda a bosta cujo cheiro, numa altura destas, já está revirando seu estômago.
Vá subindo. Lembra que o Terror está parado por causa da seca? Pois incrível, quem disse que um rio sempre corre para baixo? O fedor e a água morta estão também acima do ponto de despejo de esgoto. Há tão pouca água que o esgoto se espalha nas duas direções.
Mas prossiga, vá até aquela ponte ali. Antes da ponte a poluição cessa. A água do rio está limpa, um verde saudável. Peixinhos se agitam perto da superfície. Por todo lado. Não são gases, são peixinhos de verdade. Mas, ei, eles estão muito agitados. É falta de oxigênio: eles estão morrendo. Então aparece um homem com um saco de pão “Vim trazer pros peixinhos [enquanto esfarela os pães e joga na água]. São lambaris. Eles estão morrendo de fome. Eles não conseguem descer o rio por causa da poluição, e não conseguem subir por causa da barragem da captação de água. Eles estão presos aqui. Semana passada tinha muito mais, mas acho que a maioria já morreu. Vão morrer todos se não chover”.
Continue rio acima. Agora sim, há aves na água. Biguás e socós. Devem estar felizes, comendo os peixinhos que não têm como fugir.
E por fim você chega numa barragem. É ela que retém a água que deveria fazer o Terror fluir. Ali é a captação de água. Que quer dizer isso? Que dali é retirada a água para abastecer a cidade. A água que deveria fluir no rio, e levar oxigênio para os peixinhos, e carregar a poluição rio abaixo, e TORICAMENTE diluí-la e permitir que processos naturais aos poucos a neutralizassem, essa água é captada aí e levada, através de uma tubulação eficiente, para que os moradores possam desperdiçá-la lavando a calçada, deixando a torneira aberta enquanto escovam os dentes, largando a mangueira jorrando enquanto vão atender o telefone, essas coisas que eu e você fazemos todos os dias porque achamos que é NORMAL.
Eu gostaria de falar mais, mas não posso, não sou padre nem médico, mas tenho de respeitar o cliente que está me pagando para que meus conhecimentos técnicos ajudem a prevenir problemas. Não vou fazer denúncias e nem criar movimentos populares. Meu papel é só um: mostrar que a construção de uma rede de coleta de esgotos NÃO vai trazer impactos negativos para a fauna hoje existente na área. Parece ridículo, né? Mas legislação é legislação, não vou entrar no mérito da coisa porque não meto o bedelho em áreas que não são de minha competência. Não vou entrar no gabinete de político nenhum batendo na mesa e exigindo que as coisas sejam feitas. Só vou fazer o que posso: mostrar que a rede coletora é boa pros passarinhos e torcer pra que o projeto seja aprovado pelos órgãos competentes.

beijosss
tita

sexta-feira, 18 de outubro de 2002


Boa noite.
Cá estou eu. Num quarto de hotel onde o ar condicionado cheira a poeira, mas cujo ruído ensurdecedor serve para abafar a tevê do sujeito ao lado. Merda. Mil vezes merda. Eu tava felizinha, oba, consigo conectar o laptop. Sim. Consigo me conectar a todas as merdas de minha vida.Linha direta, todas as pequenas e grandes obsessões aqui, comigo, neste quarto onde estou há... deixa eu ver... ha seis horas, me sentindo mal mal mal. Sei lá o que foi. Um enjôo terrível. Não sei o que foi, talvez o cheiro nauseabundo do rio que estamos tentando salvar. Bonito isso, né? Paladina da justiça. Bela merda.
Vocês já viram um rio vermelho? Eu vi hoje de manhã.
Peixes aos milhares tentando respirar e condenados à morte presos por poluição fudida a jusante e uma barragem para captação de água a montante?
Aves aquáticas que apenas podem sobrevoar um rio nunca usar suas águas, apenas porque o rio não é rio, mas merda a céu aberto?
O mal-estar físico associando-se ao mal-estar do universo estranho que mora dentro da minha cabeça.
Merda.
Como é que eu faço pra dar um FODA-SE bem grande pro mundo, e realmente ter um resultado eficaz com isso?

tita,
que espera estar melhor pela manhã, pra poder continuar com este trabalho até o fim, porque a grana vai me comprar um pouco mais de fugas, quando chegar

quinta-feira, 17 de outubro de 2002

Antes de cair na estrada:

Meu livro, Relações de Sangue, está à venda no site da Novo Século, e em várias livrarias virtuais. Em duas delas há um espaço para comentários. Na Siciliano já apareceu um comentário da Cli, que enfrentou a provação de preencher uma ficha cadastral pra me dar a maior força (Valeu, Cli, amiga, sócia, séria candidata a fã número 1 da Lucila, e não apenas cronologicamente). Na página do Submarino a ficha é mais fácil de preencher. Detalhe: o livro aparece entre os ''Esotéricos''. Quem me conhece bem pode imaginar o que pensei ao descobrir isso...

Agora de volta às malas e mochilas.
Bom dia, querido quase-diário cibernético egotrípico.
Ontem de madrugada tentei postar e não consegui, tinha algo fora do ar por aqui, e ao longo do dia acabei desistindo.
Preguiça, ou falta de vontade mesmo.
Pros que me perguntam como estou: estou, a dor está fraquinha, a impressão que tenho é de que tinha um belo componente de ansiedade nela. Me disseram ontem que eu não tinha de ter me preocupado com a dor, e me explicaram porque. Ok. Deixa pra lá.
Foi um dia bom. Ou deve ter sido, porque hoje não faz diferença. As camadas de algodão voltaram a abafar, neutralizar tudo. Altos e baixos não têm qualquer significado, frente a um agora tão cinzento e neutro como o dia que amanhece lá fora.
Antes que comecem a se preocupar ''ah, não, lá está ela deprimida de novo''. Eu NÃO estou deprimida. Também não estou esfuziante. As coisas não são branco ou negro, há uma grande zona de gradações de cinza no meio, e o ponteiro está marcando o centro exato. Tem uma etiquetinha por cima onde se lê ''Modo Trabalho''. Ter cortado as unhas e pintado de preto foi simbólico: passei por algumas semanas de montanha-russa emocional, e antes disso por meses de euforia com um livro que, sinceramente, já me cansou. Ok, Martha, hora de cair na real, sim? A ornitologia está aí, à espera de uma decisão tua. A situação bancária nunca esteve tão negra. Tem trabalho enrolado à espera de que vc tome uma atitude. Há quantos meses você não escreve um conto, começo ao fim?
Estou mais magra e em sentindo bem, as pessoas continuam gostando das coisas que eu escrevo, e ontem na rua um conhecido casual me disse que eu tinha um sorriso de criança e que estava bonita. Ok. Não sou um desastre social. "Você chora de barriga cheia'', ouvi ontem pelo telefone. Sim. Continuo, como sempre, sozinha e sem grana, e cheia de planos que nunca dão inteiramente certo. Running to stand still, ouvindo conselhos em músicas: you got to get yourself together, you got stuck in a momment, and you can't get out of it.
Viajo hoje, a trabalho, e nada mais reconfortante, neste momento, do que a idéia de horas e horas no silêncio de um eucaliptal histórico. Árvores gigantes, e, tenho certeza, no calor do meio do dia o canto melancólico, sonoro e repetitivo do pitiguari. Eu quero isso, a solidão boa onde eu sou eu, e não um personagem cheio de obsessões e idéias fixas. Quem sabe eu saio desse momento no qual estou atolada.

beijos, num dia em que, se o sol não aparecer, vou sentir muito a falta dele
tita

terça-feira, 15 de outubro de 2002


Eu de novo.
Me recuperando de um susto.
Saí pra caminhar, mais cedo que o normal, feliz da vida. Numa subida, não mais de cinco quadras caminhadas e de repente uma pontada horrível nas costas. Num teste, respirei fundo. Dor ampla, geral e irrestrita no peito. Oh-oh. Vejamos: histórico de doença cardíaca na família, há meses não passo no cardiologista, sou uma ansiosa irremediável... Tá, primeira coisa: NÃO ENTRE EM PÂNICO.
Voltei pra casa. Cada passo, uma pontada. Tentei ignorar, quem sabe a dor esquece e vai embora. Não deu certo. Doía cada vez que eu respirava.
Que se faz numa hora dessas? Apela pro anjo da guarda. O meu se chama dr. Osmar. "Dor no peito? Com o teu histórico? Vem pra cá !"
Fui, né. Terror. Ele tá me olhando de jeito esquisito? Será que sabe de algo? Ele tá demorando mais que o normal com os estetoscópio. Ele voltou onde já tinha auscultado. Voltou de novo. Deve ter algo errado. Vixe, eletro. Deve ter algo bem errado. A cara dele tá normal quando ele lê o eletro? Porque ele tá demorando tanto pra tirar a pressão? Tá tirando de novo, deu merda. Veredito, afinal: ''Tudo normal, Martha. O coração tá completamente normal, a pressão um pouco alta, controla o sal. Índice de massa corporal, absolutamente dentro do normal. Você tem uma artrite paraescapular esquerda, o problema é postural.''
Então: meu maior problema de saúde é o laptop!!!!!. O segundo maior é arranjar grana pra pagar a consulta. O dr. Osmar é um anjo, mas ele não atende pelo meu convênio.

aliviada,
tita
Bom dia, sol!
Ontem, um dia cheio. Cheio de pequeninas coisas que, no cômputo geral, não são relevantes, mas que deixaram o dia movimentado. Alguns revezes, coisas que em vez de irem adiante deram marcha a ré. Não vale a pena falar. Meu humor anda bonzinho.
Me senti gorda. Uma visitinha à balança habitual comprovou que havia um quilo a mais em minha massa corporal. Impossível, em 24 horas? ''Vai ver é o antiinflamatorio'' sugeriu a Giulia. Bingo. Tava lá: ''Retenção de eletrólitos''. Você retém o sódio, e junto retém a água. Não engorda. Incha. Já parei de tomar. De qualquer forma, a dor nas costas quase sumiu.
Estou pegando uma corzinha. Ufa. O contraste entre rosto e pescoço já não está tão evidente. É bom eu caprichar. Daqui uns dias viajo de novo, a trabalho. Mais sol na cara, nos braços. Fica ridiculo quando a gente quer pôr algo mais decotado.
Fiz uma reforma nas unhas. De longas e rubras passaram a curtas e negras. Não faz sentido tê-las sexies. Atrapalhavam pra caralho, e eu errava além do normal na digitação.
No meio do dia, vontade de provar algo diferente. Tinha suco de tomate. Um resto (só um resto) de uma vodca russa, provavelmente a última que será vista em meu congelador por um looooongo tempo, dada a disparada do dólar. Eu estava com sede, esqueci que vodca é quase quatro vezes mais forte do que os vinhos que costumo consumir, e resolvi dar uma volta pelos blogs. Resultado: merda. Por toda a rede. E o pior é que a conexão estava boa, visitei blog pra cacete. Tá tudo lá registrado.
De noite, a Giulia me convenceu de que estávamos precisando de uma pizza. Segundona, o Larica's não trabalha, pedimos de outro lugar. Rúcula, tomate seco e mussa de búfala, claro. Muito melhor que a do Larica's. Bem mais cara também.
E terminei o conto. Fiquei feliz. Agora preciso revisar (nove anos, né, Giu? rsrsrs)
E já eram quase onze da noite quando o telefone toca. Ué?? ''Adivinha quem é, Tita?''. Incrível, adivinhei. ''Deus_Noite?!?'' Daí a pouco ele me passou pra um amigo que precisava uma ajuda e o resultado é que ficamos uma hora e meia ao telefone. Doideira. Falamos da extinção de mamíferos no pleistoceno, da relação pesquisadores/imprensa no Brasil, da pouca qualidade da divulgação científica em zoologia, fofocamos sobre conhecidos em comum e rimos muito. Desligamos grandes amigos. O mundo é estranho.

É isso aí. Curtam o calor. Se tiverem vontade de reclamar do sol, pensem antes nos dias cinzentos e tristes.
Assumida: apesar de tudo, gosto dos dias luminosos.

beijos
tita

segunda-feira, 14 de outubro de 2002


Oi.

O domingo teve música, uma musiquinha tocando na minha cabeça, suave, melancólica mas reconfortante, como o abraço carinhoso de alguém de quem a gente gosta, mas que sabe que logo vai embora.
O domingo teve o trabalho cerebral, duro, de tocar adiante um conto difícil, que tem um tema que não conheço na prática, só na teoria, mas que apesar de tudo, parece que está dando certo
O domingo teve a Giu, que apareceu por aqui, um furacão, cheia de presentes, e nosso almoço ''light'' se transformou numa orgia gastronômica, com direito a um sorvete que irmãmente dividimos ao meio e comemos TUDO, enquanto assistíamos vídeos que valiam a pena (vampiro Victor, estou babaaaaaando por você).
O domingo teve aquele pessimismo que já conheço bem: ninguém vai comprar meu livro porque perdi o bonde, as vitrines das livrarias já não são mais dedicadas aos vampiros, meu livro vai ficar perdido numa estante ''Literatura Nacional", juntando poeira porque ninguém vai achar ele lá. Fiquei mal demais pra contar o que aconteceu na sexta-feira: estive em duas livrarias, na Saraiva nem sombra do livro, na Siciliano idem, embora aparecesse no computador, na sessão de Terror. Me senti arrasada. A Giulia me consolou, um pouco, mas o sábado não foi muito alegre. Só que agora li o comentário da Carol, e fiquei sem saber o que pensar. Será mesmo? Será que o livro acabou na livraria? Será que não foi preguiça do vendedor? Será que o livro ainda não tinha chegado na livraria, mas estava no computador, e ele achou que tinha terminado? (o pessimismo é um hábito difícil de perder, mas de qq forma, Carol, você não sabe a alegria que seu comentário me trouxe!).
E o domingo teve a Giu me levando numa farmácia pra comprar Cataflam Gel, pra passar em uma dor muscular que me fez repetir ''aaai, aaaai'' ontem o dia inteiro. "Compra esse aqui, Tita''. ''Mas Giu, a dor é nas costas, eu não vou conseguir passar porque dói quando dobro o braço.'' ''Mas é bom''. ''Mas eu não vou conseguir''. ''Mas é bom''. ''É caro''. ''Olha, tem em spray''. ''É mais caro ainda''. ''Mas esse vc consegue passar, e vc não vai ficar com essa dor aí, né''. Tá bom. Comprei o spray caro. Funcionou. Giu, meu anjo da guarda.

E pra quem deixou comments...
Amanda, Vanessa, que bom que conheci vcs aí pela rede, eu chorei com seus comentários, acho que ando meio molinha esses dias, obrigada, obrigada!!!
Lili, quisiera tenerte acá, no solo en la pantalla, sino conmigo. Quisiera que Mardel y Sao Paulo fueran una sola cosa, para poder visitarte cuando me entraran las ganas, para salirmos a pajarear y tantas cosas buenas que podriamos hacer juntas.
Nnato, vc viu, querido, linkei teu blog. Não fica pra baixo, não, e boa sorte no trabalho! Posta lá no blog que eu vou te visitar!
Paulo, uma saudade imensa de você, acho que a gente acostuma rápido com o que é bom. Sinto tua falta, por todos os cantos da casa.
Giu, Giu, Giu. Tardes ensolaradas de domingos são pra serem compartilhadas com quem a gente gosta. Ontem foi ótimo.
Jaspion, amiguinha nova, já te conhecia do blog do Carl, valeu mesmo! Que bom que você gosta do JC. Ele é uma delícia de abraçar e apertar.
BB, q q vc faz? Fica por aqui, oras! E seja bem-vindo! Os amigos da Van são meus amigos também, baby...
Tetsuo, vc apareceu! Tente dividir um dia de sol com as pessoas que gostam de você. Você vai começar a gostar dele também :-)

beijos a todos, tenho de ir, aproveitem o dia, e as amizades

tita



domingo, 13 de outubro de 2002


Domingo de sol, pouco passa das seis mas já se nota que o dia vai ser fogo, literalmente.

Uma vez me disseram que quando estou feliz fico bonita. Estou tentando ficar bonita. Esquecer as encanações, as mágoas, as desilusões, os pequenos revezes que se acumulam. Ver o que há de bom por aí.

Então caminho. A primavera, apesar de quente, anda linda aqui por Sampa, flores por toda parte, ontem saí para caminhar no fim da tarde e vi: os amarelos das sibipirunas e tipuanas, o lilás do jacarandá-mimoso, o fúcsia das primaveras. Ruas e calçadas cobertas por tapetes coloridos de flores caídas. E tingidas de roxo escuro por baixo das amoreiras. Eu nunca havia reparado quantas amoreiras existem aqui. Já sei quais são as azedas e quais são doces como açúcar. Volto sempre com as pontas dos dedos pintadas de roxo. Ontem peguei um punhado de amoras de cima do capô do carro do Romeu Tuma. Estavam azedas umas, passadas outras; duas eram um manjar.

Então escrevo. Great news, estou trabalhando em um conto. Há quantos meses não conseguia? Mas estou me forçando, neste momento em que não tenho mais nenhum trabalho para entregar. O texto não sai natural. Ainda não estou feliz o suficiente, quem sabe.

E então leio. Enquanto tomo sol, um pouquinho só, que é para igualar a cor que não tem jeito, sempre pego no rosto e braços quando faço trabalho de campo. Tomar sol não é só frescura, pra mim é uma necessidade, uma obrigação.

Brinco com o Thor, atualizo o blog, falo com amigos pelo telefone. Assim. São os meus dias. Ainda demora muito pra ficar bonita?

beijos, o Thor tá me chamando. aproveitem os dias.
tita

sábado, 12 de outubro de 2002


Bom dia.

Ontem, coisinhas estúpidas e irrelevantes foram se acumulando e cavando um poço fundo por baixo do humor, mas a prova de que eram estúpidas e irrelevantes veio no fim da tarde, quando por um passe de mágica o humor de repente aflorou à superfície, em excelente estado de conservação. Não me perguntem. Acontece com vcs também?
O passe de mágica? Não sei, talvez um punhado de telefonemas (três, para ser exata). E a Giulia Moon aparecendo por aqui para uma pizza de rúcula com tomate seco e mussa de búfala. O entregador de sempre explicando porque é que a pizza de rúcula sempre chega morna e não explicando porque é que a Coca light estava idem. Aí assistimos ''Blood, the Last Vampire'', e depois um longo papo na varanda arejada e fresca, delícia pra quem tava morrendo assado dentro de casa.
Não tô inspirada. Depois posto mais alguma coisa. Vou aproveitar que o sol ainda não castiga e dar uma longa caminhada.

beijos a todos, curtam este começo de feriado
tita

sexta-feira, 11 de outubro de 2002


Atualizar.
Ok.
Passei os dois últimos dias me atualizando, a ponto das lagrimas chegarem à borda dos olhos, de felicidade, de uma visão no futuro. Aquela vontade de sumir no mundo. Viajei, com uma intensidade surpreendente, companheiros que amei a cada minuto. Passado e futuro numa sobreposição de power point. Quem sou eu, que no fim saí sem me despedir? Será que terminou, outra ilusão, outro arroubo de 'agora sim'?
O caos apenas se aprofundou quando peças já abandonadas entraram no jogo, de novo, teimosas, junto com sorrisos de acolhida à filha pródiga.
O que eu amo? Quem eu amo? Amo? O que vale a pena? Vale?
Quero fazer tudo ao mesmo tempo, talvez porque o brilho de que longe cativa de perto perca a magia. Ou sou eu que não vejo porque não quero, porque não sei?
O fogo da urgência ardendo no peito, e eu me imobilizo, sabotando a mim.
Camadas e camadas de algodão macio, impenetrável, aconchegante. Realidade tamponada.

E hoje?
Morangos maduros, trabalhos por terminar, um saldo bancário negativo iminente (ou eminente? ou ambos?), o mesmo caos, inerte, amorfo, de sempre. E o confuso carinho que a distância crescente torna cada vez mais melancólico.

beijos a todos, aproveitem o dia.
tita

terça-feira, 8 de outubro de 2002


Então.
A Engel cantou a bola e fui lá conferir.
É verdade!!!! Relações de Sangue está nas livrarias virtuais!!!
Encontrei na Siciliano!!! Dêem um pulinho lá!!! Quem já leu, pleaaaaase, tem um formulário pra deixar comentários!!!!
Quem não leu, pode aproveitar e comprar....

E só pra lembrar vcs, lá vai de novo....

Relações de Sangue, uma história policial com vampiros!



Esqueça as masmorras e os castelos nas montanhas distantes. Nada de caixões ou capas negras. Os vampiros estão entre nós. Num bar da moda ou no carro importado, bem aí do seu lado num congestionamento. Normais em aparência, vestidos como você ou como eu, mas sempre à caça de novas vítimas, em busca do sangue denso e quente, e sedentos pela vida dos mortais. Martha Argel traz os vampiros para o nosso dia-a-dia, para o cotidiano de uma metrópole brasileira, para dentro de sua vida. Através dos olhos de Clara, uma mulher absolutamente normal até que os filhos das trevas invadissem sua vida, você conhecerá vampiros belos, sedutores e irresistíveis. Mas não menos fatais do que os clássicos tomadores de sangue do cinema, como Drácula e Nosferatu. Relações de Sangue é um livro inteligente, bem-humorado, com um ritmo alucinante e uma trama envolvente. Amor sedução, aventuras e sangue nas ruas de São Paulo. Assassinatos misteriosos e atrações perigosas. Uma história envolvente do começo ao fim. Você irá curtir cada mordida. Aproveite!

o post que tava aqui eu apaguei.
me sentindo gente, me arrependendo, assumindo.
os passarinhos me esperam lá.
decisão, quem sabe tenho esse privilégio.
de repente, quem sabe, pinta a chance de fazer alguma loucura, na boa, loucura apenas segundo o evangelho de meus planos atuais (ou falta de).
montanha-russa.

[suspiro] sei lá.
torço pro meu caos não ferir inocentes.


beijos
tita
Bom dia.

Acordei como de costume, amorfa. Acreditando da vida, apesar dela. Barry Manilow, quem aí lembra, doin’ ok, but not very well. Um carinho enorme, um calor guardado aqui dentro, mas é, até onde sei, um doce passado, que vai me aquecer até não sei quando e daí pra frente continuo não sabendo. Sem expectativas.

Por outro lado (que bom quando existe ao menos um outro lado; que bom que tenho dois deles pra me fazer VIVER), de repente caiu uma ficha. Amanhã vou brincar de gente grande, reconhecimento profissional e coisa e tal. Sem fingimentos, não a grande escritora, não a heroína pulp fiction. Terreno sólido debaixo dos meus pés. Estranho isso, aquilo que estou tentando transformar em passado é o que, quando o mundo oscila violento a meu redor a ponto de me deixar enjoada, me acalma, me tranqüiliza, me conforta. Armadilha: última vez porque, lembra, estou caindo fora. Eu me odeio quando saboto minha própria paz. E sou muito boa nisso.

Assim: no jolts no surprises, no crisis or rises, my life goes along as it should, it’s all very nice, but not very good. Li nalgum lugar: no meio da tempestade, os marinheiros derramavam óleo e o mar amansava ao redor do navio. Serenidade, paz. Smoothness. Derramar óleo é uma via de duas mãos. Eu sempre soube, mas a covardia é um magistrado implacável em seus vereditos. A vida segue mansa, tamponada. Mild weather.

E a gente transfere os arroubos de fúria para um terreno não pessoal: você aí que votou no patético arremedo de líder Enéas Carneiro: vá para a putíssima mãe que te pariu. Você humilhou todos aqueles que votaram com responsabilidade. Você transformou meu voto em merda. Por tabela, e sem saber, você deu a autoridade (e a responsabilidade) de representar 30 milhões de eleitores a um boçal que recebeu menos de 300 votos, e que foi carregado para dentro da Câmara dos Deputados como um parasita confortável, nas costas dessa caricatura grotesca a quem sua rebeldia ignorante e inconseqüente deu seu voto de confiança. Esse serzinho histriônico que você, bobinho(a), elegeu porque acha que votar é um saco, é a favor da construção da bomba atômica, sabia? Com seu votinho de merda você ajudou a eleger uma bancada de seis lunáticos que numa hipotética votação quanto a uma guerra nuclear (os céus nos livrem!), dariam um glorioso e afoito SIM a Hiroshima e Nagasaki. Com seu raciocínio de ‘político é tudo uma merda, então vou votar no pior’, você conseguiu o que queria: transformar o cenário político (que já não é dos mais sérios), num circo em que os palhaços somos nós todos. Parabéns. Vá à merda.

Pronto. Adrenalina pra atravessar o dia. Estão vendo como é fácil viver sem olhar para dentro da bruma que nos esconde de nós mesmos?

Que seja bom o dia de vocês. O meu vai ser. Vou me preparar para a reunião de amanhã. Já com saudades do que ainda não é passado.

beijos
(e um especial para você, Paulo, farol que ao menos um pouquinho me ajudou a devassar o nevoeiro)
tita

segunda-feira, 7 de outubro de 2002

Pessoal

Vai ter show do Violeta de Outono na inauguração da nova Dark Legends, dia 12 de outubro (próximo sábado). Não sei onde será a nova casa, e não sei horário e nem preço, mas já acionei minhas ''fontes'' pra descobrir. Esse eu não quero perder! Se fosse vcs, tbm não perderia...



beijossss
tita

Bom dia, todos!

No blog da Giulia Moon, estão as fotos de nosso encontro no Ponto Chic, no sábado. Meus amigos, lá. Foi bom. Adorei esta, Tetsuo , Giu e Paulo Castro, eles não são ótimos?



E que tal este trio da pesada? Euzinha, protegida por meus dois deliciosos guarda-costas, Alone Soul e Paulo Castro. É, meninas, esse é o preço da fama... rs...



É isso aí.
Curtam o dia de sol, em ritmo de dever cívico cumprido. E lá vamos nós pro segundo turno.

beijos

tita

domingo, 6 de outubro de 2002


Domingo. Dia de sol. Dia de eleição. Dia de colocar a casa em ordem, ao menos pra mim.
Ontem estive com meus amigos, estiveram todos aqui. Giu, Cintia, Paulo, Adriano, Lila, Tetsuo, Alone, e minha sobrinha Natália.
Hoje estou sozinha. Sem hóspedes. Votei cedinho, então peguei uma estrada ensolarada e no final recebi um sorriso de agradecimento, e um abraço apertado.
Tanta coisa pra colocar em ordem aqui por dentro. Uma sensação de conforto, agridoce.

Tenham um bom domingo. Votem bem.

um beijo
tita

sábado, 5 de outubro de 2002


Bom dia, querido bloggerdiário-não-tão-diário-assim.
Engraçado como a gente às vezes descobre que a internet não é, afinal, a coisa mais importante da vida, apesar de janela para o mundo, apesar do contato, apesar de...
Não postei nos últimos dias. Também não respondi e-mails, não visitei blogs, indesculpavel e maleducadamente não agradeci nem a Tetsuo, nem a Giulia, nem a Paulo, nem a Cintia, nem a quem me visitou, nem a quem falou do livro no blog, nem a ninguém, por TUDO TUDO TUDO que vem rolando, banners, palavras de carinho, o entusiasmo pelo livro que é um pouco de todos (ok, só um pouco, pois afinal, é MINHA cria, e ainda babo muito e sonho muito com tudo isso).
Pois é, o livro ainda é um sonho bom virado realidade e que ainda não entendi bem o que isso significa. Ainda estou com aquele sorriso bobo no rosto, ainda paso o dedo com carinho sobre as letras brilhantes, olho a lombada, imagino o bichinho nas livrarias e na mão dos leitores.
E tem os trabalhos para terminar. Eu AMO minha profissão, a outra, aquela que me leva pro meio do mato e depois exige relatórios extensos e minuciosos. Cada um é um parto, um parto bom. Depois de tantos anos, ainda olho com orgulho cada documento que termino. É bom a gente trabalhar com o que gosta.
Mais: hóspede em casa. O Paulo, conhecem?, veio passar umas férias em Sampa. Hóspede. Eu curto isso. Minha casa é horrível pra receber gente, não tenho um segundo quarto, o banheiro é minúsculo, eu sou um zero à esquerda na cozinha, mas adoro ter visitas, cuidar pra estejam confortáveis (na medida do possível!), fazê-la sentirem-se em casa. Sei lá por que isso. E é o Paulo, né? Aquele cara que nunca vinha pra Sampa, etc e tal. Então.
É isso. Tem vezes em que definitivamente a internet NÃO é a coisa mais importante da vida.
Mas é ÓTIMA!.
Amanhã tô de volta. Cuidem-se, e pensem bem em quem vai merecer sua confiança e seu voto amanhã.

beijos

tita

quarta-feira, 2 de outubro de 2002

Pessoal...por esta noite pelo menos, o blog vai ficar meio doido...
Estamos migrando o template do weblogger pro blogger, ok?
Tenham só um pouquinho de paciência e tudo se normaliza.

terça-feira, 1 de outubro de 2002

E como não podia deixar de ser...

Leiam meu livro Relações de Sangue, uma história policial com vampiros.
Publicado pela editora Novo Século, em todas as livrarias!!!



Esqueça as masmorras e os castelos nas montanhas distantes. Nada de caixões ou capas negras. Os vampiros estão entre nós. Num bar da moda ou no carro importado, bem aí do seu lado num congestionamento. Normais em aparência, vestidos como você ou como eu, mas sempre à caça de novas vítimas, em busca do sangue denso e quente, e sedentos pela vida dos mortais. Martha Argel traz os vampiros para o nosso dia-a-dia, para o cotidiano de uma metrópole brasileira, para dentro de sua vida. Através dos olhos de Clara, uma mulher absolutamente normal até que os filhos das trevas invadissem sua vida, você conhecerá vampiros belos, sedutores e irresistíveis. Mas não menos fatais do que os clássicos tomadores de sangue do cinema, como Drácula e Nosferatu. Relações de Sangue é um livro inteligente, bem-humorado, com um ritmo alucinante e uma trama envolvente. Amor sedução, aventuras e sangue nas ruas de São Paulo. Assassinatos misteriosos e atrações perigosas. Uma história envolvente do começo ao fim. Você irá curtir cada mordida. Aproveite!

beijos!!!

tita

Querido webdiário:

Mês novo, casa nova, vida nova.
Cansei da inépcia crônica do weblogger. Relutei muito em abandonar o provedor nacional em favor de um gringo, mas não teve jeito. Sei que este aqui dá paus freqüentes também, mas nada como aquele troço que deixei pra trás. A última que aprontou? Além de ter sumido com o número de comentários, de não permitir a inserção de imagens .gif ou .jpg, a MEEEEEERRRRRRDA do weblogger consumiu com os arquivos dos meses de julho e agosto. Foi pro saco todo meu diário do Atacama. Eu quero que o weblogger se foda de verde, amarelo e todas as demais cores do arco-íris.

A casa ainda não tá arrumada, os links estão zoados, conteúdo por enquanto zero. Mas com o tempo a gente vai se ajeitando por aqui, né?

beijos a todos, tenham uma boa terça-feira

tita